Arquivo para fevereiro \28\-04:00 2013

E NEM POR ISTO BAIXOU O PREÇO DO PEIXE

≈        Foi apresentado o novo plano de gestão do prefeito ultraconservador do partido paulistano PSDB, Artur Neto. No seminário “Todos Juntos por Manaus” foram estipuladas fantasiosas prioridades para uma distante melhoria da não-cidade de Manaus: recuperação financeira até março de 2014, preparação da cidade para a Copa do Mundo e que cada secretaria cumpra suas metas para atender a população. E nem por isto baixou o preço do peixe.

          O deputado Francisco Everardo Oliveira Silva (PR-SP), o Tiririca, apresentou o disco “Direto de Brasília”, o sexto de sua carreira. O álbum, contendo 13 músicas, apresenta a sua trajetória política na Câmara dos Deputados. Trecho da música “Estou no Poder”: “Eu cheguei no poder, todo mundo está vendo/ Eu cheguei no poder e agora estou podendo/ Me criticaram bastante, disseram que eu não sabia ler/ Fizeram muitas fofocas, que eu não sabia escrever/ Fiz o teste, passei e todo mundo viu/ E os que me criticaram vão para…”. E nem por isto baixou o preço do peixe.

≈              A rede social de compartilhamento de fotos Instagram alcançou a marca de 100 milhões de usuários passivos diante do espetáculo proporcionado pelas teletecnologias. O serviço contabiliza cerca de 40 milhões de fotos por dia, 8,5 mil curtidas por segundo e 1 mil comentários por segundo. E nem por isto baixou o preço do peixe.

≈              O Vaticano afirmou que o Papa Bento XVI será chamado de “papa emérito”, após sua saída das funções no papado. Ele continuará, não obstante sua saída, a usar a batina branca e levará de presente um par de sapatos artesanais marrons que ganhou em sua viagem ao México em 2012. E nem por isto baixou o preço do peixe.

≈             Mônica Melo deixará o carga, assumido há 9 anos, do Detran-AM. Após tanto tempo, ela foi exonerada nesta quarta-feira pelo governador Omar Aziz. Em seu lugar, assumirá o ultraconservador, ex-vereador e Leonel Feitoza. O tucano que brada “pelas churrascarias” sua insegurança ao dizer que é filho de desembargador, sofre com a lembrança da violência do cinturão do pai. Vai ver com o novo cargo ele sublima isto com campanhas a favor do indolor cinto de segurança. E nem por isto baixou o preço do peixe.

≈        O filho do ex-jogador Ronaldo, Ronald, de 13 anos, resolveu adentrar para o mundo do MMA. Ele assinará contrato com a marca de equipamentos e roupas de luta, Naja Extreme. O pai, que é empresário de lutadores de MMA, apoia sua decisão.  E nem por isto baixou o preço do peixe.

O SÁBIO FHC E A FÁBULA DO CONSELHO DOS RATOS

Saber é saber que se sabe! Fernando Henrique Cardoso parece insistir no fato de que sabe que não sabe. O Farol de Alexandria continua a pronunciar que “O Brasil está hoje sem rumo”, como forma de atacar os governos da presidenta Dilma Rousseff e do ex-presidente Lula. FHC parece ser o guardião de um rancor tão grande que lhe impede de poder perceber todos os benefícios que a população brasileira alcançou nos últimos 9 anos com a conjunção de distribuição de renda e desenvolvimento econômico. FHC, assim, inocula a política na “má consciência” (Nietzsche), pois faz da política a ausência de alegria e a afunda na tristeza do julgamento.

O julgamento de FHC contra Lula e Dilma se deu na noite de domingo, em Belo Horizonte, em evento do tucanato. FHC disparou seu arsenal: “o que era interferência do partido no governo passou a ser norma”.  “O governo passou a se imiscuir em tudo, cooptando organizações. O nome disso ainda é democracia , mas ela tem arranhões, sufoca o município, sufoca os Estados”. Para FHC, a Petrobras e o setor elétrico são exemplos dessa ocupação do Estado e o “desastre é imenso”. “E a isso daremos um basta elegendo um novo presidente do Brasil”.

 Contudo, para se eleger este novo presidente do Brasil, FHC, antes de afirmar a prática da privatização como necessária para colocar o Brasil novamente no caminho certo, deixou bem claro que “Quem está no governo usurpou e deturpou o nosso projeto nesse momento”, acusando de fisiologismo o que se faz no governo federal atual.

Mas nada disso foi suficiente para apagar a principal meta, declarada por FHC, do PSDB para poder ganhar as eleições de 2014: o partido dos tucanos deve se aproximar mais do povo.

Sabemos o quanto esta aproximação com o povo em nada combina com a história do PSDB. Mas FHC tem seu trunfo na manga: uma candidatura “mais dinâmica e mais jovem”. Claro que já sabemos que FHC está falando de Aécio Neves, o autor desta fala no mesmo evento: “A agenda que está hoje no Brasil é a que foi proposta lá atrás pelo PSDB com a estabilidade da moeda, com as privatizações, com a Lei de Responsabilidade Fiscal”.

Toda esta história nos leva a comparar a sabedoria de FHC para ganhar as eleições presidenciais em 2014 com a fábula do Conselho dos Ratos:

Sabe-se que em Esopo a seguinte narrativa fabulosa é contada:

Os Ratos resolveram organizar um conselho para decidir, qual seria a melhor alternativa, para que eles pudessem saber com antecedência, quando o inimigo deles, o Gato, estava por perto.

Dentre as muitas ideias apresentadas, uma delas, que logo foi aprovada por todos, considerava que, um sino deveria ser pendurado no pescoço do Gato. Assim, ao escutarem o tilintar do mesmo, todos poderiam correr a tempo para seus buracos. Além de gostaram do plano, todos ficaram extasiados com tão criativa solução.

E um velho Rato então questionou:

“Meus amigos, percebo que o plano é realmente muito bom. Mas, quem dentre nós prenderá o sino no pescoço do Gato?”

E nenhum voluntário se fez presente.

Não fosse FHC um enganador da velhice e deixasse toda a suavidade da experiência avançada lhe inundar de intrépida sabedoria, poderia ser ele o sábio velho a alertar os mais jovens tucanos que se aproximar do povo não é coisa tão fácil de fazer quanto é de falar. Mas FHC negando a sua velhice assim, parece negar sua sabedoria. Colocando por fim, todos seus camaradas de partido em perigo.

O próprio Esopo alerta: “Dizer o que deve ser feito é uma coisa, fazê-la, entretanto, é “coisa” bastante diferente”.

KIT DE EQUIPAMENTOS ELETRÔNICOS E DE INFORMÁTICA PARA A DIVULGAÇÃO DE AÇÕES (QUAIS?) DOS VEREADORES DE MANAUS

Além de contarem com uma verba de gabinete mensal de R$ 60 mil para assessoria e uma cota de R$ 14 mil para o exercício de atividades parlamentares (CEAP), cada um dos 41 vereadores de Manaus acaba de ganhar mais um benefício para auxiliar na execução de suas funções: um kit vereador; composto por uma câmera fotográfica (e filmadora), duas baterias reservas e um cartão de memória de 32 GB, bem como um computador de mesa, uma impressora, um notebook para edição de imagens, uma mochila à prova d’água e dois microfones. No total, serão 816 itens.

A 1ª licitação de 2013 da CMM está agendada para o próximo dia 13 de março, tendo sido publicada dia oito (08) do mês corrente no Diário Oficial do Município com o seguinte objetivo: “Aquisição de equipamentos eletrônicos e de informática visando atender as necessidades da Câmara Municipal.” Tais equipamentos devem ser entregues aos vereadores até o fim deste ano.

Os kits visam à produção de matérias sobre as ações dos vereadores na cidade, que serão veiculadas na TV Câmara, ainda não inaugurada na TV por assinatura. “Os funcionários dos gabinetes serão capacitados, por meio de um convênio com os professores do Departamento de Comunicação Social da UFAM, para que eles possam aprender a filmar, editar e entregar o material devidamente editado para a ilha da TV Câmara”, afirmou o presidente da CMM, vereador Bosco Saraiva (PSDB).

O referido vereador, ademais, afirmou que a aquisição de tais equipamentos eletrônicos faz-se necessária para “para propiciar a democratização do tempo, igualar a atividade parlamentar e para a economia da Casa”, ainda que o custo de tal licitação seja de R$ 2 milhões de reais, sendo R$ 999 mil advindos da verba que, antes da quebra do contrato de licitação, estava destinada à compra do polêmico painel eletrônico da CMM.

Ao vereador, representante da população de uma cidade, atribui-se as principais ações a seguir: proposição de soluções para os problemas mais urgentes de uma cidade; análise minuciosa e a provação do Plano Diretor do município e da Lei de Diretriz Orçamentária do Orçamento Anual, além da fiscalização das ações da prefeitura bem como o zelo pelo uso devido do dinheiro público.

No caso de Manaus, os nossos vereadores têm a incumbência de propor alternativas para problemas urgentes que nos atingem diariamente, como: o trânsito caótico; o transporte coletivo caro e sucateado; a coleta e o tratamento de lixo defasados; a manutenção de vias públicas esburacadas, seja pelo intemperismo ou recapeamentos mal feitos, seja pela falta de vias para os esgotos ou buracos abertos durante o corte de água realizado pela companhia de água e esgotos (atual, Manaus Ambiental); a distribuição de água e esgotos,  especialmente nas Zonas Leste e Norte da cidade; a falta de moradia para a população, dentre outros.

É desnecessária e propagandista, a “prestação de contas” das ações dos vereadores por meio da produção de matérias veiculadas na mídia ou em outros dispositivos, como outdoors, visto que, se o vereador atuasse, de fato, na zona que representa e trabalhasse em prol do bem-estar da cidade, tais esforços seriam vivenciados pela população que se sentiria bem representada.

De que adianta R$ 74 mil de verba para cada vereador, a reformulação do regimento da CMM e a compra do “kit vereador”, se a atuação do vereador é desprezível, débil e, muitas vezes, digna de escárnio tamanha a incompetência de alguns? O que será veiculado nas matérias produzidas para a, ainda indefinida, TV Câmara? Teremos uma repetição do que acontece na programação da TV Senado ou TV Câmara: desperdício de tempo e dinheiro público para autopromoção de parlamentares?

É próprio de um poder representativo, separado das causas da produção social encontradas na dinâmica das ações das singularidades produtoras da cidade, o engendramento de quimeras como verdades. Pois querer demonstrar ações públicas como verdadeiras, usando como meio a mídia televisiva, é adequar a realidade à simulacros através dos recursos tecnológicos midiáticos. Daí, possivelmente, como ocorre com a mídia neoliberal, fazer da TV homóloga ao mercado, isto é, fazer com que estes programas funcionem como valores de troca para futuras negociações em próximas eleições.

Deleuze, próximo a Nietzsche, argumenta que a necessidade de reconhecimento é um ato servil, pois é o escravo que compara ele mesmo com os outros, carregando, consigo, um ressentimento, a negação e a inversão de valores do senhor. Os vereadores parecem necessitar do reconhecimento para se realizarem como homens públicos, mas com atitudes como estas demonstram que suas ações não são percebidas pela população, visto precisarem impor sua visibilidade por meios teletecnológicos.

