
@ Após a decisão liminar da Justiça Federal do Ceará determinando a divulgação imediata da correção das redações do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2012, o Ministério da Educação (MEC) entrou com recurso no Tribunal Regional Federal da 5ª Região.

Em alguns lugares do Brasil, estudantes que fizeram as avaliações do Enem, realizaram alguns protestos no dia 02. A reivindicação, organizada via facebook, visa o acesso aos espelhos das redações corrigidas e o direito a questionar, legalmente, as correções. Contudo, o MEC informou que o Termo de Ajustamento de Conduta, firmado com o MPF no ano passado, não disponibiliza o acatamento das reivindicações apesar de determinar que, a partir do Enem de 2012, os candidatos passam a ter acesso à correção da redação – apenas para fins pedagógicos, sem o direito de pedir uma nova avaliação. Daí, também, a razão pela qual o MEC encaminhar o recurso citado acima.
O MEC aguarda o parecer do tribunal. Caso não seja levado em conta o recurso e o ministério não consiga reverter a decisão liminar da Justiça Federal do Ceará, no prazo de 48 horas, será aplicada multa diária no valor de R$ 10 mil a ser paga pelo Inep, além de multa diária no valor de R$ 5 mil, a cargo do agente público que de qualquer modo dificultar a execução.
Como se sabe, os estudantes com as notas do Enem podem concorrer às vagas oferecidas em universidades e nos institutos federais de ensino superior por meio do Sistema de Seleção Unificada (Sisu). O Sisu abre as inscrições entre 7 e 11 de janeiro e os estudantes reclamam que terão acesso às redações após já terem se inscrito no processo. Segundo calendário apresentado pelo MEC, os espelhos das redações corrigidos estarão disponíveis no dia 6.
@ Uma boa notícia, que não atinge somente os historiadores, mas todos interessados em perscrutar o estado de coisas produzido no capitalismo, tanto em seus processos econômicos como os que acabaram por determinar a administração capitalista do desenvolvimento internacional, é o achado, dito casual, de debates que aconteceram na conferência de Bretton Woods, de 1º a 22 de julho de 1944, em Hampshire, nunca antes divulgados.

Imagem retirada do site Valor Econômico
A conferência de Bretton Woods marcou, para o mundo capitalista, a hegemonia da economia capitalista sobre a socialista, um desenvolvimento liberal como modelo para o mundo, baseado em um mercado (relativamente) livre e da equivalência do ouro ao dólar. Além disso, como é sabido, também foram criados o Fundo Monetário Internacional (FMI) e o Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento, hoje, Banco Mundial. O achado foi encontrado pelo economista Kurt Schuler.
“Schuler, que tem sua principal atividade como economista do Escritório de Assuntos Internacionais do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, também é, no tempo livre, pesquisador sênior do CFS. Foi nessa condição que encontrou as transcrições, por acaso, na biblioteca do Tesouro. Eram quatro volumes, que os bibliotecários também não sabiam estar ali, numa seção de itens a serem catalogados”, de acordo com o que é escrito na reportagem do Valor Econômico, onde pode ser encontrada a matéria completa com todas as informações.
Junto com Schuler, Andrew Rosenberg é responsável pelos documentos achados. Os escritos, nunca antes publicados, foram reunidos e publicados na internet:
“As transcrições não são completas, mas parecem ser fiéis, tanto quanto se possa esperar de eficiência das estenógrafas e datilógrafas que registravam os debates durante a conferência, realizada em Bretton Woods, nas montanhas de New Hampshire, Estados Unidos – que resultou nos acordos para criação do Fundo Monetário Internacional e do Banco Internacional para a Reconstrução e o Desenvolvimento (o Banco Mundial de hoje). Num e-book de 800 páginas, as transcrições integram uma plataforma eletrônica de estudo e pesquisa, o “Bretton Woods Project“, sob responsabilidade de Schuler (não confundir com o Bretton Woods Project, de Londres, que faz o acompanhamento crítico das atividades do FMI e do Banco Mundial)”.
Segundo a reportagem do Valor Econômico, “Representantes do Brasil, chefiados pelo ministro da Fazenda, Artur de Souza Costa, aparecem como participantes de debates em vários pontos das transcrições – entre eles, Eugenio Gudin, membro do Conselho Econômico e Financeiro e do Comitê de Planejamento Econômico da Presidência da República, e Octávio Gouvêa de Bulhões, funcionário da divisão de estudos econômicos e financeiros do Ministério da Fazenda. O diplomata Roberto de Oliveira Campos, então segundo secretário da embaixada em Washington, tinha funções de assessor”. Schuler classificou a participação do Brasil nos debates de discreta.
@ Segundo o Portal Brasil, “Famílias vítimas das fortes chuvas no Rio de Janeiro receberão cestas básicas. Os alimentos serão retirados no armazém da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) no estado e entregues a famílias do município de Duque de Caxias que tiveram suas casas alagadas. A Defesa Civil do Rio
de Janeiro é responsável pela distribuição dos mantimentos. Cada cesta tem capacidade para atender cinco pessoas.
O fornecimento das cestas básicas atendeu a um pedido ligado à Secretaria Nacional de Defesa Civil do Ministério da Integração Nacional.
O Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) está acompanhando a situação das vítimas por meio do Cenad. Nos próximos dias, o ministério poderá fazer novas remessas de cestas básicas às famílias
atingidas pelas chuvas, caso as autoridades locais apontem essa necessidade”.
Já são recorrentes os casos de desabamento e inundação em épocas de grandes pancadas de chuvas em vários lugares do país. De modo algum, a natureza pode ser culpada por tudo isso. Em primeiro lugar, porque a violência vinda da natureza ocorre à revelia da vontade humana e decorre da falta de cuidado que os governos vêm cometendo aos longos dos anos. Em segundo lugar, engrossando cada vez mais o número de vítimas atingidas por catástrofes naturais, está a especulação imobiliária própria ao capitalismo pós-moderno, onde o espaço público passa a ser subordinado à lógica do capital, fazendo de lugares inadequados à moradia humana, a única possibilidade de habitação.
Leitores Intempestivos