Arquivo para agosto \31\-04:00 2007

EVO, A DIREITA LATINA, ESTADOS UNIDOS E NOSOTROS…

A Bolívia de hoje é uma Venezuela de 2002? Não é, mas tem pelo menos três pontos de semelhança. Primeiro, um governo que rompe com os partidos/grupos/oligarquias neoliberais que predominaram pós-ditaduras militares na América Latina e vai construindo democraticamente o fortalecimento do Estado, a restauração da economia, a inclusão dos pobres, etc, tendo como prioridade uma modificação constitucional. Segundo, por ter a Bolívia no seu interior uma direita truculenta, que não conseguindo desestabilizar o governo de Evo Morales somente com a ideologia, que se tornou poeira sem a verdade e a realidade fabricadas que a mantinham, como na Venezuela de 2002, vai fazendo uso da força e repressão, tentando coagir o povo a participar das atividades de ataque ao governo. Terceiro, enquanto vai se comprovando na Venezuela a participação dos Estados Unidos e do FMI no golpe de estado perpetrado fascisticamente em 2002, na Bolívia, o vice-presidente García Linera vai denunciando a embaixada americana de subsidiar a tentativa da elite boliviana de enfraquecer o governo para golpeá-lo.

Desses três pontos, apenas o primeiro — o governo democrático de Morales — potencializa uma linha, em vizinhança com outros pontos que se desterritorializam na formação de outras verdades e realidades — Chávez, Lula, Kirchner, Rafael Corrêa — para a América Latina, que vai caminhando na construção de uma autonomia popular, a melhoria dos serviços públicos e a criação de projetos sociais e políticos necessários às consolidações democráticas. Na Bolívia, a modificação do que estava constituído passa pela Assembléia Constituinte instalada por Evo Morales, que tem amplos poderes para “refundar a Bolívia”. E por isso, o alto empresariado de Sucre força para que a sede do governo seja transferida de La Paz para lá, para facilitar a intensificação de seu ataque ao governo de Evo.

A direita latina, em qualquer parte, é sempre a mesma, com sua limitação, vai tentando desestabilizar qualquer tentativa democrática, mesmo que seus ganhos não diminuam. Passa por aí um medo de perder o fantasioso controle que acreditava ter sobre a massa; e pior, o desespero de ser levada a perceber a ilusão nos seus laivos de singularidade. Seja na Venezuela do panegírico Carmona, seja no Brasil da elite cansada e apoiada pela mídia golpista, e também na Bolívia se vê que a direita é igual: irracional.

Sobre os Estados Unidos, é outro desesperado na busca por manter uma ilusão de poder. Depois de disseminar e ser o principal mantenedor das ditaduras das décadas de 60 e 70 na América Latina, viu seu sonho frustrado em 2002 na Venezuela, com o golpe contra Chávez derrubado pelo povo; torceu para Kirchner não conseguir estabilizar a Argentina; perdeu a ingerência ditatorial sobre o Brasil, que mesmo mantendo um “diálogo”, na viagem de Bush ao Brasil, Lula até o tratou com ironias; assistiu Rafael Corrêa ganhar no Equador; Chatelêt, no Chile… E na visita de Bush à América Latina, mesmo nos países que os EUA ainda mantém sobre controle, as imagens que sobressaíram foram as de protestos contra o imperialismo.

Ao que tudo indica, pela postura de Evo Morales e pela conclamação ao povo por García Linera, a tentativa de golpe na Bolívia pela direita/EUA será frustrada outra vez. Alegria de todos os latinoamericanos, que não só torcem pelo enfraquecimento do neoliberalismo e seus mecanismos, como agem para a construção das singularidades autônomas nos países de cá, e lutam pelo aumento das potências democráticas no mundo.

CABOCO SIBAMBA NO ILÉ AŞÉ DO PAI-GEOVAŅO DE AJAGÙNNỌN

Conhecemos Rei Sibamba num Toque pra Rei do Mar no barracão do Pai-Geovano, em 09 de julho passado. Devido às imensas buscas por este assunto, ao que nos parece, uma novidade na rede e inaugurada pelo AfinBlog, a partir das palavras de Douglas de Oxalá, axogun do terreiro do Pai-Geovano, que nos relatou uma das histórias desse caboco alegre e festeiro e deitamo-na agora também aqui no AfinWordpress.

 

Caboco Sibamba é uma entidade, um espírito que antigamente, nos tempos antepassados, na época da colonização do Brasil, veio de Portugal para o Ceará ainda criança. Ao chegar aqui no Brasil, durante uma seca muito grande que teve, ele perdeu a mãe e ficou somente com o pai, que era dono de um bar. O pai bebia muito. Com dois anos de idade, o pai, na intenção de matar Sibamba, dava muita bebida pra ele beber. Mas em vez de morrer, ele cada vez bebia mais, e mais, e mais, e mais… até quando ele cresceu, o pai faleceu e ele ficou tomando de conta do bar. Sibamba bebia muito, mas nesta altura já era um grande catimbozeiro na linha Nagô, que significa “Rei de Magias”, que pode operar tanto na linha de cura quanto para fazer feitiço contra outros. E ele sabia usar as ervas, banhos de cura, fazia partos, era um ótimo parteiro, pegava dismentidura, costelas montadas, rezava em criança também. Então Sibamba ficou conhecido como o maior catimbozeiro do Ceará. Mas alguns, por inveja, despeito, quando descobriram que ele fazia tudo aquilo, deram um jeito de enganar Sibamba. Como ele gostava de beber, embebedaram tanto, tanto Sibamba até ele cair. Só conseguiram porque eram muitos. Aí mataram Sibamba. Passou o tempo e Sibamba foi preso na Encantaria. Devido a todas as curas que ele sabia fazer, Sibamba foi preso na Linhagem de Mestre, que são aqueles que podem cruzar com qualquer linha, seja Preto Velho, Exu, Caboco, Erê, Mina Nagô, Linha das Águas. E ficou conhecido na Umbanda como Rei Sibamba, rei dos bêbados, porque bebia demais e continua bebendo e fazendo cura e fazendo a alegria da festa…

PONTOS DO BURACO NEGRO

Buraco Negro em Esquizo-Análise é um sistema que captura corpos para se alimentar

Depois da falta de água, a normalização é continuar como antes.

O conceito de educação escolar se resume às exigências do conteúdo programático.

Atividades extracurriculares, além de tolas, servem de propaganda das secretarias.

Em Manaus, prática social ineficaz, ao invés de ser descartada, é reciclada.

Quando se trata de políticas públicas, os conceitos científicos são os menos usados.

Para a maioria dos vereadores um simples buraco é fator eleitoral.

Retirada repentina de assinaturas é um caso comum nos parlamentos.

Nova divisão dos estados há muito que é calculada em filões.

Ditos artistas auxiliam a inexistente Câmara Cidadã.

SINTEAM, depois de colocar-se contra movimento dos professores, diz agora defendê-lo.

Adolescentes são detidos, mas os responsáveis pelo caos do transporte coletivo, não.

Baderna” é a palavra mágica amplamente e diversamente utilizada pelo poder.

O antigo volta como novo no ‘nivelamento por baixo’.

Cortar o Buraco Negro só a Linha-Devir-Potência…

COMUNIDADE ESCOLAR vs MARKETING SEDUC *

O marketing é uma invenção do mercado (market) para criar uma adequação de uma forma significante em um rosto numa totalidade que garantirão sua verdade e sua realidade. Por isso, e assim, a Secretaria Estadual de Educação e Qualidade de Ensino (SEDUC) anda a espalhar por escolas de Manaus um cartaz sobre uma atividade realizada na Escola Estadual Cleomenes do Carmo Chaves, onde teve um desfile para escolha do garoto e garota da escola como sendo uma espécie de demonstração do trabalho político-pedagógico realizado pela Secretaria.

Para além da realidade fabricada, alunos e professores, de uma maneira geral, sofrendo com o merchandaising governamental, mas escapando dele com sua indignação e atitude de desmistificação, relatam e tomam posição, apresentando outras realidade e verdade do Cleomenes e do sistema educacional estadual. Colocamos aqui alguns depoimentos dessas pessoas que vivenciam o estado da escola Cleomenes e da educação pública no estado do Amazonas e que demonstram um outro ponto de vista, diferente do ponto de vista da Secretaria, tanto que em uma enquete na escola, a maioria dos alunos, segundo eles mesmos, colocou a escola como estando “péssima”.

A nossa escola é uma escola nova, tem seis anos de idade, você olhando pra ela parece uma escola de 15, 25 anos, vidro quebrado, salas sem ar condicionado, os banheiros são de péssima qualidade, o bebedor é um dos piores que tem na escola, falta de funcionário no turno da noite, não tem zelador, não tem segurança. O desfile que foi feito aqui na escola foi feito na rua, não foi feito dentro da escola, como no Marquesiano, no IEA, onde são feitos na quadra. Aqui, nem quadra nós temos. Não temos um auditório, não temos um espaço fixo e apropriado para receber um evento desses. (Douglas de Souza, estudante)

Estão aí falando as mil maravilhas da escola, mas até agora nós não vimos nada. Não há nenhum projeto que fale sobre cultura, a nível de escola, a nível de educação. O marketing do secretário é falso, ele fala, mas a gente não vê, os alunos não vêem, nem os professores. (Dantos Magalhães, estudante)

Eu estou no Cleomenes há dois meses, no turno da noite, e até agora não vi nenhum trabalho pedagógico que tenha vindo da Secretaria Estadual de Educação para ser aplicado aqui na escola. O que eu tenho visto ao longo desses dois meses são iniciativas individuais dos professores para se fazer algum trabalho diferenciado, mas da Secretaria Estadual, aqui, eu não conheço. Eu estou no Estado desde 2001 e infelizmente eu não tenho visto nenhum tipo de apoio, de incentivo a projetos dentro das escolas, pelo menos pelas que eu passei. A escola se move, se movimenta por conta das atividades dos professores. Aí quando você tem um gestor que está preocupado com isso, aí você tem todo o apoio do gestor, mas dizer que a gente tem material, livro pra trabalhar… As escolas que eu trabalhei desde 2001 não tem biblioteca; tem biblioteca, mas não tem livro suficiente; não tem bibliotecário para auxiliar os alunos, você não tem uma sala de mídia, você quer apresentar um filme, não tem uma sala de mídia pra você dizer eu vou dar aula hoje na sala de mídia. Eu não vi, nas escolas onde eu trabalhei, eu não vi em nenhuma ter material que você possa fazer uma aula diferenciada porque a escola está te fornecendo isso porque a Secretaria forneceu, eu não vi ainda. (Ana Cláudia, professora)