O que se poderia fazer com todos estes materiais em escolas? De que modo os problemas da não-cidade de Manaus poderiam ser expostos pela própria população se esta tivesse acesso a todo este “kit”? Mas aí seria a própria ação de gestões de prefeitos e de diversos vereadores que seriam colocadas em dúvida.

STF diz que lei do piso de professores vale a partir de 2011

Débora Zampier
Repórter da Agência Brasil

Brasília – O Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu hoje (27) mudar a vigência da Lei do Piso Nacional dos Professores da Rede Pública. Embora tenha sido editada em 2008, ficou definido que a lei só pode ser considerada a partir da data na qual o Supremo confirmou sua legalidade, em abril de 2011. Haverá impacto direto na programação orçamentária dos estados e da União.

Os ministros atenderam a recursos do Rio Grande do Sul, de Santa Catarina, do Ceará e de Mato Grosso do Sul, que alegaram dificuldades para adaptar as finanças às novas regras. As unidades da Federação lembraram que o STF deu liminar em 2008 suspendendo os efeitos da lei. Os estados passaram a aguardar posicionamento definitivo da Corte antes de alterar os orçamentos. A decisão liminar caiu quando o julgamento foi concluído pelo plenário do STF, três anos depois.

O julgamento de hoje começou com o voto do relator do processo e presidente do STF, ministro Joaquim Barbosa. Ao negar os recursos, ele entendeu que os estados estavam usando de artifícios processuais para atrasar a conclusão do julgamento e, consequentemente, não cumprir a lei. Ele alegou que a lei tinha um escalonamento que permitiria a adaptação financeira dos estados ao longo do tempo.

Seguido apenas pelo ministro Luiz Fux, Barbosa acabou mudando de ideia quando a maioria dos ministros acompanhou a divergência aberta pelo ministro Teori Zavascki. Segundo Zavascki, a preocupação trazida pelos estados faz sentido, uma vez que a lei deixou de produzir efeitos entre 2008 e 2011 e não houve adaptação neste meio tempo.

“As informações que se tem é que os gastos são muito elevados, e em alguns estados, comprometem seriamente a previsão orçamentária e o atendimento de outras necessidades”, observou Zavascki. O ministro Antonio Dias Toffoli não votou porque se declarou impedido. Ele atuava como advogado-geral da União na época do fato e defendia a aplicação imediata da lei nacional.

Edição: Beto Coura//Texto atualizado às 18h16 para inclusão de Mato Grosso do Sul entre os estados que acionaram o STF

“NÃO” EXTINÇÃO DOS 13º E 14º SALÁRIOS PODE SER DECRETADA HOJE

Os pagamentos parlamentares de 13º e 14º salários podem ser extintos hoje a partir da decisão por voto dos congressistas da Câmara dos deputados. O Senado já aprovou esta proposta desde o ano passado e a votação da outra casa legislativa será no dia de hoje.

Porém estes dois onerosos salários não serão totalmente extintos. Segundo o projeto ele será pago duas vezes durante o mandato: uma durante o início e outra durante a saída. Em outras palavras ainda haverá o benefício dos parlamentares desta bonificação anti-constitucional que custa 26,7 mil reais por parlamentar.

Segundo o presidente da casa, deputado Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), “todos os líderes assinaram o requerimento de urgência que será votado amanhã. Essa não é uma decisão do presidente, mas de todos os líderes para o bem da Casa, do Parlamento e do país”.

Obviamente este é um benefício aos cofres públicos e deve ser aprovado. Porém o interessante é o moralismo com que os parlamentares tratam algo que eles já se beneficiaram várias vezes como na fala do lider tucano Carlos Sampaio: “É uma vergonha nacional, indefensável e inexplicável”.Além disto a prática não foi abolida e só será cortada pela metade.

Se isto é algo que tanto incomoda os valores morais dos parlamentares por que estes demoraram mais da metade de seus mandatos para tomar esta decisão que não devolve os benefícios que receberam nos últimos dois anos. Para eles foi bom enquanto durou e continuará durando. Assim celebraremos a não extinção do benefício.

MINISTÉRIO DO TRABALHO DIVULGA NOVAS REGRAS PARA O REGISTRO SINDICAL

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O Ministro do Trabalho Brizola Neto tornou público as novas regras para a criação de sindicatos e consequente obtenção da Certidão de Registro Sindical. As diretrizes, que altera a Portaria  186/08, serão divulgadas hoje no Diário Oficial da União e entrarão em vigor em 30 dias.

O intuito da mudança é a criação de regras mais rigidas como as citadas pela Agência Brasil: reconhecimento em cartório das atas e dos estatutos das entidades, a identificação dos diretores dos sindicatos por meio da Carteira de Trabalho e do Programa de Integração Social, a realização de assembleia em caso de desmembramento de entidades e a publicação dos atos processuais do Cadastro Nacional de Entidades Sindicais do Ministério.

As medidas visam agilizar e controlar ao processo como explicou o ministro: “Vamos evitar descontrole e o favorecimento na concessão de registros”.

Lembrando que todas as solicitações de registro são feitas por meio de formulário eletrônico. Há um valor variável a ser pago por esse cadastro, que pode ser simulado na página do ministério na internet. O processo de concessão de registro pode ser acompanhado na página eletrônica do MTE.

Em um país com 14 mil sindicatos a modificação na forma de registro é uma maneira de buscar uma organização sindical mais organizada. Porém o que atualmente preocupa mais do que a desburocratização dos sindicatos é o descompromisso de vários deste que deveriam existir como sindicatos junto a luta dos trabalhadores. Além disto muitos que deveriam atuar como representante dos trabalhadores estão ligados a subjetividade da direitaça e suas ligações reacionárias.

Por estes motivos entende-se que estas modificações podem sim dispor os movimentos a uma organização positiva, mas os trabalhadores também devem manter os sindicatos operantes e defendendo o seus direitos.

MPF entra com ação para criação de ouvidoria de combate à tortura em São Paulo

da Agência Brasil

 O Ministério Público Federal (MPF) em Guarulhos (SP) quer obrigar a União a criar uma ouvidoria federal de combate à tortura em São Paulo. De acordo com o órgão, uma ação civil pública propondo a criação da ouvidoria foi protocolada na Justiça Federal na última quinta-feira (21).

O pedido foi feito pelo procurador Matheus Baraldi Magnani, que considera a criação da ouvidoria “o mínimo” para que o Brasil cumpra a Convenção contra a Tortura e outros Tratamentos ou Penas Cruéis, Desumanos ou Degradantes, integrada ao ordenamento jurídico brasileiro desde 1991. Na ação, o procurador sugere que seja estipulado um prazo de 180 dias para que a ouvidoria seja instalada pela União. Também sugere que seja aplicada multa diária por descumprimento da decisão, o que pode ser modificado pela Justiça Federal. A ação refere-se somente ao estado de São Paulo mas, segundo o procurador, pode ser adotada pelos demais estados.

“A Convenção Internacional de Combate à Tortura estabelece que a União tem a obrigação de criar mecanismos administrativos de combate à tortura e quase 30 anos após a ratificação desse tratado, a União não fez nada nesse sentido. Peço que pelo menos seja criado um órgão no qual a vítima de tortura consiga ao menos declarar que foi vítima dessa atrocidade. É o mínimo que se espera da União no cumprimento dessa convenção”, disse o procurador, em entrevista à Agência Brasil.

Segundo Magnani, desde a ratificação da convenção, nenhuma ação foi tomada pela União com relação ao combate à tortura. “Os mecanismos administrativos não existem até hoje. Não existe nenhum”, disse.

Para o procurador, caso a União não demonstre interesse em criar a ouvidoria, no qual a vítima de tortura possa denunciar a sua prática, o melhor seria eliminar o tratado internacional do ordenamento jurídico. Segundo ele, o Artigo 2º da Convenção contra a Tortura determina a criação de mecanismos administrativos de combate à tortura.

Para Magnani, se o Brasil tivesse cumprido as obrigações assumidas perante as organizações internacionais, muitas vidas teriam sido salvas. “É desejável e eu espero que a União se antecipe e não aguarde uma decisão judicial que a obrigue. O ideal seria que a União voluntariamente implantasse esse mecanismo tão importante de combate à tortura no estado de São Paulo”, disse.

Magnani tem acompanhado diversos casos de violência que foram registrados recentemente em São Paulo, principalmente os de abusos e excessos cometidos por policiais militares. Em julho do ano passado, ele pediu a federalização da apuração do homicídio de dois jovens em São Bernardo do Campo, vítimas de violência policial.

“Vivemos, no segundo semestre de 2012, uma enxurrada de assassinatos. A tortura foi praticada durante a manhã, a tarde e a noite aqui na região metropolitana de São Paulo. E por mais essa razão se justifica a criação de um mecanismo de repressão à tortura em São Paulo”, disse o procurador.

De acordo com Magnani, a tortura ainda é um mecanismo muito utilizado no país. “Assustaria uma estatística [sobre a existência de tortura no Brasil nos dias de hoje] porque ficaria demonstrado que, na democracia, se tortura tanto quanto se torturou na ditadura militar, mas de forma diferente. Os grupos de extermínio continuam existindo”, disse.

Entre outras ações que, em sua visão, também deveriam ser implantados pela União com relação ao combate à tortura, o procurador destacou o aperfeiçoamento da formação de profissionais de segurança pública e o incentivo às polícias pacificadoras.

Uma cópia da ação civil pública foi enviada ao Comitê de Combate à Tortura da Organização das Nações Unidas (ONU). Procurados pela Agência Brasil, a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Ministério da Justiça não comentaram, até o momento, o pedido feito pelo Ministério Público.

Deputados aprovam medida provisória que cria incentivos para a alfabetização

da Agência Brasil

Medida provisória (MP) criando incentivos para a alfabetização de crianças até os 8 anos de idade, nas escolas públicas, por meio de apoio técnico e financeiro da União aos entes federados foi aprovada hoje pela Câmara dos Deputados. O apoio financeiro ocorrerá no âmbito do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa. A MP 586 será agora encaminhada à discussão e votação do Senado Federal.

Pela medida provisória, o apoio financeiro da União virá do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) e será feito por meio de suporte à formação continuada dos professores alfabetizadores. Os recursos também contemplarão a concessão de bolsas para profissionais da educação e para o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos, entre outras medidas.

Os deputados não aprovaram duas emendas que pretendiam que a alfabetização ocorresse até 6 anos de idade, ao final do primeiro ano do ensino fundamental, em vez dos 8 anos propostos pelo governo e aprovado pela Câmara. Os deputados também rejeitaram uma emenda que previa a contratação como bolsistas de profissionais de educação para as classes de alfabetização com mais de 23 alunos.

SEGUNDO COMISSÃO NACIONAL DA VERDADE, 50 MIL PESSOAS TIVERAM SEUS DIREITOS VIOLADOS

A Comissão Nacional da Verdade (CNV) reuniu-se ontem, 25, com representantes de comissões estaduais e de várias instituições na intenção de apresentar um balanço dos trabalhos feitos e assinar termos de cooperação com quatro organizações, para que haja a partilha da metodologia com estes outros órgãos.

