Arquivo para 24 de maio de 2018
“LULA ESTÁ VOLTANDO”, DIZEM DEPUTADOS QUE O VISITARAM
Published quinta-feira, 24 maio, 2018 Sem-categoria Leave a CommentDEDICADA À LIBERDADE DE LULA, CONFERÊNCIA DE EDUCAÇÃO TEM INÍCIO EM BH
Published quinta-feira, 24 maio, 2018 Sem-categoria Leave a Comment
São Paulo – Belo Horizonte sedia de hoje (24) até sábado a Conferência Nacional Popular de Educação– Conape 2018. Entre os objetivos do encontro realizado pelo Fórum Nacional Popular de Educação(FNPE), que congrega 33 entidades de trabalhadores de diversos setores, está a mobilização da sociedade brasileira para o restabelecimento da democracia no país em toda a sua extensão – e pela liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A resistência contra o desmonte do ensino público, por meio da aglutinação de todo o campo educacional e os movimentos em defesa de uma educação pública, gratuita, laica e de qualidade social também faz parte da pauta. E, ainda, fazer valer a implementação dos planos nacional, estaduais, distrital e municipais de educação
De acordo com a organização, participam 3.673 delegados vindos de todas as regiões, além de 657 observadores. Foram aprovados 123 trabalhos acadêmicos, que envolveram 150 pesquisadores. O espaço de exposição contará com editoras, feiras de livros e de serviços da economia solidária.
Para chegar à etapa nacional, foram realizadas conferências preparatórias e livres em praticamente todo o país, todas com recursos próprios das entidades e movimentos que compõem o FNPE. Cada uma delas foi espaço para o debate para a construção da Política Nacional de Educação no contexto da Conape, que culminou com propostas para um documento base para o plano de lutas da etapa nacional.
Ao todo, foram mais de 160 conferências regionais, 800 no âmbito municipal e 70 conferências livres realizadas por setores do ensino superior, estudantes e trabalhadores em educação. Houve ainda reuniões e debates para o planejamento.
“A realização da Conape 2018 é símbolo da resistência ao golpe, que teve entre seus ataques à educação a desconfiguração do Fórum Nacional de Educação, que levou à saída coletiva de grande parte dos integrantes que vieram a formar o Fórum Nacional Popular de Educação, o FNPE”, explica um dos coordenadores da conferência, o secretário de Cultura da CUT, Tino Lourenço. “Ter chegado aqui já é uma grande realização. Mostramos ao governo que, ao contrário do que se pensava, conseguimos reunir forças populares para um grande encontro.”
Com três dias de atividades, a conferência termina com plenária popular no sábado (26), com elaboração de uma carta que sintetizará as proposições de luta que ganham centralidade no país, eixos da ação das entidades para o próximo período.
BRASIL DE FATO: A ESQUERDA DIANTE DA PARALISAÇÃO DOS CAMINHONEIROS
Published quinta-feira, 24 maio, 2018 Sem-categoria Leave a CommentGREVE
Transportadoras trancam o país e aprofundam crise política; a esquerda deve aproveitar a brecha e politizar o movimento

A paralisação dos motoristas de caminhão certamente é o elemento conjuntural que tem gerado maior perplexidade e polêmicas no seio da esquerda, nos últimos tempos. Mesmo com a nota da Frente Brasil Popular e de outras organizações políticas e sindicais, é patente a confusão no seio das vanguardas de forças do campo democrático e popular. É sensível a falta de uma avaliação política e de uma diretriz tática clara diante dessa conjuntura.
O descompasso inexorável entre a realidade e a análise que dela se faz, todavia, não deve paralisar as direções políticas, uma vez que lhes cabe exatamente buscar superar esse fosso projetando cenários e fazendo “apostas” políticas.
A paralisação é claramente dirigida por setores empresariais, o que revela uma contradição a ser explorada no bloco burguês. Por outro lado, esse movimento parece dar sinais de desbordar essa direção política, diante dos sinais de legitimidade popular que alcançou e de certo espontaneísmo que começa a se somar.
Claro que, num primeiro momento, tendo em conta a memória coletiva da experiência traumática da apropriação, pela direita, das manifestações de junho de 2013, bem como as crescentes manifestações de facistização na sociedade brasileira, se justifica a preocupação. Diante de um possível aprofundamento e radicalização desse explosivo movimento, num cenário em que a direção política não é do campo de forças populares, o Temer possa ser usado como “boi de piranha” para uma saída autoritária. Não se pode descartar a possibilidade de sua queda junto com o adiamento das eleições.