Na verdade esse marketing não é o que acontece, o Cleomenes não tem de maneira alguma isso que ele [o Secretário] está divulgando, não há nenhuma ação desse tipo. Nunca ouvi falar ou mencionar algo a respeito desse grupo que vem auxiliando, dando força para os professores, eu desconheço. O ensino pra eles é de fachada, de botar alunos na escola, tem alguns professores que fingem que ensinam, alguns alunos que fingem que aprendem. Os poucos projetos culturais que aparecem são formados aqui na própria escola, idéias de alguns professores ou de algumas turmas que se ajudam e tentam que da melhor maneira fazer com que nossas aulas sejam mais descontraídas, mas da SEDUC nós não temos nenhum apoio. Se o Estado, o governo está querendo usar o nome de uma instituição, deveria pelo menos fazer um pequeno projeto pra fingir que está acontecendo, que está patrocinando, que está havendo uma ação na escola, mas na verdade estão só pegando o nome da instituição, fazendo de conta por aí que uma instituição séria, e nós estamos sendo prejudicados na maneira que o nome do Cleomenes está sendo usado. Os alunos se perguntam: que projeto? Como é que está sendo realizado? Quem está na frente disso? Nós ficamos a nos questionar e sem ter uma resposta. (Wilson Santos, estudante)

Numa escola com tantos problemas, onde professores dizem que até para fazer uma sessão de cinema é dificultoso, onde falta até o pincel de quadro, é antiético que sua imagem esteja sendo usada pela Secretaria como exemplo de atividades culturais, principalmente quando se tem um Secretário com formação em filosofia. Mas, como se diz, há uma distância muito grande entre um filósofo e um professor de filosofia, e como afirma Nietzsche, há filósofos que trabalham para o Estado, falsos filósofos que ajudam a manter sua estrutura. Entretanto, como diz o outro filósofo, Michel Foucault, as estruturas do poder são muito frágeis, qualquer sopro as faz desmoronar, e é isso que os professores estão tentando realizar quando se organizam para desenvolver atividades pedagógicas-artísticas-culturais, como as que começaram nesta sexta, mais uma vez sem qualquer incentivo da Secretaria.

* O afinado Maurício Colares, que trabalha na Esc. Est. Cleomenes do Carmo Chaves desde 2003, comprova que estas questões colocadas aqui por alunos e professores persistem todos os anos e nenhuma posição pedagógica foi realizada até hoje pela Secretaria para solucionar ou mesmo amenizar todos estes problemas apresentados.

Agamenon e seu porqueiro

A verdade é a verdade,

diga-a Agamenon ou seu porqueiro.

Agamenon: De acordo.

O porqueiro: Não me convence.

 
Juan de Mairena, pseudônimo do poeta
espanhol Antônio Machado, citado em
Pedagogia Profana, de Jorge Larrosa

ENCONTROS CASUAIS

CASUAIS

! Era uma vez um homem bondoso e justo. Certo dia, sentindo chegar a hora da morte, chamou seus três filhos e dividiu sua riqueza. Ao mais velho e ao do meio deixou sua próspera fazenda e ao mais novo, um livro de filosofia. Dias depois de sua morte, o filho mais novo, tomado por uma forte inveja, envenenou toda a criação de animais e ateou fogo na propriedade, deixando os irmãos na miséria. No dia em que completou maioridade, o advogado de seu pai procurou-o e disse que chegara a hora de receber sua herança. Uma soma no valor da propriedade. Entretanto, para que tal soma lhe fosse entregue, o advogado precisava saber se os negócios dos irmãos iam bem, pois havia uma cláusula que dizia que a herança só seria repassada ao jovem se os irmãos estivessem em prosperidade. Caso contrário, a soma seria usada para ajudar os dois. Porém, quando o advogado soube da miséria em que viviam os dois irmãos, entregou-lhes o dinheiro para soerguer a propriedade e o irmão mais novo ficou sem nada, já que até o livro de filosofia ele havia tocado fogo.

!! Os cinco darks, para tornarem reais suas convicções do lado negro da vida, resolveram fazer um culto dentro do cemitério. Acenderam as velas pretas, deitaram o pentagrama e começaram ler seus temas espirituais. Envolvidos no ritual, não sentiram o tempo passar e quando terminaram o cemitério estava fechado. Desesperados, procuraram o vigia sem encontrá-lo. Correram todo o cemitério, cansaram e dormiram. Meia-noite, acordaram com umas vozes ritualísticas do lado de fora. Eram uns góticos em cerimônia. Chamaram os parceiros, mas eles ao ouvirem os chamados vindo do cemitério desembalaram na carreira. O vigia, que havia saído para um love, se aproximou e perguntou o que estava acontecendo. Eles contaram, o vigia, então, abriu o portão, saíram apavorados, pegaram um táxi, se dirigiram ao sambódromo, chegaram, tiraram toda a roupa preta, comprada na Galeria do Rock em São Paulo, e caíram no dois pra lá dois pra cá.

!!! Era o pastor mais considerado da igreja. Sabia como ninguém usar o nome Satanás para dominar os fiéis e mantê-los aprisionados. Embora não acreditasse nem um pingo na existência dele. Certa madrugada, voltando de um culto, depois de receber sua parte dos dízimos, e tomar umas com outros pastores, vinha voando em seu moderníssimo carro. Distante, viu um gato no meio da avenida. Acelerou o carro para matá-lo e não viu o imenso quebra-mola. O carro subiu, desceu rodando de bico, e ele foi jogado, politraumatizado, no meio fio. De peito para cima, pediu ajuda ao Senhor, mas quem apareceu, saindo de trás de um poste, foi um homem alto, magro, vestido de preto, que ficou a olhá-lo. E ele, nos últimos estertores, disse que não adiantava o homem querer lhe causar medo, pois tinha certeza que o Diabo não existia.

!!!! Quando nasceu, ganhou do pai uma camisa com seu nome bordado, do time do coração. Anos depois, o time na final contra o arqui-rival, o pai compra os ingressos. Euforia! Mas bem no dia do jogo, o filho fica doente. Choro. Resolvem que o pai irá ao estádio. Final da partida, 2 a 0 contra. Na saída, vê um rapaz idêntico ao filho na torcida adversária. Corre, mas não o alcança. Chega em casa, o filho não está. Quando chega, diz que se sentiu melhor e foi ver o jogo com os amigos. Cabisbaixo, vai tomar banho. Não foi com a camisa do glorioso. O pai, preocupado, aproveita a ausência para olhar as gavetas do filho. Suspira aliviado. Encontra a camisa com o nome bordado, guardada e limpa, símbolo do eterno amor filial. Enquanto isso, no banho, alegre, o filho cantarola baixinho o hino do time campeão.

!!!!! Acordou no meio da noite devido a um barulho. Atentou os ouvidos. Afora o businar de algum carro distante, silêncio total. Esperou um tempo, desligou o ar, para ouvir melhor… Nada. Levantou-se nas pontas dos pés, pisando macio, foi até a porta de seu quarto, abriu-a sem fazer barulho. Foi em direção à sala, a tv estava ligada, ouviu tiros, as luzes estavam apagadas, olhou por cima da cadeira onde a mãe estava sentada. Era um western spaguetti italiano na tv a cabo. Foi recuando. Estranho a mãe estar ainda acordada àquela hora, ainda por cima assistindo aquele spaguetti, e com as luzes apagadas. Silenciosamente voltou para o quarto. Dormiu até o despertador tocar. Quando foi tomar café, assistindo seu desenho animado preferido, a tv de plasma havia desaparecido. Pelo chão tocos de cigarro e latinhas amassadas de cerveja. O carpete da mãe estava imundo.

CHAGÃO!

Coluna Chagão!

Θ MORRERAM OS JOGADORES: Antonio Puerta, 22 anos, meio campista número 16 do Sevilla FC, que havia se sentido mal na partida do último sábado, contra o Getafe, pelo campeonato espanhol, e o atleta do Hapoel Beersheba de Israel, Chaswe Nsofwa, 26 anos, da Zâmbia, num treinamento. Ainda que todo o aparato médico exista para impedir este tipo de acontecimento, a indústria do entretenimento que é o football Professional da FIFA não suporta que o real venha desmontar a sua ilusão. Claro é que o corpo humano não pode ser transformado em uma paródia de máquina, a serviço da produção do capital, sem que este mau encontro (que diminui a potência de agir) cobre seu preço. Marx já sabia. Mas Blatter e mesmo Platini, que foi jogador e recentemente eleito presidente da UEFA com o apoio do chefão da FIFA, não o sabem. E de vez em quando um coração pára, um músculo ou articulação não suportam e rompem, corpos massacrados na juventude dos 30 anos desfilam mundo afora, e o futebol cada vez mais medíocre.

Θ NO SUB-20 E SUB-17, BRASIL TERMINA MAL. Nas duas categorias, a seleção não passou das oitavas-de-final. O primeiro, perdeu para a Espanha, e ontem, o sub-17 perdeu a vaga para a equipe de Gana por um a zero. Como o gol foi duvidoso, os brasileiros saíram reclamando da arbitragem. Enquanto isso, comentaristas sequelados continuam dizendo que a renovação da geração de jogadores do Brasil já é mais eficiente que a da Argentina (que joga amanhã, com a Costa Rica), e não se discute o predatismo do mercado que compra jogadores com cada vez menos idade. Ah, complexo de inferioridade…

Θ E NO ABRAÇO DOS VELHOS COMPADRES, FLAMENGO E BOTAFOGO se complicam. O Bota se afastando cada vez mais da liderança, e o Fla, cada vez mais próximo da segundona. Juan abriu o placar aos 34 minutos, em assistência de Souza. Para o Bota, no segundo tempo, Adriano Felício se livra da marcação e cruza para Túlio desviar e Jorge Henrique empurrar para as redes.

Θ NA PRÓXIMA SEXTA-FEIRA, 31, para os que dependem da TV aberta (ou pra quem vai ver na TV a cabo), tem a final da Super Copa UEFA, entre o campeão da Liga dos Campeões e o da Copa UEFA: Milan X Sevilla, às 14:30h, de Manaus, na TV Record.

Θ TORNEIRO APERTURA DA ARGENTINA: Boca vence o clássico com o Independiente por 3 a 2, de virada, gols de Denis e Matheu para o alvi-rubro, e Rodriguez (contra), Palermo e Gracián, para os campeões da América. Já o River Plate, que iniciou mal o campeonato nacional, venceu o Estudiantes por 4 a 2. Benitez e o uruguaio Salguiero marcaram para o Estudiantes, e Belluschi, Marco Ruben, o chileno Alexis Sánches e Falcao marcaram para los millionarios. E tudo indica que o Boca não terá Riquelme para o campeonato mundial de clubes, no Japão. O craque-quando-quer pode assinar contrato com o Atlético de Madrid nos próximos dias, para jogar duas temporadas.

