Mais um ataque homofóbico na Paulista
Novas ocorrências de um velho crime. Somente de novembro para cá, três meses, o crime ocorrido na região da Avenida Paulista na semana passada foi o quinto registrado com motivação homofóbica. A narrativa é a prova mais uma vez da estupidez e do despreparo do Estado para lidar com a homofobia.
Na última terça-feira (25), aniversário de São Paulo, portanto, feriado na maior metrópole do Brasil, um rapaz de 27 anos, doutorando da USP, caminhava calmamente com um amigo na rua Peixoto Gomide, quando quase na esquina com a Frei Caneca foram atacados por um grupo homofóbico. O rapaz em questão foi ferido num dos olhos com uma garrafa, enquanto o outro levou um murro no peito. Eles correram até um posto de gasolina, mas os funcionários lhes negaram ajuda, não lhes arranjando sequer água para lavar o ferimento. Em seguida ligaram para a polícia, mas o serviço de telefonia não estava funcionando. Então eles seguiram para uma base móvel da Polícia Militar na Paulista, mas os policiais fizeram pouco caso, não mandando sequer averiguar a presença do grupo homofóbico. “Pelo jeito, pensaram que tinha sido uma briga de balada”, queixou-se o estudante.
Dali eles foram a um hospital, onde o estudante ferido recebeu um curativo. À tarde ele se dirigiu a uma delegacia, o 4º Distrito Policial, próximo do local da agressão, mas foi apenas orientado a ir à Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que, para variar, não estava funcionando no feriado. Acabou que o Boletim de Ocorrência só foi lavrado na quinta-feira (27), quando o estudante compareceu ao Decradi já acompanhado com o advogado Paulo Mariante, militante do Grupo Identidade, ONG com sede em Campinas que luta pela diversidade sexual. O amigo que recebeu o soco no peito fez um BO simples pela internet.

O ferimento no olho do estudante não trouxe danos à visão. Ele é homossexual assumido, inclusive é casado na Alemanha – país que permite oficialmente a união homoafetiva -, onde está seu marido. Ele não tem dúvida que o ataque foi de motivação homofóbica, principalmente que suas roupas e a entonação de sua voz deixam sua orientação sexual, segundo ele, à mostra. Também o outro rapaz notou que o ataque partiu de um grupo de mais ou menos dez rapazes, podendo observar ele que um deles tinha a cabeça, outro tinha uma tatuagem e todos estavam vestindo de preto, indicando que se devia tratar de um grupo de skinheads.
Devido à omissão da polícia, o advogado Mariante vai entrar com uma representação na Ouvidoria de Polícia do Estado de São Paulo. Segundo a Decradi, a investigação está ocorrendo e ainda não pode confirmar se foi realmente um crime homofóbico. Já o estudante diz que está movendo uma ação não apenas por motivo particular. “Não sei se isso é estimulado por comportamento familiar, programas na TV… Não sei interpretar o que acontece na cabeça da pessoa para ter um comportamento desse tipo”, afirma ele.
Ativista Rafaelly Wiest diz que que travestis e transexuais ainda precisam lutar muito pelos direitos básicos
No Brasil, que, segundo a revista Lado A, tem cerca de 50 mil travestis e 2 mil transexuais – 90% vivendo como profissionais do sexo -, a maioria dessa imensa comunidade ainda vive estigmatizada e na exclusão dos direitos fundamentais básicos. É isso que observa a ativista Rafaelly Wiest, integrante da diretoria da ABGLT (Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais) e da Antra (Articulação Nacional de Travestis, Transexuais e Tranagêneros), em entrevista exclusiva a Fabio Serrato, da Agência de Notícias da Aids, realizada ontem (29), Dia Nacional da Visibilidade das Travestis. Confira…
Rafaelly Wiest e Lula
Agência Aids: Quais são as principais demandas do público trans?
Rafaelly: Respeito e inclusão na sociedade. Isso está relacionado aos direitos básicos que toda pessoa deve ter, como a acesso à saúde, educação, cultura e ao emprego. Outra demanda importante é o reconhecimento do nome social.
Agência Aids: Como está nacionalmente o reconhecimento do nome?
Rafaelly: Incentivados pelo Ministério da Saúde, 14 Estados possuem portarias que nos dão esse direito em alguns âmbitos públicos. É um avanço.
Agência Aids: O que falta em relação à saúde?
Rafaelly: Acesso integral. O movimento social teve importantes conquistas na área de HIV e aids, e isso é muito importante. Porém, hoje falamos não só em combate a doenças, mas sim em promoção da saúde. É importante termos atendimento integral desde a atenção básica.
