Arquivo para 1 de setembro de 2017

LULA FOI VÍTIMA DA COMPRA DE SILÊNCIO DE CERVERÓ POR DELCÍDIO, DIZ MPF

Jornal GGN – O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi considerado inocente pelo procurador da República Ivan Cláudio Marx, no processo relacionado à suposta compra de silêncio do ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró. Nas alegações finais, o Ministério Público Federal (MPF) considerou que não há provas de que Lula e o banqueiro André Esteves participaram de crimes no caso apurado.
 
Para os investigadores, Lula foi prejudicado propositalmente pelo ex-senador Delcídio do Amaral, na obstrução à Justiça, para que as acusações mirassem o ex-presidente, disfarçando o real interessado na compra de silêncio: Delcídio.
 
O MPF reconstituiu as provas dos autos e chegou à conclusão que o ex-senador teria sido o beneficiário da estratégia de repassar R$ 250 mil à Cerveró, para que ele não fechasse o acordo de delação premiada. Segundo Cláudio Marx, ao contrário do que narrou Delcídio em colaboração, o silêncio do ex-diretor da Petrobras não foi encomendado ou não interessava a Lula, mas ao ex-senador.
  
Por isso,  o MPF pediu a condenação do ex-senador Delcídio do Amaral, do advogado Edson de Siqueira Ribeiro Filho e dos denunciados Maurício Barros Bumlai, José Costa Barros Bumlai e Diogo Ferreira Rodriguez.
 
Segundo os investigadores, o interesse de Delcídio era impedir a revelação do recebimento de R$ 4 milhões da UTC, pagamento de propina e usado em caixa dois em campanha do ex-parlamentar ao governo do estado do Mato Grosso. O advogado Edson Filho teria, assim, orientado seu cliente, Nestor Cerveró, a informar valores falsos destinados à campanha de Lula no ano de 2006, para prejudicar o então presidente.
 
“Delcídio estava agindo apenas em interesse próprio. E Cerveró estava sonegando informações no que se refere a Delcídio, e não sobre Lula, a quem inclusive imputava fatos falsos, no intuito de proteger Delcídio”, afirmou o procurador da República.
 
O dinheiro para a compra do silêncio teria envolvido o pecuarista José Carlos Bumlai, por meio de seu filho, Maurício Bumlai, e que o ex-senador encaminhou o repasse de cinco parcelas de R$ 50 mil ao ex-diretor. Entretanto, ao contrário da informação de Delcídio de que o pagamento ocorreu a pedido de Lula, os procuradores entenderam que não.
 
José Carlos Bumlai e seu filho confessarem entregar R$ 100 mil a interlocutores de Delcídio, mas explicaram que se tratava de um “empréstimo” ao ex-parlamentar. Além disso, os procuradores comprovaram que Delcídio mentiu sobre o quinto pagamento, que não foi feito por Diogo Rodriguez, mas pelo próprio Delcídio.
 
Por isso, o MPF pede a condenação da família Bumlai, por entender que eles sabiam que as remessas de três das parcelas foram usadas para comprar o silêncio de Cerveró. A delação do ex-diretor da Petrobras foi considerada crucial pelos investigadores para agregar nas acusações contra Delcídio.
 

PEDIDO DE ABSOLVIÇÃO DE LULA PELO MPF REFLETE INOCÊNCIA DO EX-PRESIDENTE

Site abemdaverdade. 

“Ao pedir a absolvição de Lula, o procurador da República responsável pela ação penal mostra que os membros do MPF devem atuar em busca da verdade dos fatos e não com fins de perseguição política, como lamentavelmente ocorre no âmbito da Força Tarefa da Lava Jato de Curitiba em relação ao ex-presidente Lula. Diante do pedido de absolvição do titular da ação penal, o único desfecho possível da ação será o reconhecimento da inocência de Lula”, afirma o advogado Cristiano Zanin Martins.

Pedido de absolvição de Lula pelo MPF reflete inocência do ex-presidente – AVL

1 d setembro d 2017 O pedido de absolvição formulado hoje, 01/09, pelo Ministério Público Federal do Distrito Federal nos autos da Ação Penal nº 0042543-76.2016.401.3400 é justo e reflete a prova da inocência do ex-Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que foi coletada especialmente nos depoimentos…

AVERDADEDELULA.COM.BR

LUIS NASSIF: NO ANIVERSÁRIO DO GOLPE, É HORA DE AVALIAR A GLOBO

Peça 1 – os antecedentes do processo de concentração da mídia

Em 10 de novembro de 1996, em minha coluna na Folha, sob o título “A globalização da mídia”, alertei para os efeitos das novas tecnologias no mercado de mídia, e os riscos de uma concentração excessiva de poder nas mãos da Globo.