Segunda-feira tem mais!

POMBAGIRA MARIA PADILHA NO ILÉ AŞÉ DO PAI-GEOVAŅO DE AJAGÙNNỌN

Companheiros acessantes deste Bloguinho Intempestivo. Muitos estão acessando o blog através de links no Orkut e em outros sites, e caindo em posts da nossa coluna Candomblé/Umbanda AFIN. Para estes, que ainda não conhecem o trabalho que é realizado por este blog, sugerimos a leitura do post “Isto é Candomblé e Umbanda AFIN”, para que possam tomar contato com o trabalho que é realizado pelo AFINSOPHIA, e que envolve o candomblé e a umbanda em todas as suas variâncias, enquanto manifestação autêntica da religiosidade das pessoas, para além das mistificações preconceituosas, advindas do medo e da ignorância.

Axé!

A festa da Pombagira aconteceu no dia 04 de Agosto, e o registro, a pedidos, fica também aqui no AfinWordpress.

 

Maria Padilha

Tô cantando em seu louvor

Na barra de sua saia

Corre água e nasce flor

E soaram os atabaques e agogôs, puxando os cantos e rezas que deram início a Festa da Maria Padilha no Terreiro do Pai-Giovani, que faz o convite para participação de todos e lança suas bençãos.

É festa de Dona Maria Padilha na cabeça de minha filha Dora de Obaloaiê. Como todos já viram, ela é deficiente da perna, mas não é por isso que ela seja inválida pros outros, na minha vida ela é perfeita, o único defeito é a língua, que é muito solta, mas isso todo mundo tem. Sejam todos muito bem-vindos à minha casa, bebam à vontade, comam à vontade. Vamos louvar Exu porque é Exu que nos abre caminho…

Então, com suas belas roupas rubras e pretas, suas abundantes jóias, seu batom de vivíssimo vermelho, o afrodisíaco perfume, pronta para ajudar as pessoas que precisam e a procuram com seus problemas afetivo-amorosos… baixa em D.Dorinha de Obaloaiê a Pombagira Maria Padilha…

Maria Padillha

Essa é a festa que eu faço todos os anos para todos nós. Faz dois anos que na cabeça de Dona Dora eu faço esse festejo e eu estou aqui hoje faz dois anos nessa festa. Eu sou Maria Padilha das Encruza, e a minha gera é de muitos tempos atrás. Eu era mulher da gandaia, eu era da putança, eu era do puteiro. Eu era mulher de sete maridos e dormia com todos eles e dava conta de todos e hoje estou aqui. Pensavam que me matavam, mas não me mataram. Me botaram fogo dentro do cabaré na África e hoje estou aqui.

Festa no Terreiro IIFesta no Terreiro IIIFesta no Terreiro

Clique na Foto para Ampliá-las.

Cigana

Enquanto os atabaques e agogôs puxam os cantos e danças, as Pombagiras baixam com seus cigarros, suas bebidas, sua sensualidade e sua alegria. De várias dessas belíssimas entidades, entre impropérios e gargalhadas, ouvimos suas histórias…

Pombagira Carmelita

Eu me chamo Carmelita, sou uma cigana Marabaia. Eu vim de longe… Eu vou lhe contar umas coisas. Estou vindo a terceira vez nesta casa, estou nova nessa cabeça. É só o que eu posso lhe dizer. Estou na festa de uma amiga que se chama Maria Padilha, fui convidada e estou aqui para elogiar.

Maria Rosa

Eu sou uma Pombagira do Estradão, uma moça do Roseiral. Eu me chamo Maria Rosa, passo bem, passo mal. Sou cruzada na magia, sou mulher de cabaré, sou uma moça formosa das encruzilhadas.

Maria Sete Saias

Eu sou conhecida como Maria Sete-Saias, a mulher do arrastão. Eu vim de uma tribo de rua pra conhecer a origem cigana e fui para um povo chamado Marabaia. Eu tô vindo aqui na festa da dona Maria Padilha pela segunda vez. Eu fui uma vez na casa dela no lugar chamado Jorge Teixeira.

Pombagira Cigana

Sou a Pombagira Cigana, vim aqui para trabalhar, para me vestir, para beber. Te digo um pedaço da minha história: nasci em tribo cigana, sou filha de pai cigano e mãe cigana, ciganos puros. Eu era uma cigana pura, mas depois de ser expulsa, quando morri, me tornei um Exu cigano, uma Pombagira Cigana. Eu fui expulsa da minha tribo. Algumas coisas eu não posso lhe dizer porque ainda não conversei com o pai de santo do meu filho para lhe contar toda a minha história. Depois de eu contar toda a história minha ao pai de santo de meu filho, aí sim eu posso falar mais para os outros saberem a minha vida, sobre a minha história: quem fui, de onde eu vim, para onde eu vou. Estou pagando aquilo que um dia eu cometi.

Luz Velha

Eu sou a Luz Velha, a luz passada, as trevas. Eu sou das trevas, sou sapecada. Eu sou dessa casa. Aqui em Manaus eu só venho na cabeça do seu Jânio e de mais ninguém.

Maria de Ganga

Eu sou Pombagira Maria de Ganga, sou a Pombagira do cemitério. Se o sr. me der tudo da minha matança, da minha mesa aí eu lhe conto tudo, eu lhe falo toda a história, toda a trajetória, mas tem que me dar. Exu é essência, pode se perder tudo, menos a essência.

Maria Padilha do Cruzeiro

Sou eu a Maria Padilha do Cruzeiro, eu vim de muito longe, das linhas que se cruzam. Eu vim pra trabalhar na linha do amor. A pessoa quer união, quer amor, quer alguma pessoa que está longe, isso é muito fácil pra gente fazer, perto, longe, tanto faz. Eu tenho axé em qualquer cabeça que eu estiver em cima. Se eu chego, eu trago meu axé. O povo precisa de muito amor.

Maria do Buraco Fundo

Sou Maria do dedo grande, Maria do Buraco Fundo, Maria do Puteirão. Olha, antigamente eu era dona de três puteiros. Sou uma mulher que sou de um homem só e não sou de homem nenhum. Me chamam de Maria, mas meu nome não é este, eu gosto de ser chamada de Maria, mas não sou Maria. Meu nome é Gongaponga, sou feiticeira, sou uma puta vagabunda que até deus cuspiu na cara, sou tão cretina que até o diabo eu chamei de rola fina. Eu não gosto de muita melação, eu gosto é de ser melada. Gosto bastante de ser chamda de Pombagira. Pombagira por quê? Porque toda a parte do tempo, tem sexo, bebedeira, extravagância pra não sumir dessa vida porque eu gosto. Fazia mais ou menos 14 anos que eu não vinha na cabeça do meu filho. Vim mais ou menos, tá com menos de 1 mês. Cheguei pra ficar, fico aqui e só saio daqui se Deus disser: olha, ô vagabunda, tá na hora de suspender, e isso ele não vai fazer porque senão eu como ele na caceta. Não gosto de bebida fraca, gosto de bebida quente, porque antigamente tínhamos; só as cretinas, que queriam ser finas, não tomavam, e hoje estão com gonorréia e sífilis.

Pombagir Menina

Sou Exu Pombagira Menina. Nós Exus trazemos o caminho aberto, a felicidade, o dinheiro, a prosperidade e o amor, que é isso que tá faltando dentro desse mundo de pecado, é o amor para o próximo. Então o Exu não é só aquelas coisas que o povo inventa: Exu é o diabo, Exu é a desgraça, é a destruição. Não. Exu é caminho aberto, é caminho feliz, é o caminho de tudo de bom. Exu também sabe trabalhar na prática do bem, trabalhar para o próximo, aqueles que realmente têm fé, porque sem fé não tem nada. Esta festa, aqui hoje, não é só para beber e brincar, é realmente para louvar Exu e pedir as graças a ele, porque Exu é caminho e caminho aberto pra quem sabe ter.

Pai Gilmar Fômu de Iemanjá

Não poderíamos deixar de registrar a participação ativante-cativante do Pai-Gilmar, Fômu de Iemanjá, que nos falou de uma viagem ao Maranhão que ele fará terça-feira próxima a fim de receber um cargo nesse estado. Acertamos de no retorno da sua viagem, que deve ser de uma semana, conversarmos neste blog sobre sua viagem, sobre outros assuntos da história e conhecimentos fundamentais do Candomblé e sobre os preparativos da festa que será realizada no seu barracão, situado no Jorge Teixeira, no dia 26 de agosto, quando teremos a oportunidade de participar, prestigiar e conhecer melhor esse importante Babalorixá de Manaus.

E a Festa da Pombagira Maria Padilha continuava em cores, sons, amor, prosperidade, alegria, axé…

A Maria valhe ouro

A Maria valhe prata

Mas seu maior tesouro

É um alambique de cachaça

UMA MÃO LAVA A OUTRA! QUANDO TEM ÁGUA.

Sempre se enfatizou que o povo amazonense é um povo ordeiro e hospitaleiro. E o prefeito Serafim enfatizou mais: “E festeiro”! Bela descrição de um povo quando ele é politicamente cidadão. Quando a democracia lhe assegura seus direitos. Quando o Direito Civil é exercido em todos os quadrantes de suas experiências comunitárias. Entretanto, quando a realidade política/social mostra um quadro perverso afirmando ser a democracia apenas uma ornamentação linguística, deploravelmente se compreende que esta descrição é apenas uma armadilha para manter uma grande parte desse povo passiva se alimentando desse amansamento imobilizante. A impressão mágica da classe dominante sobre o sensorial e o cognitivo do povo, para mantê-lo afastado de seu território de seguimento privilegiado. Um estimulante toque desta magia é a condição do abastecimento de água da cidade. Uma patologia crônica social/hidrográfica que se arrasta a séculos como as magníficas performances políticas dos governante passados e presentes. Um tema sempre tratado entre o mítico do rio Amazonas e o científico da cidade. Onde o mítico sempre leva a melhor: a água existe em nossa imaginação. Se existe na imaginação, existe em nossas casas. O rio corre em nossos leitos.DE quê reclamamos? Não há falta d’ água. “Lata d’ água na cabeça”, é só carnaval. Embora uma mão não lave a outra, e muito menos o corpo inteiro. Nas escolas os estudantes tenham que reprimir suas exigências biológicas e higiênicas. Os comércios tenham que reduzir suas reservas. As unidades hospitalares tenham que modificar seus conceitos de saúde. Crianças, jovens, trabalhadores, todos constituintes da população, sob o calor dilatante dos corpos da água privatisada para refrescar a abundância inoperante dos administradores públicos e a abundância econômica dos empresários hidromoney-making. Mas fundamental, é que este povo sabe que este calor não humano não é seu, a hospitalidade anestésica, não imobiliza seu movimento e a festa não torna alegre seu ser. E que se tratando de água, este tema em campanha política não será mais tomado como “promessa de vida em nosso coração”.

