Além de rechaçar o projeto de Bolsonaro, professores exigem um reajuste salarial de 14,54% para a categoria
São Paulo – Professores e professoras da rede estadual de ensino aprovaram hoje (22), em assembleia, a entrada em estado de greve contra o projeto de “reforma” da Previdência do presidente Jair Bolsonaro (PSL), que dificulta o acesso à aposentadoria. A paralisação será definida em 26 de abril, após encontros regionais promovidos pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp). A decisão foi tomada em ato neste Dia Nacional de Luta em Defesa da Previdência, que lotou a Praça da República, no centro da capital.
Logo no início da tarde, centenas de professores já ocupavam a Praça da República, região central da capital. Os trabalhadores não compareceram em seus postos de trabalho. Além de rechaçar o projeto de Bolsonaro, eles exigem um reajuste salarial de 14,54% para a categoria. Já por volta das 16h, a organização anunciou o número de 15 mil servidores que tomavam as ruas do entorno da praça.
A Apeoesp, que pretende unificar o movimento com outras categorias, anunciou ainda construir com a CUT uma greve geral nacional dos trabalhadores de educação.
Outro ponto abordado pelos professores foi o lançamento da campanha “Livros Sim, Armas Não”, contra a política armamentista de Bolsonaro, que tenta facilitar o acesso dos cidadãos às armas de fogo. “Não queremos a militarização das escolas, queremos mais funcionários, queremos equipes multidisciplinares e mais professores”, disse a presidente da Apeoesp Maria Izabel Azevedo Noronha, a Bebel.
Reforma chilena
Bebel convidou um professor chileno para participar do ato. Bolsonaro está no país latino e, ele diz se espelhar na Previdência do país, que é privada e capitalizada. Raul Dervia explicou que “essa reforma que querem passar no Brasil foi imposta no Chile há 40 anos pela ditadura de Pinochet. No Chile não existe seguridade social, existe capitalização individual. Não devem permitir que aprovem essa reforma aqui. Os salários dos aposentados no Chile não os permite viver. É um quarto de um salário mínimo, em média. Ninguém vive assim”, disse.
“Esta reforma ataca frontalmente a classe trabalhadora. Ela pega especialmente as mulheres. Teremos de contribuir 40 anos, isso é a morte de todo o trabalhador. Precisamos de um plano econômico, de emprego. Precisamos da valorização do salário mínimo. Não precisamos de reforma da Previdência. Por isso, vamos barrar a reforma do Bolsonaro. Ele quer fazer bonito para os banqueiros e empresários, mas no nosso lombo”, completou Bebel, que também é deputada estadual pelo PT.
Com o fim da assembleia, os trabalhadores seguiram em passeata até a Avenida Paulista, onde é realizado um grande ato unificado contra a reforma. “Estamos lutando contra a reforma da Previdência e contra a falta de reajuste. Lutamos pelas condições de trabalho, por mais segurança nas escolas. Por isso estamos fazendo essa assembleia para, de forma unificada, gritar contra a reforma junto da classe trabalhadora e das demais centrais sindicais”, disse Bebel.
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