Agência Aids: Como é o mercado de trabalho para o público trans?
Rafaelly: Este ano o acesso ao emprego e à geração de renda será foco das nossas ações. Existem travestis e transexuais com graduação, mestrado e doutorado. Mas, os empregadores têm preconceito em oferecer oportunidades para travestis e transexuais.
Agência Aids: Muitos são obrigados a se prostituir?
Rafaelly: Há duas questões: existem aqueles que querem se prostituir – e nós respeitamos essa escolha – e há quem se prostitui porque não consegue outra forma de renda. Como um travesti ou transexual vai ter boa formação se geralmente é expulso da escola quando começa a expressar a sexualidade?
Agência Aids: A instituição do Dia da Visibilidade Trans está contribuindo para a mobilização do segmento e conquista de direitos?
Rafaelly: A cada ano a mobilização é maior. Conseguimos, por exemplo, que o Ministério da Saúde implantasse a Política Nacional de Saúde Integral de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais, em maio do ano passado. Agora precisamos fazer com que essa política seja colocada em prática.
Pela primeira vez, o Big Brother Brasil teve uma participante transexual e isso foi destaque em várias mídias. O que você acha dessa visibilidade?
Rafaelly: Uma dessas repercussões foi uma reportagem do Fantástico. Foi muito boa, pois mostrou diferentes histórias de transexuais. É importante não padronizar comportamentos porque toda pessoa, seja trans ou não, tem suas especificidades.
Beijo lésbico no BBB da Globo, nada a ver…
Não. Este bloguinho intempestivo jamais suportaria um milésimo de segundo de qualquer programa da Rede Globo, quanto mais do Big Brother. As análises que este bloguinho faz, neste caso, são a partir das informações de outros sítios. As notícias que repercutiram sobre o Big Brother Brasil 11 são de que as edições do alienado/alienante programa estão cortando ou minimizando ao mínimo os beijos gays ocorridos no reality show.
É sabido até dos minerais, como diria o jornalista filósofo Mino Carta, que os gays foram colocados no suprassumo da inutilidade da televisão brasileira, assim como nas novelas, devido à queda vertiginosa da audiência. Ao contrário, no passado, o BBB10, quem se sobressaiu foi justamente um psicopata homofóbico, como demonstramos aqui neste bloguinho.

No BBB11, com todas as programações da Globo despencando mais ainda, a casa hiperreal foi preenchida por homossexuais. Mas nada de Mundo Gay. Como tudo ali, só alucinação e vazio. Assim, a Globo, homofobicamente, transformou, segundo sítios ligados às causas homossexuais, um beijo de língua entre duas participantes lésbicas em apenas um inocente selinho.
Mas não tem jeito. Em sua decadência, logo a Globo terá que colocar sem edição um beijo gay daqueles de ‘arrancar o chaboque’, como se diz em linguagem popular. Será apenas uma tentativa de mostrar o real mais real do que o real. Mas não vai conseguir, uma vez que a Globo só mostra simulações e estereótipos. Como a Globo está no mais baixo grau de inteligência, para alguém ser selecionado para uma de suas programações tem que estar em composição com ela. Daí que desse encontro só pode resultar violência, banalidade, venalidade, preconceito e entorpecimento da sensibilidade. Daí não ser possível no BBB existir beijo gay.
Como este bloguinho, em sua intempestividade, não assiste sequer uma fagulha de flash sucessivo globólico, oxalá um dia este bloguinho não encontrará em nenhum sítio da comunidade LGBT nenhuma alusão sobre o Big Brother. O Mundo Gay só existe para além e aquém do Big Brother. Globo e você, nada a ver…
Rio, o melhor destino gay do mundo. Não do Mundo Gay…
O jovem Douglas, baleado por um militar do Exército depois da passeata do Orgulho Gay, em Ipanema, ocorrida em novembro (Foto: Uanderson Fernandes / Agência O Dia)
O Rio de Janeiro foi eleito em 2009 pelo site TripOutTravel e pelo canal americano Logo, da MTV, o melhor destino gay do mundo. Mas segundo um levantamento inédito feito entre julho de 2009 e novembro de 2010 pelo Programa Rio Sem Homofobia a prática não se coaduna com essa imagem.
São 48 ocorrência de crimes com motivação homofóbica por mês. “Ao todo, são 776 registros. A capital lidera, com 485 casos (62,5%), e justo a Zona Sul, onde estão concentradas boates voltadas ao público LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros) e onde é promovida anualmente a Parada LGBT de Copa, está no topo do ranking.
