Arquivo para junho \30\-04:00 2016

CAMPANHA “JORNADA PELA DEMOCRACIA” COM OBJETIVO DE ANGARIAR FUNDOS PARA VIAGENS DE DILMA, EM MENOS DE UM DIA LEVANTOU MAIS DE R$ 350 MIL.É DILMA AMADA

Quem foi eleita presidenta do Brasil com mais de 54 milhões de votos, votos que excitaram as pulsões perversas de golpistas, claro que seria acolhida pelos os brasileiros em um campanha que visa angariar recursos para suas viagens pelo Brasil defendendo seu mandato e o Estado de Direito Democrático.

A ideia de elaborar a ‘vaquinha’ com o brasileiros, Jornada Pela Democracia, foi das duas amigas de Dilma ainda dos tortuosos tempos da ditadura que se instalou no Brasil entre os anos de 1964 e 1985: Guiomar Silva Lopes e Maria Celeste Martins. Uma ideia que no mesmo momento que foi concretizada viu seus resultados positivos. Até o momento em que esse texto está sendo escrito, já foram arrecadados de ‘vaquinha’ mais de R$ 350 mil. Tudo em menos de um dia do começo da campanha. Pelo andar das emoções democráticas, é certo que ao ser publicado esse texto a arrecadação terá subido muitíssimo.

“Tentam impedi-la de estar junto da população, para evitar que o golpe seja mostrado como realmente é, um processo espúrio de retirada do direitos do povo, inclusive o mais importante, que é o direito de escolher seus governantes pelo voto direto”, diz o texto publicado pelas duas amigas.

As prestações de conta quanto os gastos poderão ser vistas no site http://www.Dilma.com.br

Veja o vídeo da campanha.

JANAÍNA, MUSA DO GOLPE, SENTIU, NO AEROPORTO DE BRASÍLIA, O REFLEXO DE SEUS SHOWS

Dessa vez foi a advogada Janaína Paschoal, musa do golpe, que pela moeda de R$ 45 mil, paga pelo partido da burguesia-ignara, PSDB,fez parte do produção do texto golpe. Foi exatamente no aeroporto de Brasília, território onde se cruzam e transitam pessoas que observam o Brasil de todas as perspectivas virtuais e reais.

Em pleno o território-móvel que é um aeroporto, ela sentiu o reflexo de seus shows. O revertério da celebridade, o êxtase do ser público: o além do público, onde já não há troca com o outro, como diz o filósofo Jean Baudrillard. A celebridade sem ser traspassada pelos corpos que constituem os célebres. Os que não sofrem da ausência ontológica da dimensão de estar-como-se-no outro.

Veja e ouça o vídeo. E percebam as palavras usadas pelos que se indignam com o golpe. Palavras que concretizam a hegemonia de todos que, direta ou indiretamente, participaram do golpe contra a democracia e o governo Dilma promulgado por mais de 54 milhões de eleitores.

Um vídeo que confirma ser a ‘fama’ produzida pela moral capitalista não passa de uma quimera. A quimera o ente que não possui realidade sensorial para ser sentida, e real, para ser analisada. Quimera, o não tem corpo-afetivo.

O GOLPE POLÍTICO-JURÍDICO-MIDIÁTICO CONTRA DILMA NÃO PASSARÁ NO SENADO

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Terminou ontem, 29,  no Senado da República a tomada de depoimentos da acusação e defesa da presidenta Dilma Vanna Rousseff, com os técnicos do Banco Central dizendo que não constituíram crimes os decretos e o plano Safra.

O que percebemos é que a maioria dos depoimentos da defesa declinaram que os decretos e o plano Safra eram decisões de governo e não constituíram crimes por parte da presidenta brasileira, pois beneficiavam o povo e não houve corrupção com desvio de dinheiro para paraísos fiscais, Suíça, Liechtenstein.

O relatório dos peritos do Senado confirmam que não houve crime. A partir daí, quem nunca tinha falado em golpe passou a admiti-lo. Elio Gaspari, por exemplo. Nós, do outro lado da ponte, sempre enunciamos Golpe. O ministro do Tribunal de Contas da União, Augusto Nardes afirmou nesta quarta-feira, 29 que “as pedaladas fiscais” não são tão importantes para justificar o processo de impeachment contra ela.”

Os golpistas sentiram o baque. Temer recebe Eduardo Cunha para tramar a eleição na Câmara, promete fazer tudo para não prenderem a esposa e a filha, pede para não delatar o governo. Renan promove jantar com Henrique Meirelles que deixa os senadores depressivo porque o que ouviram não foi nada bom. Um golpe que vinha como salvador da Pátria se transforma em pesadelo. Por que se falava tanto em contenção de despesas e o desgoverno sai reajustando salários, aumentando os valores e mascarando cortes em programas com reajuste dos benefícios como o Bolsa Família acima do que a presidenta havia autorizado. Porque está indicando embaixadores para vários países se é interino?

O certo é que contra o golpe os brasileiros estão preparados e estão reagindo desde o início. Escrachos contra senadores, deputados, ministros, Temer e como o de Janaína, ontem no Aeroporto de Brasília, o fechaço no MEC, a formação de grupo de parlamentares na Câmara e no Senado para trabalharem articulados contra o golpe e o mais importante de ontem à noite, o jantar que o Senador Roberto Requião promoveu em sua residência com o G-30, Senadores desenvolvimentistas que são contra o golpe. O Senador anunciou também que chegaram mais três, sem nominá-los. 

Os Senadores mostraram-se satisfeitos com o que a presidenta Dilma falou para Kennedy Alencar numa entrevista no SBT Brasil. Ela  confirmou apoio à proposta de realização de um plebiscito sobre novas eleições, caso o Senado rejeite o impeachment.

Dilma também falou o que o G-30 do Senado queria ouvir: a divulgação de uma carta de intenção ao povo brasileiro anunciando mudanças na economia e redução de juros.

No encerramento do jantar, Requião, usando um verso do  escritor e poeta curitibano Paulo Leminsk, disse: “Distraídos venceremos o golpe no Senado.

GOLPE NO BOLSO DOS USUÁRIOS DE ÔNIBUS EM MANAUS: R$ 3,54 A PARTIR DE SEXTA-FEIRA

Sempre falamos que o verdadeiro prefeito da não cidade de Manaus são os empresários do sistema de transporte coletivo que operam através do seu sindicato – SINETRAN. Deste Sindicato, há um Senador empresário, Acir Gurgacz que votou pelo admissibilidade do golpe contra a presidenta da República.

Na não cidade de Manaus, esses empresários são os que ditam as regras na operação dos transportes numa relação estreita com alguns membros da justiça amazonense que concedem  liminares e revogam decisões onde os mais prejudicados são os usuários.

A história deste reajuste já vem desde o início do ano. A passagem já foi majorada para R$ 3,15, voltou para os R$ 3,oo reais e agora, o SINETRAN já determinou que a partir do dia 1º de julho os usuários de ônibus em Manaus pagarão R$ 3,54. Um acinte em tempos de dificuldades financeiras vividas pelo povo.

Só quem pode ditar reajuste de passagem é o executivo municipal. Não podemos deixar de lembrar que a passagem de ônibus em Manaus é custeada pela prefeitura que paga por mês para as empresas R$ 1 milhão e o governo do Estado subsidia com R$ 1,3 milhões.

Um reajuste neste momento é ruim para a classe trabalhadora porque não tem o respaldo do poder executivo oficial, não se tem conhecimento das planilhas com os valores que justificam tal reajuste.

O prefeito da não cidade que afunda nos buracos vê com isso suas pretensões eleitorais de reeleição aumentar, pois uma medida dessa num ano eleitoral é prenúncio fúnebre de um prefeito marionete de um sindicato que manda na cidade.

 

MINISTRO TOFFOLI, DO STF, REVOGA PRISÃO DE PAULO BERNARDO E DIZ QUE FOI “FLAGRANTE CONSTRANGIMENTO ILEGAL”

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Todas as pessoas que vivenciaram os princípios democráticos são traspassadas por espíritos éticos que lhes tornam lúcidas e sensatas. Por isso, essas pessoas sabiam que a forma como o ex-ministro do Planejamento e das Comunicações, Paulo Bernardo, foi conduzido coercitivamente e preso pela Polícia Federal por ordem do juiz Paulo Bueno de Azevedo da 6ª Vara Criminal de São Paulo, e que foi orientando da advogada Janaina Paschoal que recebeu 45 mil para produzir os documentos do golpe, era constitucionalmente injusta.

         Com esse entendimento a senadora Gleisi Hoffmann, sua esposa, lutou para que a Justiça se fizesse. E juridicamente coube ao advogado Juliano Breda, o pedido de revogação da prisão do ex-ministro junto ao Supremo Tribunal Federal (STF). O advogado disse que a revogação “desconstruiu todos os fundamentos da prisão de Paulo Bernardo. Deixou claro que os fundamentos eram genéricos e que os requisitos legais e constitucionais não estavam presentes”.

         Hoje, dia 29, o ministro Dias Toffoli atendeu o pedido e revogou a prisão de Paulo Bernardo afirmando que foi “flagrante constrangimento ilegal”.

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 Diante da decisão, em que foi feita justiça, a senadora discursou no Senado sobre o ocorrido. Ela disse que foi uma “armação midiática para constranger sua família”.

 Ouça, veja o vídeo e amplie fortaleça sua consciência democrática.

TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO REALIZAM ‘TRANCAÇO’ NO MEC CONTRA ATOS PREDADORES DE TEMER E SEUS GOLPISTAS

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O dia de Hoje, 29, Dia de São Pedro, vem sendo o dia do Ato em Defesa da Democracia, da Educação Pública e dos Direitos dos (das) Trabalhadores (as) em Educação, em Brasília, que vai até o anoitecer. Como um bom enunciado pedagógico reivindicatório os trabalhadores da educação realizam um ‘trancaço’ no Ministério da Educação, usurpado por Temer. São milhares de pessoas se movimentando pelos direitos da educação democrática pública.

Esses atos de predação das políticas constitucionais promovidos pelos golpistas, já era esperado, porque todo golpe tem como sua base imóvel a estupidez, a brutalidade e a irracionalidade. Qualidades nefastas que transbordam nos golpistas. E uma clara demonstração foi o desmanche do Conselho Nacional de Educação. E se os golpistas continuassem, o futuro do povo brasileiro seria muito pior.

Temer propõe uma severa restrição nos gastos com a educação pública. O que é entendível já que seu golpe visa, exclusivamente, atender os benefícios da subjetividade capitalista do sistema paranoico privado.

“Ocupamos o MEC para dar um recado ao presidente INTERINO GOLPISTA e ao ministro da Educação que é um conservador. Nós não aceitaremos a retirada de direitos dos trabalhadores da educação. Também não aceitaremos a redução de recursos, nem a desvalorização e imposição da “lei da mordaça”. Nenhum direito a menos para educação do Brasil”, afirmou Sueli Veiga, vice-presidenta da Federação dos Trabalhadores em Educação do Mato Grosso do Sul.

Como não podia ser diferente, quando se trata dos entorpecidos, houve truculência policial contra os manifestantes. Segundo informaram alguns manifestantes, um professor foi preso ao tentar prega uma faixa no sexto andar do prédio onde funciona o MEC.

 Veja e ouça o vídeo.

ZÉ MELO ESTÁ CASSADO, OMAR COMPRADO E BRAGA DIVIDIU COM RENAN E JUCÁ R$ 30 MILHÕES DA HYPERMARCAS

 

Zé Melo e Henrique Oliveira não escapam da cassação. Em janeiro o TRE votou por sua cassação com um escore de 5 x 1. Ontem novamente, se não fosse o pedido de vista do juiz Abraham Campos Peixoto, Melo teria novamente obtido sua segunda derrota, que foi só adiada, pois, o Desembargador João de Jesus Abdala Simões, relator do processo votou pela cassação do governador, seguido pelos juízes Henrique Veiga, pela federal Ana Paula Serizawa e Francisco Marques. Felipe Thury vai esperar o voto-vista.

Contra este pesam inúmeras acusações. Prestação de atendimento médico odontológico através do odontomóvel, compra de votos com mais de R$ 1 milhão através da empresa de Nair Blair que foi presa na época, distribuição de muito material contra doenças da SUSAM no inteiro do Estado e bastante material de campanha.

A situação de Melo e Henrique Oliveira é crítica. Estão no governo amparados por um efeito suspensivo emitido pelo TRE-AM e  aguarda julgamento no TSE. Se depender daqui, pode ser considerado ex-governador porque ontem foram mais quatro votos e tecnicamente está cassado e vamos partir para novas eleições para governo do Estado por decisão do Ministério Público Eleitoral.