Dizia

Nos próximos anos, será a vez de a mídia entrar na dança da modernização e das grandes fusões que estão marcando a imprensa, em nível mundial..

No Brasil, será um dos últimos setores a sentir na própria carne os efeitos da globalização. E o resultado final poderá ser bom tanto para a mídia como para o Brasil, desde que se estabeleça um equilíbrio nesse jogo.

(…) Se não houver reação dos demais grupos, essa acumulação de forças poderá provocar o monopólio virtual da comunicação no Brasil, algo que não interessa nem aos concorrentes nem ao Brasil.
 Mesmo que em seu segmento de atuação, individualmente, cada concorrente tenha uma operação específica mais competente ou, no mínimo, competitiva em relação à Globo, a soma de forças do complexo poderá desequilibrar a competição em todas as frentes, seja em jornal, editora ou televisão.

É essa ameaça que deverá levar nos próximos anos, inevitavelmente, a dois processos complexos. Numa ponta, a uma ampla política de fusões e alianças estratégicas, entre grupos nacionais e estrangeiros, da qual resultará novos supergrupos de comunicação.
 Na outra, a uma batalha política para colocar limites ao poder da Globo, já que há o risco concreto de que assuma o controle virtual da mídia no país.

Houve reação imediata de outros grupos ao meu artigo.

O presidente do grupo Silvio Santos, Luiz Sebastião Sandoval, me contratou para uma palestra para os principais executivos e, para minha surpresa, queria me enviar para análise os planos estratégicos das quatro maiores empresas do grupo. Disse-lhe que não era consultor e, além disso, trabalhava para uma emissora concorrente, a TV Bandeirantes.

Ele me explicou a razão do convite. Queria que eu ajudasse a levantar argumentos que permitissem aos executivos convencer Silvio Santos sobre a necessidade de se preparar para o novo tempo.

Do lado da Folha, Otávio Frias de Oliveira me incumbiu de um trabalho complicado. Queria que eu intermediasse um contato com João Saad, da TV Bandeirantes, para uma proposta de aquisição de parte do capital da Rede Bandeirantes, pela Folha e a Abril. Ainda não tinha havido o rompimento entre ambos, por conta da capitalização da UOL.

Conseguiu me indispor com herdeiros dos dois lados. Mas valeu pelo enorme prazer de testemunhar dois pioneiros da mídia – Frias e Saad – relembrando episódios políticos, especialmente do período Ademar.

João Saad me ofereceu a ancoragem do Jornal da Band e o papel de consultor do filho Johnny, que estava retornando ao grupo após um período afastado. Com problemas com minha empresa, a Dinheiro Vivo, e porque o convite feriu suscetibilidades do Johnny, acabei recusando a proposta. Retornando de Nova York, Paulo Henrique Amorim assumiu a ancoragem.

Ainda fui mensageiro de outra proposta de parceria, do jornal O Dia, que pretendia assumir a TV Bandeirantes do Rio de Janeiro.

Enfim, conto apenas o que testemunhei. Devem ter havido mais movimentos expressivos visando fusões e incorporações, mas nenhum frutificou, devido ao caráter eminentemente familiar das empresas de mídia. O fato de um simples artigo ter despertado tantas reações era o retrato do clima do aturdimento dos grupos de mídia, ante o novo mundo que se descortinava.

Na época, estava no auge a tiragem dos jornais. Havia recursos em caixa para facilitar operações de fusão e incorporação. Mas o ranço familiar falou mais alto.

Mais à frente, a Globo acabou tomando a iniciativa e se associando aos jornais paulistas em projetos de menor relevância, com o Estadão em um portal de imóveis e com a Folha no jornal Valor, aproveitando a queda da Gazeta Mercantil.

Peça 2 – a queda dos grupos de mídia

Nos anos seguintes, a Globo avançaria em todos os níveis.

Consolidaria a CBN no setor de rádios, dominaria o conteúdo das TVs a cabo, se apropriaria de fatias cada vez maiores do bolo publicitário, lançaria um novo portal, o G1.

