
Atavicamente a genética antidemocrática da TV Globo vem muito antes de sua fundação em abril de 1965. Muito antes, o jornal O Globo e a Rádio Globo, comandados por seu patriarca Irineu Marinho, já mostrava seu pathos infectado por corpos opostos ao convivi com as multiplicidades dos iguais. O encadeamento das potências de todos que constituem a Substância-Democracia que nos mostra o filósofo Spinoza.
Como grande parte da sociedade brasileira sabe, a família Marinho mostra sua personalidade antidemocrática de forma explícita e sem qualquer constrangimento, quando começa a perseguir Getúlio Vargas junto com outro inimigo da democracia Carlos Lacerda, do partido reacionário UDN.
Depois o ódio antidemocrata passou a ser projetado no ainda candidato Juscelino Kubitschek expressado no estereótipo golpista: não pode se candidatar, se se candidatar não pode vencer, se vencer não pode assumir, se assumir não pode governar. Mas o ódio não pôde interromper a democracia e JK governou nacionalisticamente o Brasil, criou Brasília e de quebra industrializou o país.
Depois de JK veio Jânio, narcisista-histérico que em função de “forças estranhas”, segundo ele, levou-o à renúncia. Quando entra João Goulart, Jango, a família Marinho continua tramando contra a democracia e o Brasil em favor do capital norte-americano que já contava com alguns personagens no interior do país elaborando o golpe.
Consumado o golpe em 31 de março de 1964, a família Marinho, agora sob o comando de Roberto Marinho, passou a auxiliar a ditadura civil-militar instalada no Brasil. Em 1965, é fundada a TV Globo com capital norte-americano ligado ao grupo Time Life. Um capital que é proibido pela Constituição quando se trata de meios de comunicação de massa. Assim, durante todo o período da ditadura a TV Globo, o jornal O Globo, a Folha de São Paulo e Estadão, foram braços auxiliares do Estado de Exceção implantado no país.
Com a abertura política Tancredo Neves quase no poder, morre e entra Sarney. E a TV Globo que era contra as Diretas Já, jogou suas garras ambiciosas. Para conseguir maiores privilégios ela passa a propagar e defender a candidatura de Collor. Botou fé, porém a fé logo acabou quando ela sentiu que havia um sentimento contrário ao governo do falso caçador de marajá. Que Lula chamava na época de caçador de maracujá. Com a queda de Collor ela se envolveu com Itamar. Veio Fernando Henrique e ela se sentiu totalmente em casa.
Em 2003, um novo processual político, ou outra subjetividade política, se faz real objetividade: Lula. Antes ela tentou todas as formas de trapaças para que Lula não fosse eleito. Tentou repetir o que fez em favor de Collor contra Lula. Não deu: o Brasil era outro. Os movimentos sociais, que formaram a base da eleição de Lula, já eram a nova objetividade do Brasil. Mesmo assim ela continuou conspirando. Lula foi eleito duas vezes, mas sempre sendo sabotado por ela.
Lula ajudou a eleger Dilma. A TV Globo desesperou em sua psicopatologia golpista. Durante todo o primeiro governo de Dilma ela não deu trégua. Cotidianamente publicou matérias falsas contra o governo. Nas eleições de 2014, ela exacerbou sua psicopatologia golpista. Derrota junto com seus pares direitistas, ela passou a liderar a conspiração golpista com outros ressentidos como Aécio, Serra, Carlos Sampaio, Agripino Mais Roberto Freire, Alckmin, entre outros “honestos” pedindo o impeachment de Dilma. Aliada com Moro, juiz responsável pela Operação Lava Jato, chegando a lhe premiar, acreditou que poderia conseguir seu intento psicopatológico: frustração geral.
Como se trata de um transtorno psiquiátrico é bom lembrar que o ódio é produto de uma ou várias interdições violentas impostas pelos pais sobre os filhos que ficam, no momento da interdição-traumática em forma de repressão, paralisados, física e psicologicamente, concentrando a energia reprimida em si. Quando adultos, ao invés de procurarem encontrar a causa de seus ódios neles mesmos como resultado da interdição cruel dos pais, esses adultos passam a procurar no exterior, pessoas, entidades, instituições, grupos, etc., para servirem de elementos de suas projeções. Investir seus ódios internos nelas. Quando na verdade elas odeiam, elas mesmas, porque não conseguiram se rebelar contra a interdição brutal dos pais. Elas têm medo de seus ódios e por isso procuram vitimar quem não aparece igual a elas.
Assim, como o caso da TV Globo – ela e outras que odeiam a democracia como Veja, Época, IstoÉ, Folha, Estadão – é explícito caso psicopatológico e ela não vai jamais se auto-psiquiatrizar para mudar sua conduta em relação aos governos populares, é certa a posição do governo Dilma recorrer à Justiça para tentar impedir os delírios midiáticos da TV Globo que são projetados nesse governo.
É lógico que se a TV Globo se submetesse a um tratamento psiquiátrico materialista – nada de psiquiatria idealista -, embora um tratamento não seja rápido, Dilma não precisaria recorrer à Justiça. Mas como a realidade da TV Globo é outra e dissipa o real, o governo tem que recorrer à Justiça.
Leitores Intempestivos