Já Eduardo Braga e Omar Aziz também estão no olho do tissunami. Contra os dois pesam denúncias de recebimento de propina da empresa Andrade Gutierrez, empresa construtora do estádio Arena da Amazônia.

Eduardo Braga aparece junto com Renan Calheiros e Romero Jucá como tendo, os três, recebido R$ 30 milhões da empresa Hypermarcas que também envolve Eduardo Cunha e sua esposa. Os operadores da ilicitude eram Nelson Mello, ex-diretor de Relações Internacionais do grupo Hypermarcas, Lúcio Bolonha e Milton Lyra, este ligadíssimo à bancada de senadores do PMDB. Dudu já emitiu nota dizendo que é inocente, que não conhece, nunca viu Nelson Mello.

Omar Aziz que votou contra a presidenta e a democracia está sendo comprado pelo golpista mor, Michel Temer para votar pela continuação do golpe.

Como se vê, quem opera a Câmara dos Deputados e o Senado Federal são lobbys. Necessariamente não é preciso  conhecer nenhum dos operadores das tramas. O que interessa é a grana no  bolso e o voto defendendo interesses de grandes Hypermarcas de carros, como  Hyunday, Land Rover, BMW, marcas esportivas e a riqueza dessas empresas e de um reduzido número de políticos inescrupulosos, facínoras, golpistas, degenerados que falam muito em probidade para sustentar promiscuidade próprias de inumanos.

 

MINISTRO DO STF, MARCO AURÉLIO, VOLTOU A SE OPOR ÀS PRISÕES DA LAVA JATO QUE FORÇAM DELAÇÃO PREMIADA

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Dos ministros que compõem o quadro do Supremo Tribunal Federal (STF) que vem tomando posição por uma Justiça democrática que respeite os direitos que rezam na Constituição Federal, o ministro Marco Aurélio tem sido o único que tem tido posição críticas contra práticas que ferem esses direitos.

Já algum tempo o ministro Marco Aurélio vem comentando, de forma justa e lúcida, certos atos executados pela Operação Lava Jato sob a ordenação do juiz Sérgio Moro. Entre esses atos o ministro mostra o caso das prisões que forçam a delação premiada dos são presos e deixados o tempo necessário para que aceitem acordar a delação premiada.

Ontem, durante reunião da Primeira Turma do STF ele voltou a afirmar que esse tipo de ato “é retrocesso quanto a garantias e franquias constitucionais”. Ele afirmou também que “adentra-se em um plano perigoso” quando é colocado “em segundo plano o princípio da não culpabilidade”.

“Não sei onde vamos parar, porque hoje prender-se para depois apurar é a tônica. Prende-se até mesmo para fragilizar o homem e se lograr a delação premiada. Enquanto não delata, não é libertado, se recorre sucessivamente e fica por isso mesmo.

Avança-se culturalmente assim? Não, é retrocesso. Retrocesso quanto a garantias e franquias constitucionais. Adentra-se um campo muito perigoso quando se coloca até mesmo em segundo plano o princípio de não culpabilidade”, afirmou o ministro.

Apenas um adendo a essa posição defendida pelo ministro Marco Aurélio que nos leva a inferir melhor o significado de justiça, referente ao seu resultado, da delação premiada. O filósofo e militante Toni Negri, responsável pela teoria do operaísmo e autor da obra O Poder Constituinte, entre outras importantíssimas sobre Política, Estado e Justiça, na década de 70, foi acusado de ser o autor intelectual do assassinato do político Aldo Moro, ex-primeiro ministro e membro da Democracia Cristã, pelo grupo, Brigadas Vermelhas. Alguns de seus membros haviam sido seus alunos na universidade.

Presos alguns terroristas, e forçados pela delação premiada, denunciaram Toni Negri que foi condenado à revelia. O filósofo se asilou na França, onde exerceu a cátedra de professor. Entretanto, depois foi preso e escreveu na prisão sua magnífica obra política-filosófica Anomalia Selvagem baseada no pensamento do filósofo holandês, Spinoza.

Depois Toni Negri teve sua inocência comprovada. E salta a pergunta: qual foi o valor jurídico da delação premiada? Resposta: somente beneficiar os falsos delatores que o Estado acolheu.

 

 

 

Mal usada, delação premiada vira incentivo ao crime de corrupção

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Estratégia tornou-se um “plano B” de aposentadoria dos sonhos de um criminoso do colarinho branco sem escrúpulos. Se for pego, pode perder parte do que roubou, mas ficará “preso” em sua mansão
por Helena Sthephanowitz
Há algo de disfuncional na Justiça brasileira quando oscila entre dois extremos no trato dos crimes de corrupção. De um lado o engavetamento – omitindo-se de investigar – e do outro, a banalização da prisão preventiva seguida de delação premiada como atalho para as investigações.

Ambas as medidas trazem grande risco de erro. E os erros vão além da violação de direitos individuais, pois prejudica a própria redução da criminalidade, uma vez que o Judiciário, sem querer, está indicando um caminho de redução de riscos para a atividade criminosa.

Se um criminoso que ainda não foi pego tem a quem delatar como carta na manga, o risco de vira a ser punido fica reduzido com a jurisprudência da delação. E isto é um incentivo para ele continuar perpetrando seus crimes, ao invés de fazê-lo parar.

Afinal, se não for pego fica com tudo o que roubou. Se for pego e ainda que perca parte do amealhou em seus crimes, a pena pela sua condenação – reclusão domiciliar com tornozeleira eletrônica – é equiparável à aposentadoria em um “resort” de luxo. A delação tornou-se um “plano B” de aposentadoria para um criminoso do colarinho branco e sem escrúpulos.

A banalização das prisões preventivas com apelo midiático sacia a opinião pública de quem já tem escrúpulos, mas para mentes criminosas a alternativa da delação torna sua atividade de crimes menos arriscada e mais recompensadora. O resultado, no conjunto da obra, mais cedo ou mais tarde, será o aumento da corrupção, obviamente com métodos aperfeiçoados, diferentes dos já descobertos.

A sociedade ganharia mais se a Justiça fizesse o óbvio pelo caminho do equilíbrio: engavetasse menos, investigasse sem delongas para obter provas materiais de forma a levar à condenação de criminosos milionários sem o estímulo da “aposentadoria” em uma vida de luxo, via delação.

Peguemos o exemplo do senador Aécio Neves (PSDB-MG), um dos que mais citados em delações premiadas.

A chamada Lista de Furnas é escândalo público e notório desde 2005. Está nas gavetas até hoje. Onze anos depois, aparecem vários delatores confirmando a lista, o esquema, os envolvidos, tudo. Se tivessem investigado a sério desde 2005 já haveria gente condenada e nem teria o que delatar sobre este fato em 2016. Haveria menos impunidade com menos criminosos premiados.

Quando estourou o mensalão, em 2005, Aécio era governador e estava no ar a campanha publicitária “Déficit Zero” do governo de Minas feita pela agência de publicidade de Marcos Valério. Parece até provocação – ou certeza de impunidade – o governo tucano de Aécio trazer de volta à publicidade governamental mineira os mesmos empresários que já respondiam processo de improbidade administrativa pelo mensalão tucano de 1998.

E parece cegueira dos ministérios públicos estadual e federal não terem visto e investigado discrepâncias na contabilidade do Banco Rural fornecida à CPI dos Correios diferente da que deve ter o Banco Central e que, segundo delação do ex-senador Delcídio do Amaral 11 anos depois, comprometeria o senador Aécio Neves e o ex-senador Clésio Andrade.

O próprio Marcos Valério, na iminência de nova condenação pelo mensalão tucano de 1998, só agora em 2016 negocia delação premiada incriminando políticos tucanos, antes poupados. Houvesse mais investigação e menos engavetamento em todos esses anos, o que ele tem a delatar já seria do conhecimento dos investigadores há muito tempo.

A sensação de impunidade de 1998 e 2005 incentivou novos casos de corrupção nos anos seguintes. No último domingo (26), o jornal Folha de S. Paulo trouxe a manchete “Sócio da OAS relata propina a tesoureiro informal de Aécio”. O sócio é o empreiteiro Leo Pinheiro. A propina seria de 3% sobre a principal obra da gestão do tucano no governo de Minas, um faraônico palácio de governo chamado de Cidade Administrativa. O tesoureiro informal citado na manchete é Oswaldo Borges da Costa Filho, do círculo familiar do tucano, e dono do jatinho particular usado pelo senador.

Quando Aécio era governador, nomeou Oswaldo presidente presidente da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig), estatal mineira com orçamento bilionário que custeou a obra. A confirmar a delação, Oswaldo seria uma espécie de Sérgio Machado do Aécio e desempenharia na Codemig papel semelhante ao que Dimas Toledo teria desempenhado em Furnas.

Essa delação não surpreende quem acompanha veículos de imprensa alternativos e blogs que não blindam tucanos, pois evidências de malfeitos em torno da obra foram publicadas há mais de seis anos.

A própria licitação da Cidade Administrativa deixa suspeitas claras de combinação para evitar concorrência. Para construir os três prédios, conciliou nove empreiteiras vencedoras (pelo menos seis delas envolvidas na Lava Jato), organizadas em três consórcios. Cada consórcio construiu um dos prédios. Nenhuma empreiteira se repete, nenhuma ganhou a concorrência no lote da outra.

Causa mais estranheza a construção de dois prédios iguais (com a mesma técnica construtiva e os mesmos materiais) ter sido dividida em dois lotes: um consórcio de três empreiteiras ganhou a construção de um prédio, e outro consórcio (também de três empreiteiras) ganhou a construção do outro prédio, e ambos ficaram praticamente igualzinhos.

Ora, se um consórcio ganhou um dos prédios com preço menor, teria de construir os dois, pois nada justifica pagar mais caro pelo outro praticamente igual. Se os preços foram iguais, a caracterização de formação de cartel fica muito evidente.

A oposição aos tucanos em Minas chegou a denunciar o fato, blogs publicaram e um inquérito chegou a ser aberto em Minas. Mas a necessária investigação fica nas gavetas durante anos sem se aprofundar. De novo o sistema judiciário se move apenas por atos extremos: ou engavetamento ou delação.

Deixando Aécio de lado, lembremos do caso Sanguessuga de 2006. Provas robustas, dezenas de parlamentares e prefeitos indiciados, parte denunciados. Mas cadê a condenação? Muitos deputados daquele escândalo estão aí até hoje reeleitos, inclusive votando no impeachment. Um exemplo recente é o deputado Nilson Leitão (PSDB-MT). Quando a aceitação da denúncia foi a julgamento, nem chegou a se tornar réu, pois já estava prescrito.

A política estaria mais decente, o Congresso Nacional estaria mais limpo, e os governantes honestos livres de achaques, se o sistema judiciário trocasse o excesso de prisões preventivas que ao longo do tempo não traz maiores consequências na redução de crimes, por investigações efetivas e condenações definitivas, com menos engavetamento. E corruptores e corruptos teriam mais medo de descumprir a lei se as delações não fossem tão premiadas como têm sido.

Hoje virou heresia criticar excessos de delações e prisões preventivas. Mas será que a opinião pública continuará aplaudindo quando a revista Caras fizer uma edição sobre a doce vida de delatores milionários presos a suas tornozeleiras eletrônicas? Isso enquanto o cidadão trabalhador honesto é condenado a levar uma vida de privações, por políticas de combate a corrupção tão disfuncionais que levaram Michel Temer ao poder para impor “austeridade” à classe média e aos mais pobres, enquanto as grandes fortunas, inclusive com tornozeleiras, continuam não sendo tributadas.

LULA GRAVOU VÍDEO COM MENSAGEM AOS PARTICIPANTES DO 22 ° FORO DE SÃO PAULO QUE SE REALIZOU EM EL SALVADOR

Veja e ouça o vídeo.

PAULO HENRIQUE AMORIM OFERECE A JANOT DOCUMENTOS QUE PROVAM PROPINA DE TEMER COM LIMA E TUDO

 O jornalista Paulo Henrique Amorim, diretor-chefe do site Conversa Afiada, depois que Ciro Gomes acreditou que os documentos que mostram Temer envolvido em corrupção haviam desaparecidos, resolveu contestar o irmão de Cid Gomes. Ele, Paulo Henrique Amorim, divulgou os documentos em que provam que Temer recebeu propina em um esquema de licitações. 

   Paulo Henrique Amorim preocupado com estado de coisa que foi implantado pelos golpistas no Brasil, ofereceu os documentos ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot.

     Veja e leia os documentos e torne mais consistente sua consciência de sujeito-coletivo, como afirma o filósofoToni Negri.