De acordo com a Agência Brasil:

““A CNV assinou termos de cooperação com a Associação Nacional de História (Anpuh), com  o Conselho Nacional de Pesquisa e Pós-Graduação em Direito (Conpedi), com a Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj) e com o Sindicato dos Petroleiros do Rio de Janeiro. “Estamos compartilhando nossa metodologia, nossa estratégia com uma ampla gama de comissões da verdade já criadas, algumas em criação e outros grupos que estão em processo de criação de suas comissões”, disse o coordenador da CNV, Paulo Sérgio Pinheiro”.”

Esta partilha é importante, pois ela precisa parcerias e troca de informações, inclusive o acesso a arquivos e convocações para depoimento. “São acordos de cooperação e basicamente põem à serviço dessas instituições nossas competências, como por exemplo, o acesso aos arquivos e eventuais convocações para depoimentos,” esclareceu o coordenador da CNV.

Precisar estas parcerias é fazer com que informações sobre a ditadura militar no Brasil (1964-1985) sejam conhecidas. Segundo levantamento da CNV, a ditadura militar violou os direitos de 50 mil pessoas (estimativa) entre exilados e torturados, mas também familiares que perderam algum parente nas ações durante o período de 1964 a 1985, além de pessoas que sofreram algum tipo de perseguição.

Um achado importante recente é que a Comissão Nacional da Verdade recebeu da Petrobras mais de 400 rolos de microfilmes, além de microfichas e documentos textuais. Este material é de fundamental importância para revelar qual a relação que se mantinha, durante os anos de chumbo, entre regime militar e empresa.

É inelutável a importância do trabalho da CNV. Uma ditadura militar, assim como outros regimes de exceção como a tirania e o totalitarismo, caracteriza-se por aquilo que o filósofo Spinoza chama de impotência, isto é, a necessidade de entristecer a vida, a necessidade de fazer da escravidão um modo de existência, donde a força de existir só tende a declinar. Daí, a base da “política” de qualquer regime de exceção ser o alastramento da tristeza, pois ela começa a ser irradiada do centro da impotência, que é o tirano, o regime militar, o totalitarismo, etc.. Des-velar esta tristeza, fazer com que toda esta forma inadequada de se fazer política através da impotência venha a público (uma produção feita por todos para todos), assim como a CNV vem fazendo, é colocar o riso da alegria do aumento da potência de agir como resistência a esta tristeza.

A impotência de todos os regimes de exceção impõe a pior forma de morte possível: renunciar a própria vida como produção, deixar de viver em vida, fazer com que a vida seja reduzida a regras morais que apenas devem ser obedecidas para manter certa coesão social imposta. É como diz o filósofo David Hume: “O assassinato ilegítimo de um homem por um tirano é mais pernicioso que a morte de mil pela peste, pela fome ou por qualquer outra calamidade”

PRODUÇÃO COLETIVA: ARTE OCUPA MANAUS DEVOLVE A PRAÇA AO PÚBLICO

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A não-cidade de Manaus sempre foi governada por pessoas tristes que tentaram e continuam tentando de todas as formas manter a população resignada e improdutiva. As produções pseudo (ou somente e raramente) artísticas foram sempre direcionadas a uma cultura-valor (aquela que adiciona valor aos que tem acesso a ela, em uma relação social de poder como expõe Guattari) para uma classe mediana e improdutiva.

Como já discutimos anteriormente Manaus é uma não cidade pois dificilmente se encontra artistas, vemos apenas aqueles que são dependentes do Estado para produzir suas pirações. Assim os poucos se mostram interessados muitas vezes esbarram nesta realidade deprimente e não conseguem ir muito adiante.

Porém quando diversas pessoas da sociedade civil organizada, cidadãos comuns como qualquer outro decide deixar esta realidade opressora de lado, acreditar na sua capacidade produtora independente de qualquer auxilio do estado e ir para a rua mostrar sua arte, sua voz, sua presença no mundo.

Esta foi a idéia do Arte Ocupa Manaus, uma ocupação de um dos espaços urbanos para que seja devolvido a produção e presença coletiva. Assim esta ocupação foi dar vida a não-cidade de Manaus que através das desadministrações políticas da cidade temos um verdadeiro cemitério a céu aberto. É só andar pelo Centro da cidade para perceber uma história de abandono da população pelos governantes e que por isto deve-se ocupar o espaço público para oxigenar as veias da não cidade.

Assim diversos grupos e artistas de rua decidiram ocupar no domingo da semana passada (17) a Praça Dom Pedro II, localizada ao redor da Antiga Prefeitura e do INSS. A recente reforma da praça com seu coreto e fontes pintados não escondem todo a deprimente realidade que a cidade se encontra, sem os serviços básicos principalmente nas quebradas do mundaréu onde estão as Zonas Norte e Leste. Porém diversas expressões de amazonenses produtivos, que não sofrem do sentimento de inferioridade imobilizante sobre outros povos (principalmente pelos mais ativ@s paraenses, maranhenses, piauienses, etc) e nem deixam ser deglutidos pela inoperancia do governo e dos artistofastros (falsos artistas).

E rolou a moçada da capoeira, do grafite, do freestyle, do rap, do samba, da poesia, das artes plásticas, dos malabares, do circo, e muitas outras atividades artística. Conversamos com os dois propositores do evento, a ativista Renatinha Peixe-boi e o Grafiteiro Raiz, que deram o início no evento que juntou mais de 200 pessoas em um encontro gostoso, produtivo, que aumentou a potência de agir de cada um que foi para conhecer somar e multiplicar este evento que foi o primeiro de vários outros a vir.

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Eu acho que eu só consegui dá o enter nas idéias que já estavam no coração e nas idéias de muita gente, não só como em um espaço físico, mas no espaço do irreal, do intocado que está dentro de cada um, na possibilidade de fazer e ajudar de fato o irmão com coisas boas. Como por exemplo uma pintura de parede que pode modificar a vida de uma criança que está observando a arte de pintar a parede quando ela poderia está observando o cara alí fumando oxi. Então a idéia foi quando a gente veio pintar uma parede e quando a gente viu estavamos cercados pelas pessoas da comunidade, interessadas pela pintura, falando sobre as necessidades que são necessidades comuns de todo mundo: necessidade a cultura, a liberdade de expressão, de um espaço físico adequado para utilizar. Este aqui é o ponto de prostituição mais famoso da cidade, no entanto é em frente a primeira prefeitura, o prédio do INSS onde as pessoas ficam na fila pra receber um benefício. Então é mostrar que a gente não precisa de mais nada, não precisa de grandes estruturas para resolver nossos próprios problemas. Somos nós que vamos resolver os problemas, não vai ser o governo, não vai ser o dinheiro, vai ser boas ações. Só o fato de a gente estar aqui neste domingo hoje compartilhando, tenho certeza que vai nascer muita coisa boa .Pretendiamos fazer primeiro este encontro em uma mansão. A gente tava saindo de um centro cultural e foi passando na frente desta casa, a gente viu a porta aberta e pensou vamos invadir e fazer um centro cultural. Aí a gente foi entrando e vendo a grandiosidade da casa, cheia de mármore, com piscina, gigante. A gente chegou lá e pensamos em ocupar pra fazer uma exposição com o grafite, por a galera é isto aí, não tem medo de polícia, sabem muito bem dos direitos que defendem quando vão pra rua pintar. Só que a idéia foi crescendo e fomos ficando mais preocupada com a estrutura física, se poderia suportar a quantidade de pessoas. E no dia seguinte viemos aqui nesta parte de trás e a comunidade foi chegando e apreciando.” Renatinha Peixe-Boi

Os grafiteiros Hulk e Raiz

Os grafiteiros Hulk e Raiz

Os movimentos aqui em Manaus tem esperado muito das atitudes governamentais. Os skatistas não constroem mais suas rampas pra andar de skate. Então a gente reuniu esta moçada para a galera dar o que tem de melhor. E você está vendo que faltou alguns movimentos, isto por que os movimentos ainda estão fracos. Olha o grafite aí que veio, pintou tudo por que a galera realmente é independente. Mas temos que agradece a galera que fez mesmo, por que quem está aqui pra somar é a galera que temos que acreditar, tem que fortalecer, todo mundo tá tendo seu espaço aqui, isto não está custando nada, não tem nada com dinheiro, a gente está fazendo tudo na força de vontade. A gente quer mesmo é que a galera abra os olhos, por que se a gente diz que a arte salva, vamos provar isto, não vamos ficar esperando ações e atitudes de outras pessoas. E que massa que vocês estão fazendo esta entrevista, que possam divulgar, compartilhar, estar conhecendo uma galera que não conhecia pois é para promover uma união geral. Eu estou só feliz, os caras da polícia estão meio incomodados andando pra caramba, tomara que eles não pegue a galera do bomb que está fazendo uns riscos alí.” Raiz

Dando um rolê pela praça logo sentia a diversidade deste grande evento e um dos grupos que logo encheu o espaço de uma forte cultura multicentenária e história foi o pessoal da capoeira do Mestre Xangô que veio do São Jorge para mostrar esta expressão afro em conjunto com seu trabalho social e conversou com a moçada do bloguinho sobre o evento e da praça ser ocupada com arte.

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Meu nome é José Carlos, sou o Mestre Xangô, presidente e mestre do Grupo Manaus Capoeira e sou morador do bairro de São Jorge há 41 anos. Este trabalho que a moçada está fazendo aqui é uma maneira de fazer uma pequena manifestação e se direcionar as pessoas que se preocupam muito com coisas pequenas, quando tinham outras coisas a se preocupar como a cultura, a dança, a arte, como as outras manifestações que são feitas em Manaus e fora dela por amazonenses que sairam pra divulgar já que aqui não tem espaço.

Nosso trabalho é um trabalho social no bairro de São Jorge, na quadra da Igreja de São Dimas, onde a única coisa que a gente cobra todo ano é o boletim escolar, se tiver ruim no colégio não treina e só volta quando estiver melhor. E como os meninos não querem perder o espaço onde treinam eles dão 100% no colégio. Por isto eu sempre digo que você tem que estudar e manter o esporte sim e dizer sempre não as drogas, mas sem nunca discriminar ninguém. A gente tem pouca divulgação no nosso bairro. Este evento que estamos fazendo podia estar cheio por que é um trabalho gratuito e esta manifestação devia ter em toda praça pública inclusive em datas como no dia 20 de novembro [Dia da Consciência Negra] que a cada ano que se passa está diminuindo mais, as pessoas quase não estão indo pras manifestações por que não está havendo uma atividade cultural e o que tem muitas vezes não tem nada a ver com a cultura afro ou negra. Por isto dentro dos bairros, das comunidades, as praças tem que estar limpa e aberta para a cultura. Estão utilizando as praças hoje, mas não tem espaço para as crianças, que é um direito delas ao lazer, ao esporte, a cultura que está dentro do ECA. Estão enchendo as praças de brinquedos onde ninguém pode mais brincar e se quiser brincar tem que pagar, enquanto a praça é pública. E assim todas tem que estar abertas para cultura.” Mestre Xangô

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Além dos malabares que deixaram a praça com um aspecto alegre e lúdico estava presente o palhaço Curumim que encheu a praça de gargalhada da criançada e transeuntes que não resite a leveza do artista palhaço. Em uma conversa com o bloguinho o artista Rosival que recebe o palhaço Curumim falou sobre sua participação e da expressividade que este encontro tem para todos os cidadãos.