No entanto, para as organizações políticas o fundamental é reconhecer os flancos que se abrem com a agudização de uma crise que, ao aprofundar-se, passa a ser mais do que uma mera crise política. Caminha para uma crise institucional, uma vez que a ela se somam a crise econômica, engendrada pelo neoliberalismo, e uma crise social sem precedentes. Tal crise institucional pode, inclusive, abrir portas para uma crise de regime. O desfecho dela, todavia, não é dado a priori, como algo inexorável.
O que cabe às esquerdas nesse momento é disputar a legitimidade social do movimento, ainda que o movimento em si seja dirigido por setores burgueses. Fazer penetrar sua leitura da conjuntura e as alternativas que apresenta. Politizar o processo apostando na polarização social, com clareza de que o fundamental é acumular forças no plano organizativo para o cenário que vier, inclusive se ele for o do adiamento das eleições ou coisa pior.
Aplicar na prática política o conceito de defesa ativa nesse cenário de derrota estratégica, após o golpe de 2016, implica fustigar o inimigo em seus pontos frágeis. A disputa intraburguesa revelou essa fratura. A esquerda não vai dirigir a paralisação, mas a direita pode ter atiçado um formigueiro que poderá fugir a seu controle.
Lembremos que em janeiro de 1905, na Rússia tsarista, um certo Padre Gapón, representante da Igreja Ortodoxa (a qual dava sustentação ao regime autocrático), dirigente de um sindicato amarelo, decidiu organizar uma manifestação pacífica para que os trabalhadores levassem uma petição ao “papai” Tsar Nicolau II, solicitando-lhe que destinasse mais atenção à vitimas da fome e de frio no contexto de crise econômica e derrota militar na guerra contra o Japão. Ao receber a manifestação debaixo de bala, com inúmeros mortos, o Domingo Sangrento desatou um conjunto de greves e manifestações de solidariedade espontâneas que fugiram ao controle e aos planos de quem dirigia o movimento até ali.
Não, nós não estamos na Rússia. Não, nós não estamos em 1917. Não, nós não estamos diante de um regime autocrático. Não, nós não estamos às portas da Revolução, muito pelo contrário, vivemos um cenário de cerco e aniquilamento.
Não é intenção aqui fazer qualquer derivação ou comparação histórica mecânica. Apenas chamar atenção para certas lições históricas. Em primeiro lugar, para o fato de que as manifestações espontâneas podem surgir de contextos dos mais improváveis, e que cabe aos partidos políticos politizá-las se somando, vinculando-se à classe. Em segundo lugar, de que foi o aprendizado nas ruas e nas greves que fez o proletariado e o campesinato russos reconhecerem as palavras de ordem das suas vanguardas políticas.
Ou seja, se há um enorme grau de imprevisibilidade do movimento dos caminhoneiros, não cabe a posição de neutralidade ou de afastamento (defesa passiva). Qualquer que seja o desfecho, o importante é que tenhamos acumulado um mínimo de forças para resistir ao que virá, ou para ampliar nossa capacidade de fustigamento no contexto de resistência (retirada estratégica) em que vivemos. É imperativo, no plano tático, a defesa ativa, aproveitando a brecha nas fileira inimigas para furar, ainda que temporariamente, o cerco.
Nesse sentido, é de fundamental importância iniciativas como a greve dos petroleiros, por exemplo. A ordem agora é fustigar, politizar e resistir.
*Médico da Rede de Médicos e Médicas Populares e militante da Consulta Popular
Edição: Paula Adissi
FRENTE DE ESQUERDAS DIVULGA NOTA CONTRA TEMER: O BRASIL DIZ NÃO A TEMER
Published quinta-feira, 24 maio, 2018 Sem-categoria Leave a CommentNa última semana o governo Temer completou dois anos de ataques à democracia, à soberania e aos direitos sociais. Sua agenda de retrocessos tem como alvos imediatos os direitos trabalhistas e previdenciários, o patrimônio nacional, a legislação ambiental e a capacidade de atuação do Estado, cuja soma coloca em questão os direitos da pessoa humana, característica típica de projetos autoritários.
