SABATINA MIDIÁTICA

Êxtase da informação: simulação. Mais verdadeira que a verdade. Jean Baudrillard

@ Após a promulgação da decisão dos CNJ que obriga os cartórios a reconhecer a união homoafetiva, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) , um dos grupos mais reacionários da igreja católica, criticou a decisão dizendo que considera que as uniões de pessoas do mesmo sexo “não podem ser simplesmente equiparadas ao casamento ou à família”.

A CNBB afirma defender o “matrimônio natural entre homem e mulher bem como a família monogâmica” como única possível no matrimônio e por isto “equiparar a união civil ao casamento não é aceitável”. A instituição acredita que o CNJ não tem competência para gerir estas questões pois “definir sobre essas questões caberia à sociedade brasileira representada no Congresso Nacional”.

A proposta  que foi apresentada pelo presidente do conselho e do STF, teve como base a decisão de 2011 que reconhecia a união estável, e este fato inclusive criou uma confusão no meio jurídico por causa da suposta diferença entre “casamento” e “união”.

A posição da CNBB demonstra dois entendimentos. A primeira é que o casamento deve ser visto apenas do lado religioso, como laço matrimonial nos preceitos da igreja. A segunda é que os católicos preferem que a votação vá ao congresso nacional pois é de conhecimento público as posições arcaicas dos deputados e senadores baseadas na religião, moralismo e preconceitos. Assim em ambos os casos a CNBB não quer conversar e sim conservar seu posicionamento pré-concebido.

Além disto em se tratando em um estado laico, os direitos civis ao casamento e suas responsabilidades/direitos ultrapassam a esfera religiosa. E mesmo na união religiosa por que não aceitar aqueles que amam, sejam estes homoafetivos, prostitutas ou deficientes?

@ Nesta semana a lei 12.732 foi detalhada pelo Ministério da Saúde e a partir da próxima quinta (23) afirma que pacientes com câncer tem que receber o tratamento até 60 dias após o registro da doença no prontuário médico. Na tentativa de auxiliar estados e municípios a gerir os serviços oncológicos da rede pública, a pasta anunciou a criação do Sistema de Informação do Câncer (Siscan).

Este programa que será usado terá um histórico de vida e tratamento como explicou o ministro Alexandre Padilha: “É um acompanhamento em tempo real do que acontece nos serviços de saúde (…) inaugura uma nova etapa no tratamento do câncer no país”. Além disto os estados e municípios que não implantarem o sistema até o fim do ano terão suspensos os repasses feitos para atendimento oncológico.

Outra medida que será implementada será a avaliação contínua do funcionamento e atendimento dos serviços oncológico feitos através de visitas as unidades do Sistema Único de Saúde (SUS). A comissão de monitoramento e avaliação, de caráter permanente, acompanhará todo processo de implantação do Siscan e a execução de planos regionais de oncologia.

De acordo como o  Instituto Nacional do Câncer (Inca) aproximadamente 518 mil novos casos da doença devem ser registrados no Brasil este ano. Estas medidas do Ministério visam trazer mais agilidade do sistema de atendimento em um país onde há uma grande espera pelo atendimento ainda mais especializado.

@ O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está em Buenos Aires e ontem esteve junto com a presidenta da Argentina, Cristina Kirchner, no congresso argentino onde recebeu títulos de doutor honoris causa de várias universidades argentinas e deixou a direitaça e mídia golpista em suas composições tristes.

Na ocasião demonstrou apoio a Cristina Kirchner em relação aos entraves que ela tem sofrido com o Grupo Clarín que busca cada vez mais aumentar seu monopólio. O sapo barbudo mandou uma mensagem ao povo argentino: “Quero sugerir aos argentinos que não deixem os adversários escreverem a história do que vocês representam para o país.”

Lula ainda falou sobre a situação argentina e comparou com a que ocorre no Brasil: “podem vir todos os jornais, todos os canais de televisão que quiserem que não poderão negar o apoio que este governo tem (…)Setores conservadores não entendem o que aconteceu no Brasil na última década, assim como nunca entenderam o que aconteceu na Argentina entre os anos 40 e 50 e não entendem o que está acontecendo agora.”

O ex-presidente tem razão quanto a tentativa das grandes mídias em manipular informações e buscar cada vez mais mostrar apenas formas alienantes de entretenimento, e também notícias que não produzem uma leitura ampla do mundo.