 

 

DEPUTADO IVAN VALENTE (PSOL/SP) DIZ QUE TEMER É CUNHA E TEM MEDO DA DELAÇÃO DO DUPLO-RÉU

               Depois da sessão noturna de domingo em que o golpista-mor Temer, no Palácio do Jaburu, se reuniu com o duplo-réu, Eduardo Cunha, ex-presidente da Câmara Federal, afastado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e em processo de cassação pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar, para tratar de seus negócios, e que não foi divulgada a reunião, algumas pessoas passaram a especular o teor da reunião.

          Como os dois personagens reunidos são tidos pela maioria dos brasileiros como personagens suspeitos em relação a moral política, o deputado Ivan Valente (PSOL/SP) que faz parte desses brasileiros que conhece os dois não deixou passar em brancas nuvens o evento jaburuano.

         Para o deputado a reunião se deu porque Temer é Cunha e que ele tem pavor de que Eduardo Cunha, pressionado por seu desespero familiar, ser preso, assim como sua mulher perdulária e sua filha festeira, também serem presas, venha a aceitar delação premiada. E como Temer é Cunha, em uma delação premiada Cunha entregaria Temer, o golpista que se beneficiou com a conspiração executada por Cunha.

         “Cunha e Temer se reuniram domingo no Jaburu. Como disse Jucá: Temer é Cunha. Ou alguém tem dúvida que ele age para salvar o cúmplice.

          Temer adula Cunha porque sabe, porque se houver delação virá chumbo grosso. Governo Temer não resistirá à tamanha turbulência política”, disse Ivan Valente no

 

MAIS UMA PARA O EXTREMA-DIREITA BOLSONARO SE COÇAR. COMISSÃO DE ÉTICA INSTAURA PROCESSO CONTRA ELE POR APOLOGIA À TORTURA

A psicanálise afirma que embaixo de todo homem violento ou que demonstra excessiva agressão tem uma criança desesperada e solitária. Segundo a psicanálise, trata-se da personalidade do nazifascista.

           Durante toda sua exibição parlamentar, o deputado Jair Bolsonaro (PSC/RJ) sempre fez questão de se apresentar como um homem violento, durão, o que lhe conferiu para quem lhe observava um inimigo da democracia. Um homem que nada que lhe fosse contrário lhe afetava lhe causando receio.

          Porém, quando o STF lhe transformou em réu por ofensa a deputada Maria do Rosário e apologia ao estupro, ele acusou o golpe. Sentiu que a realidade é muito diferente que suas fantasias de fanfarão.

          Agora, ele tem mais um motivo para estremecer e se coçar. O Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Federal, através de seu presidente José Carlos Aleluia, instauro contra ele processo por apologia  tortura. Durante sua votação na teratogênica sessão do golpe, ele ofereceu seu voto ao coronel Brilhante Ustra acusado por presos políticos e pela Comissão da Verdade de crime de tortura. O pedido da instauração do processo foi feito pelo PV.

          O presidente Araújo disse que depois de duas sessões ele apresentará o nome do relator do processo que será escolhido entre os deputados Wellington Roberto (PR/PB), Valmir Prascideli (PT/SP) e Zé Geraldo (PT/PA).

          Por sua vez, em nota, Bolsonaro afirmou que não vai sofrer qualquer sansão por ter imunidade parlamentar e sua citação a Ustra ocorreu em uma sessão da Câmara.

DILMA DIZ QUE AFIRMAÇÃO DOS TÉCNICOS DO SENADO CONFIRMA QUE O IMPEACHMENT “NÃO TEM BASE LEGAL”

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Em entrevista a Rádio Guaíba, a presidenta eleita com mais de 54 milhões de votos e afastada do cargo da presidência pela força usurpadora dos golpistas, Dilma Vana Rousseff, afirmou que a conclusão apresentada pelos técnicos do Senado de que ela não praticou crime de “pedala fiscal” e que também não cometeu qualquer crime de responsabilidade, confirma que o impeachment “não tem base legal”.

Ela também falou sobre o golpe se configurando como eleição indireta onde os golpistas exercem cargos sem terem sido eleitos pelo povo. Dilma, entre outros temas, falou sobre os vazamentos seletivos.

“Para o impeachment, deveria de haver um crime de responsabilidade. Hoje, por exemplo, ficou caracterizado pela própria perícia feita pelo Senado que os motivos pelos quais eles me acusam, não caracterizam crime.

No que se refere ao Plano Safra, nem a minha presença m algum ato foi constatada, portanto, consideraram que eu não participei em nenhum momento do Plano Safra. Porque isso não é papel do presidente da República. Nós vínhamos dizendo isso há muito tempo.

Começamos sendo acusados de seis decretos, agora a perícia diz que são três. Nesses três decretos não foi constatada nenhuma participação minha dolosa. Não há nenhum parecer técnico dizendo que se eu tivesse assinado esse decreto, eu estaria comprometendo a meta fiscal.

P vice-presidente não foi eleito para ser presidente, tampouco o programa que ele está colocando em prática foi o aprovado pela população. Nós não queremos eleição indireta no Brasil, seria um retrocesso, seria voltar ao período da ditadura, onde o povo não participava. Não tenho provas cabais, mas acredito que o golpe foi premeditado.

O cenário pode ser revestido no Senado. Tenho não só esperança como tenho feito tratativas na direção de reverter o processo de impeachment.

Os vazamentos seletivos da Lava Jato têm características nefastas. São ilegais muitas vezes estavam sob o segredo de Justiça. Muitas vezes se escolhe o que será falado, dá a entender que foi cometido um crime que não foi, aí não se dá direito de defesa. Vazamentos deveriam ser punidos gravemente”, observou Dilma.

ATENÇÃO, AMAZONENSES! SEGUNDO O SENADOR REQUIÃO, OMAR PODE SER COMPRADO POR TEMER PARA VOTAR, OUTRA VEZ, A FAVOR DO GOLPE

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A certeza de que não tinha os votos necessários no Senado para aprovar, de vez, o golpe contra a democracia, Temer nunca se mostrou seguro, apesar de simular que seu cargo usurpado era definitivo.

Para tal encenação-simulação, até levou a família para Brasília. Porém, o pavor de ter sua ambição inescrupulosa frustrada com a volta de Dilma à presidência que lhe foi promulgada por mais de 54 milhões de votos, ele passou a intensificar a barganha com senadores venais. Senadores que não alcançaram a dimensão democrática necessária para ser representante do Congresso Nacional.

Diante desse quadro indecoroso, próprio de quem não é traspassado pele ética política, o senador Roberto Requião (PMDB/PR) afirmou que Temer encontra-se em feroz campanha de barganha de cargos e auxílios para senadores que se mostraram com intensão de mudar seus votos contra o golpe. Entre eles, Romário, que já assegurou um presente para se manter como sempre fora: desconhecedor da democracia.

“O Temer está comprando a bancada. É uma compra explícita de apoio”, afirmou Requião.

No caso específico do senador Omar Aziz do Amazonas, amigo do governador José Melo, em processo de cassação, Temer tenta garantir seu voto recorrendo às aberturas de compras em relação às eleições municipais.

Por isso, é necessário que o povo do Amazonas, principalmente de Manaus, esteja atento para o desfecho dessa relação sórdida que não tem qualquer referência com a democracia.  

Omar já votou no primeiro momento a favor do golpe. Agora, com a afirmação dos técnicos do Senado que Dilma não cometeu pedaladas fiscais, base de sustentação do pedido de seu afastamento, e mais, que ela não cometeu qualquer crime, os senadores que insistirem na violência antidemocrática votando pela continuação do golpe, merecem ser repudiados pelos brasileiros que exigem um universo político em que o Estado de Direito Democrático seja garantido.

ENCONTRO NOTURNO DOMINICAL: NA CALADA DA NOITE TEMER RECEBE E JANTA NO JABURU CARANGUEJO

Os golpistas reclamam, protestam, alguns têm viajado em banheiro  e outros nem se mexem em avião quando são escrachados. Quando se é usurpador e não tendo uma fantasia a lá Luiz XV da França o jeito é agir às escondidas, pensando que o secreto é secreto e não se percebe o que um outro francês, Baudrillard falou: Que o segredo do secreto é não ter segredo.

O golpista Michel Temer para tentar segurar o restante do mandato que é da Presidenta Dilma vem fazendo tudo para acabar com o Brasil. Recentemente recebeu num domingo à noite o ministro do STF Gilmar Mendes. Já recebeu, conversou com Rodrigo Janot. Já enviou a Curitiba seu ministro da Justiça para conversar com Moro e os procuradores da Lava Jato. Está comprando senadores. E neste domingo, 26 de junho, recebeu o maior fiador de seu golpe, Eduardo Cunha.

Eduardo Cunha vai ser cassado e preso. Eduardo Cunha, o senhor todo poderoso da Câmara dos Deputados Federais quando deu sua coletiva no Hotel Nacional em Brasília apareceu numa imensa mesa sozinho. Seus aliados de outrora que o elogiavam, paparicavam partiram para a crítica. Afastado não podia usar a TV Câmara para sua entrevista coletiva.

O que faz então, num domingo à noite o Caranguejo no Jaburu? O que faz um deputado preste a ser cassado e preso conversando com o golpista mor Michel Temer? Os dois golpistas conversaram sobre a eleição na Câmara. Mas porque conversar com um deputado que vai ser cassado e preso?

Conversaram, sim, sobre muitas coisas: A cassação, a prisão e o Caranguejo que pode ser preso a qualquer momento foi incisivo com o golpista mor. Tu seguras as minhas pontas senão é derrubo todos vocês. Eu sei tudo sobre vocês. Afinal eu tenho o controle de mais de 300 deputados. A conversa entre os dois golpistas não poderia ser outra e a situação de Temer está muito bem retratada na imagem acima: viagem num carro fúnebre sem pisar nas ruas e com medo do povo.

Agora, numa democracia, que um governante tem o respeito e a consideração do povo, jamais, um presidente da República vai ficar se reunindo domingo à noite para tratar assuntos da República.  Só faz isso golpista. Se reunir domingo à noite, às escondidas, sem agenda oficial chama-se trama, estratégias de como dar sequência ao golpe. Mas quando agosto chegar serão outras histórias, senhor, golpista mor. 

RODRIGO JANOT, PROCURADOR GERAL DA REPÚBLICA E SÉRGIO MORO, JOGAM UM LANCE, MAS TEORI ZAVASKI DO STF MATA NO PEITO E IMPEDE A JOGADA

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Como pode autoridades que investigam crimes, sustentam suas acusações intimam, prendem, soltam criminosos que roubam dinheiro público  propor um lance ao STF de ficar com 20% do  dinheiro roubado por Paulo Roberto Costa da Petrobras para ser repassado aos investigadores, para pagamento de energia e outras cositas “mas”? 

Isto aconteceu no Brasil num momento em que uma presidenta da República, num golpe de estado político-jurídico-parlamentar-midiático foi afastada por suposto crime de responsabilidade nas chamadas pedaladas fiscais que hoje, dia 27 de junho os peritos do senado descaracterizaram como crime; assim como já falaram que Dilma não cometeu crime a Senadora Rose de Freitas e o Ministro do STF Gilmar Mendes, num momento em que uma operação investiga inúmeros crimes envolvendo grandes empresas por pagamento de propinas para políticos; num momento que um presidente da Câmara dos Deputados está preste a ser cassado e preso, e ir bater lá para as bandas da Papuda que quer degustar caranguejo, duas autoridades,  sugerem um  lance de ficar com 20% do dinheiro repatriado do ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa.

O lance tem nome: apropriação de dinheiro público, desviado.

As empresas já foram roubadas. O dinheiro foi irrigado para paraísos fiscais, Suíça e quando é repatriado ainda surge o lance sugerindo  desvio. Desvio que vemos muito no Brasil. Um deles. Desvio de finalidade. As autoridades que tanto defendem a lei e são contra desvios de finalidade, quiseram desviar dinheiro da Lava Jato e da Petrobrás para seus órgãos. Só que Teori Zavazki foi lá, matou no peito, rolou na grama e disparou:  “não há justificativa legal para limitar a 80% (oitenta por cento) desse valor a reparação devida à Petrobras”, que foi a empresa lesada. Determinou que 100% dos recursos desviados da Petrobras deveriam ser retornados para a estatal.

Decisão tomada e não se fala mais em lance de ficar com dinheiro alheio. Afinal, as duas autoridades investigam, sustentam a acusação, julgam, prendem, condenam e soltam meliantes.