Não causa estranheza, portanto, que o governo Temer lidere uma agenda ultraliberal que busca assegurar um novo ciclo de exploração desenfreada do povo brasileiro e de seus recursos naturais estratégicos, subordinando o país aos ditames do capital internacional, especialmente o financeiro.
No plano econômico, essa agenda aprofundou de forma dramática a recessão, a desigualdade e a miséria. A estagnação do PIB no primeiro trimestre demonstra que os cortes de investimentos só fizeram ampliar a crise econômica. O aumento do desemprego e as ameaças de uma crise cambial tornam o futuro ainda mais incerto. A explosão no preço dos combustíveis – nada menos que onze reajustes em apenas dezesseis dias – mostra os efeitos do ciclo de entrega do patrimônio público, particularmente visível no caso das refinarias da Petrobrás.
Por tudo isso, o governo Temer tem sofrido o rechaço da imensa maioria do povo brasileiro e só se sustentou, até aqui, graças a uma base fisiológica na Câmara dos Deputados, que arquivou duas denúncias de corrupção contra ele.
Nos últimos meses, porém, os setores democráticos conquistaram importantes vitórias. A derrota da proposta de reforma da previdência de Temer e, mais recentemente, a impossibilidade de privatização da Eletrobrás, mostra que a frente democrática formada pelos partidos de oposição tem cumprido importante papel no parlamento. A atual luta contra o “PL do Veneno”, que flexibiliza as regras para certificação de agrotóxicos, é mais um capítulo da luta da democracia contra a barbárie, que une diferentes partidos, movimentos e lideranças em nosso país.
A Frente Nacional pela Democracia, Soberania e Direitos, composta pelos partidos abaixo representados e reunida neste dia 23 de maio, reafirma seu compromisso indeclinável com a defesa de um Brasil justo e soberano, ao tempo em que denuncia o aprofundamento da crise econômica e social, responsabilidade exclusiva do governo Temer e dos partidos que sustentam sua agenda antipopular e antinacional.
Carlos Lupi
Partido Democrático Trabalhista
Carlos Siqueira
Partido Socialista Brasileiro
Edmilson Costa
Partido Comunista Brasileiro
Gleisi Hofmann
Partido dos Trabalhadores
Juliano Medeiros
Partido Socialismo e Liberdade
Luciana Santos
Partido Comunista do Brasil
BOTANDO PILHA MOSTRA A ALIENAÇÃO-VORAZ DOS CAMINHONEIROS
Published quinta-feira, 24 maio, 2018 Sem-categoria Leave a CommentFRENTE BRASIL POPULAR DEFENDE ELEIÇÕES COM PRESENÇA DE LULA
Published quinta-feira, 24 maio, 2018 Sem-categoria Leave a CommentCartas para o ex-presidente se acumulam no Instituto Lula: apoio ao líder mesmo após a prisão
São Paulo – A Frente Brasil Popular (FBP) divulgou nesta quinta-feira (24) manifesto em defesa da liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do direito de o petista ser candidato nas eleições deste ano. Para as diversas entidades que compõem a Frente, a recuperação do país passa por eleições que contemplem todas as forças políticas.
“O Brasil só vai superar a profunda crise em que se encontra por meio de eleições livres e democráticas, com a participação de todas as forças políticas e de todos os candidatos, inclusive Lula, respeitada a autonomia dos partidos, a legitimidade das pré-candidaturas já postas e preservando o esforço pela convergência programática e política do campo democrático”, afirmam. “Só assim teremos um governo com legitimidade para fazer do Brasil, novamente, um país melhor e mais justo. E só assim poderemos debate e criar uma nova ordem da comunicação, sem monopólios, democratizando o acesso à informação e aos meios de expressão.”
Os movimentos sociais afirmam que prender Lula significa “interditar a causa que ele representa”, de inclusão social, respeito às minorias e políticas de desenvolvimento com valorização da economia local. “Para condená-lo, sem crime e sem provas, não tiveram escrúpulos de violar as mais elementares garantias constitucionais e transgredir os princípios democráticos fundamentais”, acrescentam no documento.
Integram a Frente entidades como CUT, CTB, MST, Contag e UNE, entre outras.
Confira a íntegra do documento.