O único grupo que conseguiu competir, ainda que em nível menor, foi a TV Record, graças ao modelo de negócios com a religião. Para sobreviver, as demais redes tiveram que alugar horários para religiões e se arrastar com audiências medíocres.

Na campanha pelo impeachment – que se iniciou no longínquo 2005, quando Roberto Civita implantou na Veja o estilo Murdoch – a Globo sempre foi o grupo mais esperto. Deixava Veja e Folha montarem os factoides e se limitava a repercutir no Jornal Nacional, evitando de se contaminar o estilo assumido por ambas as publicações.

Com todos os veículos seguindo a mesma linha editorial, a Globo assumiu o comando. Nenhum deles teve o tirocínio do velho Frias que, nos anos 80, ousou o contraponto de tirou uma geração de leitores do Estadão.

Enquanto os demais veículos teimavam em atacar as migalhas aos blogs independentes, a Globo conseguia avançar com a voracidade de um ogro sobre as verbas publicitárias públicas e privadas.

Nesse período, a Abril foi caindo, a ponto de hoje em dia trocar uma sede monumental na Marginal Pinheiros por um prédio pequeno no Morumbi. Perdeu o bonde da Internet devido à resistência dos editores de papel.

O Estadão não conseguiu se viabilizar como jornal, nem como rádio, sustentando-se agora no pioneirismo da Agência Estado. A Folha sentiu os mesmos problemas dos demais jornais impressos e a UOL acabou se salvando com prestação de serviços e a grande sacada de criar seu próprio meio de pagamento.

Enquanto isto, Google e Facebook avançam cada vez mais sobre a publicidade interna.

Alguns anos atrás, um jornalista com acesso aos irmãos Marinho comentava sua preocupação com o enfraquecimento dos demais grupos. Acabaria por expor de maneira perigosa a concentração de poder em torno da Globo.

Peça 3 – o ponto de não retorno

Não se sabe o que ocorreu de lá para cá. Os Marinho passaram a se afastar cada vez mais da condução editorial e comercial do grupo. E o comando foi entregue a um grupo de jornalistas que decidiu viver intensamente o presente, sem nenhuma preocupação com a perpetuação da organização.

A Globo se tornou uma máquina de destruição das instituições, em um processo permanente de exibição de músculos, de construção midiática da realidade, atropelando leis, abrindo espaço para a desmoralização dos Três Poderes, estimulando o uso selvagem do direito penal do inimigo.

Culminou com a iniciativa inédita de convocar a população para passeatas pró-impeachment e de montar a dobradinha com a Lava Jato para instrumentalizar politicamente as delações e os indícios da operação.

O aniversário do golpe é, portanto, ocasião adequada para se analisar o papel das Organizações Globo na destruição da ordem institucional.

Com exceção da mídia venezuelana, não se tem notícia de um grupo de mídia que tenha abusado tão imprudentemente de seu poder sobre a opinião pública.

Deve-se à Globo, mais do que a qualquer outro personagem, a entronização de uma quadrilha no poder e, com ela, as negociatas que campeiam a torto e a direito no Congresso, as ameaças sobre a Amazônia, o desastre final das contas públicas em função de uma política econômica irresponsável, da qual a Globo é a principal avalista.

Nem a reação posterior à quadrilha a absolverá do crime de uma desestabilização política tão grande que gerou até ameaças tipo Bolsonaro. Isso porque, no plano psicossocial, a Globo teve papel central na disseminação no ódio, que se refletiu diretamente no comportamento da Polícia Militar e no aumento expressivos dos autos de resistência, na consolidação do direito penal do inimigo, na caça aos resistentes, na desmoralização final da justiça, na destruição das principais políticas sociais, e, agora, na queima irresponsável de ativos nacionais.

Roberto Marinho era um empresário esperto. Quem o conheceu de perto o considerava um comerciante pouco informado, mas que conhecia razoavelmente seu negócio. E teve a sagacidade de entregar a TV a mãos profissionais e montar a estratégia de negócios com conselheiros de primeiro time, os velhos lobistas e economistas cariocas, seus contemporâneos.

Mais que isso, contou em postos chave com chefias jornalísticas fieis ao projeto de perpetuidade do grupo.

