O deputado Eduardo Cunha presidente da Câmara Federal inicia hoje a experiência que jamais imaginava: ter um processo contra si originado de seus atos inaceitáveis em um regime democrático.
Eduardo Cunha não é debutante nas tramas que uma sociedade capitalista, com seus falsos valores morais, proporciona. Há décadas ele amealhou em si uma série de elementos jurídicos contra suas tramas, mas nunca chegou ao ponto que nesse momento chegou: se encontrar como objeto de investigações que podem lhe impor o pior revés de sua carreira a margem da democracia.
Considerado um homem de grande habilidade para se desvencilhar das causações que pesam contra si, dessa vez todos os seus flancos de defesa estão obstruídos. No Supremo Tribunal Federal (STAAAF) tem dois processos. Um sobre corrupção envolvendo propina que foi delatado na Operação Lava Jato pelo consultor Júlio Camargo que o acusou de receber US$ 5 milhões, e outro, pela manutenção de contas, junto com a mulher e filha, em bancos da Suíça. Crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisa.
Todavia, se os dois processos ainda vão levar algum tempo, na Câmara Federal a dura realidade, para ele, é outra. Mais ou menos 50 parlamentares de sete partidos entre eles PT, PSOL, PCdoB, querem seu afastamento da presidência da Câmara Federal. Movidos por esse objetivo entraram no Conselho de Ética com pedido de abertura de processo contra o campeão de malabarismo antidemocrático.
Hoje, dia 29, Eduardo Cunha recebe a notificação do processo através do Conselho de Ética, e terá dez dias para realizar sua defesa. De acordo com que possa apresentar sua defesa, indefensável, ele poderá ser cassado ou não. O povo brasileiro, certamente, espera a primeira a primeira conclusão. Assim, o processo para seu afastamento começa a tramitar a partir da semana que vem e deve durar no máximo 90 dias, dependendo do relator, segundo o presidente do colegiado, deputado José Carlos Araújo (PSD/BH).
Entidades, movimentos sociais e, até, evangélicos lançaram um manifesto de repúdio contra o deputado antidemocrata.
“As denúncias de corrupção e o envio de recursos públicos para conta no exterior inviabilizam a permanência do deputado Eduardo Cunha no cargo que ocupa, uma vez que não há coerência e base ética necessária a uma pessoa com responsabilidade pública” diz parte do manifesto.
Mas o rosário de pedidos de renúncia contra Eduardo Cunha não fica por aí. Outro pedido foi entregue ontem, acusando-o por quebra de decoro e foi assinado por parlamentares e não por partidos.
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