É de fácil entendimento para a maioria da sociedade brasileira face ao que ela já tem visto dos macabros psicopatológicos rituais promovidos pelos politicofastros que empestam o Congresso Nacional, aliados ao presidente da Câmara Federal, Eduardo Cunha que se encontra sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) acusado de corrupção e em processo de cassação pelo Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar.
É fácil entender, embora a maioria da sociedade brasileira não aceite, o que foi perpetrado como mais uma forma de delírio pelos golpistas que entulham a Câmara Federal. Para colocar em andamento o golpe contra a presidenta Dilma, Eduardo Cunha executou mais um rito psicopatológico dissipando o regimento da Casa.
Passando por cima de todas as regras, criou junto com seus semelhantes, uma chapa 2, segundo o delírio, chapa alternativa, para impor os representantes do golpe na comissão que deve analisar o pedido de impeachment contra Dilma. Assim, mandando às favas as regras da representação e indicação dos deputados pelos partidos. Em seguida, promoveu votação no plenário para oficializar os deputados golpistas na comissão. Uma votação fechada, quando o regimento manda votação aberta.
A chapa 2, cujo nome é Unindo o Brasil e que tem como seu mentor maior Eduardo Cunha acusado de corrupção, teve logo o juízo divulgado como, unindo o brasil pela corrupção. A tal chapa na votação espúria obteve 272 votos contra 199 votos dos que não querem o impedimento de Dilma. Como pode ser observado, com esse resultado Dilma não seria derrotada pelos golpistas, pois ela só precisaria 172 votos enquanto os golpistas precisariam de 70 votos. E é porque a votação foi secreta, se fosse aberta os golpistas talvez não tivessem nem 120 votos.
Diante do delírio dos golpistas, o PCdoB, impetrou um pedido ao STF. O ministro Luiz Edson Fachin, que é um jurista-democrata e não um representante da força reacionária que coloca a Justiça para defender seus interesses, atendeu ao pedido e concedeu uma liminar suspendendo todos os trabalhos da falsa comissão até que no dia 16, o plenário do STF analise o caso. De acordo com Fachin, o objetivo é impedir a realização de atos que possam ser invalidados pela Suprema Corte. Ele também pediu que Eduardo Cunha preste informação sobre a eleição da comissão em 24 horas.
O PCdoB em sua ação judicial questionou dois temas corrompidos por Eduardo Cunha e seus semelhantes. 1 – Os deputados concorrerem às vagas na comissão sem a indicação de seus líderes. 2 – A votação secreta para a escolha da chapa e a divisão da comissão por blocos e não partidos.
Em seu parecer o ministro disse que não vê previsão legal para votação secreta.
“Com o objetivo de evitar a prática de atos que eventualmente poderão ser invalidados pelo Supremo Tribunal Federal, obstar aumento de instabilidade jurídica com profusão de medidas judiciais posteriores e pontuais, e apresentar respostas céleres aos questionamentos suscitados, impede promover, de imediato, debate e deliberação pelo Tribunal Pleno, determinando, nesse curto interregno, a suspensão da formação e a não instalação da Comissão Especial, bem como dos eventuais prazos, inclusive aqueles, em tese, em curso, preservando-se, ao menos até a decisão do Supremo Tribunal Federal prevista para 16/12/2015. Todos os atos até esse momento praticado.
Em relação ao pedido cautelar incidental que requereu a suspensão da formação da comissão especial em decorrência da decisão da Presidência da Câmara Federal de constituí-la por meio de votação secreta, verifica-se, na ausência de previsão constitucional ou legal (…), a plausibilidade do pedido, bem como ante a eminência da instauração da comissão especial, o perigo de dano pela demora da concessão da liminar requerida”, afirmou o ministro em seu parecer.
Com sua decisão o ministro Fachin mostra que a democracia não pode ficar a mercê dos delírios de que não tem qualquer grau de dimensão política para viver em sociedade em alteridade com o outro.
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