A labirintopatia ou labirintite, como é mais conhecida nas rodadas da vida, é uma enfermidade, ou sintoma, que atinge um número grande de indivíduos, principalmente depois dos quarenta anos, mas podendo ser diagnosticada em idade muito anterior. A labirintite ou labirintopatia, segundo especialistas, ocorre mais em mulheres que em homens. Entretanto, nenhum dos dois escapam da experiência vestibular, posto que trata-se de uma enfermidade vestibular, área do líquido que mantém o nosso equilíbrio.
Os sintomas básicos dessa enfermidade labiríntica são as tonturas, conhecidas abismalmente como vertigens, e flutuações. Existem três tipos comuns de tonturas. A tontura rotativa quando o indivíduo sente que o ambiente roda – ou gira dependendo do ponto – em sua circularidade. A tontura não rotativa quando o indivíduo sente que ele é quem gira. Um perigo para quem gira em ponto de umbanda ou passeia de carrossel. Ainda há a sensação de flutuação como se o indivíduo andasse em um colchão com água. Também conhecida como síndrome da ginga do marinheiro quando desce do navio e anda no solo firme.
Para que o paciente inicie o tratamento são necessários alguns exames desde sangue, passando por cardiológico até cerebral, visto que as tonturas podem ter várias causas. Quando através dos exames se afasta todas as causas não relevantes aos vestibulares, aí começa a terapia. Muitas vezes o tratamento leva meses, até mesmo anos, quando não se torna crônico. O tratamento é necessário, porque seus sintomas são por demais penosos para os que são atacados por estes estados vertiginosos. Insegurança, irritabilidade, palidez, depressão, taquicardia, sudoreses, são alguns desses sintomas que ninguém gosta como acompanhante.
Mas o grande desafio médico é saber quando o paciente encontra-se curado. Muitas vezes o paciente mostra uma acentuada melhora, mas logo ocorre outra crise deixando-o muito triste e improdutivo. Assim, por mais eficaz e moderna que sejam as terapias o sentido da cura é preocupante. Embora, em muitos casos isso ocorra. Entretanto, nós desse blog intempestivo, acometidos pelo dever de querer auxiliar no teste de tratamento dos pacientes, oferecemos um método, para nós, muito competente. Fazer com que os pacientes andem pelas ruas de Manaus. É um teste infalível para saber se eles encontram-se curados ou não.
Manaus é uma não-cidade onde não existe uma só rua com calçada inteira. É totalmente desequilibra no seu plano não-urbano em relação calçadas. E não trata-se de ruas da periferia, que é uma não-arquitetura gritante. Trata-se das ruas do chamado centrão, como é o caso da avenida mais valorizada desse nicho não-urbano, a Avenida Djalma Batista. Nessa avenida não tem um quarteirão com calçada nivelada. É um total sobe e desce, sem contar com a quantidade de automóveis estacionados nessas elevações e depressões. Um grotesco espetáculo de alto e baixo relevo. Há ainda, inúmeras calçadas rachadas e esburacadas, convidando pernas e pés para uma torção ou fratura exposta. Uma maravilha produzida por todas as administrações municipais, e que agora continua no governo do prefeito amigo do ex-prefeito Amazonino, Arthur Neto do PSDB partido do primeiro mensalão no governo Fernando Henrique, o sabotador da velhice.
Diante desse quadro “terapêutico” não-urbano, o paciente ao se colocar em provas pelas ruas da não-cidade de Manaus, depois de tentar andar em algumas delas e não chegar a cair ou não ficar mais tonto, pode-se ter a certeza que se encontra curado. Todavia, embora a cura deva ser comemorada com grande festividade, não devemos esquecer dos tontos que se alojam nessa não-cidade cujas tonturas foram produzidos por essas ruas sem calçadas. Esses, só serão curados se migrarem dessa fábrica de labirintopatia ou labirintite.
É como diz a velha moral: o equilíbrio não foi feito para todos
Leitores Intempestivos