Como a educação pública é um caso de política, visto que implica os conhecimentos e as práxis significadoras do educar da classe que nela está engajada, o que confirma a dimensão ontológica do educador, todo ano já é pauta da categoria concretizar reivindicações, porque os governantes não possuem o entendimento do que é publicamente educação.
Embora a reivindicação seja dos professores, a educação é um caso de política, porque não termina nos queres desses profissionais. Ela envolve também as escolas, os funcionários da escola, os estudantes, os pais, a comunidade, porque, de maneira geral, reflete todo o sistema de ensino. O professor trapaceado em seu seguimento profissional, como seu salário, expressa a trapaça a todos os trabalhadores. Portanto, não é uma reivindicação isolada, como muitos acredita, entre os muitos os próprios governantes com seus capachos. Entre os capachos, professores submissos, analfabetos políticos, ou masoquista, que gozam sob a opressão destes governos.
Foi exatamente com essa compreensão que centenas de professores da rede pública do estado e do município realizaram manifestação, em Manaus, reivindicando seus diretos tendo como pauta principal a data base. Um tema fácil de compreender, mas impossível de aceitar.
Com referência ao estado, a data base, que é um reajuste no salário da categoria que pede 20%, ocorre no mês de março. Só que o governo, em sua infinita sabedoria, até o dia de ontem, dia 18, data da reivindicação, não havia se pronunciado. Como o mês de março caminha para o seu fim, os professores acreditam que vai ocorrer o mesmo que vem ocorrendo durante anos: o pagamento da data base só ocorrerá lá para as bandas de junho quando o dinheiro já tiver tomado outra feição que não a de salário dos professores.
Para materializar a reivindicação, os professores a partir das 8 horas, seguiram para a Avenida Brasil, locais das sedes do governo estadual e municipal. Quando chegaram ao topos estadual, foram informados que o sindicato, considerado pelos manifestantes como pelego, já havia dialogado com o governo. Mostrando o quanto sabe que educação é um caso de política. Para ele simples pelegagem.
Os manifestantes não se abateram e nem imitaram as direitas que são imobilizadas por um eterno estado de depressão. Professores subiram ao carro de som e expressaram seus discursos de descontentamento com o estado de coisa que violenta a educação no Amazonas há décadas sob a força opressora dos governos reacionários. Depois seguiram em direção à sede da prefeitura sob o ideário neoliberal do partido da burguesia-ignara-parasitária, PSDB, comandada pelo prefeito Arthur Neto, que quando senador, afirmou que iria surrar Lula. Semelhante como ocorreu na frente da sede do governo estadual, os professores também discursaram de forma veemente e convincente diante da sede da prefeitura.
Como não foram atendidos pelos governos, a categoria, em assembleia no local, decidiu que na quinta-feira e sexta-feira da próxima semana haverá um paralisação geral. No dia 26, na frente da Arena da Amazônia, haverá um assembleia para decidir a greve geral. Uma decisão que mostra que esses professores compreenderam, junto ao filosofo Marx, que a potência política do trabalhador é a mobilização. E que em alguns casos leva à greve comandada pela classe.
Enquanto a decisão confirma que a educação é um caso de política, para os capachos e pelegos, que não comparecem às reivindicações, a decisão é um momento de confirmar suas alienações como intrusos na educação, porque irão aproveitá-la como um bom feriado. Um convescote ou uma oportunidade para irem livremente e saltitantes ao shopping ou supermercado, suas praias efusivas promovidas pelo consumo capitalista. Uma prática que se configura como a exploração da mais-valia, sobretrabalho, que os professores manifestantes produzem e os pelegos tomam para si.
0 Respostas to “PROFESSORES DAS REDES ESTADUAL E MUNICIPAL REALIZARAM MANIFESTAÇÃO, EM MANAUS, REIVINDICANDO SEUS DIREITOS”