Depois de prognósticos delirantes efabulados pelas direitas de que não haveria Copa do Mundo por falta de eficiência do governo Dilma, prognósticos impregnados de invejas, já que a inveja é um delírio do invejoso em querer ser o sujeito de sua inveja, chegamos hoje, dia 13 (um número que as direitas nacional e internacional odeiam), a final do maior torneio futebolístico do planeta.
No transcurso de mais de um mês, seleções de vários países de enfrentaram. Os resultados agradaram a algumas e não agradaram a outras. Mas como o torneio tem suas regras, duas seleções têm que disputar a final. E coube a Seleção da Argentina, terra do maior revolucionário do mundo latino-americano, Che, e a Seleção da Alemanha, terra do maior filósofo de todos os tempos, Marx, que pelos seus pensamentos certamente não torceria por nenhuma das duas, visto o futebol ter se transformado num grande negócio para exploração capitalista promovido pela multinacional FIFA.
Mas, se Marx não torceria, no Brasil há um grande número de torcedores que vão cravar na seleção dos chucrutes. A confirmação encontra-se na posição da maioria dos comentaristas e narradores brasileiros que formaram a corrente germanófila. Com direito ao culto da personalidade como fez a ESPN que produziu uma matéria nostálgica e melosa sobre a existência do jogador Müller.
Dois enunciados levam esses torcedores a escolher a seleção dos chucrutes. Um o histórico complexo de inferioridade-cultural que muitos brasileiros têm com relação à Argentina. O que o psicanalista Freud chama de complexo das pequenas vizinhanças. Para essa porção, tudo que for argentino não presta. Até o tango. Outro, também expressando inferioridade, é o sentimento de vingança transferido. Ou seja, a seleção dos chucrutes tem que ganhar da Argentina, na ótica desses brasileiros, para mostrar para eles que eles não são melhores que nós, seleção canarinho. Se nós perdemos, eles também têm que perder. Raciocínio de sujeito frustrado e vingativo.
Mas a seleção dos hermanos também tem seus torcedores brasileiros. Claro, que eles também têm suas frustrações, mas não desse tipo. São torcedores que sabem o que é a elevação emocional que um drible possibilita. Uma jogada-devir que corta o enquadramento do futebol burocrático exemplificado pelos chucrutes. Um devir-futebolístico, Messi. Cujo corpo cria com a dendeca, uma zona de indiscernibilidade imperceptível para o adversário. Messi sabe criar linhas de fuga que racham os corpos solidificados por uma semiótica opressora.
Esses torcedores brasileiros adoram as zonas de evanescências criadas pelos craques do futebol. Nada que o futebol pragmático proporciona, mas que os torcedores germanófilos se encantam. Os torcedores brasileiros pró-argentina não têm nada de xenofobia contra os chucrutes, nada de xenogermania, só que eles têm o direito e o dever de gostar da estética futebolística que desterritorializa os sentidos elevando-os a outras dimensões lúdicas. E como já era de se esperar, entre esses torcedores estamos nós desses blogs afinsophia.com e esquizofia.com. Somo hermanos desde quando a vida era inorgânica e continuamos sendo quando a vida tornou-se orgânica e sexuada. Quer dizer, muito antes, mas muito antes mesmo, de ser criancinha.
Por tal, arriba, hermanos!
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