OS PERITOS DO SENADO AO AFIRMAREM QUE DILMA NÃO COMETEU “PEDALADAS FISCAIS” FICA PROVADO O GOLPE, JÁ QUE O PEDIDO DE SEU AFASTAMENTO NÃO DEVERIA TER OCORRIDO

 

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Vamos fazer de conta que estamos tratando com pessoas tidas como morais, inteligentes e normais. O que em verdade é o contrário quando se trata de golpistas. Mas, vamos lá.

           O pedido de impeachment – na verdade golpe, sem eufemismos – da presidenta Dilma Vana Rousseff feito pelos inimigos da democracia refletida por mais 54 milhões de votos de eleitores e eleitoras brasileiras, teve como pilar as alcunhadas “pedaladas fiscais”. Foi sobre essa denúncia que os antidemocratas da Câmara Federal e do Senado votaram pela condenação e afastamento da presidenta e a elevação do golpista-mor Temer a condição de usurpador da Presidência.

          Hoje, dia 27, os técnicos do Senado responsáveis pela perícia dos documentos apresentados como provas contra Dilma, afirmaram, depois de minuciosas análises, que a presidenta não cometeu crime de “pedaladas fiscais”. E mais, que os outros três itens apresentados pela acusação não podem ser atribuídos a Dilma como crime.

           Logo, o processo de impeachment não deveria ter sido aberto. E, mais logo, o processo é na verdade golpe idealizado, elaborado e executado por antiparlamentares, mídias acéfalas e parte do judiciário.

           Agora, se houver no Senado senadores morais, inteligentes e normais, Dilma deverá reaver o cargo de presidenta determinado pelos mais de 54 milhões de eleitores. O óbvio: como não há prova de crime, como afirmam os peritos da própria Casa representante legislativa da democracia, se os senadores tiverem comportamentos imorais, estúpidos e anormais, eles que estarão cometendo crime que pede punição, já que estão transgredindo a prova apresentada pelos peritos do próprio Senado.

         E então, o recurso é a população exigir seus direitos democráticos obstruídos pelos antidemocratas.

 

DILMA CONCEDE ENTREVISTA SINGULAR À AGÊNCIA PÚBLICA DE REPORTAGEM E JORNALISMO INVESTIGATVO

 

(Foto: José Cícero da Silva/Agência Pública)

 

Em entrevista singular e profundamente reveladora à Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo, a presidenta Dilma Vana Rousseff fala dos vários percursos de sua existência e seu engajamento ontológico com sua forma de existir autenticamente. O perturba e causa inveja e ódio nos homens e mulheres impotentes cujas existências são malogradas, sem qualquer compromisso ontológico com existir. Os que são meras aberrações existenciais.

Leia a reportagem e consista mais sua consciência de sujeito-histórico. A mulher e o homem que não tergiversam com a existência.Uma van nos conduz do portão ao imponente Palácio da Alvorada, fincado no cerrado de Brasília. Subimos alguns lances de escada, entramos em uma sala de enorme pé-direito, colorida por uma tapeçaria do chileno Kennedy Bahia, ao lado do quadro “Colhendo Café”, de Djanira, sobre a parede de madeira. É ali, no ambiente mais acolhedor da sala, em um sofá branco ladeado de poltronas, que a presidente, afastada do cargo em 12 de maio passado até que o processo de impeachment seja julgado pelo Senado, tem dado entrevistas, a maioria delas para a imprensa internacional. A entrevista para a Agência Pública é a primeira concedida a um grupo de jornalistas mulheres.

Ela chega com meia hora de atraso, sorridente para além do protocolo. Dilma Rousseff e Vera Saavedra Durão – jornalista econômica tarimbada que compõe a equipe de entrevistadoras da Pública – se conhecem há exatos 50 anos, como constata a presidente, depois de checar com a amiga a data em que se conheceram: 1966. As duas mineiras já eram militantes de esquerda antes mesmo de se unirem à VAR-Palmares, a organização fundada em 1969 para travar a luta armada contra a ditadura militar (1964-1985).

Mas a conversa agora é sobre os netos da presidente, Gabriel e Guilherme. “Neto ainda é melhor, tem mais calma pra olhar que filho. E nunca falaram pra gente que era importante ter filho, né, Vera?” Ambas riem, lembrando-se do tempo em que a revolução vinha em primeiro lugar. “Eu lembro você de vestidinho rosa esperando a Paula”, diz Vera, referindo-se ao primeiro encontro das duas mulheres depois da prisão.

Elas foram companheiras de cela no final dos quase três anos que a presidente passou na cadeia, depois de apanhada pela Oban – Operação Bandeirante –, a unidade de tortura e aniquilação de presos políticos do II Exército, em São Paulo. Nenhuma das duas jamais imaginou naquele tempo que uma delas seria presidente nem que se veriam mais uma vez em um momento dramático para o país, com Dilma no centro da crise.

A votação do impeachment pelo Senado, com tendência desfavorável à presidente, deve ocorrer em agosto próximo.

Dilma ainda não decidiu se vai se defender pessoalmente diante dos senadores. “Sou do tipo de gente que avalia”, disse no final de uma entrevista franca e explosiva, com 1 hora e 52 minutos de duração. Ela garante que vai continuar lutando pela Presidência do Brasil, conquistada pela primeira vez por uma mulher: “Eles ainda não me tiraram não, eu continuo sendo presidenta”, avisa.

O que significa sair do isolamento imposto pela equipe do atual presidente interino e seu vice, Michel Temer, que chegou a cortar o “cartão-alimentação” usado para suprir o Palácio da Alvorada e negou o custeio de viagens para outros destinos além de Porto Alegre, onde mora sua filha, e Belo Horizonte, sua terra natal.

Nos próximos dias, Dilma lança um crowdfunding – a vaquinha virtual – pelo site Catarse, popular entre músicos, cineastas, jornalistas e ONGs que buscam arrecadar dinheiro para seus projetos. Dessa maneira a presidente e sua equipe pretendem mobilizar seus apoiadores e pagar os custos das viagens para cruzar o país em defesa de sua permanência no governo.

Nesta entrevista exclusiva para a Pública, ela refaz sua trajetória, explica por que se considera vítima de um golpe, fala o que pensa das forças políticas do país e do que esse “golpe parlamentar”, nas palavras dela, representa para a democracia da América Latina. Responde também a perguntas sobre questões polêmicas como aborto, hidrelétrica de Belo Monte e recentes acontecimentos da Lava Jato.

Vera Durão: Queria saber de você como a ideia de se tornar presidente da República tomou corpo na sua cabeça. Foi uma sugestão do Lula ou você também tinha essa pretensão?

Dilma Rousseff: Ô Vera, é assim quase público e notório que eu não tinha a menor pretensão de ser presidenta, tampouco de concorrer a nenhum cargo eletivo naquele então. Foi assim uma coisa “espontânea muito pressionada” – conhece “espontânea muito pressionada”? [risos] Foi isso o que aconteceu.

Vera Durão: Você se sentiu na obrigação de aceitar?

Dilma: Acho que não aceitar é correr da raia, é coisa muito importante para se recusar. E, tendo feito tudo o que fiz no governo dele, era não dar sequência ao que a gente vinha fazendo. Porque, na prática, quando assumi a chefia da Casa Civil, em 2005, eu coordenei o governo. De junho de 2005 em diante. Então, todos esses programas eu vi nascer, participei da formatação, tanto os que ocorreram no governo dele como as decorrências de todo esse processo no meu governo. É uma continuidade.

(Foto: José Cícero da Silva/Agência Pública)

(Foto: José Cícero da Silva/Agência Pública)

Vera Durão: E como foi isso na sua cabeça, quando ele te propôs [ser candidata a presidente]?

Dilma: Ah, Vera, eu nem lembro, minha querida. Isso faz parte de outro mundo, de outra época.

Vera Durão: Você se sentiu segura ou achou mais que era uma questão de obrigação? 

Dilma: Não teve essas interrogações assim existenciais não.

Vera Durão: Nem do ponto de vista de [ser] mulher?

Dilma: Não. Não era esse o problema. A questão não era essa.

Natalia Viana: E quando foi que a senhora sentiu que queria fazer o seu governo?

Dilma: Uai, desde o início. Não tem como. Agora, todo governo é um governo de equipe, de projeto. Ninguém é um indivíduo solto no governo. Você tem um projeto, você tem um conjunto de propostas, você tem um grupo de pessoas. Não tem como chegar em um governo e ser sozinho na vida. É óbvio que é uma praxe política falar “olha, é o governo do fulano”, mas é o governo de uma equipe, dum projeto, duma proposta.

Natalia Viana: E a senhora pensou que era importante ter a marca de ser o governo de uma mulher? 

Dilma: Isso é claro. Tanto é que acho que o transformador nessa história é que era o governo de um metalúrgico, trabalhador, operário, ou seja, da senzala – se você fizer aquela imagem clássica do Gilberto Freyre, Casa-grande & Senzala –, era o primeiro governo que não era do andar de cima, isso do ponto de vista do governo dele; e, no meu caso, era candidata a ser a primeira mulher presidente da República.

Vera Durão: Esse argumento foi usado pelo Lula para te convencer?

Dilma: Não. Ele tinha isso muito forte, ele propunha isso. Mas não se trata de achar que era só uma questão de alguém pegar um bom argumento para me convencer. Não era essa questão. Não pode ser. Se fosse isso, seria algo muito superficial. É ter um conjunto de razões, sendo que essa é uma delas – e essa é importante. Porque ser o primeiro governo de uma mulher no Brasil, um país que diz que não tem nenhum preconceito contra a mulher, mas está eivado de preconceitos, era algo muito importante. Obviamente, guardando as devidas proporções, porque acho que o preconceito contra a mulher é completamente diferente do preconceito contra os trabalhadores, as pessoas de segmentos sociais mais pobres. Contra a mulher é outro preconceito porque passa por uma porção de estereótipos que se tem sobre a mulher. Por exemplo: mulher não pode ser firme, tem que ser dura. Mulher tem que ser ríspida, não pode ser uma pessoa que tem posição. Mulher não é afeita a coisas públicas – e aí aquela frase reiterada sobre mim, da minha “imensa dificuldade de lidar com os políticos”, como se [eles] fossem a coisa pública, ou como se alguma dificuldade de se lidar com os políticos não derive, em alguns momentos, da crise de valores que a política no Brasil atravessa. E outras coisas que tais: mulher tem necessariamente de ser frágil. Se ela não for frágil, ou ela está tendo um ataque de loucura, não está no pleno exercício da sua condição racional, ou você, de uma certa forma, está alienada. Eu cheguei a dizer que eu era uma mulher dura no meio de homens meigos, imensamente meigos, tudo muito meigo, muito doce.

Marina Amaral: A senhora já tinha poder no governo Lula. A senhora sentiu alguma mudança quando virou presidente, no modo como era tratada pelos políticos?

Dilma: Não. Não, em termos. Nunca tinha havido uma chefe da Casa Civil, o segundo cargo mais importante, que funciona como uma variante de uma chefia de gabinete no sentido de estrutura de gestão. Mas também nunca tinha havido uma ministra de Minas e Energia, nem nunca tinha havido uma secretária de Fazenda do município de Porto Alegre. Ainda no período do [governo do] Fernando Henrique Cardoso, fui secretária de Minas, Energia e Comunicações do Rio Grande do Sul. Só tinha eu de mulher. E se tem uma coisa em que o debate é muito técnico é aquele, não é propriamente coisa de mulher, entre aspas. Eu acho que é uma coisa de mulheres, não tem área interditada pelo fato de você ser mulher. Você ser sozinha enquanto gênero em qualquer lugar já mostra um “estranhamento” cá para nós – vamos chamar de estranhamento. Já mostra que tem algumas dificuldades da sociedade em lidar com fatos pioneiros. Agora, ser presidente é um passo além, e nesse sentido há diferença, sim, pois é uma autoridade que é mais inequívoca do ponto de vista em que ela é mais geral. Há, sem sombra de dúvidas, uma visão que em alguns momentos você percebe. Ontem eu estava conversando com uma cineasta que me disse que, quando ela conseguiu ganhar um certo prêmio, ela achou que tinha ultrapassado o limiar do preconceito para descobrir logo na sequência que esse limiar do preconceito estava bastante bem armado contra ela. Porque na hora do prêmio, o olhar não era para ela, era para a parte masculina da produção. E ela perguntou isso para mim: como é que foi isso com o governo? Eu disse para ela: quando você é presidente, essa discussão sequer é levantada, porque a caneta é sua. A tua autoridade não é passível de contestação. Isso é muito grave.

Da imprensa eu passo surpresa todos os dias, não só por ser mulher mas também pelo projeto que eu represento

Natalia Viana: Algo surpreendeu a senhora no tratamento da imprensa ou dos políticos?