TRÊS CURUPIRADAS SEM CURUPIRA

O curupira é um ente lendário da mitologia brasileira. Segundo alguns estudiosos, habita principalmente a floresta amazônica. Dada sua consciência arrojada, é considerado o maior responsável pelas principais travessuras contra as populações deste local. Adora pregar peças nos outros. Daí se afirmar que tudo que acontece de ruim na floresta é arte do curupira. A acusação sobre si é tamanha, que chega a ser responsabilizado até pelo que não faz. Pois bem, o governo federal, com a intenção de proteger e estimular os enunciados culturais, amparados no poder constitucional, criou o Sistema Nacional de Cultura SNC, de onde foi elaborado o Plano Nacional de Cultura PNC, que visa colocar em ação as manifestações culturais de todo Brasil, conjuntamente com a sociedade. De acordo com o Plano, todas as expressões populares, sejam elas negras, indígenas, mestiças, em formas de danças, músicas, mamulengos, artesanatos, etc, receberão incentivos para sua manutenção e produção. Entre os estados que aderiram ao Plano, encontra-se o Amazonas, adesão que nos desencanta nos remetendo às curupiradas.

Curupirada 1 Como historicamente os secretários de cultura do Amazonas nunca tiveram uma compreensão filosófica do que seja cultura, que não precisava nem ser um entendimento nietzscheano ou guattariano, por tal, foram sempre meros executores de tíbios projetos burocráticos ligados ao proselitismo eleitoral e a suas vaidades fálicas, o que impediu auxiliar na fundação de um espírito estético singular, o Plano terá imensa dificuldade de ser implementado dentro de seus propósitos: mostrar a força política e social das criações oriundas dos saberes e dizeres populares.

Curupirada 2 Como a maioria dos artistas sempre teve uma postura social e política alienada quanto à fundamentação de suas artes como processo transformador e protetor de uma sociedade criativa, o que lhes colocou na posição de inutilidade necessária à proteção destes secretários, já que sempre viveram das míseras migalhas caídas dos banquetes destes “nobres”, o Plano aqui também encontrará impasse: tudo se reduzirá a financiamento de projetos, sem criar um núcleo contínuo de criação artística e público.

Curupirada 3 Como o Plano trata de manifestações naturais das próprias comunidades, e como, principalmente, Manaus não possui nenhuma criação tida como cultura popular própria, tudo ficará no faz de conta. Ou no: “Mas se a gente analisar profundamente, isto é, sim, de nossa cultura”. Nada. Nem dança, nem música, nem artesanato… Nem sequer iguarias. “Não! O jaraqui frito é nosso!”. Não é. “Mas a tartarugada é!”. Também não é. Nenhuma manifestação tida como nossa saiu dos emaranhados das potências econômica, política e social produzidas historicamente pela práxis dos povos, como aconteceu com o Bumba-Meu-Boi, o Maracatu… no nordeste. Como ocorre com o originário cultural. E o pior: todos os chamados antropólogos e sociólogos que se envolveram com estes temas, ficaram somente nas imagens superficiais necessárias às suas ilusões acadêmicas, sem jamais perceberem o quanto havia de distância entre os conceitos e objetos de suas pesquisas. Por isto, acreditamos que esta o curupira não vai pagar. E como ele é independente demais para assumir o que não fez, é bem certo que dirá aos humanos que assumam seus humanos: mudem seu plano.

SÁBIA GENTE BRASILEIRA

 

pensador

? Enquanto o presidente Lula afirma não recear instalação de CPI, o braço direito do prefeito Serafim, Dr. Marcos Barros, membro do PT, realiza contorcionismo com vereadores adesistas para impedir a instalação da CPI do transporte coletivo.

? Preocupada com a resolução que estabelece a programação das televisões de acordo com o fuso horário das regiões, a deputada federal Rebeca Garcia, descontente com o fato, prometeu lutar para que os telespectadores do Amazonas não sejam obrigados a assistir uma programação com uma hora de atraso, enquanto no sul a programação é assistida ao vivo.

? O vice-secretário da SEMED, Sérgio Freire, em um lampejo lítero-pedagógico, afirmou ser a profissão do professor um verbo transitivo que conduz o ato de professar o saber aos alunos.

? Professores da Escola Francisco Queiroz, envolvidos com estudo antropológico das manifestações afro, convidaram um professor de religião da escola, membro da igreja Assembléia de Deus, para uma visitar a um Centro de Candomblé. Ofendido, o professor, mostrando a Bíblia, sentenciou que o destino dos professores já estava traçado: o inferno.

? Defendendo a elite loura do “cansei”, a jornalista da Folha de São Paulo Eliane Catanhêde afirmou que a elite intelectual tem horror à elite rica e famosa. Por sua vez, Gilberto Dimenstein, também jornalista do mesmo jornal, afirmou que o Bolsa Família, a maior marca do governo Lula é obra de Fernando Henrique.

? Tendo em vista a magnífica condição do futebol amazonense, o vice-governador Omar Aziz foi ao Rio de Janeiro apresentar aos integrantes da FIFA o projeto de preparação do Amazonas para ser uma das sedes da Copa do Mundo 2014. Ele salientou nossas riquezas naturais, enfatizou que temos o 4°PIB nacional e mostrou um vídeo em computação gráfica onde aparece até metrô de superfície.

? Revista mostra Manaus como sendo a cidade que mais investe em saúde, mas os vereadores vão fazendo críticas ao descaso da saúde pública, e jornal diz que grande parte já está indo para o lado do “Negão”.

? No labor que não decura, só ontem a Câmara Municipal de Manaus aprovou quatro homenagens. A primeira é para a tenente Roxana Benessi, conhecida por sua defesa da Amazônia; a segunda será para Marilene Corrêa, reitora da UEA, aliada de Braga; a terceira, para o ex-deputado Pauderney, para quem o site da CMM não coloca os importantes motivos; a quarta para a presidente da Apae, Delphina Rinaldi Abdel Aziz.

MOVIMENTO E DEVIR-MINORIA

Faz parte de um equívoco cultural dos sentidos que se creia que o conceito de movimento se refira somente à alteração do espaço ocupado pelos corpos num tempo medido. Saiu daqui pra lá. Ou de lá pra cá. No entanto, no plano das intensidades, só há movimento quando há devir. Quando as composições materiais (corpos) e imateriais (idéias e afecções) entram numa configuração (encontros) que altere a produção da existência e abra espaço para o surgimento do Novo.

E é no sentido do movimento como devir que os filosofantes Gilles Deleuze e Félix Guattari apreenderam na configuração da subjetividade capitalística algumas linhas desestabilizantes: cortes no bloco rígido do existir no capital, no sucesso, no “american dream” embalado e traduzido em todas as línguas do mundo. O que foge ao padrão de consumo do capital é considerado outsider, e portanto é tratado pela Sociedade de Controle como marginal (à margem). Um negro, uma mulher, uma criança, um animal, por existirem fora da nomeação e da pontuação temporal-normatizante da “boa sociedade”, podem constituir, com seu modo de existir, um foco de estranhamento àqueles que, por jamais experimentarem algo fora, não podem saber que estão dentro. Estas categorias, por serem consideradas diferentes, são chamadas de minorias.

Claro que para engendrar movimentos intensivos, não basta por si só ser negro, mulher, criança, animal. Colin Powell é negro, Condoleeza Rice é negra e mulher, e no entanto, trabalha a favor do bloco rígido do capitalismo. A maior parte das crianças do mundo são idosas. Tem muita idade. Algumas já nasceram velhas, pois carregam os mesmos vícios da sociedade onde vivem. Um devir-animal sem escapar da antropomorfização dos animais zoologizados não pode existir.

Para engendrar o movimento deviriano, é necessário despersonalizar o corpo, produzir encontros múltiplos, experiências diversas à cotidianeidade, abrir novas conexões e composições, para que as afecções possam criar alternâncias que aumentem as potências de agir das pessoas, o que sempre vaza para o plano da comunalidade.

Produzir um acontecimento que não possa ser capturado pelos parâmetros da norma, da maioria padronizante. É deixar escapar o devir-minoria, que é intensidade e não número. E para isso, não precisa ser categorizado como minoria. Basta deixar passar os fluxos de alegria.

RESULTADO DAS ELEIÇÕES DO CRP/AM

O Bloguinho Intempestivo acaba de receber a notícia de que encerrou a apuração dos votos para o CRP/AM e CFP.

No Amazonas, sub-seção do CRP de Brasília, foi eleita a chapa 11 (Psicologia: cuidado e cidadania), encabeçada pela psicóloga e coordenadora do curso de psicologia da UNIP, Carla Cristina Nazareth.

A chapa que irá gerir o CFP é a 21, Cuidar da Profissão, do psicólogo mineiro Humberto Cota Verona.

Como já foi dito aqui neste Bloguinho, não basta a mudança nos nomes e protagonistas da gestão dos CRP´s e CFP, mas que se possibilite uma abertura para discussões e a inclusão no Amazonas da Psicologia como ferramenta de transformação do social e construção de linhas comunitárias.

Parabéns aos eleitos!

BUSH E A FACE DO CAPITALISMO

A Face Vazia

O governo Bush é uma produção do capitalismo financeiro mundializado. Há quem ainda acredite que o próprio Bush filho seja o grande mal, o responsável exclusivo pela política internacional belicista e imperial norte-americana. Mas é necessário compreender o fenômeno a partir da observação das obviedades.

Por trás do marketing eleitoral do governo Bush existe uma outra máquina produtora de lucro que se alimenta da dor e da existência das pessoas. Quantos lobistas são necessários para se vender uma guerra? Certamente, há os da indústria bélica, mas ainda os da alimentícia, de entretenimento, da mass media, das empresas exploradoras de petróleo, as empreiteiras, logística, etc. Há os congressistas oportunistas que se elegem com um discurso apocalíptico, se aproveitando do medo disseminado pelas mídias. Os carreiristas burocráticos que, sem levantar de suas mesas, tomam decisões que afetam milhares de pessoas do outro lado do mundo. Todos ganham com isso*. Quem perde? Os iraquianos, de qualquer facção, os palestinos, os israelenses que apóiam a convivência com outros modos de existir, os soldados americanos, iludidos com o ideal da pátria ou capturados pela necessidade do emprego fácil, os pobres, os descorporativizados** do mundo.