Aproveitou mais do que qualquer outro grupo da proximidade com o regime militar, e foi dos últimos a entrar na campanha das diretas. Quando percebeu a mudança de cenário, seus principais comandantes, como o jornalista Evandro Carlos de Andrade, trabalharam incessantemente para tentar reverter a imagem de aliada da ditadura que marcou a Rede Globo. E tinham um cuidado especial em minimizar o papel da Globo no golpe, na eleição de Collor.

Sobre o futuro da política, há apenas uma certeza: seja quem assumir o poder, a Globo terá que ser tratada como um problema nacional. O preço de se ter um país moderno, plural, respeitador da lei e das instituições será o de enquadramento definitivo da Globo, uma distribuição de seu poder de mercado, acabando não apenas com a propriedade cruzada dos meios de comunicação, mas regulando o conceito de rede nacional. Mesmo sem ter a propriedade das associadas, a Globo controla o conteúdo, a grade e os grandes pacotes de comercialização. É esse domínio que caracteriza o controle, não a propriedade em si.

O país moderno só se imporá sobre o atraso no dia em que houver limites a esse poder midiático.

LULA VISITA PARQUE DE GERAÇÃO DE ENERGIA EÓLICA EM MARCOLÂNDIA

PRÓXIMA DENÚNCIA DE JANOT PEGARÁ TEMER MAIS FRÁGIL, DIZ OPOSIÇÃO

Presidente escapou da primeira acusação após gastar milhões de reais em emendas parlamentares, porém, segundo Wadih Damous, não há mais dinheiro disponível
por Redação RBA.
 
                                                                                                            ISAC NÓBREGA/PR
michel temer

                                        Na segunda denúncia, Temer é acusado de organização criminosa e obstrução de justiça

São Paulo – O Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, está próximo de concluir as alterações no texto da nova denúncia contra Michel Temer. Janot quer que a nova denúncia chegue à Câmara dos Deputados até a próxima segunda-feira (4). De acordo com a oposição parlamentar, com menos recursos financeiros disponíveis no Orçamento, Temer estará mais desprotegido. 

O deputado federal Wadih Damous (PT-RJ) lembra que Temer só se safou da primeira denúncia após liberar milhões de reais em emendas parlamentares, mas agora, não há mais dinheiro disponível. “Tenho a impressão de que o governo gastou o arsenal. Se a denuncia vier para cá, será difícil ele escapar da autorização da Câmara”, afirma, em entrevista ao repórter Uélson Kalinovski, da TVT.

A segunda denúncia estava com o relator do processo da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro Edson Fachin, que solicitou as mudanças. O objetivo de Janot é que o texto seja encaminhada para análise da Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) da Câmara o mais rápido possível.

Temer será denunciado por organização criminosa e obstrução de Justiça, ao tentar comprar o silencio do ex-deputado Eduardo Cunha e do doleiro Lúcio Funaro. Em sua delação premiada, Funaro diz que recebeu pagamentos do executivo da JBS, Joesley Batista, para não revelar o que sabia sobre as movimentações ilegais de recursos e manobras de obstrução da Justiça, envolvendo vários políticos, entre eles o próprio presidente, Michel Temer.

“A base de sustentação de Michel Temer cada dia faz mais água. Os compromissos do presidente com a sua base não são cumpridos, a economia está pior. Portanto, menos condições políticas para ele continuar governando”, diz o deputado Marco Maia (PT-RS).

Assista:

 

O CAPITALISMO É INCOMPATÍVEL COM A SOBREVIVÊNCIA DO PLANETA

No momento em que estudos demonstram a gravidade e a extensão dos danos ao meio ambiente, podemos confiar que o capitalismo irá reparar o que ele causou?


 

Jean-Jacques Régibier, L%u219Humanité

 
AFP

 
 
As más notícias sobre o aquecimento global e a degradação ambiental se acumulam a um ritmo alarmante desde o início do verão (no hemisfério norte) como uma avalanche de estudos científicos que levam ao mesmo diagnóstico: se medidas drásticas não forem tomadas muito rapidamente em escala global, parte do planeta corre o risco de se tornar inabitável em um curto espaço de tempo. Alguns estudos afirmam que já é tarde demais para uma correção de rota.
 