Dilma: Da imprensa eu passo surpresa todos os dias, passei surpresa desde o início do meu mandato, não só por ser mulher, mas também pelo projeto que eu represento. Eu não sou propriamente uma pessoa cujos aspectos positivos são realçados.

Andrea Dip: A ONU chegou a soltar uma nota em repúdio à violência de gênero com que a imprensa estava tratando a senhora, principalmente durante o processo de impeachment.

Dilma: Eu acredito que tenha isso, mas a violência não começou agora, a não ser que a gente esqueça o passado. A violência está no fato de que tem uma história sobre mim. Uma vez um repórter falou assim pra mim: “Mas então você é normal!”. Ou seja, se eu ando de bicicleta, eu sou normal. Outro dia me perguntaram se eu dormia de sapato. Sabe as histórias que diziam que a gente, na clandestinidade, dormia de sapato, e eram verdade? A gente dormia de sapato para fugir. Eu sou presidenta da República, como é que vou dormir de sapatos? Para fugir? Você entende? Tem estereótipo atrás de estereótipo.

Vera Durão: Você acha que o fato da gente ter militado do jeito que militamos – luta armada, clandestinidade –, isso não te deu – a mim me deu, como mulher –uma grande independência e condição natural de conviver com os homens?

Dilma: Eu acho, Vera, que naquela época a questão de gênero, assim como a questão racial e do meio ambiente, não eram pautas. Estamos falando do final da década de 60, início da de 70. A questão de gênero, a questão da homossexualidade, a questão dos transexuais, enfim, um conjunto de questões que hoje são triviais entre nós… O que eu acho que faz é o fato de que sua experiência política como pessoa, e aí, como mulher, você adquire uma capacidade bastante grande de enfrentar dificuldade e lidar com situações anômalas. E eu sempre digo que prefiro que as pessoas adquiram isso em outros momentos da vida e não na cadeia; não é necessário passar pela cadeia para adquirir isso, nem pela clandestinidade [risos]. Agora, isso faz parte da história da gente, do que enfrentamos na vida.

Marina Amaral: Na entrevista que a senhora deu ao Luís Nassif, parece que a senhora traça um roteiro do que resultaria no impeachment, os sinais que foi percebendo. Por exemplo, a senhora diz que foi estranho o momento em que ocorreram as manifestações de junho de 2013, que era um momento em que a senhora estava tentando estabilizar a economia, alavancar o investimento a longo prazo, baixar os juros – já estava enfrentando uma pressão dos empresários –, e naquele momento acontecem as manifestações de junho. 

Dilma: É que eu acho que ali, nas manifestações de junho, a razão é uma outra razão. Porque ali você não está em uma situação de crise econômica. O que aconteceu em junho de 2013? Quando você conquista direitos, isso não significa que as pessoas se sentem de uma certa forma contempladas inteiramente. Pelo contrário, a conquista de um direito abre espaço para a conquista de outros direitos. Por isso que a gente dizia: a superação da pobreza é só um começo. Ela não é o fim de nada, ela inicia. E o que a gente levantava é que, para um Estado excludente, como foi sempre o Estado brasileiro, porque era parte de uma sociedade excludente, de uma economia excludente, é mais fácil o processo no qual você transfere renda. Quando você transfere renda, é uma decisão política; é óbvio que você tem que fazer um bom programa. Eu não estou diminuindo o inusitado e até revolucionário que é o Bolsa Família. É uma grande conquista, mas, assim que você faz isso ser massivo, as pessoas querem acesso a serviços de qualidade, querem serviços de educação de qualidade, querem segurança pública de qualidade. A reivindicação implica uma mudança do Estado, que tem um tempo de maturação maior. Há um conflito, então, visível entre a rapidez com que o ganho de renda se dá e a rapidez com que o ganho de serviços ocorre. O ganho na área de serviços é mais lento. Daí a inconformidade também. Ao mesmo tempo, eu acho que esse é um processo, também, que começa com um descontentamento, um mal-estar com a política, com a representação política. Não sei se vocês se lembram, em muitas manifestações, quando era positivo para uma pessoa, diziam: “Me representa! Me representa!”. Eu acho que já naquele momento, não da forma aberta como a partir de um determinado momento começou a ocorrer, aí também por conta das investigações de corrupção, mas começa a ocorrer um mal-estar com esse sistema de representação, que não é só típico do Brasil, esse mal-estar com a representação se dá em relação ao mundo todo. Mesmo considerando que o nosso governo sempre teve uma pauta, e agora isso vai ficar bem nítido, de participação popular. O Brexit, falando de hoje, explica um pouco o que acontece. Da direita à esquerda,

Marina Amaral: Só pra terminar o assunto das manifestações. Talvez tenha sido imaginação minha, mas tive a impressão que a senhora estava dizendo que, além disso daí, a senhora viu algum tipo de orquestração? O surgimento da direita, por exemplo, que começou a aparecer no final dos protestos de junho… Surgiu alguma dica para o governo de que estava tendo uma manifestação da direita? 

Dilma: Não. Eu não acho que aquilo ali foi uma manifestação da direita. Eu não acho, realmente. Não acho que esteja ali o fulcro dos movimentos de direita, não acho. Acho que o fulcro dos movimentos de direita está em… Antes da crise havia já uma certa oposição a repartir privilégios no Brasil. Acho que este componente, diante da crise, radicaliza a classe média. E faz com que valores de direita sejam muito dominantes. Olha a pauta das manifestações pró-impeachment, e não é porque é pró-impeachment, mas olha as pautas delas.

Mas o que eu quero dizer é que, nesse processo e nessas manifestações pró-impeachment, pra mim, o setor que mais perdeu foi o setor da oposição que tradicionalmente tinha um projeto, que é o PSDB. Acho que o PSDB cometeu um gravíssimo equívoco político. Primeiro perdeu a cara porque endireitou. Mas endireitou não só do ponto de vista dos projetos econômicos ou políticos. Endireitou do ponto de vista dos valores. Se misturou no movimento e deu força a ele. E estimulou, organizou e propôs um movimento que era baseado em algumas questões inadmissíveis. Como é que [o PSDB] se mistura com um [movimento] que defende o golpe militar? Como é que é possível tratar de uma situação em que os direitos individuais e coletivos mais básicos são desrespeitados? Então eu acho que criou naquele momento, nessa transação do impeachment, uma situação muito ruim. Por quê? Porque isso foi orquestrado, querida. Como foi orquestrado? Foi orquestrado logo depois da minha eleição. Não é lá em 2013. A minha eleição é uma eleição extremamente conflitiva. Ultraconflituada. Nunca houve uma eleição no Brasil com aquele perfil. Acaba a eleição, eles pedem recontagem de voto, coisa que no Brasil não se via há séculos. Pedem auditoria na urna eletrônica. As duas coisas não se verificando, eles começam a tentar impedir a minha diplomação. Depois disso, apoiam a ida para a presidência da Câmara do senhor Eduardo Cunha, que tem uma pauta eminentemente de direita. E que faz, talvez, o processo mais grave no Brasil, que foi tornar o centro hegemonizado pela direita, rompendo com uma tradição centro-democrática que vem desde a redemocratização, com Ulysses Guimarães, a Constituinte, em que um dos protagonistas importantes foi o centro democrático no Brasil. O PMDB, o velho MDB, né?

Marina Amaral: Mas o PMDB, na visão da senhora, deu essa guinada quando o Cunha passou a liderá-lo, ou isso já vinha acontecendo?

Dilma: Ele dá essa guinada quando o Cunha assume a hegemonia dele. Porque ele teve a hegemonia. E essa hegemonia está expressa no governo do Michel Temer. Ele é Cunha. O Jucá não mente quando diz que Michel é Cunha. Um dos grandes problemas desse governo é esconder o Cunha. Porque o Cunha não é uma pessoa lateral deles. Ele é o líder deles. Líder em todos os sentidos.

Não é só típico do Brasil, esse mal-estar com a representaçãopolítica se dá em relação ao mundo todo

Marina Amaral: Do PMDB inteiro ou líder da direita?

Dilma: Estou falando deste grupo que está no poder, este grupo que está no poder não é todo o PMDB, não é. Você tem gente no PMDB… Você tem o Requião no PMDB, o próprio Renan. Você tem pessoas das mais diferentes. Agora, este grupo que hoje é do governo Temer é o grupo hegemonizado pelo Cunha. A proposta dele não é surpresa. O Cunha, vocês sabem – vocês são da imprensa, vocês acompanham –, qual é a pauta do Cunha. E as pautas-bomba que eles nos impunham é pra criar o caldo para o golpe. Qual é a pauta-bomba? Bloqueia o governo. Nós não só não conseguimos aprovar as nossas pautas, como eles apelam para a mais lamentável demagogia, passando pautas que inviabilizam o país. Teve um momento em que, caso aprovasse, seriam 200 bilhões. Depois, mais recentemente, chegou a 400 bilhões. Então, não só não aprova o que você manda, como também cria um nível de obstáculo para o exercício da atividade governamental. E é engraçado, que tem, pra mim, uma característica muito interessante nas críticas desse governo, que são assim, ó: o que esse governo faz? Primeiro, ele denuncia projetos que não existem.

Repórteres: Como assim?

Dilma: Na política externa: “Vou impedir a ideologização que o Brasil faz”. Então denuncia coisa que não existe. E a imprensa apoia. Segundo: critica medidas que nunca estiveram na pauta. Quando é que eles são óbvios? Quando, você pode olhar, toda vez que eles falam o que pensam, são obrigados a voltar atrás. Porque não está no tempo ainda de mostrar todas as garras. Esperemos passar a discussão do impeachment e eleição, aí mostraremos todas as garras. Agora, uma garra feíssima já foi mostrada, né? É essa do teto de gastos. Pra gente ter uma ideia, no caso da educação, eu estou falando dos valores, na educação se gastou mais ou menos 101 bilhões [no ano], se não me engano. A viger es­se pacto, nós teríamos gasto este ano 35 [bilhões] só. Então vejam o que vai significar isso para o futuro. Porque o raciocínio é simples: você corrige o gasto de educação pela inflação; aí aumentam as pessoas [estudando], e o gasto está só corrigido pela inflação, o que acontece? Do ponto de vista real, diminui o gasto por pessoa! Óbvio! Além disso, faz isso mais quatro governos e mais esses dois anos, ou seja, quatro governos estarão impedidos de exercer o direito político do orçamento.

Natalia Viana: Presidente, e em termos dos interesses econômicos? Por exemplo, qual foi o peso do pré-sal na articulação pelo seu impeachment?

Dilma: Olha, eu acho que todas as riquezas do Brasil têm peso. O pré-sal tem um peso muito especial. O que está na questão do pré-sal? Não é a participação do setor privado. Por quê? Porque ele participa do pré-sal. Vamos olhar o leilão de Libra, que é o único campo do pré-sal integral, não tem nenhum outro. Então vamos olhar a prova material. Quem é que participa de Libra? Participam de Libra quatro empresas privadas: Shell, que é uma grande empresa; Total, que é uma empresa francesa grande – não é uma major, mas é uma quase major –; duas chinesas, a CNOOC e a CNPC. É bom lembrar que os maiores compradores de petróleo do mundo são os chineses. O controle da distribuição do petróleo está na mão dos chineses. Daí porque qualquer grande empresa privada internacional gosta da parceria com os chineses. Para a gente não ser otário e ficar achando que a presença de chinês é algo terrível, como diziam umas pessoas do Rio de Janeiro.

Natalia Viana: Mas aquela modificação proposta pela senhora…

Dilma: Não, mas aí o que é o problema? Não é a presença [dos estrangeiros]. O problema é o seguinte: são dois regimes, o de concessão e o de partilha. O regime de concessão se caracteriza pelo fato de que quem achar o petróleo é dono do petróleo. Se achou o petróleo, qualquer empresa – da Petrobras a qualquer uma – achou, no Brasil, ele é dono da jazida. Por que isso? O risco de não achar é muito alto. Muitas empresas, inclusive pequenas, quebram porque não acham. E aí, gastou 20 milhões, 30 milhões, até 100 milhões de dólares para prospectar. Bom, o que acontece no Brasil? No pós-sal, o nosso petróleo era difícil de achar, implicava riscos, era com grande teor de enxofre, com uma coisa que chama API – uma forma de medir a qualidade do petróleo – muito baixo, 14, 15 graus API. E, além disso, em muitos lugares [encontrava-se] pouco petróleo. Não eram grandes campos. Então não era muito petróleo, a qualidade não era muito boa e com um risco elevado. Modelo de concessão correto porque quem achou leva a parte do leão, o petróleo. Que faz com que você tenha um lucro bastante razoável.