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O palhaço curumim se sente honrado de poder vim numa praça como esta que tem todo um histórico em Manaus. Histórico em prostituição, de abandono e tudo mais. Então este movimento vem exatamente para resgatar a questão do espaço público que precisa ser cuidado. Então para o palhaço Curumim é extremamente importante que além deste lugar aqui a gente poder levar para outros lugares, porque Manaus está carente disto, carente de arte. E quando a gente fala de arte não é só o palhaço, mas arte com toda sua plenitude: levar as crianças, levar as vovós, os vovôs, levar todo mundo. Manaus precisa ocupar seus espaços, colocar arte, dar vida, por que Manaus precisa de vida. Neste domingão de chuva que está maravilhoso dá vontade de a gente sair pulando por estas praças. Adoro praça e este espaço veio a calhar e este movimento é que Manaus precisa acordar. Mais importante que os grandes eventos, o poder público também precisa investir na arte lá no bairro, lá na periferia, isto está faltando, valorizar isto, enquanto expressão da comunidade. É por isto que eu sou palhaço e é por isto que eu sou mambembe para ir a outros lugares.” Palhaço Curumim

A moçada do grafite se fez presente em mais um encontro artístico que contou com mais de 20 grafiteiros e considerados do Bomb com gente da antiga como Buiu, Rogério Arab, Paradise, Blur, Mega, e vários outros. Abaixo vemos um registro histórico da moçada com alguns grafiteiros que estiveram presentes desde o início do evento e que sempre trocaram suas experiências, amizade e estilos artísticos.

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Conversamos com alguns grafiteiros que nos falaram deste grande encontro de grafiteiros e dos mais diversos artistas urbanos.

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Eu acho muito válido em um domingo destes, ainda mais no Centro, eu amo pintar no Centro e é muito massa. Reunir toda esta galera, todo mundo aqui num domingão, sempre desenvolvendo a arte e quebrando estes mitos que arte é isto ou aquilo. Tudo é arte. Ela é vandal, é subversiva, mas é arte. Um artista se liberta, não importa o material, faz, aprende, se supera. Alguém tem que fazer os trabalhos para ficar melhor.” Paradise

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Sou o escritor Soor que estou na rua na atividade e na minha opinião é um projeto muito bom que o cara vai trabalhando. É a arte que na vista de muitas pessoas é vista como vandalismo, mas o pessoal tem que saber diferenciar o vandalismo da arte de rua, que vem da arte da cultura urbana. É uma boa reunir a galera pra pintar no final de semana, estar se distraindo e convido toda rapaziada que puder vim ver nosso trabalho. Melhor do que estar envolvido em droga nós estamos com este trabalho que está tirando muitos jovens usuários de droga e trazendo aqui para o mundo da arte” SOOR

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É bom que não é só o grafite aqui hoje como em geral é, tem todos estilos: o circo, grafite, artes plásticas. Isto no meu conhecimento é uma novidade. Bom estar mandando este grafite com a galera interagindo pra caramba, mesmo tendo só alguns espaços, a galera distanciada mas o clima está bom demais, tudo perfeito. Um dos melhores eventos da cidade e a idéia é se encontrar mais vezes durante o ano fazendo em outros lugares. ” Buiu

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Também marcaram presença o pessoal do Freestyle, estilo de rima com base no rap, onde se tem que criar as rimas na hora. Os participantes fizeram mais uma Competição de Freestyle Amazonas e mandando muito bem. Os competidores se superavam para não perderem na rima do adversário, e assim tinham que usar sua capacidade para mandar sempre uma rima melhor.

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E como a produção não parava em todos os cantos da praça muitos aproveitaram para ficar também durante a tarde, quando também foram chegando novas expressões para mostrar e trocar experiências com a rapaziada que já estava presente.

O pessoal do Mestre Xangô aproveitou para cair no samba de raiz e deixar a praça com ainda mais alacridade. Chegaram também vários poetas e mais grafiteiros que começaram a ocupar todo o Centro e seus espaços abandonados, alguns há mais de uma década.

E no agradável passeio pelo centro de Manaus vimos as cores encher Manaus da vivacidade das cores. Encontramos nesta caminhada pelos arredores do Centro as talentosas representantes do grafite feminino e trocamos uma idéia com as belas Lori e Hippie Greeny que deixavam sua arte sobre a cinzas telas que eram transformadas em pulsações visuais.

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Na verdade este evento foi bom por que fazia muito tempo que não rolava algo assim que reunia todo mundo pra fazer uma ação assim. E fazer aqui no centro pra todo mundo se rever por que tinha muita gente que pintava há muito tempo atrás e que já tinha dado um tempo e com este evento se empolgou de novo e aí está aqui pintando e isto é muito legal. Pra mim fazer este trabalho é deixar um pedacinho meu no muro, então o que eu sinto eu deixo alí, independente do que eu sinto ou não, se estou mais feliz ou mais triste, tudo eu deposito alí pra não descontar em ninguém. É uma forma de eu liberar um sentimento preso em mim.” Lori- Arte sem limites (ASL)

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Achei este evento muito bom por que tinha tempo que o pessoal não se encontrava. E o lugar está bem deteriorado, então dar uma cor para um muro totalmente sem vida é bem bacana. E não é só o grafite, são vários movimentos juntos, por isto acho que deveria ter mais. Participar de um evento assim é muito bom para o nosso crescimento, por que é uma coisa que vai ficar podemos fazer de novo e a gente vem retoca, faz diferente, sempre procurando evoluir. “Hippie Greeny

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Acima vemos um dos grandes nomes do grafite e do bomb manauara, o sempre presente Blur que também apareceu para expor sua arte no Centro.

Abaixo vemos diversas telas (paredes) sendo ocupadas e criando um fluxo artístico que alimenta as veias esclerosadas da não-cidade de Manaus. Alguns lugares como os interiores de uma casa abandonada, terrenos baldios serviram de suporte para que a arte penetrasse em suas estruturas já bastante empedernidas

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A arte das grafiteira Meg e Poly

O artista grafiteiro Broly

O artista grafiteiro Broly

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O estilo do bomb/grafite de Vapor

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No fim da tarde agentes da Guarda Municipal apareceram para admoestar os grafiteiros por estarem utilizando de um espaço público e que foi relegado pelo poder público. Prédios como o antigo prédio do exército (foto acima) que se encontra há tempos abandonado e teve suas entradas cimentadas e percebe-se diversas plantas que se aproveitaram do abandono para crescerem nos espaços limites da construção.

Os agentes tentaram impor a idéia de que o ato de grafitar era vandalismo e que não tinha nenhuma diferença da pichação. O que prova o desconhecimento da lei de Crimes Ambientais que no seu artigo 65 diferencia e legaliza o grafite. O que os ocupantes estavam fazendo nada mais foi do que dar vida a um espaço afuncional e devolve-lo ao espaço público. Assim aos grafiteiros, cidadãos ativos não podem ser negado a liberdade de sua expressão artistica ainda mais como intervenção urbana.

Porém em um estado que onde a liberdade é tolida, a criação é desincentivada e os jovens marginalizados dificilmente se entenderá a expressividade do grafite e de uma produção como Arte Ocupa Manaus. Por isso mais vezes todos verdadeiros artistas que trazem seu talento ao mundo e as ruas continuarão a ocupar a cidade e novos eventos logo surgirão para que Manaus um dia possa vir a ser uma cidade, já que o possível já está dentro do coração da arte manauara.

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Ratzinger foi o primeiro papa argentino?

O contraponto entre as igrejas brasileira e argentina ganha atualidade quando começa a rodada de apostas sobre um futuro pontífice latino-americano e se discute a passagem do legado de Ratzinger, um Papa indiscutivelmente alemão, mas que bem poderia ter pertencido à Arquidiocese de Buenos Aires, por suas posições políticas e teológicas. O artigo é de Dario Pignotti.

Dario Pignotti – @DarioPignotti

Desde o dia 10 de fevereiro, quando sua renúncia caiu como um raio sobre a aristocracia vaticana, o Papa Bento XVI confirmou ser um político imprevisível e intrinsecamente alemão. Este homem nascido na Baviera há 85 anos, fisicamente debilitado e intelectualmente lúcido, deixará quinta-feira (28) a chefia da Igreja de uma forma sem precedentes na história moderna, o que não chegou a surpreender alguns vaticanólogos (uma especialidade muito cultivada na imprensa da Itália) que acompanham há muitas décadas seu método de trabalho e as premissas geopolíticas sobre as quais guiou seu trabalho como cardeal e papa, em particular na relação com a América Latina. Em várias análises dos citados “vaticanólogos” pode-se ler que o chefe de Estado demissionário é um homem de poder, agarrado a um projeto que espera poder perpetuar para além de sua saída e esta é a razão última de seu afastamento antecipado: permanecer como o grande eleitor de seu sucessor.

Joseph Ratzinger pode ser considerado como o arquiteto de uma revisão doutrinária extremista no Vaticano, iniciada muito antes de sua consagração como Papa em abril de 2005, mas sim a partir de sua indicação como prefeito da Sagrada Congregação da Doutrina da Fé, em 1981. A partir daí, com racionalidade germânica, Ratzinger foi desmontando peça por peça o que havia sido construído durante quase duas décadas na igreja latino-americana desde o Concílio Vaticano II, por meio das Conferências Episcopais de Medellin, em 1968, e de Puebla, em 1979, à luz do trabalho de um bispado cada vez mais sensível frente a exclusão de centenas de milhões de católicos do continente. O cardeal bávaro caracterizou esse essa corrente católica de crescente penetração popular como a transposição automática à prática evangélica das teses da Teologia da Libertação, concebidas pelo bispo peruano Gustavo Gutiérrez e enriquecidas por um de seus teóricos posteriores, o ex-frei franciscano Leonardo Boff, doutorado na Alemanha.

Devido à sua erudição eurocentrista, o ex-arcebispo de Munique Ratzinger não foi capaz de distinguir entre a Teologia da Libertação, certamente acolhida por uma parte dos clérigos mas sem chegar a ser uma maioria, e o conjunto dessa igreja latino-americana popular é pós-concílio, onde não existe uma homogeneidade ideológica férrea, ainda que houvesse sim uma disseminada opção preferencial pelos pobres. É errado sustentar que eram teólogos marxistas dois mártires como foram o arcebispo de El Salvador Amulfo Romero, assassinado por paramilitares enquanto celebrava uma missa em março de 1980, ou o arcebispo argentino Angelelli, vítima de um atentado durante a ditadura militar, em agosto de 1976. Dois assassinatos, não os únicos, que a Cúria Romana ignorou.

A indiferença do Vaticano ante esses crimes desnuda sua cumplicidade por omissão e sua percepção atrofiada da religiosidade popular na América Latina, assimilando de maneira simplista o trabalho missionário com o proselitismo político. Esta atrofia ideológica, arrastada desde a Guerra Fria, impregnou igualmente os papados do polonês João Paulo II e do alemão Bento XVI, este último guiado por um fundamentalismo opressor das individualidades das igrejas nativas.