No entanto, mesmo com todo o aparato tecnológico midiático produtor de factóides da grande mídia, o marketing sobre o governo Bush não consegue mais salvar seu produto. As pesquisas mostram, desde algum tempo, que ele não tem mais o apoio da população americana, e que o anti-americanismo no mundo nunca foi tão intenso. Como sempre, em um barco que afunda lentamente, os ratos são os primeiros a abandonar.

Primeiro foi a mídia, que antes oferecia seus truques e trucagens para ocultar o massacre de jovens norte-americanos, iraquianos, palestinos e afegãos nas guerras mundo afora, e que agora, no afã de não perder a boca da audiência, quis entrar na caça aos culpados como se também não o fosse.

Depois, seus consortes, auxiliares que em suas respectivas áreas produziram as condições para a venda do produto guerra como necessário ao país. Primeiro, saiu Colin Powell, secretário de Estado, principal porta-voz da política externa dos EUA. Depois o povo americano deu a vitória aos democratas nas eleições legislativas, e o congresso americano passou de submisso a crítico dos planos belicistas do governo Bush. Ainda, após escândalo de espionagem no qual tornou público o nome de uma agente da CIA, o chamado “cérebro” do governo, Karl Rove, que arquitetou todas as eleições do atual presidente, inclusive a última, fraudulenta, também está sob investigação e se afastou do governo (segundo alguns articulistas, porque falhou em manter os índices de popularidade de seu patrão em alta).

E hoje, foi o procurador geral (cargo semelhante ao de ministro da justiça), Alberto González. O agora ex-procurador geral era o pilar legal de todas as ações do governo. Responsável pela elaboração das rígidas leis contra a imigração, e pelo pacote de medidas anti-terrorismo, que dava ao executivo federal o direito de espionar qualquer cidadão, sem restrições, ainda pela posição norte-americana ante a convenção de Genebra e o Tribunal Penal Internacional. Foi acusado de demitir oito procuradores gerais que tomaram decisões contrárias aos interesses do governo, e elaborou o documento que sustentou juridicamente as torturas nas prisões de Abu-Ghraib e Guantánamo. É acusado ainda de falso testemunho ao Congresso Americano nas investigações sobre abusos da CIA na espionagem de cidadãos.

À subjetividade do capital não interessam os rostos, os personagens, mas sim que o modo de produção se perpetue, como um buraco negro que se alimenta de corpos. Bush, assim como outros presidentes, primeiros-ministros e outras autoridades, embora carreguem em si elementos de ordem patológica e que compõem com esta subjetividade, não são a sua causa, mas tão somente conseqüência.

É preciso enfraquecer a linha dura do capital, nas suas microrrelações e no seu alcance capilar. Para que mais bushes não sejam mais necessários.

* Sobre os lobbies que lucraram com a guerra, ver o documentário de Michal Moore, Fahrenheit 9/11.

** Descorporativizados diz respeito ao deslocamento das relações de força do capital, que se concentra nos interesses de lucros das grandes corporações, as quais elegem congressistas, senadores e presidentes, que governarão de acordo com seus interesses. Quem está fora deste corporativismo, está fora da lógica do capital.

COLUNA VERTEBRAL

Se a Vertebral não analisou nada se realizou

Coluna Vertebral

# “Como alguns amazonenses e aderentes, além de preconceituosos, são mal-agradecidos, eles não vão reconhecer a bondade dos paraenses em abrir a comemoração da festa da Elevação do Amazonas à Categoria de Província, que será realizada no dia 4, pela Banda Calypso”, sentenciou a Lauri, dançando um fado. “Talvez porque eles acreditem que é mais um sarro sutil dos paraenses, dizendo que continuamos uma província”, analisou o Zilmo, comendo macaxeira cozida com chá preto. “Que nada! Eles não chegam a este entendimento. O que esperar de uma gente que paga para sofrer com a Inerte Sem Faro?”, apelou a Biscoito, botando uma mão de cartas. “Como os ilustres estetas, os que se sensibilizam mais que o povão, como o orgulho do Amazonas, Arthur, o comunista crítico literário, Eron, o eterno pefelista, Pauderney, que se encontravam envolvidos nos inertizetes”, completou o Trés, afinando o violino. “É tudo jogada dos caras, para puxar o saco da Calderaro. Eles precisam do jornal para suas campanhas”, afirmou a Quê, empinando uma curica. “E o pessoal da Crítica não sabe disso? Um dos seus chefões, o Bosco Araújo, é psicólogo. Mas isso não nega que eles são sensíveis e inteligentes: raça pura!”, exclamou o Bibi, em uma gargalhada cuspente. “Mas os paraenses também pagam para sofrer com a Inerte!”, considerou o Mali, encarando um dose de Segura, Mas Não Solta. “Acontece que o Amazonas, que era Província do Estado do Grão Pará”, ponderou o Piu, preparando massa de cimento. “Vamos parar por aqui, senão isso vai virar uma intriga separatista. Coisa de débil mental!”, concluiu a JF, recheando uma matrixã.

# Ter que comentar em uma segundona TDPM Transtorno Disfórico Pré Menstrual, a maldade da Manaus Energia com a população da Zona Leste, ontem, é doloroso demais para minha branda alma. Loucura total! Um domingo inteiro sem energia, é muita perversidade para quem tem suas contas em dias com a companhia. Estivemos lá e conversamos em alguns bairros com os moradores que só fizeram dizer: “Ano que vem tem eleição!”.

# Lendo e ouvindo as enunciações da mídia delirante sobre o julgamento do alcunhado Mensalão, termo cunhado pela própria delirante, temos um acesso de riso debochante: “Escândalo do Mensalão!”, enuncia a dolorosa espectral. Há escândalo maior, queridinha, do que esta mídia? O escândalo pode julgar o escândalo? Talvez sim: para ocultar seus escândalos. Mas não dos brasileiros.

# Ui, queridas, vamos ver aqui em Manô como é que vai ser depois de amanhã, dia 29, o Dia da Visibilidade Lésbica, que está na programação GLBT desde 1996 e nesse ano vem com o tema “Saúde, Beleza e Cidadania”. Ai, eu quero participar, todos os homossexuais sofrem preconceito, mas com as lésbicas parece ser ainda mais forte, principalmente pelos machinhos. Então, nesta quarta-feira, culminam as manifestações lésbicas que vem ocorrendo por todo o Brasil, e o dia será para discussões ativas e festividade, pois como disse a feminista, anarquista, operária Emma Goldman, “se não posso dançar, não interessa tua revolução”.

                                   Cansei do rock

                                          E não esqueço do Enoque

                                                  Quando entendeu o Woodstock

                                                            Entrou em estado de choque

                                         Beijos Vertebrais!

TOQUE DE TRANCA-RUA NO ILÉ AŞÉ DO PAI-GEOVAŅO DE AJAGÙNNỌN

O sino da igrejinha faz belém-blem-blom

O sino da igrejinha faz belém-blem-blom

Deu meia-noite, o galo já cantou

Seu Tranca-Rua é dono da gira

E corre gira que Ogum mandou.

O aroma da fumaça da vela indiana tomou conta do terreiro, e o toque teve início com os pontos, as danças e gargalhadas de cabocos e exus.

Umbanda II

Até que baixou Tranca-Rua, o homenageado do toque. No início nos foi arredio, mas depois de insistirmos com ogans e ekedis da casa, de poucas palavras, com sua voz cavernosa, resolveu nos falar na sua casa, e até nos permitiu fotografá-lo no terreiro, o que não é comum, segundo pessoas da casa.

Tranca-Rua

O que tu que saber a respeito de mim, do Tranca-Rua? Faço todos tipos de trabalho, todos, todos, qualquer um tipo de trabalho, eu faço todos. Eu sou Tranca-Rua das Almas. Nasci com as almas, nasci na rua, me criei na rua, na rua morri. Venho hoje cumprir uma sina. Indo em qualquer terreiro e solicitando desse que hoje fala. Que não se brinque com Exu, que se respeite Tranca-Rua. Com Exu não se brinca, Exu não é brincadeira de ninguém. Exu é para trazer prosperidade, mas também dá pra trazer castigo na hora certa. Então não se deve brincar com quem não conhece, com o que não sabe, com o que ninguém vê. Vá e que Exu lhe acompanhe.

Mas pouco tempo ele ficou no terreiro, deixando suas bênçãos, logo se foi. E o toque continuou com as pombagiras, que tomaram conta, bebendo, fumando, dançando, contando suas histórias, aquilo que nos é permitido ouvir e compartilhar…

 

Festival de Pombogiras

Rainha das Almas

“Sou Rainha das Almas, sou famosa por trazer uma rosa — uma rosa, meu amor — uma rosa negra, uma rosa venenosa para matar as invejosas, só isso”.

Cemitério

“Sou Maria Padilha do Cemitério. É a segunda vez que eu venho na cabeça do meu filho, hoje é a primeira vez que venho no terreiro do Pai Geovano. Eu vivo no cemitério, e por enquanto é só”.

Princesa Cigana

“Me chamo Princesa Santa Rosa. Sou Princesa Cigana. Eu vim de uma tribo que meu pai era rei. De onde eu fugi para viver com um macho, e ele não me quis. Ele era dos safados, queria estar no mundo, queria estar sozinho. Aí ele me abandonou no deserto e me deixou no deserto…”

Umbanda VIIUmbanda VIIIUmbanda IX

Umbanda XUmbanda XIUmbanda XI

 

 

CONVERSAS DE CABANA E BARRACÃO

Continuação da entrevista que fizemos com Pai-Geovano sobre assuntos do Candomblé, de sua parte de Umbanda, entremeadas com outras questões dentro das religiões afro-brasileiras e da sociedade de forma geral.

 

AFINSOPHIA: São dezesseis Orixás que são cultuados no Candomblé?

PAI-GEOVANO: Não, não são dezesseis Orixás, são pra mais de quatrocentos. Só que nessa chegada ao Brasil, trouxeram fundamento só para dezesseis Orixás, mas tem muitos mais Orixás.

Aqui no Brasil, há culto para outros que não estes dezesseis?

Não, que eu saiba não, são dezesseis Orixás, de Exu a Oxalá. Só assim ficou mais fácil de se estudar, porque é um estudo muito complexo, para a gente chegar a jogar um búzio, passar um ebó, um descarrego de ebó pra uma pessoa, a gente tem de ter noção do que a gente está fazendo, porque ebó não é pra qualquer pessoa que se pode fazer. Ofernda pra Orixá não é qualquer pessoa que pode pegar e mexer com a cabeça da pessoa, porque é uma coisa muito sagrada, a cabeça, o orida pessoa, tanto é que a primeira coisa que vem ao mundo é a cabeça, é uma coisa muito sagrada.

É verdade que os Orixás cultuados no Brasil não são mais na África?