(…) a delegacia recordista de boletins de agressão contra LGBT é a 14ª DP (Leblon). Lá estão concentrados 7% dos casos da cidade do Rio. A delegacia da Penha teve menos de um terço desse número e a de Bonsucesso, por exemplo, também não chegou à metade.”
“A Zona Sul é onde há mais lugares com diversão para o público gay. O que preocupa é que, se há grande procura nas delegacias de lá, a vítima pode estar se sentindo inibida de fazer o registro no seu bairro de origem”, disse o superintendente estadual de Direitos Individuais, Coletivos e Difuso, Claudio Nascimento.
Leia a matéria completa no Gay 1.
Silicone nos seios pode ser proibido no Brasil

Essa é uma utilidade pública que saiu na Cena G, e que pode modificar todo os sistema de plásticas no Brasil.
Segundo o sítio, “O uso de próteses de silicone nas mamas pode ser proibido no Brasil, de acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa.
Uma investigação revelou que mulheres que fizeram esse tipo de cirurgia podem ter risco maior de desenvolver um tipo raro e grave de câncer que ataca o sistema imunológico.
Se o risco for comprovado, a agência informou que vai tomar as devidas providências”.
Primeiro e único coral gay da América Latina
“Esta será a nossa resposta à violência: fazer música mais intensamente, mais lindamente, mais devotadamente do que nunca.” do que nunca.” Leonard Bernstein
Achamos que música pode ser uma ferramenta poderosa para alcançar igualdade e combater intolerância, e por isso o CCC planeja um programa ambicioso de apresentações para 2011 inclusive um show para Dia dos Namorados e um para a semana de Orgulho GLBT aqui no Rio de Janeiro (em novembro). Também temos a honra de ser convidado para cantar na abertura do Congresso Nacional de Direito Homoafetivo deste ano.
Como já dissemos, achamos que o que fazemos é muito importante para toda a comunidade GLBT e nosso país e o Ministério da Cultura do Brasil concorda conosco nisso, pois eles aprovaram nosso projeto sob o Lei Rouanet (Lei de Incentivo a Cultura). Com essa aprovação, podemos procurar ajuda financeira do setor privado e de outras fontes também.
Dinheiro é importante mas claro não podemos realizar nosso projeto para 2001 sem você. Procuramos cantores masculinos de toda estirpe e com todos os níveis de talento para cantar conosco. Alem disso, procuramos um diretor artístico/ maestro e um pianista e também outros integrantes que não estejam interessados em cantar mas que queiram participar em outras funções, pois temos um monte de trabalho nos bastidores!
Para participar no grupo, é só para visitar um ensaio. Nosso próximo ensaio será sábado, 15 de janeiro, às 17h30 no Turma OK, Rua do Resende 42, sobrado, Lapa, Rio de Janeiro. (Veja um mapa…) Esperamos ver a gente lá!
Olhando um pouco mais para frente, estamos nos preparando para fazer parte do próximo GALA Festival, um grande encontro mundial de todos os corais gays do mundo em 2012 nos Estados Unido e nosso expectativa è que possamos proporcionar para os integrantes do coral que viajarem e participarem desse evento extraordinário de despesas pagas…
Enfim, esperamos muito no ano que se inicia com a chegada de novos integrantes, novas apresentações, ajuda financeira e novos horizontes para que possamos viver os sonhos de nosso Coral de Cavalheiros Cariocas, reconhecido oficialmente como o primeiro da América Latina. Contamos com seu apoio.
Abraços!
João Carlos Desales
Coral de Cavalheiros Cariocas
+55 (21) 3264-0135
www.coraldecavalheiroscariocas.org
info@coraldecavalheiroscariocas.org
O Coral de Cavalheiros Cariocas é o primeiro e único coral gay na América Latina reconhecido pela Gay and Lesbian Association of Choruses. Não somos afiliados a nenhuma igreja. O nosso repertório vai desde o pop e a MPB à música sacra. Somos um grupo de homens gays e simpatizantes de várias idades e níveis de talento que procuram apresentar uma imagem positiva do homem gay fazendo música de alta qualidade e, ao mesmo tempo, nos divertindo.
Para que serve essa sua “realidade”?
Raso realismo, o de vocês.
O argumento da experiência reservada
…………………….é um mau argumento
reacionário.
…………………….…..Gilles Deleuze
Leitores Intempestivos