SABATINA MIDIÁTICA

Êxtase da informação: simulação. Mais verdadeira que a verdade. Jean Baudrillard

@ O movimento pela democratização da comunicação esteve presente nesta última semana no vão livre do Museu de Artes Plásticas/Masp, em São Paulo em uma ‘aula pública’ sobre diversos temas.  A aula surgiu a partir da necessidade de uma assembléia popular temática.

Os  participaram debateram temas como o monopólio da Globo e de outras emissoras da mídia e da democracia brasileira; o Marco civil da internet, tema que teve inclusive um flashmob antes do debate,  a internet livre;  e a cobertura da mídia das mobilizações populares.

Quanto o Marco Civil da Internet o debatedor Sérgio  Amadeu afirmou que a importância da aprovação do projeto uma vez que o “Marco Civil garante que a vigilância das redes sociais, de e-mails e dados em geral, feita pelo Obama nos Estados Unidos, não ocorra no Brasil sem a existência de ordem judicial”.

Além disto ele falou da importância da internet livre para a manifestação popular e luta por uma cultura menos industrializante e opressora. Em relação a este tema ele falou que “as grandes empresas de telecomunicações e a indústria do direito autoral sabem que a comunicação e a cultura serão cada vez mais digitais e atuam em defesa de interesses estritamente econômicos”.

Quanto a questão da democratização dos meios de comunicação, Pedro Ekman das Intervozes afirmou que “há um predomínio de veículos comerciais, que têm seus interesses próprios e encaram a comunicação como negócio (…) O Roberto Marinho, por exemplo, não gosta de discutir a regulação da mídia em países considerados avançados, como França, Inglaterra e Estados Unidos. Isto porque há legislações que proíbem a propriedade cruzada. Já no Brasil, por exemplo as Organizações Globo detêm jornais, revistas, rádios, televisão, canais de televisão, gravadora, editora… o que não é bom nem para o mercado, muito menos para a democracia”.

Estes debates são muito produtivos para a sociedade em geral e talvez possuam mais força do que as manifestações infiltradas por golpistas, grupos paramilitares, e movimentos da extrema direita que continuam pelo país. Tanto que ao debaterem de forma democrática e acessiva temas de interesse público fazem um papel que a própria mídia deveria fazer.

Ao fim dos debates o movimento teve como encaminhamento a realização de um grande ato em frente à sede da Rede Globo em 11 de julho, dia em que as centrais sindicais realizam paralisações e manifestações em todo o país.

@ Em relação ao plebiscito sobre a reforma política e eleitoral brasileira, a  presidenta Dilma Vana Rousseff afirmou que acredita na inteligência, sagacidade e esperteza do povo brasileiro para responder às perguntas de um plebiscito e assim decidir o melhor caminho para o Brasil. Conhecedora da inteligência coletiva que cada brasileiro sabiamente possui, mesmo quando a renega, Dilma reforçou de que não tem nenhuma dúvida da capacidade da população de entender as questões.

Em seu discurso feito no lançamento do Plano Safra Semiárido, em Salvador Dilma reiterou que “o povo sempre mostrou, ao longo da história, que suas escolhas foram acertadas. Não acho que o povo não seja capaz de aprender porque as perguntas são complicadas”.

Ao deparar com a direita golpista que tenta usar a medriocridade de sua mídia capacho para destratar esta iniciativa que inclusive “veio do congresso nacional”, Dilma sabe que o povo em seu movimento alegre e inteligente percebe estas artimanhas dos manhosos direitistas em tirar seu direito de escolha quanto as mudanças necessárias ao país.

O governo federal no sentido de agilizar o processo de plebiscito encaminhou ao Congresso Nacional sugestões de temas para a formulação do plebiscito pelo congresso. Dentre os temas sugeridos pela presidenta há questionamentos sobre  à forma de financiamento das campanhas, ao sistema eleitoral, ao fim da suplência de senador, à manutenção das coligações partidárias e ao fim do voto secreto nas votações do Congresso.

Sobre as manifestações Dilma falou da legitimidade da voz do povo e das respostas do governo “Aqui as ruas falaram por mais direitos, e aqui quero dizer que esta presidenta ouviu claramente a voz das ruas, tanto porque essa voz é legitima, quanto porque temos uma democracia, e faz parte dela a luta por mais direitos.”

Dublê da Globo é dublê de líder da Veja

Do Tijolaço

O Blog ContextoLivre publica e a gente foi conferir. E achou muito mais.

Maycon Freitas, o entrevistado das Páginas Amarelas da Veja desta semana, como “representante” dos manifestantes da onda de protestos que tomou as ruas, presta serviços como dublê a Rede Globo de Televisão.

A Veja, é claro, nem se importou que Maycon tenha quase o dobro da idade da maioria dos manifestantes, mas o transformou num grande ativista cibernético.

Apresentado como “a voz que emergiu das ruas”, Maycon é apresentado como líder de uma comunidade no Facebook , a União Contra a Corrupção, onde se publica ou republica coisas como essa imagem aí do lado, dizendo que os médicos cubanos (cadê?) são guerrilheiros disfarçados e que um golpe comunista está em marcha. É mentira, a página é mantida por Marcello Cristiano Reis, um advogado paulista.

Se tivesse ido olhar o perfil de Maycon no Facebook veria que, antes de virar “celebridade”, suas últimas postagens foram em janeiro, com pérolas do tipo:

“Mulher que diz que homem é tudo igual. É porque nunca soube fazer a diferença na vida de um.”, ou

“No carnaval as mina pira , em novembro as mina ”pari”. “No carnaval os mano come, em novembro os mano some.”

Antes, em 2012, a vida estava boa para Maycon, como você pode ver nas fotos do líder de massas em Cancún, no México, num turismo “padrão FIFA” de deixar a gente com inveja. Como está sofrendo o revoltado Maycon!

Ah, essa internet…

Ah, essa Veja…

PS. Até de um mistificador como o Maycon a gente respeita a privacidade. Todas as fotos são públicas no seu Facebook, não necessitam de compartilhamento.

Por: Fernando Brito