Amostra não exaustiva dessas crônicas de verão de uma catástrofe planetária anunciada:

 – Na revista Nature, o climatologista francês Jean Jouzel e um grupo de cientistas preveem que, se dentro de três anos, as emissões de gases de efeito estufa não forem estabilizadas, o planeta passará a outro tipo de clima com “consequências catastróficas”: aumento do número de mortes causadas pelo calor (em algumas regiões da França as temperaturas poderiam passar de 50°), incêndios, crescimento do número de refugiados climáticos vindos de regiões particularmente afetadas, como o Chifre da África, o Oriente Médio, o Paquistão ou o Irã (já existem 65 milhões de refugiados climáticos no planeta), além de menores safras agrícolas etc.
 
 – Um relatório elaborado por mais de 500 cientistas de mais de 60 países [2] mostra que o ano de 2016 baterá o recorde de temperaturas, de emissões de gases de efeito estufa, de aumento do nível dos oceanos e de terras sujeitas a seca.
 
 – De acordo com o climatologista americano Michael Oppenheimer, com a saída dos Estados Unidos do acordo de Paris, as chances de sucesso de implementação não passam de 10% (outros pesquisadores estimam em 5% das chances).
 
 – De acordo com estudo realizado por pesquisadores do MIT e da Universidade Loyola Marymount, o calor pode tornar o Sudeste asiático uma região inabitável antes de 2100.
 
 – Uma avaliação científica realizada em abril passado pela Unesco concluiu que, se as emissões de gases de efeito estufa não forem reduzidas rapidamente, os 24 recifes de corais considerados patrimônio mundial terão desaparecido até 2100. Para 20% deles, já é o caso.
 
 – No início de julho, um estudo realizado por pesquisadores americanos e mexicanos [3] mostra que o número de espécies de vertebrados na terra recua a um ritmo só comparável ao desaparecimento dos dinossauros, há mais de 60 milhões de anos. Os pesquisadores falam da “sexta extinção em massa” e analisam as consequências “catastróficas” dessa “defaunação” tanto para os ecossistemas quanto para a economia e a sociedade em geral.
  
 – De acordo com artigo da Science Advances, o derretimento das calotas polares na Groenlândia, região onde o aquecimento acontece duas vezes mais rápido do que no resto do mundo, vai se acelerar nos próximos anos. De acordo com um dos autores do estudo, Bernd Kulessa (College of Science, Swansea University), se o gelo desaparecer completamente, o nível do oceano subiri sete metros.

Para confirmar a tese do aceleramento do derretimento, há alguns dias, um navio gaseiro de 300 metros com a bandeira do grupo Total atravessou a passagem do Nordeste, geralmente bloqueada por bancos de gelo, sem a ajuda de um quebra-gelo. Este sonho de ligar o Atlântico ao Pacífico pelo Estreito de Bering, há muito tempo acalentado pelos petroleiros e também por países como a Rússia, agora é realidade.

 – Para coroar, um instituto de pesquisa internacional que analisa os dados fornecidos pela ONU [4] afirma que, desde o fim de julho, o planeta vive “a crédito”, isto é, a humanidade consumiu em sete meses todos os recursos que a Terra pode produzir em um ano. Circunstância agravante: esta data fatídica chega cada vez mais cedo.

Finalmente, ainda sobre o consumo, outro estudo diz que se todos os habitantes do mundo desejassem viver como um francês médio, seriam necessários três planetas Terra para atender suas necessidades.
 
Capitalismo responsável
Além de se sobreporem e se complementarem em suas constatações, os estudos também concordam em outro ponto: a explosão da produção e a exploração ilimitada dos recursos do planeta desde o início da Era industrial são as causas do desastre em curso. O fato de a situação ter se deteriorado rapidamente durante as últimas décadas comprova a tese. Essa aceleração está diretamente ligada ao desenvolvimento do capitalismo nos países emergentes e, mais amplamente, à extensão hegemônica deste modo de produção em todo o planeta. Lembremos que a China, o maior e mais rico dos países emergentes, também é o primeiro país emissor de gases de efeito estufa, logo à frente dos Estados Unidos, a principal potência capitalista mundial. “A lógica do crescimento vai ao encontro da autodestruição do sistema, é o que acontece quando confiamos a gestão dos recursos da humanidade aos interesses privados”, avalia o eurodeputado espanhol Xabier Benito (GUE/NGL).