MANIFESTO AO POVO BRASILEIRO
1. Um homem está sendo perseguido e injustiçado porque provou, junto com o povo brasileiro, que é possível construir uma sociedade livre, justa, fraterna e solidária em nosso País. Querem cassar os direitos políticos desse homem: Luiz Inácio Lula da Silva, o primeiro presidente filho do povo e defensor dos trabalhadores e dos mais pobres. Querem cassar o direito do povo de votar livremente em quem representa os milhões de brasileiros que sofrem, hoje, com o desemprego, a redução do salário, a revogação de direitos históricos e o desmonte das políticas que promoveram a superação da fome e a redução da desigualdade em nosso País.
2. A perseguição contra Lula é movida por setores do sistema judicial, notadamente a Justiça Federal, o Ministério Público e a Polícia Federal da Lava Jato, além do TRF-4, associados à mídia mais poderosa e opressiva do País, tendo à frente a Rede Globo. O objetivo dessa perseguição, arbitrária, opressiva e ilegal, é não permitir que o povo possa votar em Lula presidente mais uma vez.
3. Eles não querem apenas prender o cidadão Lula. Querem interditar a causa que ele representa e defende: a inclusão social, a promoção dos direitos do povo, das mulheres, crianças, negros, indígenas, da população LGBT, das pessoas com necessidades especiais; a valorização dos salários e a geração de empregos; o apoio às pequenas e médias empresas, à agricultura familiar e à reforma agrária; a defesa da soberania nacional e a construção de um País igual e justo.
4. Para excluir Lula das eleições presidenciais, criaram mentiras e moveram um processo arbitrário, atribuindo a ele crimes que jamais foram provados, até porque Lula sempre agiu dentro da lei, antes, durante e depois de ter sido presidente do Brasil. Para condená-lo, sem crime e sem provas, não tiveram escrúpulos de violar as mais elementares garantias constitucionais e transgredir os princípios democráticos fundamentais.
5. Lula é inocente e continua desafiando a Lava Jato a provar que algum dia tenha recebido ilicitamente sequer dez centavos, de quem quer que seja. Quebraram o sigilo bancário dele e de seus filhos, fizeram uma devassa nas contas do Instituto Lula, grampearam seus telefonemas, conduziram-no à força e ilegalmente para prestar depoimento, cercearam sua defesa, negociaram depoimentos de criminosos em troca de benefícios penais e financeiros, mas não encontraram qualquer prova dos crimes de que lhe acusam. Lula já provou sua inocência e continua desafiando que provem sua culpa.
6. Por ter um compromisso histórico com nosso País e nosso povo, no dia 7 de abril de 2018 Lula cumpriu o mandado de prisão expedido de forma ilegal e arbitrária. Mesmo tendo recebido a possibilidade de receber asilo em países democráticos, preferiu ficar aqui e encarar seus acusadores mentirosos. Como acredita que ainda se faça justiça nesse País, aguarda o julgamento do mérito dos recursos de sua defesa.
7. Mesmo encarcerado, Lula continua candidato à presidência da República, porque não aceita ver passivamente o país ser administrado com incompetência econômica, política e social. Não aceita a entrega do patrimônio nacional a interesses privados nem que o Brasil abra mão da soberania corajosamente conquistada. É para manter esta situação de sofrimento do povo e de ruína do País que os poderosos, os golpistas e a Rede Globo querem manter Lula preso e tirá-lo das eleições. Mas o povo, a lei e a Constituição estão ao lado de Lula.
8. A Legislação Eleitoral garante que Lula pode ser escolhido candidato à presidência por seu partido e que sua candidatura pode ser registrada até 15 de agosto, com o nome e a fotografia inscritos nas urnas eletrônicas e o direito de participar da propaganda eleitoral no rádio e na TV. Somente depois disso a Justiça Eleitoral poderá decidir sobre sua elegibilidade, cabendo recursos, se necessário, ao Supremo Tribunal Federal. Estes são os fatos, queiram ou não queiram os comentaristas da Globo, pois eles não fazem a lei nem representam o Brasil verdadeiro, apenas repetem a voz do dono.
9. De onde se encontra, Lula mantém sua fé no Brasil, que pode voltar a ser uma das maiores economias do mundo, pode crescer e criar empregos, e acredita que o povo brasileiro pode recuperar sua autoestima, a soberania nacional e tomar decisões em função dos seus próprios interesses, superando o complexo de vira-latas, como aconteceu em seu governo.
