Ciente do quadro estarrecedor referente aos assassinatos de mulheres negras que o Mapa da Violência mostra que em dez anos, 2003-2013, houve um aumento de 54% de assassinatos dessas mulheres no Brasil, e mais todas as formas de exclusão impostas pela cultura-paranoica dominante que discrimina, persegue e explora, mais de 15 mil mulheres, de todo o país, se reuniram em Brasil para realizar a marcha reivindicatória de defesa de seus direitos.
A marcha teve a concentração no Ginásio Gilson Nelson de onde partiu para a Praça Três Poderes contando com a participação da diretora executiva da ONU Mulheres e ex-vice presidenta da África do Sul, Phumzile Mlambo e a ex-militante do grupo Panteras Negras que atuava pela s causas libertárias negras nos Estados Unidos e membro do Partido Comunista dos Estados Unidos, Angela Davis. Além da participação da escritora, ativista da causa feminina nos Estados Unidos, Gloria Jean Watkins, também conhecida como bell hooks.
“Nos últimos anos tivemos um grande processo de reformulação de mudanças, de ampliação de direitos, de acesso a politicas e a bens de serviços. No entanto, quando a gente faz um recorte racial e de gênero, identificamos que as mulheres negras, um quarto da população, estão em condição de vulnerabilidade, de fragilidades, sem garantias.
A marcha que falar de como um país rico como o Brasil não assegura o nosso direitos à vida. Queremos um novo pacto civilizatório para o país. O pacto atual é falido e exclui metade da população composta por mulheres e homens negros”, analisou Valdecir Nascimento, coordenadora da Marcha e coordenadora executiva do Instituto da Mulher Negra da Bahia (Odara).

Brasília – Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver em Brasília, reúne mulheres de todos os estados e regiões do Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Brasília – Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver em Brasília, reúne mulheres de todos os estados e regiões do Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Brasília – Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver em Brasília, reúne mulheres de todos os estados e regiões do Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Brasília – Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver em Brasília, reúne mulheres de todos os estados e regiões do Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Brasília – Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver em Brasília, reúne mulheres de todos os estados e regiões do Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

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Brasília – Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver em Brasília, reúne mulheres de todos os estados e regiões do Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)

Brasília – Marcha das Mulheres Negras Contra o Racismo, a Violência e pelo Bem Viver em Brasília, reúne mulheres de todos os estados e regiões do Brasil (Marcello Casal Jr/Agência Brasil)
Por sua vez, Vilma Reis, ativista do Movimento de Mulheres Negras, Ouvidora Geral da Defensoria Pública do Estado da Bahia e socióloga, disse que os negros querem ser senhores de suas próprias vozes e não que outro se passem como seus defensores. Para ela as reivindicações devem ser feitas no poder pelos negros mesmos.
“O Brasil vive um momento de fazer o desenvolvimento das mulheres negras fora da pauta. Nós não admitimos isso. Agora queremos decidir no poder, não vamos delegar nossa representação a ninguém. Essa é a grande virada”, se posicionou Vilma Reis.
Leia as pautas reivindicatória das mulheres negras.
– O racismo, o machismo, a pobreza, com a desigualdade social e econômica, tem prejudicado nossa vida, rebaixando a nossa auto-estima coletiva e nossa própria sobrevivência;
– O fortalecimento da identidade negra tem sido prejudicado ao longo dos séculos pela construção negativa da imagem da pessoa negra, especialmente da mulher negra, desde a estética (cabelo, corpo etc.) até ao papel social desenvolvido pelas mulheres negras;
– As mulheres negras continuam recebendo os menores salários e são as que mais têm dificuldade para entrar no mundo do trabalho;
– A construção do papel social das mulheres negras é sempre pensada na perspectiva da dependência, da inferioridade e da subalternização, dificultando que nós possamos assumir espaços de poder, de gerência e de decisão, quer seja no mercado de trabalho, quer seja no campo da representação política e social;
– As mulheres negras sustentam o grupo familiar desempenhando tarefas informais, que as levam a trabalhar em duplas e triplas jornadas de trabalho;
– Ainda não temos os nossos direitos humanos (direitos civis, políticos, econômicos, sociais, culturais e ambientais) plenamente respeitados.
Durante a marcha as mulheres negras manifestaram suas indignações contra o inimigo das mulheres, Eduardo Cunha defensor do aberrante Estatuto da Família cuja família unida se corrompe unida.
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