Quem conhece a história de Fernando Henrique na dita politica brasileira sabe que ele é produto de afetos tristes: a vaidade e a ambição. A vaidade mostra sua pose de querer sempre ser a figura de atenção do baile. Seus próprios amigos sabem disso. Ele não perde uma oportunidade para se iludir com a glória magicada. A ambição lhe empurrou para todos os territórios onde acreditou encontrar facilidade de subida no poder. Sua aproximação a Lula, quando este era o grande líder operário que chamava atenção de todos os homens e mulheres comprometidos com a democratização do Brasil, foi o momento fundamental para se arranjar ao lado do metalúrgico.
Não foi à toa que ele passou a ser tido como um papagaio de pirata: em qualquer ocorrência política que Lula se encontrava lá Fernando Henrique estava. Ele via em Lula a grande facilidade para seu alpinismo político. Ser amigo de Lula era como diminuir qualquer altura de montanhas que inibem a coragem dos alpinistas. Lula lhe oferecia a coragem e os instrumentos, sem saber, é lógico.
Foi então, que Fernando Henrique, depois de muitos equilibrismos e contorções, chegou ao poder. Gostou. Gostou tanto que rasgou a Constituição para lhe imprimir a ‘legalidade’ da reeleição. Ajudado por políticos corruptos, que venderam e compraram votos, foi reeleito. Não adiantaram os protestos contra a prática anticonstitucional. As tentativas de instalação de CPIs para apurar a fraude política foram infrutíferas. Com a vaidade elevadíssima e a ambição satisfeita, começou a vender as estatais do País. Amante do neoliberalismo, deus do capitalismo de mercado, ele concretizou as privatizações. Além de colocar o país de cócoras diante do Fundo Monetário Internacional (FMI). E de quebra impedir qualquer denuncia de corrupção em seus desgovernos.
Como estratégia para ter maior segurança jurídica, indicou Geraldo Brindeiro, à Procurador-Geral da República. O amigo Geraldo passou a engavetar os inquéritos e processos contra seus desgovernos. Assim, como também, contra seus amigos. Como resultado deste ato antijurídico, passou a ser alcunhado de ‘engavetador-geral da República’. Desta forma, não foi por acaso que nesse período a corrupção se manteve em moda. São vários os casos conhecidos até em obras literárias que trazem farto material testemunhal.
Com a maior rejeição já tida por um ex-presidente, Fernando Henrique, ainda muito vaidoso, mas sem qualquer poder político, embora seja muito bajulado pelas direitas, em alguns momentos esquece que já perdeu o poder e fantasia querê-lo de volta, e para isso usa o nome de Lula. Dessa vez, escreveu mais um artigo sugerindo que Lula fale sobre a corrupção que gerou a Ação Penal 470. Uma forma incauta de querer tenta se desviar da real corrupção que se alastrou em seus desgovernos e que impediu os trabalhos dos órgãos da Justiça do Estado como o Ministério Público, a Polícia Federal e a Procuradoria-Geral da República. E que foi preciso Lula ser eleito presidenta para que tudo fosse investigado.
Lula, como é um homem concreto ontologicamente, não caiu na armadilha de quem sofre por idolatrar o poder e que jamais poderá tê-lo. Com a dialética conclusiva dos homens que não se dispersam com falsos problemas, como diz o filósofo Nietzsche, Lula, respondeu: “Eu não leio FHC!”.
Pronto! Fernando Henrique voltou ao seu mundo desértico.
Leitores Intempestivos