Como é o pré-sal? O pré-sal foi descoberto por prospecção, exploração e pesquisa da Petrobras. Foi demarcada uma poligonal e nós sabemos que o grosso está lá dentro dessa poligonal. Nós sabemos que é de muito boa qualidade e que é muito. Então o petróleo do pré-sal é completamente diferente do pós-sal. Então o modelo do pré-sal é de partilha por quê? Pra quem fica a parte do leão, ou seja, o petróleo? Fica pro dono dele. Quem é o dono? A União. E as empresas privadas ficam com uma parte. Pra você ter uma ideia, mais ou menos, eu vou falar entre 75% a 80% para a União e o restante…

Vera Durão: Para as privadas?

Dilma: Não é para as privadas, não, para a dona, Petrobras inclusa. Por isso que eu falo 70% a 75%, porque, se você botar a Petrobras junto com a União, aí dá uns 80% para o país. Agora, pergunto a você, o que leva quatro grandes empresas internacionais a virem aqui e pagarem 20 bilhões sabendo que a regra é essa? Muito petróleo, a certeza de que vai achar, da qualidade e do lucro, portanto. Então, o que estão querendo fazer é um absurdo. Alterar o regime de partilha é, de fato, um absurdo. Esse pode ser um dos elementos que eles jamais conseguiriam num processo eleitoral com discussão com a população – convencer a população de que isso era bom para o país. Portanto, através da eleição, eles não iriam conseguir a aprovação disso. Agora, acho que essa é uma questão. Eles também vão reduzir a saúde, acabar com o Minha Casa, Minha Vida. Já acabaram! Porque acabaram já com a faixa 1. A faixa 1 é a faixa pobre do Oiapoque ao Chuí.

Vera Durão: Dilma, você acha que a maldição do petróleo também passou aí pelo processo que levou ao seu afastamento?

Dilma: O que eu acho grave no Brasil nessa área é… Eu sou a favor – inclusive tenho sido acusada, uma das causas do meu impeachment é o fato de que o meu governo foi favorável, o meu governo não impediu investigação de corrupção. Nós somos completamente favoráveis a isso. Agora, também sempre deixamos claro que, quando você combate a corrupção, você não pode destruir nem as empresas nem os empregos. Assim como se faz no resto do mundo. Os Estados Unidos tiveram recentemente, junto com o resto do mundo, talvez o maior processo de corrupção que foi os bancos, os seus derivativos, e todos os processos que levaram a perdas astronômicas.

Vera Durão: A crise de 2008.

Dilma: Isso, a crise de 2008. Eles não destruíram os bancos. O que eles fizeram? Cobraram multas elevadas, puniram os executivos e não destruíram os bancos. O que no Brasil poderia se fazer também: multa, prende os executivos, mas não destrói as empresas. Não impeça que elas tenham crédito. Não faça com que elas destruam seus empregos. Por que eu estou falando nisso nessa altura? Porque a cadeia de petróleo e gás é muito importante para o crescimento do Produto Interno Bruto do Brasil. Ela gera emprego, se calcula que ela responda entre 1 e 2 pontos percentuais do PIB. Então atirar na cadeia de petróleo e gás é atirar no PIB do país.

Vera Durão: Tem um efeito cascata gigante.

Dilma: Violento. Que é outra explicação da crise também.

Marina Amaral: A esquerda citou muito o pré-sal durante a articulação do impeachment. Falou-se que havia influências estrangeiras nessa tentativa de derrubar a senhora do poder e que isso estaria associado ao pré-sal. A gente vê que o projeto de alteração do pré-sal é do senador José Serra, que assumiu o Ministério das Relações Exteriores. A senhora vê alguma relação nisso ou a senhora acha que é pura especulação?

Dilma: Eu repito para você: eu acho que eles jamais conseguiriam fazer com o pré-sal o que pretendem sem ser através de métodos absolutamente fraudulentos e golpistas. Por eleição direta não fariam. E eles não ganham eleição direta há muitos anos. Então, eu acho que tentaram encurtar o caminho. Agora eu tenho dito o seguinte. Falo muito com a imprensa estrangeira e muitos [jornalistas] me perguntam: tem influência externa no golpe? Eu quero te dizer o seguinte: não é necessário para discutir o golpe no Brasil atribuir responsabilidade a nenhum outro país do mundo. Nós fomos competentes na arte de dar um golpe aqui no Brasil. Nós não precisamos deles para nós fazermos golpe. Este golpe é endógeno. A responsabilidade por ele é das oligarquias locais. Pode ter gente muito feliz – é outra coisa. Pode ter gente até que deu uma mãozinha – é outra coisa. Mas não é relevante.

Andrea Dip: Presidente, vou mudar um pouquinho de assunto. Em suas campanhas, a senhora visitou vários templos evangélicos. Mas a bancada evangélica foi a que mais barrou projetos, inclusive do próprio PT, como a cartilha anti-homofobia, a discussão de gênero nas escolas, se opôs à lei que criminalizaria a homofobia e aos avanços das políticas relacionadas aos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Durante o processo do impeachment, esses deputados da bancada evangélica e alguns pastores televisivos foram dos que mais atacaram a senhora de forma mais violenta. A senhora acha que valeu a pena fazer essa aliança?

Dilma: Acho fundamental que se abra essa discussão com eles. Você não vire as costas para 30% do país. Não faça isso. Nós temos que discutir com os evangélicos, falar com eles, porque eu também não acredito na uniformidade deles.

Marina Amaral: Nem todos são liderados pelo Cunha…

Dilma: Não, e não é isso. Eu acho que nem todos têm uma visão tão fechada.

Andrea Dip: Mas a bancada evangélica sim…

Dilma: Isso é outra coisa. Isso é a representação deles. Agora, pelo fato de a representação de segmentos do Brasil ser ruim, eu não vou deixar de falar com eles.

Vera Durão: Sim, mas você não deixou de falar com eles. Você fez uma aliança política com eles.

Dilma: Eu não fiz, não. Eu não fiz aliança nenhuma com eles. Aliança, como assim?

Vera Durão: De te apoiarem.

Dilma: Me apoiaram, mas nunca discutiram o que eu podia falar e o que eu não podia falar. Agora, eu acho que é fundamental que você converse com os evangélicos. Fundamental. No Rio de Janeiro, isso é decisivo, por exemplo. Vou falar isso porque eu acho isso grave: não acho que é possível a gente demonizar uma religião. Não é correto.

Andrea Dip: Mas em termos de políticas públicas, projetos de lei…

Dilma: Pois é, minha querida, mas eu vou continuar indo em templo evangélico sempre que me convidarem.

Marina Amaral: Mas a aliança com os evangélicos não barra determinados avanços?

Dilma: Não. Depende do que você, para fazer aliança com os evangélicos, aceita.

Andrea Dip: Eu vou aproveitar esse gancho e…

Dilma: Agora veja bem, querida, presidente da República não interfere em algumas coisas. Vou te antecipar, vou falar de aborto. O que nós podemos fazer no caso de aborto? Vou falar de aborto. Aborto legal nesse país está na lei. A lei é a seguinte, a lei é clara, você pode ter aborto em três casos: quando há estupro contra a mulher, quando a mulher corre risco de vida no parto e feto anencéfalo. São três casos. O que vocês estão perguntando é o seguinte: por que eu não criei mais três? O cumprimento desses três nós colocamos no SUS.

Andrea Dip: Não, é se a senhora é a favor da descriminalização do aborto.

Dilma: Eu pessoalmente posso ser a favor de tudo. Como presidenta, eu não interfiro nisso.

Natalia Viana: Mas a senhora pessoalmente é a favor?

Dilma: Não vou te responder isso. O dia em que eu sair da Presidência, eu te respondo. E eles não me tiraram, não. Eu continuo sendo presidenta. Assim como eu não posso declinar aqui que eu sou A, B, C ou D em relação a qualquer religião. Eu não posso fazer isso.

Andrea Dip: Mas a senhora não acha que seria bom…

Dilma: Para vocês pode ser ótimo. Para o exercício da Presidência, é péssimo. Querida, a hora que eu aceitar isso, eu aceito que aquela mulher que entrou lá na Secretaria [Fátima Pelaes, atual titular da Secretaria das Mulheres] chegue e fale: sou contra ter direito ao aborto por estupro. A gente que é servidor público cumpre a lei. Se a lei é ruim, nós temos de mudar a lei. Servidor público faz isso, não fica falando “eu acho isso” ou “eu acho aquilo”. Assim como eu fui contra o que ela falou, porque ela não pode falar aquilo. Não é algo que ela possa discutir. A lei é clara.

Andrea Dip: Mas não é uma questão de saúde pública, já que tem mais de 800 mil abortos por ano?

Dilma: A saúde pública garantida no governo são esses três pontos. Se eu estiver fora do governo e for feminista, eu luto por outras coisas, viu? Agora, eu fui feminista, tá?

Andrea Dip: No passado, presidente?

Dilma: Eu fui da Ação da Mulher Trabalhista, querida.

Vera Durão: Do PDT?

Dilma: Não, mas nós éramos a favor de cada coisa do arco da velha… [risos]

Andrea Dip: Mas não é mais feminista?

Dilma: Eu fui feminista. Hoje eu sou presidenta.

Marina Amaral: Mas a senhora diria “eu fui de esquerda”?

Dilma: Eu não entro nesse tipo de questão nem que a vaca tussa. Não tirei direitos dos trabalhadores, não tirei férias, não tirei nada, querida. Agora, eu não faço a política. A de saúde pública é garantir que o SUS, que é o nosso Sistema Único de Saúde, cumpra o que não cumpria. E até hoje tem resistência. Ou seja, não vamos achar aqui que é um passeio cumprir os três itens [do aborto legal]. Vocês não têm ideia.

Natalia Viana: Presidente, ontem foi preso, em um desdobramento da Lava Jato, o Paulo Bernardo, que foi ministro no seu governo, acusado de um superfaturamento de 100 milhões pela empresa de tecnologia que geria sistema de crédito consignado a funcionários. Diz a PF que o dinheiro seria usado para caixa 2 do PT. Por outro lado, o Marcelo Odebrecht assinalou que…

Dilma: Querida, posso te falar uma coisa? Eu não sei no que vai dar. E nem o que está em processo na prisão do Paulo Bernardo. Então, você vai me desculpar, mas você não vai querer que eu faça uma avaliação sobre coisas que estão sob investigação da Justiça. Agora, acho estarrecedor me perguntar sobre o Marcelo Odebrecht, que nem concluiu a sua delação premiada. Tirante a hipótese de que o seu jornal – e aqui eu vou engrossar – tenha uma escuta dentro da cela, ou do lugar onde ele está fazendo a delação, vocês não têm o direito de me perguntar nada.

Natalia Viana: Na verdade, a pergunta não era em relação a isso.

Dilma: Eu tenho imensa indignação com esse tipo de uso político das investigações da Lava Jato. Uso político.

Natalia Viana: A pergunta era se a senhora acredita que essas revelações afetam suas chances no impeachment.

Dilma: Não, minha querida. Eu acho que eu estou em um nível de vacinação absoluta contra isso. Isso tem sido feito sistematicamente contra mim. Sistematicamente. A última que arquivaram foi aquela em que quase caiu o mundo na minha cabeça porque eu liguei para o Lula e falei: “Vou mandar aí o Bessias”. Agora foi arquivado. Agora, o pato que eu pago enquanto não está arquivado é imenso. E eu me recuso a discutir Marcelo Odebrecht numa delação que nem acabou. Tem vazamento daquilo que não foi feito, tem vazamento… e tudo seletivo. Primeiro vaza eu e fazem um escândalo com isso. E depois aparece o resto. Como que fica? Não sei o que que é o Paulo Bernardo, tem um ano essa investigação, não sei por que prenderam hoje, não tenho a menor ideia… Ele estava fugindo? Preventiva tem de ter motivo. Eu me recuso a dar elementos para um tipo de praxe que a imprensa brasileira está tendo de uso seletivo. Porque a tese era a seguinte: tinha um único partido no Brasil que tinha corrupção. O que se vê é que não é isso que está acontecendo.

Vera Durão: Sérgio Machado disse que é desde 1946.

Dilma: É. O Sérgio Machado deve ser um experiente conhecedor disso. Bom, o que estou dizendo é que não vou compactuar com isso. E comigo é sistemático. Até o ponto do meu cabelo. Eu perdi a paciência no dia do meu cabelo [Merval Pereira, do Jornal O Globo, veiculou em sua coluna que Dilma teria usado dinheiro da refinaria de Pasadena para pagar itens pessoais. Saiba mais].