É a mesma opinião de Daniel Tanuro, que lembra que, sendo o objetivo do sistema capitalista gerar lucro, não há alternativa senão substituir o trabalho vivo por trabalho morto para combater quedas no rendimento e, portanto, “aumentar cada vez mais rápido a quantidade de produtos, o que exige o consumo cada vez maior de recursos e de energia”. O ecossocialista repete: “O crescimento capitalista é a causa da crise ecológica, bem como do desemprego em massa permanente “. Por isso, Daniel Tanuro argumenta que é essencial vincular as lutas social e ambiental.
 
Também não há ilusão sobre o “capitalismo verde” promovido pela União Europeia internacionalmente. Para Daniel Tanuro, que dedicou um livro ao tema [5], “o capitalismo verde é um paradoxo”. “O que vemos hoje, na destruição que o capitalismo opera em todo o planeta é, pelo contrário, sua violência”, diz Eleonora Forenza (GUE/NGL), que explica, por exemplo, como o Sul da Itália se tornou o depósito de lixo do Norte.
 
Que alternativas?
Uma vez reconhecido que a via da “modernização” ou “esverdeamento” do capitalismo é um beco sem saída (assim como a promoção de valores “pós-materialistas” ou “pós-classes” que a acompanham), devemos afirmar claramente, analisa a historiadora Stefania Barca, que “o capitalismo é o problema”, e pensar a política a partir deste postulado, em termos novos em relação aos do século XX. “Onde podemos bloquear o capitalismo?” torna-se uma questão política central, explica Dorothée Haussermann, do Ende Gelände, um grande coletivo de organizações ambientais e grupos políticos que promove ações de bloqueio de minas de linhito e carvão na Alemanha. “O carvão é parte do problema do aquecimento global, devemos impedir sua produção. Temos de começar em algum lugar, cabe a nós tomar as rédeas do problema”, diz Dorothée Haussermann.
 
Em se tratando de mudanças climáticas, o que não falta é informação, observa Rikard Warlenhus (Left Party, da Suécia), mas persiste a sensação de que mudar o rumo das coisas está além das nossas capacidades. Porque, pelas razões que acabamos de ver, como observa Ernest Cornelia (GUE /Die Linke), “imaginar o fim do capitalismo é impossível”. Para ele, a questão é: “Como passar do estágio atual para a próxima etapa?”. Esta questão é ainda mais crucial porque, como explica Rikard Warlenhus, “as questões climáticas tendem a nos dividir”. Por exemplo, explica Dorothée Häussermann, “o movimento ambiental pode ser concebido como uma ameaça ao emprego”. Por isso, parte do movimento sindical se converteu ao “capitalismo verde”, embora seja evidente que o desemprego continua a crescer, e que muitos sindicatos ainda apoiem os combustíveis fósseis. “Uma dificuldade que deve ser imputada às três décadas de declínio do movimento operário”, analisa a historiadora Stefana Barca, sem esquecer que a questão causa divisões. Por isso, ela acrescenta, a luta ambiental deve ser concebida como “uma forma de luta de classes a nível global entre as forças do trabalho e do capital”. “
 
Reconhecendo a vitalidade das batalhas ambientais em todo o mundo, de formas e com atores tão diferentes, os participantes destacaram a necessidade de promover articulações entre todos esses movimentos e atores institucionais, quando for o caso (cidades e regiões, por exemplo), ou sindicatos, partidos, tudo isso no nível internacional. O objetivo é se posicionar “na mesma escala que o oponente”, como diz Rikard Warlenhus, “porque o capital extrapola a estrutura do estado nacional.”
 
O papel crucial das mulheres
Muitos analistas também apontam como ponto crucial o papel das mulheres na luta ambiental e social. Não se trata de dizer que seja bom que as mulheres participem em pé de igualdade com os homens (a igualdade entre homens e mulheres é um leitmotiv consensual de nossas sociedades, em geral não respeitado), mas de acentuar a contribuição específica, determinante e inovadora das mulheres enquanto mulheres, nas novas formas de combate. A deputada Eleonora Forenza (GUE/NGL) vê na mobilização que se seguiu ao desastre de Seveso, em julho de 1976, o evento fundador deste eco-feminismo. “As mulheres desempenharam um papel essencial ao exigir que se realizassem estudos médicos, pois as mulheres grávidas corriam o risco de gerar crianças com malformações. Elas também deram início à primeira campanha pelo aborto na Itália.” (O aborto foi legalizado no país em 1978, mas ainda é muito difícil de ser realizado). A contribuição das mulheres para o combate ecológico também é importante para Daniel Tanuro. Ele explica que “o lugar que o patriarcado atribui às mulheres lhes dá uma consciência particular”. Ele lembra que 90% dos alimentos dos países do hemisfério Sul são produzidos por mulheres, que estão, por isso, na ponta de lança dos combates atuais ligados à agricultura, à propriedade da terra, à poluição ou ao clima.
 
