Em uma operação deflagrada ontem, a Polícia Federal (PF) desarticulou uma quadrilha internacional que trazia ilegalmente para o Brasil imigrantes vinham trabalhar em condições análogas à escravidão.Embora ao todo foram cumpridos 14 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, ninguém foi preso, tendo a PF identificados os integrantes do esquema.
O tráfico dos aliciados era feito através da Bolívia, da Guiana Inglesa e do Peru, passando por Boa Vista (RR), Assis Brasil (AC) ou por Corumbá (MS). Ao chegar Brasil, a quadrilha fazia com que os imigrantes pedissem refúgio ao governo brasileiro como forma de regularizar sua situação.
Cerca de 80 vítimas do golpe viviam em oito casas em Samambaia. De acordo com o delegado federal Dennis Cali, inicialmente os trabalhadores eram contratados por frigoríficos. Porém logo passaram a trabalhar também na construção civil e em outros serviços terceirizados, como lava-rápido. As pessoas envolvidas com o esquema vinham de Bangladesh, onde o grupo aliciava seus conterrâneos com a promessa de salários que, de acordo com a PF, variavam entre US$ 1 mil e US$ 1,5 mil. Porém a PF informou que cada aliciado pagava cerca de 10 mil dolares de seu trabalho ao grupo em despesas como a viagem ao país.
A Polícia Federal também informou que ainda não encontrou nenhum vínculo das empreiteiras com nenhuma obra do governo federal. Este fato é contrário ao que a mídia reacionária vem noticiando, inclusive afirmando que as empreiteiras trabalhavam para o progrma Minha Casa, Minha Vida.
O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, destacou a importância da Operação Liberdade e do combate ao tráfico de pessoas: “Este tipo de crime é um crime de difícil percepção na medida em que as pessoas têm medo de denunciar. Estamos começando a agir agora porque a sociedade está se levantando, a sociedade está informando, a sociedade está criando as condições para que a Polícia Federal possa agir. E isso é muito bom” (…) O tráfico de pessoas, infelizmente, existe e faz tempo. E se vocês observarem o número de inquéritos abertos ao longo do tempo, é muito pequeno perto do volume que temos a percepção de que esse crime ocorre, mas as pessoas estão se sentido mais animadas a informar”.
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