Apresentando milhares de participantes, a marcha de abertura do Fórum Social Temático (FST) 2012, mostrou com alegria e responsabilidade os variados temas que vão ser debatidos durante toda essa semana na capital do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, local onde tudo começou.
No transcurso da marcha foi possível ver manifestações claras contra a crise econômica internacional, a política de habitação, o Código Florestal, a Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, Rio+20, que ocorrerá em junho, homofobia, desemprego, violência policial, corrupção, racismo, monopólio midiático, entre outros temas. Temas todos protagonizados por sindicalistas, trabalhadores, estudantes, ambientalistas, pacifistas, funcionários públicos, artistas, donas de casa, movimentos sociais, feministas, aposentados, e outros vários.
Um grupo composto por ambientalistas marchou carregando mudas de plantas mostrando a indignação contra o Código Florestal, que segundo o diretor de Políticas Públicas da ONG SOS Mata Atlântica, Mário Mantovani, a sociedade civil não deve calar e cobrar veto da presidenta Dilma.
“Cada vez agregamos mais segmentos nessa briga, outros movimentos sociais, inclusive trabalhadores da agricultura familiar. Chega de hipocrisia, vamos denunciar toda essa chantagem que vem sendo feita pelos ruralistas contra o governo e contra a sociedade”, disse Mário.
Um dos muitos destaques da marcha foi as militantes da Marcha Mundial das Mulheres, que vestidas de lilás impunham bandeiras exigindo a descriminalização do aborto, além de outras reivindicações. Para uma das ativistas, Cláudia Prates, o movimento tem levantado outras bandeiras.
“Temos que estar presentes, porque a crise afeta primeiro as mulheres e não fomos nós quem criamos a crise. Na Rio+20, por exemplo, queremos discutir o debate da terra, da crise climática que se estabelece e empobrece cada vez mais as mulheres. São as mulheres que mais passam sede, que passam fome no mundo, por isso estamos aqui”, analisou Cláudia.
O governo federal também serviu de tema para alguns manifestantes. Coube ao partido de oposição de esquerda, PSOL, protestar contra a política do governo Dilma, e o governador do Rio Grande do Sul, Tarso Genro. Também a truculência do governo de São Paulo através da policia contra os moradores de Pinheirinhos que foram violentados em seus direitos civis e físicos, por ordem do governador Alckmin, foi lembrada pelo PSTU. Um ativista carregava uma faixa, com a frase ”Somos todos Pinheirinho”, enquanto outros distribuíam adesivos com o mesmo dizer.
A luta do Pinheirinho é uma luta da classe trabalhadora. É preciso ter repercussão nacional. Foram cometidos crimes contra o povo pobre que não tem onde morar. Queremos chamar atenção para o quanto é difícil morar no Brasil”, disse o militante do PSTU, Manuel Fernandes.
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