Não há como se definir um homem. Todos os homens são produtos de suas vivências, seus percursos, seus acasos, suas mobilidades e imobilidades. Um homem sempre é diferente de outro homem. Embora, como é socialmente percebido, haja diferenças entre os homens, existem formas de comportamentos éticos em sociedade que afirmam o grau de alteridade entre todos como respeito-empático do existir-social.
“TODA ESTUPIDEZ É PRODUTO DA REPRESSÃO”
Ocorre, porém, que em uma sociedade alguns homens, em função do mundo-infantil que os adultos lhes ofereceram, tornaram-se imaturos sensitivos, cognitivos e sexualmente. E assim, cultuam e mantém esse estado-afetivo-imobilizado. Esses homens temem as mulheres. E como temem as mulheres fazem dos instrumentos que a sociedade patriarcal/burguesa/judaica/cristã/capitalista oferece como forma de discriminação das mulheres, armas de violência contra as mesmas. Uma clara afirmação do pensamento do criador da psicanálise, Freud: “Toda estupidez é produto da repressão”. O que significa que a repressão sofrida por uma criança não a faz somente um adulto frustrado emocionalmente, mas também um sujeito-sujeitado sexual e cognitivamente.
OS HOMENS SEXUALMENTE FÁLICOS
Os homens que são produtos da repressão imposta pelos adultos em suas infâncias, são personagens em conflitos com suas sexualidades. Não conseguem realizar uma relação sexual tendo as mulheres como reais. Seus quadros fantasmáticos se interpõem em uma possível relação sexual. As mulheres são tidas como, no máximo, um objeto parcial. Quando não, um vazio. Transpassados por esses sintomas, da ausência das mulheres, eles recorrem aos seus substitutos-fantasmas. E o assédio é um desses sintomas.
Esses homens são perigosos, já que em seus mundos não existem imagos-concretas de mulher. E como se sabe, o mundo é uma perspectiva configura pelas imagos-mulher-homem. Desmembrado de qualquer uma dessas imagos não é mundo, mas uma projeção retalhada. Cortes que nunca compõem um mundo-existência.
O perigo que esses homens representam para as mulheres é que eles as escolhem como responsáveis por suas frustrações, e, então, as fazem suas vítimas para significar suas aberrações-sexuais. Escolhem as mulheres porque a cultural-machista as tomas como inferiores e frágeis. Portanto, sem autonomia e voz-ativa. Uma fantasia própria dos homens-fálicos. Homem-eunuco ontologicamente.
CAMPANHA CONTRA O ASSÉDIO
O assédio ocorre em qualquer lugar onde existam homens-eunucos e mulheres. Na saca, na rua, no trabalho, na escola, prédios públicos, estações, clubes, etc. Entretanto, o local onde mais tem ocorrido a expressão desse sintoma patológico sexual-social é no transporte coletivo. São inúmeros os casos de mulheres que, fazem uso do transporte coletivo, foram assediadas durante o percurso que realizaram uma viagem nesse transporte. O caso tornou-se tão revoltante, porque se trata de uma explícita violência contra as mulheres, que várias entidades dos direitos humanos já manifestaram suas indignações. A própria presidenta Dilma Vana Rousseff, já revelou seu repúdio.
Preocupada com a aberração social, a Secretaria da Mulher, vai lançar hoje, dia 24, a campanha “Assédio Sexual no Ônibus é Crime”. A campanha vai mostrar aos homens-eunucos, que o assédio pode ser classificado como crimes de “importunação ofensiva ao pudor” e “estupro” e seus autores podem ser presos.
Como parte da campanha será distribuída gratuitamente para as mulheres – para quem tiver interessado – uma cartilha mostrando o que as mulheres devem fazer quando forem vítimas de assédios. Nos ônibus, como parte da campanha, serão fixados cartazes tratando do assunto. Para denunciar, as mulheres poderão usar o Disque 190.
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