Laudo oficial da ditadura militar implantada no Brasil entre os anos de 1964 e 1985, afirma que o ex-presidente Juscelino Kubitschek, morrera por ocasião de acidente de trânsito no dia 22 de agosto de 1976. No acidente também morrera seu motorista, Geraldo Ribeiro que trabalhava com ele há 36 anos. O acidente ocorreu no município de Rezende, na Rodovia Presidente Dutra, quilômetro 168 – hoje km 331 – quando vinha de São Paulo para o Rio de Janeiro. Seu carro, um Opala, bateu em um caminhão Scania-Vabis.
Entretanto, apesar da negação dos militares, durante todos esses anos, sempre houve descrença na versão apresentada pelo militares. Pessoas ligadas a JK, seus familiares e grupos democratas sempre desconfiaram de que havia sido assassinado. JK, assim como o ex-presidente João Goulart, e outros opositores da ditadura eram cotidianamente vigiados por agentes da repressão e da CIA. Quando JK morreu, ele planejava formar uma frente democrática para regularização política no país.
Agora, a Comissão Municipal da Verdade de São Paulo, depois de dois anos de investigações, colher provas e testemunhas produziu o Relatório JK, onde mostra que o ex-presidente não morreu pela ação de um simples acidente casual, mas que ele fora assassinado em um atentado. Para a comissão, atentado orquestrado pelos generais Golbery de Couto e Silva, na época, ministro da Casa Civil da Presidência da República e João Batista de Figueiredo, chefe do Serviço Nacional de Informações (SNI), o último presidente militar.
Imbuída da certeza de que JK fora assassinado, a comissão enviou no dia 19 de fevereiro, o documento para a presidenta Dilma Vana Rousseff, solicitando que ela reconheça de o ex-presidente sofreu um atentado e que ela tome “as providências necessárias” para mudar a versão oficial que afirma que ele morrera em um acidente comum de trânsito. O Relatório JK também será enviado ao presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, procurador-geral da República, Rodrigo Janot, presidente do Senado, Renan Calheiros, coordenador da Comissão Nacional da Verdade (CNV), Pedro Dallari e para os procuradores da República de Volta Redonda e Rezende, Paulo Gomes Ferreira Filho e Luciana Fernandes Portal Lima Gadelha.
“Recolhemos contradições nas investigações da época, fraudes, mentiras, tentativas de incriminar o motorista de um ônibus quando, na realidade ele não abalroou o carro de Juscelino.
Estamos pedindo que o Brasil declare que Juscelino morreu de morte matada, e não de morte morrida. Não foi um acidente, foi um atentado que provocou aquele acidente que matou JK”, afirmou o vereador Gilberto Natalini (PV), presidente da comissão.
Leitores Intempestivos