Vera Durão: Você já tomou as devidas providências?

Dilma: Todas. Eu vou processar criminalmente. O dia em que eu processar vai sair na imprensa. Mas eu vou.

Marina Amaral: Tenho uma pergunta sobre outra polêmica, que é Belo Monte. Eu conheço a defesa que a senhora faz da obra, da necessidade, inclusive, energética do Brasil. Eu queria saber se essa visão de desenvolvimento na Amazônia não foi modificada pelas conferências internacionais, por um mundo em que você tem como maior ameaça futura o aquecimento global. Esse tipo de debate não tornou ultrapassado, olhar pra a Amazônia como uma fronteira de desenvolvimento?

Dilma: Nós não olhamos para a Amazônia como uma fronteira de desenvolvimento. Nós utilizamos os recursos que podem ser utilizados mantendo a preservação do meio ambiente.

Marina Amaral: Mas em Belo Monte…

Dilma: Nós preservamos o meio ambiente. O problema da Amazônia, de Belo Monte, não é esse. O problema de Belo Monte é o seguinte: tem um problema seríssimo no clima. Sabe qual é? O problema no clima será sempre energia. O problema do mundo, em relação ao clima, é energia. No nosso caso, nós temos algumas vantagens. Porque nós ainda temos o problema de acabar com o desmatamento, como replantar, como conter e fazer agricultura de baixo carbono e etc. E [a energia hidrelétrica] dá uma grande margem para o Brasil. Somado ao fato de que nós temos recursos hídricos. O que é que entrava todos os países do mundo? Eles não têm. Ou usa nuclear ou usa térmica. Então acho que há uma visão completamente incorreta sobre as hidrelétricas.

Uma coisa é o fato de que se fazia hidrelétrica e não se olhava as repercussões sobre as populações atingidas. Isso é uma coisa. Não se olhava a melhor forma de se fazer com o mínimo de impacto ambiental. Porque, se você não tiver Belo Monte, tem de ter o equivalente de Belo Monte de alguma coisa. De [energia] solar não é, porque é absurdo o preço. A não ser que descubram alguma tecnologia mais avançada, você não paga. Eólica é inviável, você não segura, não tem como. Ela não é uma energia que eles chamam de firme.

Nós somos respeitados internacionalmente, ao contrário do que dizem. Essa Conferência de Paris [COP-21, realizada em dezembro de 2015] não existiria sem nós. Eles reconhecem. O Obama me liga para agradecer. Não sai no jornal, óbvio, nós sabemos por quê. Mas o Brasil tem respeito porque tem uma política que é consistente. Nós só temos 3% de térmica e nuclear. A alternativa é essa. Parou com hidrelétrica vai fazer nuclear.

Marina Amaral: Mas não deveria haver uma garantia pelo menos de o governo ser mais protetor, em vez de deixar aquela população nas mãos das grandes empresas? Por exemplo, a Globo mostrou recentemente uma reportagem sobre a situação de Altamira [município onde foi construída a usina de Belo Monte], que, independentemente da implicância política da Globo com o governo, mostra o esgoto desembocando dentro da…

Dilma: Posso te falar uma coisa? Uma das coisas mais difíceis do Brasil é fazer saneamento.

Marina Amaral: Mas e a contrapartida da empresa? O governo não deveria cobrar o consórcio responsável?

Dilma: Querida, não foi só a contrapartida da empresa. Uma parte de qualquer esgoto no Brasil tem responsabilidade constitucional do município e do estado. Não é da União. Eu posso cobrar o que for da empresa, mas a empresa tem de executar com base no estado e no município. Eu não vou falar do que acontece em Altamira. Sugiro que vocês falem com a ministra [a ex-ministra do Meio Ambiente, Izabela Teixeira]. Eu vou defender hidrelétrica em todas as circunstâncias.

Natalia Viana: Presidente, como a senhora avalia que seu impeachment, se for confirmado, vai afetar outros países latino-americanos e a política latino-americana?

Dilma: Eu acho que já começou a afetar antes, primeiro pela importância do Brasil na região. Mas acho que você tem hoje, no mundo latino-americano, essa variante do golpe parlamentar já feito antes de nós. Isso ocorreu com Paraguai, com Honduras. [O impeachment de Fernando Lugo, no Paraguai] foi durante a Rio+20. Eu sei porque a gente mandou os chanceleres lá para tentar evitar, e não conseguimos. O que está ocorrendo? Eu acho que é uma nova forma de retirar governos que criam descontentamento [em relação] à oligarquia econômica, ou política, ou um grupo de interesses, que se considera descontente em relação a alguma das características do governo em exercício. Aí o que eles fazem? Dão um golpe parlamentar. Em que consiste um golpe parlamentar? Ele não é igual a um golpe militar. Um golpe militar não só extingue o governo em questão, mas acaba também com o regime democrático. Tem uma característica: você tira o governo e mantém o regime democrático. Agora, tem um preço para se fazer isso. Você compromete suas instituições, você cria cicatriz na sociedade. Você, muitas vezes, impede a recomposição do tecido democrático. Então tem uma consequência grave. E acho que criará, na América Latina, uma instabilidade.

Natalia Viana: A senhora acha que pode acontecer em outros países?

Dilma: Acho que pode. Não só eu acho, como chefes de Estado da América Latina, todos temem isso. Qualquer um.

Vera Durão: Na época que você foi afastada, recebeu solidariedade de chefes de Estado latino-americanos?

Dilma: Recebi. Não digo de quem por razões óbvias. As reações dessas pessoas são as mais variadas. Tem uns que fazem solidariedade ativa, tem outros que fazem solidariedade, mas obviamente por razões de Estado. Tem uma gradação.

Natalia Viana: A senhora acha que isso enfraquece a Unasul?

Dilma: Diminuir a importância da América Latina ou da África em relação ao Brasil é um absurdo, porque a força do Brasil no mundo tem a ver também com essa liderança e com essa capacidade de negociação que nós construímos desde o início do governo Lula. Nós abrimos embaixadas, tivemos uma política muito clara em relação à África. E isso explica por que conseguimos indicar pessoas para presidir organismos multilaterais, como é o caso da OMC [Organização Mundial do Comércio] e como é o caso da própria FAO [Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação]. Também explica por que tivemos um nível de interlocução muito forte com todos os diferentes países. No caso específico da América Latina, a Unasul é um produto dos nossos governos, nós construímos a Unasul. A Unasul envolve todos os países deste continente, da América do Sul. E sempre teve posições comuns. O que significa posições comuns? Se tira posição por consenso, ou por consenso mínimo. Há a cláusula democrática, há todo um nível de condução. E há uma prática: não se fala. A única condição de você conviver é você não falar do outro. Você não pode chegar e externar uma posição contundente contra um país. Não se faz isso dentro da Unasul.

Vera Durão: Mas isso foi violado pelo Serra, que falou mal da Venezuela.

Dilma: Eu sei, mas não se faz isso. Sabe o que você pode fazer? Você pega uma carta, escreve uma carta para o Maduro [Nicolás, presidente da Venezuela], externa sua posição e manda o seu embaixador, ou quem você achar que deve, falar para ele que a posição do governo brasileiro é essa, essa e essa. Que nós somos a favor disso, disso e daquilo. E, se acontecer isso, vai acontecer aquilo. Mas você não faz isso em público. Isso não é diplomacia. Nem os EUA fazem isso. Estavam lá outro dia o Maduro e aquele menino, Shannon [Thomas Shannon, diplomata norte-americano que se encontrou com Maduro para reiniciar as conversas entre EUA e Venezuela]. Não se faz isso. Isso não é praxe diplomática. Acredito que está errado fazer isso, porque você limita a sua capacidade de negociação e intervenção. Inclusive se você está preocupado com certos processos em andamento, para você ter mais capacidade de evitar que eles ocorram, tem de se tornar interlocutor. É assim que funciona. No caso do Mercosul, eles [o governo Temer] não estão indo [à reunião em julho] porque não querem a Venezuela. É a hora da Venezuela [assumir a presidência rotativa]. Eles podem achar várias coisas críticas a respeito da Venezuela, mas não será rompendo a praxe – que é cada ano um, segundo o rodízio – ou seja, não é cometendo uma ruptura contra a Venezuela que você melhorará as condições da Venezuela. Isso é uma política tola, porque não produz o resultado que os radicais querem a não ser que isso seja apenas – o que é pior – um discurso não para os nossos vizinhos, mas para si mesmo, o seu povo. A não ser que você esteja fazendo política externa para contentar segmentos internos, que para mim é a hipótese. Não ir à reunião é tão ineficaz que só pode ser uma sinalização para a imprensa brasileira, para o Brasil. O que é uma tolice.

Inclusive, no caso específico do Paraguai, nós nos manifestamos contra e parou por aí. Ninguém ficou falando disso mais. Quando eles elegeram o outro presidente, voltou. Sabe qual é a reação? Absoluta frieza. Ninguém xinga ninguém, ninguém faz declaração para a imprensa. O tratamento é o seguinte: congela a relação.

Marina Amaral: Falando em golpe e América Latina, a senhora foi a grande articuladora da Lei de Acesso à Informação, que foi gestada junto com a criação da Comissão Nacional da Verdade. Como presidente e chefe das Forças Armadas, como foi assistir aos militares novamente se negando a entregar os arquivos e fornecer informações para a Comissão Nacional da Verdade?

Dilma: Olha, que eu me lembre, o que eles dizem é que não tem arquivos. Há uma diferença entre se recusar a entregar e dizer que não tem. Eles dizem que em determinado momento destruíram os arquivos no passado.

Marina Amaral: Mas não teria como a senhora fazer um questionamento mais duro?

Dilma: Fizemos. Nós fizemos uns três questionamentos. Uai, nós fizemos por escrito.

Vera Durão: Celso Amorim falou fino com os caras…

Dilma: Não. Não falou fino coisíssima nenhuma. Todos os dados, eles não têm nos arquivos. Vera, quem é que ia manter arquivo? Pra quê? Pra se comprometer?

Vera Durão: Mas lá no Arquivo Nacional a gente descobriu um monte de arquivo.

Dilma: Não, isso é outra coisa. Aquilo fomos nós que botamos lá, pô. Porque nós fizemos o seguinte: um belo dia, bem antes da Comissão da Verdade – foi 2006, se eu não me engano –, fizemos um conjunto de circulares em que a gente pedia [os arquivos] para cada um dos ministérios. Porque não tinha arquivo só com os militares. Tinha arquivo espalhado pelo Ministério das Relações Exteriores, tinha arquivo em vários locais. Então o que a gente pediu? Pega o Arquivo Nacional e lá a gente vai fazer a junção dos arquivos. Era até o Beto Vasconcelos [ex-secretário Nacional de Justiça] que organizava essa ida dos arquivos de todos os lugares para lá. Aí, neste momento, eu, chefe da Casa Civil, dirigia a comissão, mandei um ofício para o ministro da Defesa, Nelson Jobim, e para todos os comandantes das Forças Armadas, pedindo arquivos deles. Mandaram alguns arquivos que era o que eles falavam que tinham. Bom, na sequência, vem a Comissão da Verdade. Aí a Comissão da Verdade passa a fazer isso. Aí dizem que tem esse arquivo, que talvez tenha um outro arquivo. Aparecem outros arquivos. A gente faz outra suposição: talvez tenha gente que levou arquivo para casa. Aí não sei se vocês lembram que nós fizemos uma legislação que era o seguinte: entrega o arquivo, [ganha] anonimato – você pode entregar e não tem consequência. E o que foi entregue foi muito pouco. Nós estávamos com uma expectativa de ser bastante, mas não foi não. E depois a Comissão da Verdade acha algumas coisas. Eu não lembro o que eles acharam. Porque aí eles juntaram tudo. Você me desculpa, mas eu não acredito mais que tenha arquivo.

Nós fomos competentes na arte de dar um golpe aqui no Brasil. A responsabilidade por ele é das oligarquias locais

Vera Durão: Você acha que eles falaram a verdade?

Dilma: Não é que falaram a verdade, acho que destruíram [os documentos]. Ou os que estão em posse das pessoas, que podem ter, não entregam. E você não sabe, não tem registro.

Vera Durão: Dilma, até que ponto a Lei de Anistia teria impedido ou travado que no Brasil se fizesse justiça com os torturadores, como aconteceu na Argentina, no Chile, no Uruguai? Vocês chegaram a tentar alguma coisa nesse sentido? Você, como uma ex-presa política, chegou a fazer consultas?

Dilma: Não precisa fazer consultas, Vera. Você sabe qual era a situação.