10. Para isso, é necessário recuperar a indústria nacional, resgatando o papel estratégico da Petrobrás, preservando a Eletrobrás e os bancos públicos, como o Banco do Brasil, o BNDES e a Caixa. É necessário investir cada vez mais em educação, ciência, tecnologia e pesquisa, para o Brasil voltar a ser competitivo internacionalmente. E é necessário recuperar os programas sociais que garantem transferência de renda, apoio à agricultura familiar, à reforma agrária, à habitação popular, além da política de valorização dos salários, para que o povo possa participar e colher os frutos do crescimento econômico.
11. O Brasil só vai superar a profunda crise em que se encontra por meio de eleições livres e democráticas, com a participação de todas as forças políticas e de todos os candidatos, inclusive Lula, respeitada a autonomia dos partidos, a legitimidade das pré-candidaturas já postas e preservando o esforço pela convergência programática e política do campo democrático. Só assim teremos um governo com legitimidade para fazer do Brasil, novamente, um país melhor e mais justo. E só assim poderemos debate e criar uma nova ordem da comunicação, sem monopólios, democratizando o acesso à informação e aos meios de expressão.
12. O Brasil quer voltar a ser um país em que todos tenham os direitos reconhecidos, em que não haja ódio, preconceito e violência, como a que assassinou Marielle e Anderson e que massacra cotidianamente os pobres, os negros, as mulheres, os camponeses e os indígenas.
13. O Brasil quer voltar a ser um país do tamanho dos seus sonhos. Voltar a ser o país que cultivou a fraternidade, o respeito às diferenças e o diálogo internacional pela paz, como foi com Lula presidente. Quer voltar a ter confiança no presente e esperança no futuro, sem medo de ser feliz.
Por eleições livres e democráticas!
Lula Livre!, Marielle Presente!
Pelo direito de Lula ser candidato!
Pelo direito do povo votar livremente!
24 de Maio de 2018
Frente Brasil Popular
USINAS, BANCOS, AGROTÓXICOS, TABACO E ARMAS FINANCIAM a ‘BANCADA DO VENENO’
Published quinta-feira, 24 maio, 2018 Sem-categoria Leave a Comment
A sociedade brasileira não quer mais agrotóxicos, mas a comissão especial corre para aprovar o substitutivo que tem como objetivo ampliar as vendas desses produtos
São Paulo – Produtores de cana de açúcar, eucalipto, tabaco, amianto, usinas de todos os tamanhos, indústrias químicas, de alimentos, celulose e de armas, pecuaristas, bancos e seguros de saúde. Esses setores, que dependem dos agrotóxicos em seus sistemas de produção, que os fabricam, que os vendem ou que pretendem ampliar a participação no agronegócio como um todo, estão entre os maiores financiadores de campanha dos deputados que defendem a aprovação do “Pacote do Veneno”.
A informação, com todos os números e cifras, é do Mapa do Impeachment, criado por voluntários do movimento político de direita Vem Pra Rua. A ideia era munir o setor conservador da sociedade de informações capazes de facilitar a pressão sobre os parlamentares para votarem pela derrubada da presidenta eleita Dilma Rousseff.
No entanto, a ferramenta online possibilita o acesso a informações geralmente difíceis de ser obtidas; um banco de dados que reúne no mesmo lugar informações detalhadas sobre os políticos, como os assinantes de cheques de suas campanhas, os bens declarados e o resumo do seu histórico no serviço público.
Sem contar que os dados do Mapa colocam em dúvida o simples acaso no fato de que esses políticos sejam maioria na comissão especial formada para analisar o Projeto de Lei 6.299/02 e outros 26 apensados – daí o apelido do “pacote”, que se popularizou. E mesmo de uma possível coincidência de ocuparem a mesa diretora e a relatoria do colegiado, impondo celeridade na tramitação que atropela a sociedade e ignora as advertências de autoridades de saúde, meio ambiente e direitos humanos. Pela agenda, o pacote deverá ser votado no próximo dia 29.
Dos 50 integrantes da comissão, 37 são vinculados ao agronegócio. E quatro deles estão na mesa diretora: a presidenta Tereza Cristina (DEM-MS), o relator Luiz Nishimori (PR-PR) e os dois primeiros vice-presidentes, Valdir Colatto (MDB-SC) e Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE). Coincidência ou não, os três primeiros dirigem também a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA).
Com veemência e sem argumentos sólidos, esses políticos defendem a aprovação de um substitutivo que praticamente revoga a atual Lei dos Agrotóxicos. Em resumo, afrouxa, ainda mais, o registro, fabricação, comercialização e uso desses produtos para aumentar as vendas no país que já é o maior mercado consumidor há anos.
