No Amazonas, o nome mais conhecido, não só por sua função política, é Lula. O nome Lula transcende ao significado histórico/político/social. É um nome que é referido até pelos mais alienados habitantes do Amazonas. Aqueles que nada sabem do envolvimento de Lula no processual construtor de novas formas de existências no Brasil. Lula, para esses, é o Lula que muitos falam. O Lula brasileiro que se fez enunciação nacional.
Mas há no Amazonas outro nome que é também, hoje, muito conhecido, chegando próximo ao de Lula. Dilma. Dilma, por seu envolvimento e sua participação produtiva no governo de Lula, e agora sua candidata, passou a ser, também, enunciação nacional. E, no caso específico do Amazonas, um nome mais enunciado em todos os territórios onde se cogita a política brasileira.
Nesse caso, Lula e Dilma, no Amazonas são dois nomes cujos significantes e significados conjuminam-se, tornando-se uma única significação: a enunciação democrática. A enunciação democrática que, tanto aqueles que lhes são próximos como aqueles que não são, pretendem aproximação.
Nessas eleições, por força das coligações, surgiu um fato politicamente perverso. Como o governo federal tem alianças com vários partidos, e como no Amazonas tem dois candidatos ao cargo de governador de partidos aliados do governo federal, os dois candidatos procuram estreitar – mesmo em ficção – aproximações com os nomes de Lula e Dilma. Só aproximações, visto que nenhuma das duas coligações carrega qualquer código ontológico que possa relacioná-los a Lula e Dilma. Lula por seu engajamento de operário que mudou o conceito de ser trabalhador, e por sua produção como governante do Brasil, e Dilma por sua intrepidez na luta contra a ditadura, sua ternura e inteligência.
Dessa forma, fica entendido que só na ordem da ficção os candidatos como Omar, Eduardo Braga, Vanessa – os principais da coligação – podem relacionar os nomes de Lula e Dilma às suas proposições de candidatos retrógrados. Suas aproximações políticas com Lula e Dilma são tão estreitas como a do deputado federal, que usa a televisão para explorar a miséria do povo, Sabino, que tem também em sua propaganda a imagem de Dilma. Da mesma forma que outros candidatos que têm programas de TV com temas exploradores da miséria popular. O que, pelo que se sabe das biografias de Lula e Dilma, jamais seriam coniventes com essa forma perversa de conseguir uma eleição. Como também não seriam coniventes com falsos pastores de igrejas que usam os falsos entendimentos do que venha a ser religião para conseguirem ser eleitos em nome de seus evangelhos, também usando a imagem de Dilma.
A tentativa de vincular os nomes de Lula e Dilma a candidaturas que fogem aos princípios dos dois fica mais realçada quando se vê o nome de Omar junto ao de Dilma no mostrador dos candidatos majoritários, e quando se vê sua imagem em fotos junto com Lula em eventos desvinculados de campanha eleitoral, o contrário das imagens em que seu adversário, Alfredo, aparece com Lula e Dilma, sendo apresentado pelos dois como seus candidatos ao governo do Amazonas. No caso de Omar, um oportunismo inaceitável em democracia. E, no caso de Alfredo, o uso das imagens com o único fim de ganhar votos. Também inaceitável na democracia.
Omar usa a imagem de Lula mesmo sabendo que o candidato de Lula e Dilma é Alfredo, provavelmente com objetivo de confundir o eleitor para que ele acredite que Lula e Dilma estão com ele. Alfredo usa as imagens de Lula e Dilma para afirmar ao eleitor que ele é que é o candidato dos dois. Recursos eleitorais dos dois que certamente não interessam a Dilma, visto que ela sabe que quem ganhar dos dois – como aconteceu com a administração de Lula – quem vai governar o Amazonas é ela. Exemplo ela já tem com Lula.
Quem governou o estado do Amazonas durante esses mais de sete anos foi o Lula. Todas as políticas sociais que beneficiam o povo amazonense saíram das ações do governo federal.
Como disse um ex-político amazonense: “Governar o Amazonas tendo o Lula como presidente do Brasil é uma moleza. Qualquer um governa. Queria ver era governar o Amazonas no tempo em que o presidente era o Fernando Henrique.”
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