Não, tem bastante Orixá que ainda é cultuado na África; mas tem muitos também que os africanos nem conhecem, porque não cultuam mais; outras religiões já entraram, as pessoas que tinham os fundamentos já morreram; assim, muitos aqui no Brasil estão muito mais vivos do que na África.

Qualquer pessoa que vá a um terreiro pode evoluir e chegar a ser um Pai de Santo?

Depende do cargo dessa pessoa. Você entra num terreiro pra desenvolver seu Orixá, pra receber um Orixá. Você vai pra mesa de jogo de búzios, o Pai de Santo vai jogar búzios pra você e vai perguntar para o seu Orixá se você tem a capacidade de incorporar esse Orixá. O próprio Orixá vai dizer, através do jogo, se sim ou se não. Se caso você for capaz de incorporar esse Orixá, esse ancestral vir em cima de você, você tem capacidade de chegar a ser pai de santo. Se caso não, eles te indicam, dizem que você vai ter um cargo dentro da casa, você vai poder participar das coisas todas, vai poder participar da casa, mas você vai ter um cargo, não com direito a ser pai de santo, mas sim como um ogã ou uma ekedi. O que vem a ser o Ogã? É aquele rapaz, aquele senhor que cuida da parte dos atabaques, das oferendas de bichos, da recepção de pessoas. O que vem a ser uma ekedi? Vem ser uma senhora, uma moça ou uma menina que o Orixá escolheu pra cuidar, pra zelar dos peijis, zelar o santo quando estiver incorporado, pra ter responsabilidade com o terreiro. Sendo assim que o Ogã e a Ekedi tem elevação espiritual. Como? Todas as vezes que ele dá uma obrigação ele se eleva perante o Orixá.

Vivemos em uma sociedade que as pessoas ignoram o candomblé, não conhecem, existem tabus. E como é que nessa relação com a sociedade de forma geral, o sr. já me contou uma situação de preconceito…

O preconceito existe em todas as religiões, mas com o candomblé é muito mais visível, muito mais agudo a situação. Porque as pessoas te vêem como se você fosse um monstro, um satanás ou um adepto dele. Só que não é assim. Todo ser humano tem o direito de ir e vir, de fazer o que a lei permite. A pessoa, às vezes, por ela ser católica apostólica romana, ou até mesmo de outra religião, pensa que só a religião deles que é certa. Não existe religião certa aos olhos de Deus, porque de qualquer maneira você vai estar buscando Deus, você vai estar buscando seu eu interior. Há preconceito demais, se a gente for falar de preconceito vamos ficar a noite inteira falando. Eu sofri preconceito, a única vez que eu sofri foi porque eu não consegui ser padrinho da menina porque a religião, os católicos não permitiram porque eu não era da Igreja Católica e assim não queriam, não permitiram. A família da menina não tinha nada contra. A própria religião, Igreja, os catequistas, os organizadores do batismo disseram que o padre não permitia. Os pais da menina são católicos e gostam bastante de mim e queriam, querem. Até hoje a filha deles não é batizada. A gente tá esperando uma outra data pra batizar numa outra igreja. Pai e mãe são católicos, só eu que sou candomblecista, e eles gostam bastante da minha casa, de mim, então eles se sentiram no direito de querer. E eu realmente não pude. Lamentei muito porque de um jeito ou de outro seria uma reverência que a gente ia fazer a Deus.

Há situações que, pra quem não conhece ou pra quem tem medo, são meio interessantes, manifestações de Erês, por exemplo…

Erê é uma coisa, Erê é um espírito criança, então ele não tem noção da malícia, ele não tem noção do que é teu, do que pode pegar, o que não é pra pegar, se é sujo, se é limpo. Como eu disse há pouco, na África tudo é aproveitado, aquilo que você joga porque não presta, o Erê olha, como ele veio da África, ele vai com certeza perceber que aquilo que está sendo jogado fora ainda é aproveitável. Acontece que tem muito Pai de Santo que acredita que Filho de Santo é escravo, que Erê é escravo; já vi ocasiões de Pai de Santo colocar o Erê pra lavar roupa o dia inteiro, arrumar casa. O que os Erês fazem? Eles fogem mesmo, vão procurar comida, vão brincar…

As ciências, principalmente as que tratam da mente, tem por hábito querer iluminar tudo. Aquilo que ela não compreende, ela coloca como um “mal”, e que por isso deve ser controlado por ela. Já houve algum conflito com as instituições da psicologia, da psiquiatria?

É verdade, é bem típico, mas que eu saiba não, porque o Erê é criança, mas ele é muito esperto, como as crianças, se ele vê que vai acontecer uma coisa dessas, ele vai embora, ele deixa o filho dele purinho. Ou então o Orixá vem, manda o Erê embora e vai embora também, livrando assim a pessoa, o filho. O Erê tem uma sabedoria muito grande, ele não vai por hipótese alguma deixar qualquer coisa de ruim acontecer com a pessoa que ele está em cima. Tem muitas coisas que a ciência vai ficar sem explicação mesmo.

Existem casos de uma pessoa procurar uma entidade pra fazer um tipo de serviço e ela se negar a fazer o serviço?

Existem bastante. Na minha casa vai muita gente querer matar os outros. E às vezes a entidade dá um conselho totalmente ao contrário e a pessoa até vem a se aborrecer. Aparecem muitas pessoas querendo fazer maldade pros outros, querendo se vingar ou coisa parecida. Dependendo do caso, a entidade tenta amenizar…

Agora se entidade perceber se a pessoa está certa…

Aí ela faz mesmo. Mas na maioria dos casos a entidade aconselha mais a pessoa a desistir mesmo desse intento, tirar o rancor do coração.

No caso de políticos corruptos que requisitam Pais de Santo, se eles prejudicam a comunidade com suas ações, as entidades têm uma postura em relação a questões como essas?

Não. Tudo o que você faz, volta pra você. Se você é um político e quer ganhar a eleição, seus caminhos estão fechados para aquela situação, você vai lá com a entidade, ela passa um remédio, você paga o Pai de Santo pra fazer, ele faz e pronto. Você ganha a política. Daí a você ser corrupto, não é culpa da entidade. A entidade ajudou a abrir seus caminhos. O que você vai fazer dos seus caminhos abertos já é um problema seu. É isso que as pessoas às vezes não compreendem, não sabem ver até onde vai o caminho. Quando você procurou essa determinada entidade, esse determinado Pai de Santo, seus caminhos estavam fechados, então você fez as oferendas, tomou os banhos, a negatividade foi tirada de seu corpo, aí você ficou apto a seguir aquele caminho, você conseguiu, ganhou a eleição, daí pra lá, o Pai de Santo, a entidade teve o elo cortado, daí pra lá ele vai seguir sozinho, o que você vai fazer com esse cargo que você ganhou, aí só você vai saber, se você vai fazer corrupção ou coisa parecida, o Pai de Santo não tem culpa, o Caboco não tem culpa, o Exu e ninguém mais. Só você pode assumir a culpa. Com toda certeza, depois que ele ganhou ele some. Tem muitas e muitas pessoas que requisitam, prometem, prometem, prometem, o Pai de Santo cai na besteira de ajudar com o intuito de ganhar alguma coisa mais tarde, mas não ganha nada, depois que ele ganha, ele fica tão importante, que ele não pisa mais na tua casa, não atende mais teu telefone nem liga pra ti. Aí só vai se lembrar de ti de novo quando ele cair, quando a corrupção dele vier à tona, quando a Polícia Federal pegar ele, aí é que ele vai se lembrar do Pai de Santo que ajudou ele ou ele vai procurar outro…

I iNDA TEM FRANCÊS QUi DiZ QUi A GENTi NUM SEMO SERO

franceses

@ A MOODY ‘S INVESTORS SERVICE, fundada em 1900 por John Moody (1868-1958), é uma empresa internacional prevedora de ratings de crédito, pesquisa e análise de risco do mundo, cujas estudos auxiliam os investidores a aplicarem com confiança seus capitais nos mercados econômicos. Para ela, de acordo com sua pesquisa publicada quinta-feira, o Brasil elevou seu rating de credibilidade no mercado internacional, ficando apenas a um nível dos grandes investimentos. Fato que governos passados, principalmente o governo FHC, nem de longe se aproximaram. Este resultado positivo vem se juntar aos resultados de outras grandes empresas de pesquisas de investimentos que afirmam ser o Brasil um país seguro para investimentos. E dois fatores aparecem para sustentar esta crença: a estabilidade e o crescimento econômico e a melhora das condições de vida da maior parte da população. E inda tem francês…

@ “ESTAS PESQUISAS ERRAM”, disse, não escondendo a inveja e o despeito, a serva-mor da Globo, a jornalista sofrível Míriam Leitão, subserviente durante oito anos à economia do governo FHC. Até que ela tem uma nesga de razão: pesquisas podem errar. Até serem manipuladas, como faz o governador de São Paulo, Serra (a quem ela adora), em alguns setores do estado. O que é difícil é uma pesquisa errar quando o comportamento econômico e social da maior parte da população mudou para melhor, mostrando-se em sua visibilidade como acontece até na classe média descansada e a elite. Mesmo tratando-se de uma empresa de pesquisa capitalista. E ainda mais em um neoliberalismo globalizado com uma economia de mercado que basta o pulo de uma pulga na China para atingir a mercearia do português da esquina. E inda tem francês…

@ O CONTÁGIO DEPRESSIVO CADA VEZ MAIS torna-se visível na mídia seqüelada quando uma realidade boa se atualiza no governo Lula. Como nos sentimos impotentes por não sermos noradrenalina, serotonina e dopomina para levarmos ao afeto de alegria Boris Casoy, Mitre, Joelmir Beting, Míriam Leitão, Noblat, Mainardi, o casal Bonner-Simpson, Lúcia Hipólito, Carlos Nascimento, Jô Soares, Arnaldo Jabor, Eli Kamel, Lilian Wite, Merval, Carlos Chagas, Eliane Catanhêde…, já que o ódio, a inveja, a perfídia que fazem pulsar seus corações tiranizados não fazem pulsar nossos corações democratas. Agora, envolvidos no manto do cruel desespero esperançoso, se apegam ao julgamento do alcunhado mensalão. Quanto a esta esperança, o filósofo holandês Spinoza diria que ela afirma a verdadeira idéia de esperança: existir preso a uma paixão triste produzida pelas afecções medo e ansiedade. E inda tem francês…