Nome aos bois
Antiga Cosan, a Raízen é a maior produtora individual de açúcar e de etanol do país. Produz o biocombustível distribuído nos postos Shell de todo o Brasil. Apesar da grandeza e importância, a companhia já foi condenada pelo Ministério Público do Trabalho porque seus trabalhadores nos canaviais eram expostos aos agrotóxicos sem a devida proteção. Um trabalho insalubre e inseguro. O MPT chegou a cobrar treinamento e vestimentas adequadas para os trabalhadores desta que é uma das grandes financiadoras da campanha da deputada Teresa Cristina, conforme dados do Vem pra Rua.
Maior petroquímica da América Latina, a Braskem tem entre seus produtos o chamado plástico verde, obtido da cana. A monocultura é a segunda que maior consumidora de agrotóxicos no Brasil.
A lista de Tereza traz ainda a Fibria. Maior produtora global de celulose de eucalipto, a empresa tem capacidade produtiva de 7,25 milhões de toneladas de celulose por ano em suas unidades de Aracruz (ES), Jacareí (SP), Três Lagoas (MS) e Eunápolis (BA). Ao todo, são 1,056 milhão de hectares de florestas, sendo 633 mil hectares cultivadas com eucalipto.
O “avião amarelo” da pulverização aérea de agrotóxicos da empresa é antigo conhecido de comunidades quilombolas do norte do Espírito Santo, que têm suas pequenas lavouras e casas atingidas pela chuva de veneno. Segundo moradores, morre de tudo: a pimenta-do-reino, a mandioca, as galinhas, as aves e as tilápias criadas em uma represa no Córrego Angelim.
Doador da maioria dos candidatos, a JBS também contribuiu com a parlamentar. Mas os irmãos Joesley e Wesley Batista têm uma guerra judicial travada por causa de um calote de R$ 4,5 milhões que ela teria dado na J & F Investimentos. De acordo com o blog O Jacaré, os três teriam fechado um negócio quando ela era secretária estadual de Produção do MS. E teria usado a mãe para garantir o faturamento de aproximadamente R$ 1 milhão por ano.
A transação nebulosa, que teria ido parar nos tribunais de Campo Grande envolveria o confinamento de gado montado na Fazenda Santa Eliza, em Terenos, a 23 quilômetros da capital sul-mato-grossense.
E ainda conforme o Mapa do Impeachment, outro destaque nas contas da deputada é a participação do Banco BTG Pactual, que tem entre suas plataformas de investimentos fundos e títulos privados como letras de crédito imobiliário e do agronegócio.
Briga de galo
Primeiro vice-presidente da comissão especial, Valdir Colatto é autor de projetos polêmicos, como o PL 6268/2016, que libera a caça de animais silvestres. Defensor da suspensão da lista de animais ameaçados de extinção, ele quer liberar as brigas de galo, tanto que apresentou o PL 3.786/2015. Outra ideia que causou polêmica foi defender o arrendamento das terras indígenas.
Entusiasta do Pacote do Veneno, Colatto recebeu R$ 619.891,00 para o caixa de campanha. O maior financiador é Claides Lazaretti Masutti, da Agropecuária Masutti, do Mato Grosso. A empresária, que tem ainda cinco empresas no setor, foi prefeita da cidade de Campos de Julio (MT), mas teve o mandato cassado por compra de votos. Ele obteve ainda recursos das exportadoras de tabaco e de madeireira.
Megaempresário tucano
O segundo vice-presidente, Raimundo Gomes de Matos, tem entre seus maiores doadores o senador e megaempresário Tasso Jereissati (PSDB-CE), que fez a reforma trabalhista passar no Senado. O tucano cearense é proprietário de uma rede de shopping center para a classe A, espalhada pelo país, o Iguatemi. A rede financiou outros ruralistas também.
Chama atenção no Mapa outra fonte de recursos: a Nufarm. Tendo em seu portfólio mais de 20 marcas de agrotóxicos produzidos com 16 princípios ativos, entre eles o 2-4,D, a empresa produz agroquímicos para uso em lavouras de soja, algodão, arroz, cana, eucalipto e diversas frutas e hortaliças.