 (1)   Seminário no Parlamento Europeu em 27 de Março de 2017, Bruxelas
(2)   Publicado na revista Proceedings of the Natural Academy of Science (PNAS)
(3)   Publicado em julho pela Administração Oceânica e Atmosférica Nacional dos EUA (NOAA) e pela Sociedade Americana de Meteorologia (AMS)
(4)   The Global Foodprint Network, Oakland, Califórnia
(5)   Daniel Tanuro, « L’impossible capitalisme vert », La Découverte.”
 
 Tradução de Clarisse Meireles

Créditos da foto: AFP

UM ANO DEPOIS O GOLPE CONFIRMA TUDO QUE A DEMOCRACIA PREVIA. DILMA PARTICIPA DE ATO PARA CONFIRMAR O PENSAVA

A imagem pode conter: 8 pessoas, pessoas sorrindo, pessoas em pé, multidão e atividades ao ar livre

Ouça e veja o vídeo do ato que mostra o que é o golpe e as questões que devem ser concretizadas para derrotá-lo. 


USAR O CONTROLE REMOTO É UM ATO DEMOCRÁTICO!

EXPERIMENTE CONTRA A TV GLOBO! Você sabe que um canal de televisão não é uma empresa privada. É uma concessão pública concedida pelo governo federal com tempo determinado de uso. Como meio de comunicação, em uma democracia, tem como compromisso estimular a educação, as artes e o entretenimento como seu conteúdo. O que o torna socialmente um serviço público e eticamente uma disciplina cívica. Sendo assim, é um forte instrumento de realização continua da democracia. Mas nem todo canal de televisão tem esse sentido democrático da comunicação. A TV Globo (TVG), por exemplo. Ela, além de manter um monopólio midiático no Brasil, e abocanhar a maior fatia da publicidade oficial, conspira perigosamente contra a democracia, principalmente, tentando atingir maleficamente os governos populares. Notadamente em seu JN. Isso tudo, amparada por uma grade de programação que é um verdadeiro atentado as faculdades sensorial e cognitiva dos telespectadores. Para quem duvida, basta apenas observar a sua maldição dos três Fs dominical: Futebol, Faustão e Fantástico. Um escravagismo-televisivo- depressivo que só é tratado com o controle remoto transfigurador. Se você conhece essa proposição-comunicacional desdobre-a com outros. Porque mudanças só ocorrem como potência coletiva, como disse o filósofo Spinoza.

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CAMPANHA AFINADA CONTRA O

VIRTUALIZAÇÕES DESEJANTES DA AFIN

Este é um espaço virtual (virtus=potência) criado pela Associação Filosofia Itinerante, que atua desde 2001 na cidade de Manaus-Am, e, a partir da Inteligência Coletiva das pessoas e dos dizeres de filósofos como Epicuro, Lucrécio, Spinoza, Marx, Nietzsche, Bergson, Félix Guattari, Gilles Deleuze, Clément Rosset, Michael Hardt, Antônio Negri..., agencia trabalhos filosóficos-políticos- estéticos na tentativa de uma construção prática de cidadania e da realização da potência ativa dos corpos no mundo. Agora, com este blog, lança uma alternativa de encontro para discussões sociais, éticas, educacionais e outros temas que dizem respeito à comunidade de Manaus e outros espaços por onde passa em movimento intensivo o cometa errante da AFIN.

"Um filósofo: é um homem que experimenta, vê, ouve, suspeita, espera e sonha constantemente coisas extraordinárias; que é atingido pelos próprios pensamentos como se eles viessem de fora, de cima e de baixo, como por uma espécie de acontecimentos e de faíscas de que só ele pode ser alvo; que é talvez, ele próprio, uma trovoada prenhe de relâmpagos novos; um homem fatal, em torno do qual sempre ribomba e rola e rebenta e se passam coisas inquietantes” (Friedrich Nietzsche).

Daí que um filósofo não é necessariamente alguém que cursou uma faculdade de filosofia. Pode até ser. Mas um filósofo é alguém que em seus percursos carrega devires alegres que aumentam a potência democrática de agir.

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