@ AMOR ESTRANHO AMOR, filme de Walter Hugo Khouri, que se tomava como o Ingmar Bergman dos trópicos, onde Xuxa contracenou, em 82, com o ator de 12 anos, Marcelo Ribeiro. Ela é agora a bola da vez da mídia canalha. Como o garoto de 12 anos hoje carrega seus 38 e faz filme pornô, as canalhas viram na rainha dos baixinhos/epígonos (que nasceram com os cabelos brancos), que elas promoveram ao universo da sedução alienadora, a grande oportunidade de faturar em cima de um nome/imagem crepuscular. A seqüelada Folha de São Paulo fez entrevista com o aproveitador pornofílmico, escreveu sobre os recursos jurídicos que a Globotarizada/Globotarizante impetrou para proibir a veiculação do filme na internet, entrevistou a garota da Playboy, a beata Mara Maravilha para falar sobre o assunto, e continua na sua pauta do lucro a qualquer preço. As outras seqüeladas, também parceiras conspiradoras da Globo, não querem nem saber de solidariedade com a família Marinho/Kamel. Na hora do capital é “cada um por si e Deus contra todos”, como diz Herzog. A sordidez é tamanha que a Folha está mostrando uma entrevista com Heloísa Helena do PSOL, onde cai um dente seu. O próprio do jornalismo fascista, que tenta denegrir as pessoas usando todos os sinais culturais que acredita fazerem a população rejeitar pessoas que não estejam inclusas no conceito de harmonia e beleza. Pelo menos sobra para Heloísa Helena a certeza de ter dente para mostrar, ao contrário da mídia cretina, que nem dentadura possui para poder morder sua pustulência e cuspi-la. E inda tem francês…

@ UMA SEMANA COMPLICADA PARA A ELITE GOLPISTA E CANSADA. Uma série de notícias mostram que o Brasil nem de longe será atingido pela implosão da bolha imobiliária norte-americana. E a economia, no seu aspecto capilar, o que atinge uma grande parte de pessoas e distribui a riqueza produzida, continua melhorando. Primeiro, o SEBRAE divulgou que o índice de permanência no mercado das micro e pequenas empresas aumentou de 50,6% em 2002 para 78% em 2006. Isso significa mais empregos formais e uma maior movimentação da economia. Depois, a agência internacional Moody´s avaliou o Brasil, mesmo com a suposta crise internacional, e aumentou sua nota, ficando o país a um ponto do nível do grau de investimento. Os dólares continuam saindo dos países atingidos pela bolha, mas no Brasil eles continuam entrando e fortalecendo as reservas internacionais. E pra completar, a Latin Panel, empresa que trabalha com perfis de consumidores na América Latina, divulgou pesquisa onde mostra o aumento do consumo na classe C, que passou a consumir mais iogurte, sucos, alimentos à base de soja e sopas instantâneas, produtos que não são considerados essenciais, o que demonstra o aumento do poder aquisitivo desta faixa econômica da população. Desta vez a culpa é realmente do Lula! E inda tem francês…

@ HUGO CHÁVEZ E EL DIÉZ MARADONA, como dois democratas intensivos que são, estiveram juntos no programa de televisão do presidente venezuelano. Como amigos, discutiram sobre os ataques que as relações entre os dois países vêm sofrendo das imprensas nacionais e internacionais. Chávez deixou claro que não há, nas relações entre Venezuela e Argentina, a imposição de um modo de ser que submeta um ao outro, e que os dois governos dialogam juntos sobre os rumos da política na AL. Relação impensável dentro de um contexto econômico capitalista? Talvez para os burocratas norte-americanos ou anglo-europeus. Não para quem acredita na amizade intensiva e num outro modo de existir, que não o da dominação decadente. E inda tem francês…

@ E FALANDO NA PÁTRIA ALVICELESTE DO MELHOR FUTEBOL, porque belo e não ressentido, em disputa pelo cargo de governador da província de La Rioja, o ex-presidente Carlos Menem, amigo de FHC e um dos responsáveis pela maior crise econômica enfrentada por um país nos últimos 50 anos, resultado da política privatista e neoliberal, ficou em terceiro lugar, com 22% dos votos. Embora a capital Buenos Aires tenha eleito o neoliberal Mauricio Macri como prefeito, o restante do país parece querer manter bem longe o ar viciado da máfia que empobreceu um dos mais ricos países do mundo em pouco mais de uma década. Tanto que deve eleger, em outubro, Cristina Fernández para presidente. Quem sabe, após este retumbante fracasso nas urnas do neoliberalismo norte-americano, o representante nacional-mor, FHC, resolva tentar salvar a categoria e se candidatar. Mas que lembre que outro tucano, bem mais ao norte, quando também tentou o governo, não conseguiu votos sequer para se eleger deputado estadual. E inda tem francês…

@ EUA, O PAÍS QUE SE AUTO-ENTITULA “A MAIOR DEMOCRACIA DO MUNDO”, dão mais uma prova da sua estreiteza perceptiva e da submissão à moral decadente e cultuadora da dor como modo ilusório de existir. Alberto Gonzáles, advogado e promotor indicado por Bush, e o responsável pela redação das leis americanas anti-terrorismo, que permitiram dentre outras ofensas aos direitos humanos a tortura, a delação e a espionagem de Estado para qualquer cidadão, agora pretende diminuir o tempo médio dos processos de execução penal. Segundo a lei, que foi aprovada junto com o pacote de medidas anti-terror, os condenados à morte que optarem por advogados indicados pelo Estado, terão somente seis meses de prazo de apelação da sentença, e o juiz, apenas 18 meses para determinar a pena final. As apelações ou inclusões de provas, dispositivos essenciais aos processos, e que já salvaram muitas vidas, foram, com esta nova lei, restringidas. Antes, nenhum destes processos tinha tempo estipulado para ocorrer. Em um país com 3350 condenados à morte, a maioria deles pobre, sem condições de contratar advogados particulares, mais do que tempo, com esta medida se pretende economizar dinheiro com a aceleração dos processos. E inda tem francês…

@ E NESTA SEGUNDA-FEIRA, DIA DO PSICÓLOGO, acontecem as eleições nacionais e regionais para os conselhos. No Amazonas, o CRP é uma sub-seção do conselho regional 01, o de Brasília. Nas questões regionais que envolvem a Psicologia, seja na discussão dos direitos, da inclusão no mercado de trabalho, nos trabalhos desenvolvidos e que não têm relevância social e comunitária para a cidade, o CRP tem sido sempre omisso. Não se vê o conselho como uma entidade que tenha representatividade ou potência política para promover discussões de modo a colocar no plano da comunalidade a importância da prática do psicólogo para uma cidade. A ausência prática de profissionais nas duas secretarias, municipal e estadual, é prova disso. A nulidade dos cursos de psicologia em relação a projetos que alcancem e promovam modificações na existência das pessoas é outra evidência desta imobilidade. Com esta eleição, a perspectiva de mudança é mínima, já que não se trata de uma mudança de nomes, mas de criar outras perspectivas, de desconstruir um entendimento individualizante que a Psicologia do século XX erigiu, em favor de um trabalho que leve em conta a potência de agir das pessoas, em comunalidade ética, para além das simplificações deste conceito. E inda tem francês…

@ O GENOCÍDIO DE DARFUR (aqui), só agora tendo intervenção da ONU, há muito que é percebido pela comunidade internacional e sentida pela população dessa região sudanesa (leia mais). Na estatística da indiferença, que começou com reivindicações de melhores condições de vida ao governo de Omar Hassan al-Bashir , contam cerca de 300 mil mortos, todos os tipos de crimes de guerra e contra a humanidade. Submissa ao veto de China e Rússia, só agora a ONU dá sinais de intervir; mas se sua ação demorar que nem sua percepção, Bush já lançou suas ameaças ao Sudão, que é rico em petróleo. De todos os aspectos, parece que mais uma vez a jogatina econômica imperial se sobrepõe à vida humana. E inda tem francês…

@ NO PIM DA ZONA FRANCA DE MANAUS, agora é a vez da Nokia, a preferida, a que teve o recorde de faturamento no ano ‘trasado’ e no ano passado, apesar da queda. A Nokia não estaria sendo franca e estaria em franca fuga para o México. A empresa desmente, mas deixa um gostinho de chantagem do amante, exigindo mudanças “a curto prazo”. Que mudanças, se as bancadas amazonenses sobrevivem na defesa da ZFM. A que chantagens o PIM submeter-se-á antes do fim? Pom! E inda tem francês…

@ PRA PERCEBER QUE A HOMOFOBIA ESTÁ EM DECADÊNCIA, no Amazonas é legalmente permitida a adoção de crianças por homossexuais; e no Supremo Tribunal de Justiça (STJ), depois de negada em duas instâncias união civil homossexual, na terceira o juiz Pádua Ribeiro votou a favor, dizendo que “só existe impossibilidade jurídica de um pedido quando há expressa proibição legal”, só que um outro juiz, dos outros dois que votariam, pediu vistas ao processo e o adiou; ainda no Brasil, são 300 eventos gays previstos só neste ano; e na Itália, hoje, vai ocorrendo o Miss Itália Trans 2007, que se realiza desde 1982; para confirmar a tese, o polêmico médico e ex-ministro italiano, Umberto Veronesi, que também é a favor da legalização de algumas drogas, a favor da eutanásia, etc, afirma que o bissexualismo predominará… É o pan-sexualismo pelo mundo! A falsa moral homofóbica há de se desmanchar toda. E inda tem francês…

@ COMO AFIRMAMOS NESSE BLOG, BOLIVARIANOS OU NÃO, todos estão com Hugo Chávez. Até o governador Eduardo Braga pediu para a ALE-AM criar uma comissão para ir falar com Chávez para atrair recursos. No meio da reunião, que ocorreu na quinta-feira, o governador conversou individualmente com os deputados sobre seus pleitos. Inquire-se: é o acordão aos moldes da Prefeitura? É legal? Aos “pleitos” poder-se-ia acrescentar a palavra “eleitorais”? É moral? Não estaria implícita a histórica subserviência do legislativo amazonense ao executivo? É legal pra quem? Com certeza, é moral. E a ética? E inda tem francês…

                        Quem foi, foi

                               Quem não foi, vai amanhã

                                        Mas será outra via

                                               E outro o carapanã…

DUAS NOTAS E ‘FINALE’ DA MESMA CANÇÃO

Nota Desafinada

Primeira notaMi. O prefeito Serafim talvez pretendesse ser engraçado quando disse que o cognominado “quarteto” — os vereadores Paulo de’Carli (PDT), o ex-vereador Plínio Valério, e os deputados federais Sabino Castelo Branco (PTB) e Carlos Souza (PP) — estão mais para “catadores de sabonete” do que para “quarteto fantástico”. A expressão, muito usada nos microfascismos cotidianos (Foucault), refere-se principalmente à posição de relação homossexual passiva. Os quatro aproveitaram para se defender moralmente, mas não analisaram propriamente a forma da homofobia concernente ao enunciado do prefeito. O que não carrega humor algum.