Em 2009, o fabricante de agrotóxicos perseguiu pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC). A pedido do Ministério Público estadual e da Procuradoria-geral do estado, fizeram análises do nível de contaminação causado pela empresa em Maracanaú. Professora de Saúde Comunitária, a médica Raquel Rigotto foi ameaçada com medidas judiciais, em uma tentativa evidente de coibir a divulgação dos dados científicos que comprometiam a empresa.
Raposa no galinheiro
Pela lista do Vem pra Rua, dá até a impressão de que o relator do Pacote do Veneno Luiz Nishimori teve uma campanha até certo ponto modesta. O grosso dos recursos veio do próprio partido. O segundo maior financiador é a empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, seguido por outra gigante do setor de alimentos. No entanto, Nishimori tem outras relações pouco conhecidas com o empresariado. Especialmente do setor de agrotóxicos japonês com atuação global.
Segundo a Câmara do Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná (CCIBJ), em agosto passado Nishimori participou do 20º Comitê de Cooperação Econômica Brasil-Japão, no qual esteve presente Funio Hoshi, do grupo financeiro Sumitomo Mitsui. As relações parecem antigas. No final de 2009, quando o relator ainda era filiado ao PSDB, esteve no Japão em missão econômica. Na agenda, reunião na empresa Mitsui, com o diretor superintendente Takao Omae – que havia presidido a Mitsui no Brasil.
O grupo tem negócios nas áreas de energia, recursos naturais e meio ambiente e agricultura – leia-se agroquímicos e fertilizantes. Filiada ao sindicato dos fabricantes de agrotóxicos, o Sindiveg, a Mitsui tem forte atuação no agronegócio.
Entre outras coisas, é proprietária da Agrícola Xingu, na Bahia. No mês passado, o Ministério Público baiano multou a empresa em R$ 169 mil por armazenar cerca de mil litros de benzoato de emamectina. Comercializado pela Syngenta, o produto foi liberado recentemente pela Anvisa mas tem seu uso controlado porque há fortes suspeitas de causar malformações e ser tóxico ao sistema nervoso.
A companhia japonesa é parceira da alemã Basf, gigante do setor de agrotóxicos e transgênicos, no desenvolvimento de uma nova molécula, o broflanilide. As empresas, que gastam mais de 500 milhões de euros em pesquisas, pretendem lançar o produto até 2.020. Daí a força no lobby sobre parlamentares.
Em fevereiro passado, Nishimori foi aceito como réu pelo Supremo Tribunal Federal pelos crimes de peculato e lavagem de dinheiro. Autora da denúncia, a Procuradoria-Geral da República (PGR) sustenta que o deputado empregou nove funcionários fantasmas quando era deputado estadual no Paraná, entre os anos de 2003 e 2010, desviando R$ 2,8 milhões.
Outros gigantes
O banco de dados do Vem pra Rua inclui no rol de patrocinadores o atual ministro da Agricultura Blairo Maggi (PP-MT), suas empresas e parentes, que também têm Maggi no sobrenome. Seria coincidência? Quando senador, ele aprovou em 2002 o Projeto de Lei 6.299, que é um dos principais projetos do Pacote e dá nome à comissão especial.
Gigantes do tabaco, como a Philip Morris Brasil e China Brasil Tabacos, que já tiveram entre seus fornecedores fazendeiros que exploram mão de obra análoga à escravidão. O lucro das empresas que financiam a bancada ruralista vêm também da exposição de trabalhadores aos agrotóxicos usando apenas boné, bermuda e chinelo.
Fabricante de outro veneno cancerígeno, o amianto, a Eternit também marca presença. Maior produtora de telhas e caixas d’água do país a partir dessa matéria prima, a empresa teve em novembro passado reajustado o valor de indenização relativa a uma condenação por danos morais. O Tribunal Regional do Trabalho da 1ª Região do Rio de Janeiro elevou para R$ 50 milhões o valor original, de R$ 30 milhões. Em agosto, a Eternit havia sido condenada, em primeira instância, a pagar R$ 500 milhões por danos morais coletivos por expor pessoas ao amianto na mina de São Felix, em Minas Gerais, por meio de sua subsidiária Mineração Associados (SAMA).
Patrocinadora da bancada da bala, a fabricante de pistolas, revólveres e armas longas para uso particular e das forças armadas, a Forjaria Taurus também participa do financiamento de campanha dos defensores do Pacote do Veneno.
A lista, imensa, inclui outros bancos privados, como Bradesco e Itaú, que buscam aumentar participação no agronegócio historicamente ocupado pelo Banco do Brasil. A perspectiva é de trazer para sua carteira clientes que desenvolvem atividades lucrativas.
