SABATINA MIDIÁTICA

Êxtase da informação: simulação. Mais verdadeira que a verdade. Jean Baudrillard

@ O presidente boliviano Evo Morales pediu desculpas ao Brasil por ter feito em 2011 uma vistoria em um avião da Força Aérea Brasileira que levava o ministro da Defesa, Celso Amorim. A vistoria foi feita  na região de na El Alto e foi focada na imprensa brasileira como um incidente.

Nesta última semana o Ministério da Defesa do Brasil confirmou a informação sobre a vistoria, e em nota, afirmou que houve reação do Ministério das Relações Exteriores, por intermédio da Embaixada do Brasil na Bolívia, exigindo desculpas e o fim de procedimentos semelhantes.

Evo afirmou que este incidente foi “superado” e  afirmou haver uma grande confiança no governo do Brasil: ”há uma confiança mútua desde Lula e agora, com Dilma, e essa confiança vai continuar. Eu tenho muito respeito pelos países vizinhos, especialmente a Argentina e o Brasil. Os problemas estão superados, e isso é confiança mútua”.

Morales afirmou estar surpreso pelo incidente e por isto ele e o povo boliviano pedem“ desculpas ao povo brasileiro e ao governo, somos sinceros. Além disto afirma que só houve uma suspeita pelos oficiais, a de narcotráfico: “[Lamento que] alguns oficiais, a pretexto da luta contra o narcotráfico, não tenham respeitado os aviões oficiais.”

Os ministérios da Defesa e das Relações Exteriores afirmaram que não se pronunciarão sobre o incidente.

Esta vistoria aparentemente não modificou nenhuma forma da relação entre os dois países. Como sabemos (e como o próprio Evo afirma) a Bolívia é um país democrático com o qual o Brasil mantêm forte relação. Assim Evo e Dilma, Brasil e Bolívia continuarão seu caminho inabalado por estes tipos de  incidentes.

@ O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se comprometeu nesta semana tentar até o início de agosto um encaminhamento para os conflitos entre os índios e fazendeiros, em torno da demarcação de terras indígenas em Mato Grosso do Sul. Reunido na última semana com fazendeiros e líderes indígenas o ministo espera resolver o conflito.

O conflito entre os povos autóctones e fazendeiros na região resultou na morte de um indígena quando houve a tentativa de reintegração de posse da Fazenda Buriti, em Sidrolândia. Em todo o estado do Mato Grosso do Sul há ao menos 53 áreas demarcadas ou em processo de demarcação, sendo que na maior parte há litígio judicial.

Para o Ministro, o governo estuda uma fórmula jurídica para cada situação: “Há situações diferentes, há áreas em que mesmo não tendo havido o trânsito em julgado, como é o caso da Fazenda Buriti, até o momento o Judiciário entende que a área não é indígena. Há áreas em que foi suspenso o processo de demarcação sem haver uma decisão, há áreas em que não houve suspensão e que, portanto, se poderia afirmar que, salvo uma decisão em contrário do Judiciário, a área seria indígena”.

O ministro ainda informou dentre outras coisas que “houve determinação ao grupo que fizesse a avaliação financeira de algumas áreas levantadas, o que inclui indenizações sobre valor do domínio, benfeitorias e outras”. Após resolver este conflito, o governo deve fazer reuniões entre índios e fazendeiros no Rio Grande do Sul, Paraná e em Santa Catarina na tentativa de demarcar as terras sem haver conflito.

A luta pela terra dos povos autóctones tem de ser respeitada de forma que o governo deve continuar buscando amenizar os conflitos e firmar formas de amenizar cada vez mais os conflitos, fazendo com que a ganância dos fazendeiros não seja maior que o direito dos povos tradicionais