Fenando Henrique, o guru das direitas, disse que o PSDB sabia desde 2006 que Eduardo Cunha, presidente da Câmara Federal, tinha dívidas com a Justiça. Na linguagem da malandragem: não estava limpo. Ele próprio, Fernando Henrique, no governo Itamar havia intercedido para que Cunha, não fosse indicado para um órgão estatal. Porém, mesmo assim, impulsionado pelo seu obsessivo interesse de poder e, no caso, acabar com o governo Dilma, se uniu como carne e unha com o homem dos 5 milhões de dólares.
Eduardo Cunha que, segundo a Justiça, tem vários processos e cinco contas junto com familiares, já bloqueadas na Suíça, realizou sua reeleição e as eleições de vários apaniguados com financiamento de empresas. Suas contas na Suíça eram conhecidas desde 2006 quando seu atual advogado Antônio Fernando de Souza, na época, Procurador-Geral da República, engavetou a denúncia. Com o início do ano legislativo ele lançou sua candidatura para presidente da Câmara Federal. Contava ele com seus apaniguados que eram mais de 100 deputados e outros analfabetos políticos que entulham o Parlamento se passando como parlamentares. Não deu outra: o fisiologismo se expressou leve e solto.
Como presidente começou a fazer pose de quem é democrata e zela pelas coisas da República. Nessa pose ele escolheu o governo Dilma para mostrar que era um protetor da democracia. E, então, passou a ameaçá-la. Aproveitando a inveja e o ódio que nutria contra o Partido dos Trabalhadores (PT) e seus aficionados, o partido da burguesia-ignara, PSDB, se aliou explicitamente a Eduardo Cunha, para usá-lo como peça de seu despudorado interesse: o golpe contra o governo federal.
Nesse conluio, tanto Eduardo Cunha, sabia que tinha contas na Suíça e que tinha recebido propina de 5 milhões de dólares, como ficou mostrado pelo delator da Lava Jato, lobista Júlio Camargo, entre outras acusações, como o PSDB sabia da condição nada republicana e democrática de Cunha. Mas ele era uma peça importante para o impeachment de Dilma, por isso era preciso lhe conceder proteção. O mesmo fizeram outros setores reacionários do país, como as mídias acéfalas que também perseguem esse propósito.
Porém, as denúncias contra Eduardo Cunha foram se avolumando chegando até a Procuradoria-Geral da República que por sua vez levou ao Supremo Tribunal Federal (STF). Pronto! Cunha, desnudado pela ética, foi exibido onde sempre estivera: nos seus atos antidemocráticos. Antes, porém, encenou ser justo e honrado. Foi de decisão própria depor na CPI da Petrobrás, proposta por seus semelhantes. Lá, perguntado se tinha conta na Suíça, negou honradamente. Encenação pura, mas com ator canastrão: ator sem talento. Tudo o que se sabe hoje, mesmo os que não entendem nada de teatro. Só não os que afirmaram que “são milhões de Cunha no Brasil”. A fina flor da moral brasileira.
Hoje, em situação que até Deus se afasta e o Diabo corre para bem longe, o honrado PSDB, primeiramente, através de seu enfurecido representante, deputado Carlos Sampaio, afirmou que ia ficar com ele até que fossem comprovadas as denúncias. Em seguida, outro enraivecido, que no passado encenava ser progressista, Goldman, disse que Eduardo Cunha era “carne morta ( não confundir com Carne Trêmula, de Almodóvar)”. Agora, depois da carne morta, o partido da burguesia-ignara pede que ele saia como “herói nacional”, saia honrosamente. Para a turma de Fernando Henrique honradez é apresentar um tema que possa atingir o governo Dilma. Nada do que Cunha tenha.
Mas, por enquanto, Eduardo Cunha mostra para si mesmo que tem princípios. Disse em bom tom que não renuncia. Em seus princípios ele sabe que não tem mais companhia nenhum. Nem seus mais de 100 estão com ele. Os mais de 100 são dos evangélicos que seguem o princípio bíblico: “Enriquecestes Jó? Vêm os amigos! Empobrecestes Jó? Vão os amigos”. A teologia do capitalismo. Todavia, Cunha, em seus princípios se considera um homem honrado e um homem honrado, mesmo acusado de corrupção, não nega sua honradez. Nem que seja para ser herói de quem precisa desse tipo de herói. Só que o governo Suíço abalou de vez sua honradez: enviou para a Procuradoria-Geral da República os extratos de suas contas mostrando que ele usou empresas offshore para lavar o dinheiro.
Nessa confraria de amigos do golpe unidos com Eduardo Cunha e PSDB e todos os representantes invejosos e odientos das direitas, se fundiu o seu Hélio Bicudo que mandando às favas seu passado, esse sim, honrado, gritou alto e em bom tom e som que era mais um golpista. Como peça importante para o golpe contra Dilma teve logo todas as mídias fascistas a sua disposição. Durante esse tempo não teve tempo sequer para lembrar, de seu tempo de homem justo e insigne. Seu tempo todo era para conspirar e levar o golpe ao seu desfecho. Só que seu Hélio Bicudo não contava com os a inteligência e o sentido democrático dos técnicos da Câmara Federal que analisaram seu pedido de impeachment contra Dilma. Não deu outra: os técnicos pediram engavetamento do pedido do seu Hélio Bicudo afirmando não haver os documentos apresentados, provas materiais e convincentes contra o governo Dilma.
Uma estrondosa baixa nos golpistas. Eles acreditavam piamente que com a escalação do seu Hélio Bicudo, o time golpista ganhava, já que seu Hélio Bicudo, como jurista respeitado, é um craque melhor que o melhor jogador do mundo, Maradona.
Com o engavetamento do pedido de seu Hélio Bicudo, podem saltar três inquirições no meio de tantos personagens honrados, probos, democráticos e republicanos. Será que ele como intelectual-jurista tinha essa bola toda para ser respeitado como era? Ou será que era apenas jogo de cena para engabelar o loca, já que não foi capaz de elaborar um documento para golpear Dilma? Ou, na verdade, nada consta contra o governo Dilma, e os técnicos é que tiveram a inteligência necessária para ver o que seu Hélio Bicudo não viu ou não quis ver?
Prêmios para a melhor dissertação constatadora. Uma camisa com as fotos e rubrica de Cunha, Carlos Sampaio, Goldman, Cássio Cunha, Serra, Fernando Henrique, Agripino, Caiado, Roberto Freire e Mendonça Filho com a frase: Fora Dilma.
Leitores Intempestivos