Nos anos 90, a fúria vaticana, como Ratzinger como o homem forte da Cúria, recaiu sobre Dom Samuel Ruiz Garcia, bispo de San Cristóbal de las Casas, Chiapas, por seu compromisso com as demandas indígenas e o sincretismo entre catolicismo e cultos dos povos originários. Após algumas sanções canônicas, Dom Samuel teve que deixar o cargo exatamente ao cumprir 75 anos, nem um dia a mais, em outro sinal de desgosto com o qual o Vaticano recebeu seu apoio à rebelião do Exército Zapatista de Libertação Nacional.

Para medir o desatino sociológico e antropológico dessa perspectiva míope que marcou estes anos de poder alemão na Santa Sé pode-se citar a deserção de dezenas de milhões de católicos brasileiros, argentinos, peruanos e centroamericanos que foram engrossar o rebanho pentecostal. Um fenômeno menos pronunciado no caso do México, onde o fervor católico parece resistir até às forças destrutivas do Vaticano.

Neste afã de expurgar aos que considerou como impuros por questionar o celibato, a proibição dos preservativos e defender maior peso das igrejas locais na nomeação dos bispos, Ratzinger escolheu como uma de suas metas cruciais a desconstrução e “reorientação” da Conferência Nacional de Bispos do Brasil. Um trabalho iniciado em 1984, por meio da perseguição, apresentada como questionamento canônico, de Leonardo Boff, com o que materializava uma advertência à CNBB e à arquidiocese de São Paulo, cujo titular, Dom Paulo Evaristo Arns, tinha então o freio como conselheiro teológico.

Dom Paulo era o cardeal sulamericano que encarnava ao mesmo tempo a luta contra o regime militar brasileiro e havia convertido sua arquidiocese, a maior do subcontinente, em refúgio dos militantes perseguidos pelas ditaduras argentina, chilena e uruguaia. “O arcebispo Arns foi extraordinário conosco, uma pessoa na qual os perseguidos políticos podiam encontrar a solidariedade que nos foi negada pela hierarquia católica argentina”, disse a Carta Maior, desde Buenos Aires, Dora Salas, uma militante que fugiu de seu país nos anos 70, logo depois da desaparição de seu marido.

Em 2006, ao se cumprirem 30 anos do golpe que instalou o general Jorge Videla na Casa Rosada, o governo do então presidente Néstor Kirchner lamentou não poder reivindicar a memória de nenhum dos cardeais de seu país durante os anos de chumbo e, em troca, prestou homenagem ao arcebispo emérito Arns.

Há sete anos, na véspera do 24 de março, data da sublevação golpista, o embaixador argentino Juan Pablo Lohlé viajou até São Paulo para condecorar o arcebispo emérito com a Ordem do Libertador José de San Martín, em uma cerimônia onde velhos militantes e antigos membros da organização humanitária Clamor (que trabalhou lado a lado com a Arquidiocese de São Paulo), me contaram seus enfrentamentos com a cúria argentina, sempre muito obsequiosa frente os generais e desinteressada em matéria de Direitos Humanos.

Em razão de sua solidariedade com os exilados argentinos e as denúncias sobre os desaparecimentos, Arns recebeu uma carta de seu colega argentino (Raúl) Primatesta, demonstrando incômodo por essa atitude que ele considerava uma ingerência nos assuntos internos argentinos. Arns respondeu a essa carta vinda da Argentina dizendo que a dignidade não tem fronteiras e rechaçou a falácia de que teria invadido uma jurisdição alheia ao contar ao mundo o que o Episcopado da Argentina ocultava: a existência de milhares de desaparecidos.

“A Igreja argentina foi servil à vontade da ditadura e aos poderes estabelecidos, era o tipo de Igreja que o Vaticano considera mais apropriada a seus interesses”, disse à Carta Maior desde Roma o diplomata aposentado Enrico Calamai. Apontado como o “Schindler italiano”, por ter arriscado a vida ao colaborar na fuga de centenas de perseguidos políticos ítalo-argentinos, Calamai conheceu de perto a cumplicidade entre o Vaticano e o Episcopado argentino. “Era inútil pedir ajuda à igreja, sempre diziam não saber nada e pelo que foi se conhecendo com o tempo eles sabiam bastante”.

O contraponto entre as igrejas brasileira e argentina ganha atualidade quando começa a rodada de apostas sobre um futuro pontífice latino-americano e se discute a passagem do legado de Ratzinger, um Papa indiscutivelmente alemão, mas que bem poderia ter pertencido à Arquidiocese de Buenos Aires, por suas posições políticas e teológicas.

Tradução: Katarina Peixoto

Crise e síndrome de Estocolmo

O conservadorismo gostaria de impor à política econômica de Dilma no Brasil a mesma receita de Mário Monti na Itália.

Equivalente ao que os republicanos querem enfiar goela abaixo de Obama nos EUA.

A mesma purga que o comissariado do euro aplica contra as populações da Espanha, Portugal, Grécia, Bélgica etc.

Com as consequências sabidas.

As urnas revelaram nesta 2ª feira que os italianos preferem Berlusconi ao tecnocrata querido dos mercados.

Na zona do euro, à exceção da Alemanha, a economia tornou-se uma usina de pobreza, despejos e demissões.

Nos EUA as grandes corporações tem quase US$ 1 trilhão em caixa, mas o desemprego não encoraja investimemtos.

Antes da implosão neoliberal, seu fluxo financeiro somava um déficit equivalente a 3,7% do PIB.

Agora, acumula um superávit de aproximadamente 5% dele.

O dinheiro ocioso queima como batata quente.

Não há muito o que fazer com ele.

A taxa de juros é negativa; as bolsas de commodities andam de lado.

A mais lenta recuperação do nível de emprego da história das recessões norte-americanas faz o resto.

Não há razões para ampliar capacidade produtiva quando a demanda rasteja sob o peso de 8% de taxa de desemprego.

Uma anemia que promete resistir por muito tempo.

Mesmo quem trabalha empobreceu.

O patrimônio das famílias perdeu mais de um terço do valor na recessão.

Quase 90% das riquezas geradas no período seguinte foram drenadas para 1% da população.

Para o caixa das grandes corporações,em especial, onde ardem como batata quente.

A queimadura pode se agravar.

A ortodoxia republicana dobra a aposta no veneno: cobra de Obama o corte de US$ 100 bi em gastos fiscais.

A partir de março.

Outro facão deve decepar mais US$ 1,2 trilhão até o final da década, ‘para ajustar as contas do Estado’.

Na jaula pequena da estagnação o que mais prospera é o canibalismo.

A onda de fusões e aquisições em marcha reflete o estreito repertório de opções para o dinheiro graúdo.

Grandes corporações se vampirizam na luta de conquista pela liderança dos mercados quando a crise acabar.

Os avanços tecnológicos compõem a outra jugular em disputa.

Invenções e saltos tecnológicos permitem roubar demanda velha no mercado estagnado. E capturar demanda fresca nas nações em desenvolvimento.

No euro ou nos EUA, o cachorro morde o próprio rabo.

Obama quer regenerar o tônus da economia injetando-lhe alguma expansão de demanda.

Elevando o salário mínimo, por exemplo, dos atuais US$ 7,25 por hora para US$ 9/h.

Há razões sólidas para isso:

a) nos últimos 40 anos de supremacia neoliberal, o piso salarial norte-americano foi corrigido abaixo da inflação;

b) a atual capacidade de compra do salário mínimo nos EUA é inferior a que existia nos anos 60.

Entende-se por que a crise escava o fundo do abismo. Ele já havia se instalado no metabolismo da sociedade há décadas.

Falcões republicanos dão de ombros e insistem: a chave é o corte do gasto público.

Como se os mercados pudessem se erguer pelos próprios cabelos.

À margem da demanda agregada; sem consumo ou investimento.Público ou privado.

O ambiente internacional carrega assustadora transparência.

Serviria como antídoto ao clamor ortodoxo que prescreve o mesmo óleo de rícino para os desafios do Brasil.

Mas a vacina não age.

Os canais de transmissão do debate seccionam as interações entre o noticiário internacional e os acontecimentos locais.

A economia brasileira emite sinais contraditórios.

Vive-se um momento decisivo.

O investimento ainda se arrasta.

Mas o vigor persistente da demanda e as medidas de incentivo do governo esboçam uma retomada que o jogral conservador quer abortar.

A qualquer preço.

Como se o país que arrastou mais de 50 milhões de cidadãos para fora da pobreza e criou um dos mercados de massa mais pujantes do planeta, pudesse se desfazer desse trunfo agora e dizer:

“Senhoras e senhores, a viagem acabou; aguardem no meio-fio até passar o próximo bonde da história”.

A viabilidade política dessa baldeação regressiva é zero.

Mas falta o debate consequente que liberte o próprio governo dos termos da equação imposta pela ortodoxia: ou mais inflação, ou menos crescimento.

Falta o governo livrar-se da ‘síndrome de Estocolmo’ em relação à mídia dominante. E entender que o debate é um ingrediente tão importante de um ciclo de desenvolvimento quanto a queda dos juros.

Postado por Saul Leblon

SEGUNDA-FEIRA DOMINICAL

Dia das boas almas

# ABr2013_WDO023015Neste sábado, dia 23, na capital federal, alguns protestos, realizados simultaneamente, pediram o afastamento do presidente do senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Os protestos, organizados através das redes sociais, fizeram com que pessoas afirmassem que o “ativismo de sofá”, expressão utilizada para se referir a quem só protesta pela internet, está sendo enfraquecido.

“A coisa está mudando, o pessoal está  começando a sair do conforto de suas casas”. “A coisa está  mudando, o pessoal está começando a sair do conforto de suas casas”, disse o analista de sistemas brasiliense Rogério Salvia, 33 anos, um dos organizadores da manifestação e integrante do Movimento Contra a Corrupção do Distrito Federal.

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De acordo com reportagem da Agência Brasil, “as convocações divulgadas pela internet, ocorreram em Brasília e eventos semelhantes foram programados para São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Recife, Fortaleza, Goiânia, Lins (SP) e Ribeirão Preto (SP). Para amanhã (24) (domingo), os internautas brasileiros estão sendo chamados a participar de mais protestos contra Renan Calheiros, a partir das 11h, em cidades brasileiras e também em capitais do exterior, entre elas, Lisboa, em Portugal, e Dublin, na Irlanda”.

Entre os protestos, também foi realizada uma mobilização pela coleta de assinaturas para a criação da organização não governamental Avaaz, que organiza petições pela internet. Nesta semana que passou, participantes de diversos movimentos anticorrupção organizaram um ato para entrega de um abaixo-assinado firmado por 1,6 milhão de pessoas a um grupo de seis senadores para a cassação do presidente do senado Renan Calheiros. O número de assinaturas é uma tentativa de criar um projeto de lei de iniciativa popular. Contudo, de acordo com a Secretaria da Mesa Diretora do Senado, um processo para a cassação do presidente deve começar com uma denúncia no Conselho de Ética da Casa e não com um projeto de lei.