Vera Durão: Mas o que vocês temiam?

Dilma: Não passa, querida. Não temos nada. O Supremo Tribunal Federal não deu ganho de causa a isso, Vera.

Vera Durão: Então é a Lei de Anistia que travou?

Dilma: Não, Vera, é a instituição do país. Supremo Tribunal Federal. O que eles disseram é que a lei podia fazer qualquer coisa. Entraram contra a lei. E ele disse que a lei é aquela. Ô, Vera, você está num país que tem Supremo Tribunal Federal e a hora que ele decide que é assim, é assim.

Vera Durão: A gente hoje ainda engole essas coisas, de elogios ao Ustra [Carlos Alberto Brilhante Ustra, ex-chefe do DOI-Codi], essas provocações. O cara já foi processado várias vezes, não aconteceu nada com ele.

Dilma Ô, Vera, eu acho que a gente tem de aprender na vida que tem a nossa indignação pessoal e a compreensão da realidade. A realidade é essa. Quando o Supremo decide, não tem a quem recorrer, Vera. Porque neste regime em que a gente vive você faz uma lei, é o Legislativo que a faz – ela foi enviada, se não me engano, pelo Executivo. Mas quem aprovou e etc. foi o Legislativo. Aí, se recorreu contra os termos da lei ao Supremo, e o Supremo sancionou a lei. Sancionou, não. Ele deu ganho à interpretação. Não tem discussão, Vera. Você perde várias. A arte é que não existe fazer um governo sem saber que você perde e você ganha. Não tem um jeito de ganhar todas. Até porque eu acho que tem uma correlação de forças. Nós não conseguimos ganhar essa. É que nem eu perdi na Câmara lá aquele dia por correlação de forças.

Marina Amaral: Eu queria perguntar outra coisa. Lembro quando entrevistei o Zé Dirceu depois do mensalão – eu estava na Caros Amigos na época –, e ele disse: “O erro do governo foi ter feito aliança com vários partidos pequenos. O certo teria sido fazer desde sempre uma aliança com o PMDB”. Daí veio o governo da senhora…

Dilma: Olha, minha filha, está danado. Vou explicar por que está danado. O Fernando Henrique Cardoso fazia maioria em três partidos. Maioria simples. Conseguia maioria de dois terços com quatro. O Lula, se eu não me engano, era com oito e onze [partidos]! Eu, eram quatorze. Quatorze eu fazia maioria simples. E olhe lá. Vou te explicar por quê. Houve uma imensa fragmentação partidária no Brasil. Quando o Supremo decide acabar…

Eu não recomponho governo nos termos anteriores em hipótese alguma

Vera Durão: Culpa do Supremo.

Dilma: Não, não é culpa do Supremo. Ele decidiu. Eu não vou ficar falando mal do Supremo. Não vou. O Supremo acaba com a cláusula de barreira. Amplia-se o número de partidos. Não é uma questão que você queira ou não. Eu acho que tem uma crise estrutural no sistema político brasileiro porque tem um nível de fragmentação que é tanto por partidos como dentro dos partidos. Os partidos, hoje, têm grupos que têm a ver com os diferentes estados da Federação, que têm diferentes interesses. Tem bancada da bala, bancada disso, bancada daquilo. É importantíssimo que o Brasil tenha uma recomposição partidária. E essa recomposição partidária é fruto das regulamentações que a lei estabelece para a questão eleitoral e também pela qualidade do voto. Se você olhar o voto parlamentar e o voto majoritário, o voto majoritário para presidente, sobretudo, e mesmo para governador, e o voto proporcional, você vai ver o seguinte: as políticas representadas pelo voto presidencial ao longo da história são mais progressistas. As políticas defendidas pelo parlamento são mais conservadoras. Por quê? Por um motivo simples: quando você faz a eleição presidencial, você tem uma relação direta entre o seu programa e a população. O filtro diminui porque você tem direito a programa de televisão gratuito, você tem um debate mais direto. Quando você tem a eleição proporcional, todos os filtros que existem nas regiões e nos estados ficam fortes. Quais? Controle econômico, as políticas oligárquicas, a dificuldade dos movimentos sociais se expressarem pela diferença de poder. Quanto mais organizados eles são, mais eles vão se expressar. Mas eles vão ter um voto segmentado porque é um voto proporcional. E aí tem aquela discussão se aí caberia o voto distrital para facilitar porque você teria, de uma certa forma, o voto majoritário nas regiões. Porque o voto distrital pega um distrito, bota você e ela escolhe entre as duas [opções]. Então você tem uma coisa hoje no Brasil: eu fui eleita por 54,7 milhões de votos, agora isso não se expressa no [voto] parlamentar. Nada. Pelo contrário, né? Nós chegamos a 60, 70 [deputados eleitos] do PT. O PSDB e o PFL tinham, no governo Fernando Henrique, 120, 115. Quase o dobro.

Vera Durão: Se você reassumir, você vai mudar isso, esse presidencialismo de coalizão?

Dilma: Eu farei basicamente um governo de transição. Porque é um governo que vai ter dois anos, e o que nós temos de garantir neste momento é a qualidade da democracia no Brasil, o que vai ocorrer em 2018. Eu farei isso, sobretudo. Acho que cabe a discussão de uma reforma política no Brasil, sem dúvidas. Nós tentamos isso depois de 2013 e perdemos fragorosamente. Tentamos Constituinte, tentamos reforma política, tentamos…

Natalia Viana: Teria força para um plebiscito?

Dilma: Não sei. Não tenho ideia.

Marina Amaral: Mas há esse compromisso da senhora, chamar um plebiscito?

Dilma: Não, não. Está em discussão isso. Não há um consenso. É uma das coisas. Uma das propostas colocadas na mesa. Agora, há de todo mundo uma opção por eleição direta, né? Sempre.

Vera Durão: Agora, Dilma, você não pode escapar dessa prisão desse presidencialismo de coalizão apelando para os seus eleitores, para o povo? Como você está fazendo agora?

Dilma: É que nós vamos continuar isso. Vou continuar fazendo. Não tem mais como recompor. Vou te falar, eu não recomponho governo nos termos anteriores em hipótese alguma.

Vera Durão: Por que você compôs? Você sentia pressões fortes para isso?

Dilma: Porque o nosso mapa até então era esse. Foi feito assim o meu governo, né? E vamos lembrar bem que eu tinha um vice. E quem articula isso, obviamente, eu não acho que o vice é a maior liderança, eu acho que a maior liderança é o Cunha. Acho que o vice é um dos elementos. Mas esse governo, ele faz parte desse processo eleitoral. Eu acho que houve uma mudança no pacto político.

Vera Durão: Você vai ao Senado se defender?

Dilma: Estou avaliando. Sou do tipo de gente que avalia.

Ciro: Temer é ‘chefe da bandidagem’, e privatizações de FHC foram ‘imundice’

Em entrevista ao DCM na TVT, Ciro atribui a Lula responsabilidade por ter levado Temer ao ser vice em 2010. “É testa de ferro da bandidagem corrupta. Como pode botar um cara desse de vice?”

por Redação RBA

São Paulo – Para o ex-ministro e ex-governador do Ceará Ciro Gomes, a ideia de “pegarem o Lula” é improvável. “Não há culpa para isso”, ao se referir ao esforço de setores do Judiciário e do Ministério Público para criminalizar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e retirá-lo da cena política. E chegou a ironizar a seletividade a parcialidade do processo contra o ex-presidente. “Num país como o Brasil, presidente corrupto dá apartamento para o filho em Paris, e não um tríplex cafona no Guarujá ou um sítio cafona em Atibaia.” Ciro considera impraticável uma eventual dobradinha com Lula nas eleições presidenciais. Diz que não aceita ser vice, que o tamanho de Lula não permite o contrário e que as forças progressistas tampouco podem se dar ao luxo de se dividir na atual conjuntura. Deu a entender que se Lula estiver na disputa, ele não entra.

Nesta entrevista a Marcelo Godoy e Kiko Nogueira, no DCM na TVT, Ciro não poupa o presidente da Câmara, Eduardo Cunha – “vai ser preso em breve” – nem o vice-presidente Michel Temer. “Eu conheço Temer. É bandido. É chefe de quadrilha. Como pode ter um filho de 7 anos com patrimônio de R$ 2 milhões e ninguém questionar a origem? Imagina se fosse o Lula”. O ex-ministro lamenta que Lula o tenha conduzido ao posto de vice na chapa de Dilma em 2010. “É testa de ferro da bandidagem corrupta. Como pode botar um cara desse de vice?” Ciro sugere a Dilma que “parta para cima” de Temer, exponha todas as suspeitas de corrupção que pairam sobre ele, especialmente em negócios relacionados ao Porto de Santos, a ponto de descredenciá-lo a permanecer no comando e a promover destruições como a que está pretendendo com a estrutura estratégica da Petrobras.

O entrevistado critica o juiz Sérgio Moro por executar e divulgar escuta telefônica de uma presidente da República, exorbitando do processo judicial para um ato político. “Isso me fez desmerecer a torcida que eu tenho para que esse jovem juiz siga dentro da lei, dos autos e não se encante com gravata borboleta para receber homenagens nos salões da grande burguesia.”

Ciro menciona ainda da ambição por poder de Fernando Henrique Cardoso, com quem rompera nos anos 1990. Diz que, para se manter no governo, o ex-presidente “deu rasteira” no hoje senador Tasso Jereissatti, ex-governador do Ceará, que caminhava para a candidatura presidencial tucana em 1998. Segundo Ciro, FHC promoveu um processo de privatizações que foi uma “imundice”, fez acordo com o PFL para emplacar a emenda da reeleição – “num processo em que se soube quem vendeu, quem comprou e nada se fez”.

Assista.


USAR O CONTROLE REMOTO É UM ATO DEMOCRÁTICO!

EXPERIMENTE CONTRA A TV GLOBO! Você sabe que um canal de televisão não é uma empresa privada. É uma concessão pública concedida pelo governo federal com tempo determinado de uso. Como meio de comunicação, em uma democracia, tem como compromisso estimular a educação, as artes e o entretenimento como seu conteúdo. O que o torna socialmente um serviço público e eticamente uma disciplina cívica. Sendo assim, é um forte instrumento de realização continua da democracia. Mas nem todo canal de televisão tem esse sentido democrático da comunicação. A TV Globo (TVG), por exemplo. Ela, além de manter um monopólio midiático no Brasil, e abocanhar a maior fatia da publicidade oficial, conspira perigosamente contra a democracia, principalmente, tentando atingir maleficamente os governos populares. Notadamente em seu JN. Isso tudo, amparada por uma grade de programação que é um verdadeiro atentado as faculdades sensorial e cognitiva dos telespectadores. Para quem duvida, basta apenas observar a sua maldição dos três Fs dominical: Futebol, Faustão e Fantástico. Um escravagismo-televisivo- depressivo que só é tratado com o controle remoto transfigurador. Se você conhece essa proposição-comunicacional desdobre-a com outros. Porque mudanças só ocorrem como potência coletiva, como disse o filósofo Spinoza.

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CAMPANHA AFINADA CONTRA O

VIRTUALIZAÇÕES DESEJANTES DA AFIN

Este é um espaço virtual (virtus=potência) criado pela Associação Filosofia Itinerante, que atua desde 2001 na cidade de Manaus-Am, e, a partir da Inteligência Coletiva das pessoas e dos dizeres de filósofos como Epicuro, Lucrécio, Spinoza, Marx, Nietzsche, Bergson, Félix Guattari, Gilles Deleuze, Clément Rosset, Michael Hardt, Antônio Negri..., agencia trabalhos filosóficos-políticos- estéticos na tentativa de uma construção prática de cidadania e da realização da potência ativa dos corpos no mundo. Agora, com este blog, lança uma alternativa de encontro para discussões sociais, éticas, educacionais e outros temas que dizem respeito à comunidade de Manaus e outros espaços por onde passa em movimento intensivo o cometa errante da AFIN.

"Um filósofo: é um homem que experimenta, vê, ouve, suspeita, espera e sonha constantemente coisas extraordinárias; que é atingido pelos próprios pensamentos como se eles viessem de fora, de cima e de baixo, como por uma espécie de acontecimentos e de faíscas de que só ele pode ser alvo; que é talvez, ele próprio, uma trovoada prenhe de relâmpagos novos; um homem fatal, em torno do qual sempre ribomba e rola e rebenta e se passam coisas inquietantes” (Friedrich Nietzsche).

Daí que um filósofo não é necessariamente alguém que cursou uma faculdade de filosofia. Pode até ser. Mas um filósofo é alguém que em seus percursos carrega devires alegres que aumentam a potência democrática de agir.

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