Empresas processadoras de carne, que no Brasil dependem de pasto, que por sua vez são tratados com venenos agrícolas, também assinam polpudos cheques.
Confira algumas das empresas que financiaram campanhas dos principais integrantes da “Bancada do Veneno”:
DESGOVERNO TEMER TREME COM GREVE DE CAMINHONEIROS QUE VEEM A PONTE PARA O FUTURO LEVAR A LULA DE NOVO COM A FORÇA DO POVO
Published quinta-feira, 24 maio, 2018 Brasil , brasil 247 , Brasil Atual , Sem-categoria Leave a CommentProdução Afinsophia
Os golpistas quando derrubaram a presidente Dilma Rousseff eleita com mais de 54 milhões de votos prometiam o paraíso para os brasileiros. Uma ponte levaria os levaria ao futuro. Como o futuro de gente que não é vanguarda é a eterna repetição do velho, do conservador, da inércia, da superstição, Temer e o pessoal da Lava Jato, na pessoa do seu juiz parcial Moro, estão, já a algum tempo a ver que este Maio de 2018 está se movendo para aprontar mais uma.
Claro, que este maio de 2018 não é como aquele Maio de 1968 nas ruas de Paris. E nem temos, nestes idos, apesar de muitos estudantes terem tido acesso às faculdades e Universidades nos governos populares de Lula e Dilma aquela subjetividade de revolta que moveu a estudantada parisiense. Lá, parecia que tudo estava tranquilo, mas não estava. Os estudantes se incomodaram com o que o sistema educacional apresentava. Na Universidade de Nanterre eles resolveram se manifestar. Manifestar contra a violência da guerra do Vietnã, por exemplo. Se manifestar contra o conservadorismo da sociedade capitalista dominada já pelos Estados Unidos. Se manifestar contra as leis trabalhistas que já escravizavam a classe trabalhadora. E os estudantes foram ganhando adeptos, foi se espalhando e depois não teve mais quem segurasse a turma do é proibido proibir.
No Brasil dos golpistas temos tudo para uma grande reação popular. Só que passada a ditadura convivemos com a democracia que parecia duradoura. Lula ganhou duas eleições, fez ótimo governo. Dilma ganhou duas eleições, fez um primeiro mandato muito bom, mas no segundo, os golpistas inviabilizaram a continuidade do mesmo derrubando-a.
Não percebemos que os golpistas do Norte planejaram e derrubaram governos em Honduras e no Paraguai. Como não era conosco, só os democratas questionaram e defenderam Lugo e o presidente de Honduras que foi até sequestrado. Depois, fomos nós que enfrentamos duro golpe de Estado.
Os que na época levantavam bandeira contra a Dilma, queimavam bandeiras do PT, hoje, estão vendo que o chicote que bate em Chico bate em Francisco também. Só que o papa é diferente, ele bate também. Carteiros e caminhoneiros foram duas categorias raivosas contra Dilma. Fizeram manifestações, ajudaram derrubar a presidente. Ainda hoje, tem caminhoneiro ressentido contra o governo popular de Lula e Dilma.
A greve dos caminhoneiros deve ser analisada de várias formas. São os caminhoneiros mesmo que estão por trás da greve. Não são os empresários, presidentes de Associação, aqueles que querem manter monopólios que estão promovendo essas paralisações?
Uma coisa é certa, o desabastecimento de combustível já atinge várias cidades, assim como o abastecimento de alimentos. Aeroportos e ônibus deixarão de circular em São Paulo e noutras capitais. Voos são cancelados e alguém vai ter que apagar a última luz do aeroporto.
Os responsáveis por tudo isso chamam-se golpistas: Michel Temer e todos seus dublês de ministros, Rede Globo de Televisão, Folha de São Paulo, Estadão, Uol, Revista Veja, Época, Isto é, Tv Bandeirantes e correlatas, Lava Jato, Sérgio Moro, Dallagnol, STF, TRF-4, e o presidente da Petrobras, Raimundo Parente, que numa administração desastrosa, num desgoverno fará os golpistas cairem, todos e darão oportunidade para que, com muita dificuldade, nosso país volte à democracia e retomada do desenvolvimento com a eleição do mais querido e popular, o maior presidente que o Brasil já teve, Luis Inácio Lula da Silva.
Leitores Intempestivos