ABr2013DSC_1911108Tais protestos demonstram o quanto o mundo virtual da internet pode ser uma ferramenta capaz de expandir as consciências rumo à produção de inteligências coletivas. Contudo, como afirma Antonio Negri a respeito do espaço imaterial da internet, “Não é apenas desenvolver informações, mas exprimir potência”. Diríamos ainda: exprimir paixões positivas na afirmação da diferença. Ou seja: protestar contra a corrupção, ao mesmo tempo em que se conservam as instituições da democracia representativa, é fazer com que o povo seja um elemento secundário nas decisões sobre sua própria existência, é preservar as causas desta mesma corrupção e maximizar as relações de soberania de dominação onde sempre há os que comandam e os que são comandados.
Sendo assim, o que Renan Calheiros tem de tão importante que sua saída da presidência do senado poderia resultar em uma vitória da inteligência coletiva?

Em tempos em que a informação é mais rápida que a produção de sua verdade, o que leva muitos a crer que a verdade de uma notícia está em sua batida repetição mundo a fora, as várias analogias, convenientes para a mídia nativa acéfala, entre os protestos contra a blogueira Yoani Sánchez e defensores da “ditadura” cubana, vão perdendo seu fôlego quando percebemos o texto do insigne jornalista Leandro Fortes, publicado terça-feira, 19, no sitio eletrônico da Carta Capital.

Yoani-Sánchez-300x211O texto tem o titulo “Yoani reloaded”. Em seu corpo, o texto vai cortando as fantasias engendradas sobre a blogueira que tantas dores sofreu na obrigatória estadia na ilha de Cuba. Ao fazer uma observação sobre os protestos contra um documentário da blogueira na Bahia, Fortes escreve:

“De minha parte, acho ótimo que tenha gente disposta a se manifestar contra Yoani Sánchez, uma oportunista que transformou dissidência em marketing pessoal. Não vi ainda nenhuma matéria que informe ao distinto público quem está pagando a turnê de Yoani por 12 (!) países – passagens aéreas, hospedagens, traslados, alimentação, lazer e banda larga”. E continua: “Nem a Folha de S.Paulo, que até em batizado de boneca do PT pergunta quem pagou o vestido da Barbie, parece interessada nesse assunto. E eu desconfio por quê”.

A dissecação das fantasias sobre a blogueira continua: “Yoani Sánchez é a mais nova porta-bandeira da liberdade de expressão em nome das grandes corporações de mídia e do capital rentista internacional. É a direita com cara de santa, candidata a mártir da intolerância dos defensores da cruel ditadura cubana, a pobre coitada que tentou, vejam vocês, 20 vezes sair de Cuba para ganhar o mundo, mas só agora, que a lei de migração foi reformada na ilha, pode viver esse sonho dourado. Mas continuo intrigado. Quem está pagando?”

Leandro Fortes mostra-se surpreso pelo fato da blogueira ter tentado sair vinte vezes de Cuba, mas ter morado na Suíça antes, onde poderia criticar as perversidades do terrível regime cubano.

Ontem, Raúl Castro foi reeleito como presidente de Cuba. Nada melhor para melhor perceber esta nova etapa no governo de Cuba do que ler o texto de Leandro Fortes.

# anistia_mulheres_450Nesta semana em Brasília a Comissão de Anistia se reuniu e julgou quinze pedidos de filhos de perseguidos políticos durante a ditadura militar e concedeu a todos eles a anistia. A comissão que existe desde 2001 julgou mais de 60 mil casos como estes, sendo que 40 mil receberam perdão do Estado e a maioria foram indenizados.

Nestes vários casos há sempre histórias de violência, tortura e desrespeito aos direitos humanos. Histórias como a de Silvia Perrone que foi anistiada nesta semana e que há décadas mora em outro país. Ela foi separada de seu pai, o então deputado estadual perseguido Fernando Perrone,  que se exilou pro Chile reencontrando a família, que logo depois partiu pra França.

Silvia tem diversas lembranças da época e em uma entrevista a Agência Brasil contou que tem “boas lembranças do Chile. Nossa casa era aberta e recebíamos muitas pessoas e, para a gente, era uma bagunça sempre. Na França, caiu a ficha. Meu pai percebeu que não poderia mais voltar e as coisas ficaram mais difíceis. [Em Paris] Meu pai era visto como se fosse um monstro. Os brasileiros turistas tinham medo de manter contato com a gente. Tinha polícia secreta em todo lugar.”

A Comissão de Anistia vem exatamente buscar reparar algo que dificilmente tem reparação: a ausência de liberdade, o clima de perseguição, a constante tensão e em muitos casos a desestruturação de toda família. A importância deste trabalho vai além de um simples reconhecimento, mas coloca em evidência uma parte da história brasileira que foi ocultada e onde de todas as formas os militares tentaram a eliminar.

Dada tamanha importância, o presidente da comissão Paulo Abrão explica que trata-se de ” um reconhecimento de anos de restrições. Os danos causados pelo período da ditadura são transgeracionais e são psicológicos, físicos e de restrições de direitos nacionais”.

# PROUNI-2012-INSCRIESHoje terminam as inscrições na lista de espera do Programa Universidade para Todos (Prouni). A lista  serve a todos canditados cujos nomes não estiveram presente em nenhuma das chamadas.

O resultado final que inclui os presentes na lista de espera será divulgado na próxima quinta (28). Lembrando que a inscrição na lista pode ser feita tanto para primeira opção do candidato quanto para a segunda opção.

Podem participar com a primeira opção aqueles que não tenham sido pré-selecionado nas chamadas regulares e aqueles que não foram pré-selecionados na segunda opção de curso, independentemente de a instituição de ensino ter emitido o Termo de Concessão de Bolsa.

Quem quer se escrever pela segunda opção são os que não tenham sido pré-selecionados nas chamadas regulares e cadidatos pré-selecionados na segunda opção, mas que não tenham sido aproveitados devido à não formação de turma.

# Fluminense-Gremio-Foto-Bruno-Lima_LANIMA20130221_0011_1Los libertadores brasilianos continuam aprisionados em seu futebol peladeiro. Durante a rodada do meio da semana o campeão dos cupins Fluminense enfrentou o Grêmio, sendo que o último deu uma surra bem dada de 3X0. E nesta outros times brasileiros leva nossos cupins darem umas voltas nas Américas.

Campeonato Paulista jogo Bragantino X Corinthians

No Paulistinha foi só a Macaquinha empatar com as máquinas estacionadas do São Bernardo que o São Paulinho passou a frente ganhando batendo covardemente no café-com-leite do Linense. Mas na crássico da rodada entre Corinthians e Bragantino  os cupins fizeram a festa e foi difícil aos torcedores da arquibancada manterem a vigília, terminando o jogo em 2X2. O periquito e o peixinho que só estavam levando peia conseguiram finalmente uma vitória. De qualquer jeito não serviu de nada pois os cupins tiveram muito trabalho em ambos os lados do campo.

Botafogo-Boavista-Foto-Bruno-Lima_LANIMA20130224_0154_1No Carioquinha  o Foguinho empatou com o Boa Vista e ficou com a vista toda embaçada já que o vasquinho entrou com tudo na sua frente ao ganhar  o Duque de Caxias. Mas não importa o líder pois os cupins trabalham em toda extensão da tabela e há uma grande equiperação de pernas de pau em toda ela. O fluzinho caiu mais uma vez de maduro e empatou com o Madureira. O Menguinho bateu o Olaria de 2X0 e continua em suas regatas futebolisticas cheias de cupins mas com a vista livre de concorrentes.

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FALSOS PROBLEMAS PREJUDICAM ESTUDANTES DA REDE PÚBLICA DE EDUCAÇÃO DO AMAZONAS

O ano letivo escolar nas duas redes de ensino, SEDUC-AM e SEMED-MANAUS iniciaram no dia 04 de fevereiro de 2013.

A falta de organização antecipada das duas secretarias vem causando prejuízos para muitos pais,  estudantes e professores.

Esse desrespeito com a educação escolar no Estado do Amazonas só neste início de ano já mereceu neste intempetivo pelo menos três posts, quatro com este abordando essa questão (veja alguns aqui e aqui).

No final deste ano teremos uma avaliação externa de grande escala que é a Prova Brasil.

Na SEMED-MANAUS, existe escolas que até esta data ainda não iniciaram o ano letivo porque estão fazendo pequenas reformas que vão durar longo tempo. No Bairro Tancredo Neves há, por exemplo, a EMEF Francisco Guedes de Queiroz que está nessa situação.

Na SEDUC-AM foram convocados todos os professores concursados e mais professores aprovados no processo seletivo simplificado. Mesmo assim, existem escolas que ainda  estão com o quadro de professores incompletos.

A SEDUC-AM depois de muita cobrança e exigência do Movimento Livre de Professores de Manaus e por determinação de Lei Federal colocou em prática não na totalidade o HTP (Horário de Tempo Pedagógico) no Ensino Fundamental e Médio. Nas séries iniciais e EJA não há. Na SEMED já existe a muitos anos no ensino fundamental. Falta nas séries iniciais e EJA.

Na SEDUC-AM foi adotado este ano, por exigência do MEC que o professor trabalhe exclusivamente na sua área de formação.

Muitos professores neste momento  que não conseguiram  carga completa de 20 horas na mesma escola devem completá-la noutra escola com “ponta” de carga.

Essa situação  junto com a implantação do HTP vem causando uma série de contratempos. Um deles é que neste momento nenhuma escola possui um horário de aula definido. Diretores de escolas com professores em mais de uma escola devem elaborar horários que não conflitem. Há ainda, por parte de diretores, confusão quanto ao estabelecimento  do HTP. Uns estão colocando num determinado dia apenas um tempo de aula e os quatro restantes professores de uma determinada área de formação deverão se reunir para debater sobre educação, planejar, corrigir atividades escolares dos alunos. Há outros que estão deixando determinado dia sem nenhuma aula mais que o professor obrigatoriamente deve cumprir o HTP ou ATP.   

No final do ano além da Prova Brasil, o governo do Estado fará uma avaliação interna chamada SADEAM – Sistema de Avaliação da Educação no Amazonas, que institui o 14º, 15º salários  e o Escola de Valor – prêmio de R$ 50.000,00 para escolas que atingem melhores índices na avaliação. Avalia-se português e Matemática.

Com todos esses falsos problemas muitos diretores das Escolas Estaduais estão trabalhando apenas com funcionários administrativos na parte de Secretaria. Faltam na maioria das Escolas Pedagogos (as) e um diretor pedagógico. Os antigos “apoios pedagógicos”, tradicional desvio de função anteriormente praticado tiveram que assumir suas cargas de aula de acordo com suas habilitações.

A data base dos professores da SEDUC-AM é no mês de março. Até este momento o Sindicato da categoria não se posicionou reivindicando aumento salarial. Quem está chamando os professores para uma Assembléia é o MLPM. E a categoria quer uma equiparação com o Plano de Cargos  Salários e Subsídios da SEMED-MANAUS que consta além do vencimento, alimentação, vale transporte e plano de saúde.   