Segunda nota. Os quatro, que se presumem prefeituráveis, talvez tenham aproveitado em favor de suas visibilidades. Mas ao defenderem sua moral familiar, sua masculinidade, sua honra e reputação, apenas aumentaram a homofobia, catexisando (Freud) o preconceito e deslocando cada vez mais a espiral do enunciado de violência (Deleuze/Guattri). E quando o prefeito, agora em sua defesa, diz que apenas repetiu a expressão que D’Carli já havia dito em jornal, aumenta mais ainda o preconceito, a homofobia, tanto mais que todo enunciado de violência está ligado a outros até a totalidade…

Grand FinaleSol. Enquanto todas as estatísticas vão colocando 2007 como o ano de todos os recordes das conquistas GLBT, a contenda vazia dos iguais vai demonstrando que estas conquistas não vieram do poder constituído, mas da potência democrática das minorias excluídas que vão amolecendo os corpos rígidos dos machistas ressentidos. Que diagnóstico teceria Freud diante destes enunciados dos iguais? Que dirá Bruna La Close? Dirá que o sol é para todos e o mundo é gay? Se rir e disser, aí sim, será humor, política, liberdade…

PONTOS DO BURACO NEGRO

Buraco Negro em Esquizo-Análise é um sistema que captura corpos para se alimentar

Buraco Negro

O Amazonas é o estado brasileiro com o maior índice de casos de malária.

Câmara Municipal é usada para cerimônia de filiação partidária de vereador.

Vereador infiel, no quarto troca-troca em 3 anos de mandato, torna-se bombeiro do prefeito.

Vereador usa imagem de santa em discurso de filiação.

Prefeito se aproxima a Deus e reconhece vereador como verdadeiro cristão.

Imaturidade sexual revela homofobia de políticos.

Chuvas exibem Poseidon nas ruas de Manaus.

Marketing busca ocultar a realidade das escolas em Manaus.

Vai mal o social, o mental, mas ao ambiental todos fazem contas, e vai muito mal.

Esquece-se que boa alimentação depende do bom salário, do bom emprego…

Na terra do acordão, secretários a explicar deficiências de secretarias.

Assistência social é trampolim para candidato nanico amigo de secretário.

Cortar o Buraco Negro só a Linha-Devir-Potência…

A CPI QUE FOI MAS NÃO FOI

Não há dúvidas de que a prefeitura na gestão Serafim continuou, e até aprofundou as relações íntimas entre governo e proprietários das empresas de transporte, que se arrastavam por governos anteriores. Depois da prisão dos “baderneiros”, da tentativa de uso eleitoral da manifestação dos trabalhadores do transporte coletivo, agora a manobra ocorreu no sentido de evitar a abertura de uma CPI na câmara municipal para investigar se as empresas realmente não respeitam os direitos trabalhistas de seus funcionários.

Talvez acreditando que seria uma assinatura “boa de votos”, alguns governistas canetaram o abaixo-assinado promovido pelo vereador-intensivo Waldemir José (PT), dando margem numérica para a abertura da CPI. No entanto, menos de 24h depois, e após consulta ao presidente da IMTU, Marcelo Ramos (comunista, como o secretário da SEPROR, Eronildo), os mesmos vereadores recuaram e retiraram suas assinaturas. Dentre eles, estão: Tatá (PSDC), Mirtes Sales (PP), Glória Carrate (PMN), Paulo Nasser (PSC), Irailton Sena (PSB) e Lúcia “comunista como o Eronildo” Antony (PC do B).

Waldemir, que continua mostrando que é exceção na CMM, argumentou que os vereadores não tem capacidade de se indignar. Tem razão, a indignação só é possível àqueles que diante da dor conseguem conceber um mundo onde ela não seja necessária, e para isso é preciso sair do ressentimento. Coisa que os vereadores não conseguem, ou não suportam, já que, como eficientes apassivados pela subjetividade do Estado Capitalístico, precisam cultuar a dor para manter a ilusão da existência.

A POTÊNCIA SOCIALISTA/DEMOCRÁTICA HUGO CHÁVEZ

Hugo Chávez

Para a grande maioria dos venezuelanos foi quem tirou o país da neocolonização imperial americana e arrefeceu as forças das oligarquias internas. Foi odiado por isso pelas classes altas e pela mídia, que lhe aplicaram o golpe de estado, mas que foram logo golpeadas pela multidão. E daí, com suas intenções humanistas e a autenticidade de sua palavra, ele resolveu utilizar o petróleo venezuelano não só para um progresso egoísta da Venezuela, mas também para auxiliar Bolívia, México, Cuba, Costa Rica, Colômbia, Equador, Peru, além de negociar com o Irã, Alemanha, Rússia… Como se vê, sem distinções, bolivarianos ou não. Alguns doutores chegados a lugar comum o chamam de “o fenômeno Chávez”; outros, mais afeitos à superstição, acreditam ser o diabo que veio para se unir ao diabo velho, Fidel. Mas ele a usar da palavra para conclamar o povo, como Bolívar, e para deprecar os inimigos como só o Cristo de Mateus sabia fazer. Já chamou o presidente da Coca-Cola, Fox, de “cachorro do imperialismo” e ao tibiesco congresso brasileiro de “papagaios dos americanos”. E assim, com inteligência e ação, em sua singularidade, Hugo Chávez foi se tornando sujeito de enunciação (Deleuze/Guattari) das mudanças possíveis hoje na América Latina e outras partes do mundo. Em outro contexto, com uma disposição de Che Guevara. E por isso quase todo dia temos notícias nas mídias internacionais sobre ele. Só esta semana, começou segunda-feira, quando foi preciso ele afirmar que Fidel não havia morrido, como estava sendo disseminado em ruminações virtuais agourentas, que nada tem de reais. Também na segunda, ele se ofereceu para intermediar junto a Marulanda, o líder das Farc, e o presidente, Uribe, um acordo para “desbloquear o jogo bloqueado” sobre os reféns colombianos nas mãos dos guerrilheiros, que exigem a libertação de outros guerrilheiros presos. E também esta semana, chega da portentosa Grã-Bretanha, que em cumprimento a uma doação de US$ 32 milhões que a PDVSA fez a prefeitura de Londres, serão distribuídas a partir desta semana carteiras com as quais os pobres da capital inglesa pagarão apenas a metade da passagem, enquanto os ingleses auxiliarão tecnicamente a melhorar o transporte coletivo de Caracas. Certos ressentidos ingleses o criticaram, a oposição venezuelana também, assim como criticaram quando ele vendeu gasolina com 40% de desconto para o aquecimento de pobres do próprio arqui-inimigo, Estados Unidos, mas também na mesma cota para o Irã. E fazem a lista, que por sinal tem o Brasil como o quarto país em volume dessas doações. Para a economia globalitária, que não vê outra forma de negociação que não seja através da chantagem, do lucro, da exploração, da formação da riqueza de uns privilegiados sobre nações inteiras, é estranho; para seus chefes de estado ambiciosos e ressentidos, é insuportável. Mas para todos que se apresentam como sujeitos da práxis e da linguagem (Hannah Arendt), a potência democrática de Chávez se apresenta como uma possibilidade de um socialismo real. Sem populismo, sem messianismo, como constatou o australiano John Pilger, pelas palavras de Mavis Mendez, de 95 anos, em esclarecedor artigo no site resistir.info.

“Não contávamos para nada no sentido humano. Vivíamos e morríamos sem uma verdadeira escola e sem água corrente, e sem comida que não podíamos comprar. Quando adoecíamos, os mais fracos morriam. No leste da cidade, onde estão as mansões, éramos invisíveis ou éramos temidos. Agora já sei ler e escrever o meu nome e, como eu, muito mais gente; e seja o que for que os ricos, e os seus media digam, plantamos as sementes duma verdadeira democracia, e sinto-me muito contente por ter vivido para assistir a isto.”


USAR O CONTROLE REMOTO É UM ATO DEMOCRÁTICO!

EXPERIMENTE CONTRA A TV GLOBO! Você sabe que um canal de televisão não é uma empresa privada. É uma concessão pública concedida pelo governo federal com tempo determinado de uso. Como meio de comunicação, em uma democracia, tem como compromisso estimular a educação, as artes e o entretenimento como seu conteúdo. O que o torna socialmente um serviço público e eticamente uma disciplina cívica. Sendo assim, é um forte instrumento de realização continua da democracia. Mas nem todo canal de televisão tem esse sentido democrático da comunicação. A TV Globo (TVG), por exemplo. Ela, além de manter um monopólio midiático no Brasil, e abocanhar a maior fatia da publicidade oficial, conspira perigosamente contra a democracia, principalmente, tentando atingir maleficamente os governos populares. Notadamente em seu JN. Isso tudo, amparada por uma grade de programação que é um verdadeiro atentado as faculdades sensorial e cognitiva dos telespectadores. Para quem duvida, basta apenas observar a sua maldição dos três Fs dominical: Futebol, Faustão e Fantástico. Um escravagismo-televisivo- depressivo que só é tratado com o controle remoto transfigurador. Se você conhece essa proposição-comunicacional desdobre-a com outros. Porque mudanças só ocorrem como potência coletiva, como disse o filósofo Spinoza.

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CAMPANHA AFINADA CONTRA O

VIRTUALIZAÇÕES DESEJANTES DA AFIN

Este é um espaço virtual (virtus=potência) criado pela Associação Filosofia Itinerante, que atua desde 2001 na cidade de Manaus-Am, e, a partir da Inteligência Coletiva das pessoas e dos dizeres de filósofos como Epicuro, Lucrécio, Spinoza, Marx, Nietzsche, Bergson, Félix Guattari, Gilles Deleuze, Clément Rosset, Michael Hardt, Antônio Negri..., agencia trabalhos filosóficos-políticos- estéticos na tentativa de uma construção prática de cidadania e da realização da potência ativa dos corpos no mundo. Agora, com este blog, lança uma alternativa de encontro para discussões sociais, éticas, educacionais e outros temas que dizem respeito à comunidade de Manaus e outros espaços por onde passa em movimento intensivo o cometa errante da AFIN.

"Um filósofo: é um homem que experimenta, vê, ouve, suspeita, espera e sonha constantemente coisas extraordinárias; que é atingido pelos próprios pensamentos como se eles viessem de fora, de cima e de baixo, como por uma espécie de acontecimentos e de faíscas de que só ele pode ser alvo; que é talvez, ele próprio, uma trovoada prenhe de relâmpagos novos; um homem fatal, em torno do qual sempre ribomba e rola e rebenta e se passam coisas inquietantes” (Friedrich Nietzsche).

Daí que um filósofo não é necessariamente alguém que cursou uma faculdade de filosofia. Pode até ser. Mas um filósofo é alguém que em seus percursos carrega devires alegres que aumentam a potência democrática de agir.

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