Com tudo isso, a educação escolar no Amazonas ainda vai levar muito tempo para alcançar os índices exigidos por organismos nacionais e internacionais. E não é por falta de sugestões e críticas. Nós, da Associação Filosofia Itinerante temos nos posicionado sobre isso e sobre a própria Educação que para nós vai além do ensignar, pois a Educação deve promover a produção de novos saberes e dizeres, novas formas de pensar e criar e que entende que reformar escolas em período de aula é um crime, bem como iniciar as aulas sem pedagogos, professores e horário definido demonstra desorganização e falta de compromisso com  a comunalidade.

 

 

 

    

SABATINA MIDIÁTICA

Sabatina Midiática

@ AgenciaBrasil220213_DSC1961O  Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão através da Ministra Miriam Belchior divulgou ontem o 6º Balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC2) – 2 anos que trás os números até agora deste programa colossal que funcionará até o ano de 2014.

Segundo os números divulgados através de tabelas e fotos  já foram gastos R$ 472 bilhões, o que corresponde a 48% do previsto até 2014 e com um aumento de 31% de avanço se compararmos com o PAC 1 (2007-2011). Neste segundo ano do PAC-2 já estão concluidas obras importantes como as BRs 359,101,146, P-56, a Derrocagem das pedras em Santos, Usina Aeólica Dunas de Paracaru/RN , obras do Minha Casa, Minha vida e em vários aeroportos.

pac 2 o br vai continuar crescendoHá diversas ações e números das mais diversas áreas do programa, que por ser tão grandioso, também gera dados e estatísticas em grande escala. Caso queira acompanhar o relatório completo deste 6º Balanço do PAC, o Ministério disponibilizou a partir deste link.

A aceleração do crescimento continuará em 2013 com obras de grande estrutura para que nosso país continue se desenvolvendo e devolvendo serviços públicos como rodovias, aeroportos, projetos de irrigação etc e também voltados a área social dentro das atividades do Minha Casa, Minha Vida, Luz para todos e outros projetos de desenvolvimento social. Assim continuaremos crescendo não só economicamente, mas um crescimento que traga qualidade de vida a população,

@ nato afghanistanOs Estados Unidos através da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) planejam manter 12 mil soldados no Afeganistão após 2014, quando a coalizão internacional falsamente se retirará.

Segundo a imprensa americana, Obama pretende planeja manter os 352 mil soldados até 2017, para convencer o estado afegão a continuar combatendo o Taleban.Certamente esta manutenção dos soldados não é tão simples assim. Só o governo americano arcará com 5,7 bilhões de dólares para manter suas tropas e assim continuar com os lobbies da indústria armamentícia americana.

Outra questão que se mantem em jogo é a presença e controle americano nesta região que é a principal exportadora de ópio e está localizada estratégicamente no Oriente Médio, o que para o poder de controle e dominação imperialista é de grande interesse.

@ monsanto1Uma das empresas que mais contribuem com o capitalismo, e por isto mesmo é muito nefasta ao mundo, a Monsanto, teve a prorrogação de uma de suas patentes negadas pelo STJ.  A empresa americana tinha uma patente no Brasil sobre uma técnica da soja transgênica Roundup Ready (RR). Esta patente implicava no pagamento de “direitos autorais” a mais de 90% da soja colhida no país.

O ministro do STJ Ricardo Villas Bôas Cueva negou o pedido da Monsanto que queria manter o direito até 2014, assim como é seu domínio nos Estados Unidos. Este questionamento vai além do entendimento de que a patente já estava vencida ou do direito internacional, mas do pagamento a uma empresa tão prejudicial a humanidade como a Monsanto.

A empresa americana é lider em intoxicação alimentar e devastação ambiental. Foi responsável pela criação do Agente Laranja, usado indiscriminadamente na Guerra do Vietnã e que causou várias violações dos direitos humanos.

Além disso a Monsanto impesta o mundo com seus agrotóxicos altamente venenosos, além de ser a produtora do “remédio” Posilac que prometeu aumentar a quantidade de leite da vaca. Porém o que esta “vacina” fazia era o contrário da vacina: ela inflamava as úberes da vaca, aumentando a produção de leite, mas criando pus e outras substâncias inflamatórias que ia junto ao leite consumido, criando um leite tóxico.

Assim a justiça além de cumprir a lei, fez um bem ao afastar esta empresa e suas patentes que tanto usa de seu poder econômico para destruir. Mesmo assim a Monsanto diz que vai recorrer ao Supremo (STF).

PARTIDO REDE SOLIDARIEDADE DE MARINA SILVA COMEÇA SUAS REUNIÕES EM MANAUS DENTRO DO CENTRO DO CONSUMO CAPITALÍSTICO

Quando se pensa em iniciar um partido popular imagina diversas pessoas se encontrando nas vozes roucas das ruas para junto com o povo engendrar as assinaturas de uma nova realidade. Ao menos se esperava que este brotasse de encontros alegres da força coletiva de seus novos membros.

Porém na não-cidade provinciana de Manaus, onde até missa é celebrada em shopping centers, a reunião inicial para estratégias/criação do Partido Rede em Manaus ocorreu nesta quarta na praça de alimentação e na livraria (ao menos onde estava previsto) do Shopping Manauara. A própria Marina Silva havia visitado o shopping em uma viagem para Manaus onde entre outras coisas lançou seu livro no local.

O que salta deste encontro é a pergunta de como um partido que se pretende popular pode ser engendrado dentro do templo do consumismo? Um espaço construido horizontalmente a partir de estudos com publicitários, psiquiatras, psicólogos sobre as tendências do consumidor para que este seja alienado de cidadania para que se torne apenas um consumidor (Milton Santos). Uma zona de segregação onde impera a divisão de classes voltadas a falsa ilusão da infantilização daqueles que dispõe de dinheiro para gastar. Espaço onde o ser político é aniquilado quando suas relações sociais passam apenas pelo eixo da banalidade que imposibilita as produções sociais.

Obviamente devido a inexistência de uma esquerda que se posicione frente a entendimentos contrários subjetividade capitalística, para estes politicofastros (falsos políticos) que não tem leitura de mundo, o shopping é um lugar do entrenimento propício para um partido “político”. Ainda mais para um partido “político” que prevê a sustentabilidade e se decide reunir em um espaço construido em cima de um buritizal, propiciando a degradação de uma grande área antes produtora dos fluxos produtivos da natureza.

E desta forma a não-cidade de Manaus continua sem saber o que é um partido de esquerda (não como lado, mas como posicionamento existêncial), já que as pessoas trocam de escolhas políticas como vão trocar, na loja do shopping, algum produto  que não lhe serviu.

HENRIQUE OLIVEIRA TEM MAIS UMA VEZ SEU MANDATO CASSADO

O ex-deputado federal e apresentador de programa que e$plora a miséria humana Henrique Oliveira teve nesta quinta-feira seu mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE) que votou a acusação do Ministério Público Eleitoral (MPE/AM) de abuso de poder via meio televisivo.

O acusação está no fato de Henrique Oliveira ter apresentado, durante o pleito de 2010,  os programas “populares” como “Na Hora H” e “Fogo Cruzado” que usam da miséria do ser humano para rendimentos financeiros e eleitorais.

Dentre os juízes que votaram pela cassação estão a digníssima e proba Maria Eunice Torres do Nascimento, Luis Carlos Valois,  e Dimis Braga, enquanto a relatora do processo, desembargadora Socorro Guedes foi a única que votou improcedente.

Mesmo com esta decisão do pleito do TRE possa ser recorrida em Brasília no TSE, uma questão importante é levantada: até onde a influência da mídia (que neste caso é um deserviço público) cria uma situação desigual de visibilidade entre os candidatos concorrentes. Obviamente um candidato que tenha um espaço veiculado diariamente é mais conhecido que alguém das quebradas que tem algum benefício direto na cidade. Mesmo que a atividade radio-televisiva seja uma profissão ela se usa como influência sobre a população mais do que outras profissões. É só lembrar nesta eleição o caso Russomano, que sem nenhuma influência política teve graças a sua exposição midiática alguma esperança de ir para o segundo turno em São Paulo, porém suas propostas se mostraram ineficientes e levaram a sua derrota.

Desta forma se faz necessário que haja uma legislação que conceba um limite para a exposição destes candidatos durante um período prévio da eleição. Assim casos como de pessoas que buscam se dar bem como Henrique Oliveira sejam impedidos de tirar benefícios de sua atividade nefasta a população nos vários sentidos.

Assange defende aumento massivo de meios de comunicação

Em entrevista à Carta Maior, concedida na embaixada do Equador no Reino Unido, Julian Assange fala sobre seu novo livro, que está sendo publicado no Brasil, e analisa o atual momento da mídia mundial. “O abuso que grandes corporações midiáticas fazem de seu poder de mercado é um problema. Nos meios de comunicação, a transparência, a responsabilidade informativa e a diversidade são cruciais. Uma das maneiras de lidar com isso é abrir o jogo para que haja um incremento massivo de meios de comunicação no mercado”, defende.

Marcelo Justo – Direto de Londres

O fundador de Wikileaks, Julian Assange, recebeu a Carta Maior em um escritório especial que a embaixada do Equador no Reino Unido preparou para que ele converse com a imprensa no momento da publicação no Brasil de seu novo livro “Cyberpunks. A Liberdade e o futuro da internet”. Veste uma camiseta da seleção brasileira, com o número sete e seu nome nas costas: a desenvoltura futebolística combina com seu bom bom humor. O cabelo branco e a pele quase translúcida lhe dá um ar de albino insone, mas os mais de seis meses encerrado nos confins da embaixada e o mais que incerto futuro ante à decisão do governo britânico de não conceder-lhe o salvo-conduto que permitiria que viajasse ao Equador, não parecem pesar muito.

É certo que ele em uma aparentemente merecida fama de recluso e que em seu pequeno quarto na embaixada deve fazer o mesmo que fazia a maior parte do tempo em sua vida livre: ficar grudado em seu computador e na internet. É difícil imaginar a vida de Julian Assange sem a tela do monitor e o ciberespaço. Por isso o livro que começa a ser vendido este mês no Brasil, publicado pela editorial Boitempo, contem algo tão inesperado como a camiseta brasileira: uma visão particularmente cética e mesmo negativa sobre o impacto da internet.

Você fala em seu livro da internet como uma possível ameaça para a civilização. Muitos pensam que a internet é uma arma para o progresso humano que produziu, entre outras coisas, Wikileaks. Sua interpretação não é um pouco pessimista?

Assange: Não resta dúvida que a internet deu poder às pessoas que não o tinham ao possibilitar o acesso a todo tipo de informação em nível global. Mas, ao mesmo tempo, há um contrapeso a isso, um poder que usa a internet para acumular informação sobre nós todos e utilizá-la em benefício dos governos e das grandes corporações. Hoje não se sabe qual destas forças vai se impor. Nossas sociedades estão tão intimamente fundidas pela internet que ela se tornou um sistema nervoso de nossa civilização, que atravessa desde as corporações até os governos, desde os casais até os jornalistas e os ativistas. De modo que uma enfermidade que ataque esse sistema nervoso afeta a civilização como um todo.

Neste sistema nervoso há vários aparatos do Estado, principalmente, mas não unicamente, dos Estados Unidos, que operam para controlar todo esse conhecimento que a internet fornece à população. Este é um problema que ocorre simultaneamente com todos nós. E se parece, neste sentido, aos problemas da guerra fria.

Você é muito crítico do Google e do Facebook que muita gente considera como maravilhosas ferramentas para o conhecimento ou as relações sociais. Para essas pessoas, em sua experiência cotidiana, não importa a manipulação que possa ser feita na internet.

Assange: Não importa porque esta manipulação da informação está oculta. Creio que nos últimos seis meses isso está mudando. Em parte por causa de Wikileaks e pela repressão que estamos sofrendo, mas também pelo jornalismo e pela investigação que está sendo feita. O Google é excelente para obter conhecimento, mas também está fornecendo conhecimento sobre os usuários. Ele sabe tudo o que você buscou há dois anos. Cada página de internet está registrada, cada visita ao gmail também. Há quem diga que isso não importa porque a única coisa que eles querem é vender anúncios. Esse não é o problema. O problema é que o Google é uma empresa sediada nos Estados Unidos sujeita à influência de grupos poderosos. Google passa informação ao governo de maneira rotineira. Informação que é usada para outros propósitos que não o conhecimento. É algo que nós, no Wikileaks, sofremos em primeira mão e que vem ocorrendo com muita gente.

Mas no que concerne o controle do Estado há usos legítimos da internet para a luta contra a pornografia infantil, o terrorismo, a evasão fiscal…

Assange: Indiscutivelmente há usos legítimos e a maior parte do tempo a polícia faz isso adequadamente. Mas nas vezes em que não faz, esses usos podem ser terríveis, aterrorizadores, como está ocorrendo atualmente nos Estados Unidos. É preciso levar em conta que o que chamamos de quatro cavaleiros do apocalipse – a pornografia infantil, o terrorismo, as drogas e a lavagem de dinheiro – são usados para justificar um sistema de vigilância massivo da mesma maneira que usaram armas de destruição em massa para justificar a invasão do Iraque. Não se trata de uma vigilância seletiva de pessoas que estão cometendo um delito. Há uma gravação permanente de todo mundo. Isso é uma ameaça diferente de tudo o que já vivemos antes, algo que nem Goerge Orwell foi capaz de imaginar em “1984”.

No Ocidente, falou-se muito da revolução do Twitter para explicar a primavera árabe. Esse não é um exemplo perfeito do potencial revolucionário da internet?

Assange: A primavera árabe se deveu à ação das pessoas e dos ativistas, desde a Irmandade Muçulmana até outros grupos organizados. A internet ajudou o pan-arabismo da rebelião com pessoas de diferentes países aprendendo umas com as outras. Também ajudou a que Wikileaks difundisse os documentos que deram mais ímpeto ao movimento. Mas se você olha para os manuais dos grupos que coordenavam os protestos, na primeira e última página, recomendavam que não se usasse Twitter e Facebook. Para as forças de segurança as mensagens no Twitter e no Facebook são um documento probatório de fácil acesso para prender pessoas.

O que pode se fazer então?

Assange: A primeira coisa é ter consciência do problema. Uma vez que tenhamos consciência disso, não nos comunicaremos da mesma maneira por intermédio desses meios. Há uma questão de soberania que os governos da América Latina deveriam levar em conta. As comunicações que vão da América latina para a Europa ou a Ásia passam pelos Estados Unidos. De maneira que os governos deveriam insistir que os governos deveriam insistir para que essas comunicações sejam fortemente criptografadas. Os indivíduos deveriam fazer a mesma coisa. E isso não é fácil.

De que maneira um governo democrático ou um congresso pode contribuir para preservar o segredo das comunicações pela internet?

Assange: Para começar, garantindo a neutralidade do serviço. Do mesmo modo que ocorre com a eletricidade, não se pode negar o fornecimento com base em razões políticas. Com a internet não deveria existir essa possibilidade de controlar o serviço. O conhecimento é essencial em uma sociedade. Não há sociedade, não há constituição, não há regulação sem conhecimento. Em segundo lugar, é preciso negar às grandes potências e superpoderes o acesso à informação de outros países. Na Argentina ou no Brasil a penetração do Google e do Facebook é total. Se os parlamentos na América latina conseguirem introduzir uma lei que consagre a criptografia da informação, isso será fundamental.

Temos falado da revolução do Twitter, mas em termos de meios mais tradicionais, como a imprensa escrita ou a televisão, vemos que há um crescente debate mundial sobre seu lugar em nossa sociedade. O questionamento ao poder de grandes corporações midiáticas como o grupo Murdoch ou Berlusconi na Itália e as leis e projetos na Argentina ou Equador para conseguir uma maior diversidade midiática mostram um debate muito intenso a respeito. O que você pensa sobre essas iniciativas?

Assange: Nós vimos em nossa própria luta como o grupo Murdoch ou o grupo Bonnier na Suécia distorceram deliberadamente a informação que forneceram sobre nossas atividades porque suas organizações têm um interesse particular no caso. Então temos, por um lado, a censura em nível do Estado e, por outro, o abuso de poder de grupos midiáticos. É um fato que os meios de comunicação usam sua presença para alavancar seus interesses econômicos e políticos. Por exemplo, “The Australian”, que é o principal periódico de Murdoch na Austrália, vem sofrendo perdas há mais de 25 anos. Como isso é possível? Por que ele segue mantendo esse veículo. Porque ele é utilizado como uma arma para atingir o governo para que este ceda em determinadas políticas importantes para o grupo Murdoch.

O presidente Rafael Correa faz uma distinção entre a “liberdade de extorsão” e a “liberdade de expressão”. Eu não colocaria exatamente assim, mas temos visto que o abuso que grandes corporações midiáticas fazem de seu poder de mercado é um problema. Nos meios de comunicação, a transparência, a responsabilidade informativa e a diversidade são cruciais. Uma das maneiras de lidar com isso é abrir o jogo para que haja um incremento massivo de meios de comunicação no mercado.

Tradução: Katarina Peixoto

Manaus lidera as estatísticas de casos de dengue no Amazonas

Da Agência Brasil

Com 515 casos de dengue registrados desde janeiro, Manaus é a cidade com o maior número de pessoas com a doença no estado do Amazonas este ano. Depois vem Tabatinga, com 125, e Humaiatá, com 23. O levantamento foi feito pela Fundação de Vigilância Sanitária e Saúde (FVS). Em todo estado são 726 casos.

Equipes da FVS estão monitorando 11 municípios com casos confirmados e os que ainda não tiveram a população contaminada. O período de chuvas no Amazonas favorece o aparecimento de focos do Aedes aegypti, mosquito transmissor da doença.

De acordo com o diretor-presidente da fundação, Bernadino Claúdio de Albuquerque, apesar de ser um período de aumento dos casos de dengue, a situação está sob controle. Para o combate à dengue, segundo ele, o estado conta com mil agentes de saúde, em Manaus, e 1.200, no interior, que orientam a população sobre como evitar a proliferação do Aedes aegypti.

O Amante da vida Hugo Chávez persiste con insuficiência respiratória

Da Agência Brasil

A insuficiência respiratória do presidente da Venezuela, Hugo Chávez, persiste e “a tendência não é favorável”, informou na noite de hoje (21) o ministro da Comunicação e Informação, Ernesto Villegas, que leu o comunicado sobre o estado de saúde de Chávez em cadeia nacional de rádio e TV.

“Convocamos esta cadeia nacional por instrução do vice-presidente da República, Nicolás Maduro, para informar ao povo venezuelano que a insuficiência respiratória que surgiu no pós-operatório da cirurgia feita em dezembro permanece e, por isso, continua sendo tratada”, disse ainda Villegas.

O ministro informou também que Chávez continua em tratamento médico no Hospital Militar de Caracas, “sem apresentar” efeitos adversos. “Ele se mantém em estreita comunicação com a família, a equipe do governo e com os médicos”. completou.

Hugo Chávez regressou à Venezuela na madrugada de segunda-feira (18), depois de ficar 68 dias em Cuba, para o tratamento de um câncer na região pélvica.

O retorno de Chávez e a falta de “notícias” sobre seu estado de saúde têm sido motivos de críticas da oposição. Manifestações do movimento estudantil também cobram informações mais claras do governo sobre a doença e recuperação do presidente.


USAR O CONTROLE REMOTO É UM ATO DEMOCRÁTICO!

EXPERIMENTE CONTRA A TV GLOBO! Você sabe que um canal de televisão não é uma empresa privada. É uma concessão pública concedida pelo governo federal com tempo determinado de uso. Como meio de comunicação, em uma democracia, tem como compromisso estimular a educação, as artes e o entretenimento como seu conteúdo. O que o torna socialmente um serviço público e eticamente uma disciplina cívica. Sendo assim, é um forte instrumento de realização continua da democracia. Mas nem todo canal de televisão tem esse sentido democrático da comunicação. A TV Globo (TVG), por exemplo. Ela, além de manter um monopólio midiático no Brasil, e abocanhar a maior fatia da publicidade oficial, conspira perigosamente contra a democracia, principalmente, tentando atingir maleficamente os governos populares. Notadamente em seu JN. Isso tudo, amparada por uma grade de programação que é um verdadeiro atentado as faculdades sensorial e cognitiva dos telespectadores. Para quem duvida, basta apenas observar a sua maldição dos três Fs dominical: Futebol, Faustão e Fantástico. Um escravagismo-televisivo- depressivo que só é tratado com o controle remoto transfigurador. Se você conhece essa proposição-comunicacional desdobre-a com outros. Porque mudanças só ocorrem como potência coletiva, como disse o filósofo Spinoza.

Acesse esquizofia.wordpress.com

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CAMPANHA AFINADA CONTRA O

VIRTUALIZAÇÕES DESEJANTES DA AFIN

Este é um espaço virtual (virtus=potência) criado pela Associação Filosofia Itinerante, que atua desde 2001 na cidade de Manaus-Am, e, a partir da Inteligência Coletiva das pessoas e dos dizeres de filósofos como Epicuro, Lucrécio, Spinoza, Marx, Nietzsche, Bergson, Félix Guattari, Gilles Deleuze, Clément Rosset, Michael Hardt, Antônio Negri..., agencia trabalhos filosóficos-políticos- estéticos na tentativa de uma construção prática de cidadania e da realização da potência ativa dos corpos no mundo. Agora, com este blog, lança uma alternativa de encontro para discussões sociais, éticas, educacionais e outros temas que dizem respeito à comunidade de Manaus e outros espaços por onde passa em movimento intensivo o cometa errante da AFIN.

"Um filósofo: é um homem que experimenta, vê, ouve, suspeita, espera e sonha constantemente coisas extraordinárias; que é atingido pelos próprios pensamentos como se eles viessem de fora, de cima e de baixo, como por uma espécie de acontecimentos e de faíscas de que só ele pode ser alvo; que é talvez, ele próprio, uma trovoada prenhe de relâmpagos novos; um homem fatal, em torno do qual sempre ribomba e rola e rebenta e se passam coisas inquietantes” (Friedrich Nietzsche).

Daí que um filósofo não é necessariamente alguém que cursou uma faculdade de filosofia. Pode até ser. Mas um filósofo é alguém que em seus percursos carrega devires alegres que aumentam a potência democrática de agir.

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