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LULA, DILMA, ARTISTAS E O POVO FESTEJAM A INUNDAÇÃO DO SERTÃO NORDESTINO

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O Sertão nordestino está em festa. Nunca deixaremos de cantar essa conquista que é a chegada da água no Sertão do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.

A classe dominante e a seca  foram muito severos com o nordestino. Esse povo comeu o pão que essa elite e os coronéis amassaram. É um povo de retirantes como muito bem cantou João Cabral de Melo Neto no poema Morte e Vida Severina.

A seca expulsou nordestinos para o Sul e para o Norte. No Amazonas tornaram-se soldados da borracha. Para cá vieram levas deles para trabalhar na exploração do látex que promovia o boom da economia no Amazonas. Dessa época, fruto do suor desses trabalhadores foram construídos prédios como o Teatro Amazonas, Palácio da Justiça, Palácio Rio Negro, símbolos da burguesia predadora amazonense. Nos panteões desses monumentos não aparece nenhum nome desses soldados da borracha, desses trabalhadores, trabalhadoras. Só constam nomes dos governantes.

“Setembro passou/ Oitubro já veio/ Já estamos em Novembro/ Meu Deus que a de nós/ Assim fala o povo/ Do seco Nordeste/ Com medo da peste/ Da fome feroz” mandou ver o poeta da roça, Patativa do Assaré.

O eu lírico cantante interrogava, questionava a seca, o medo e a fome. Meu Deus o que a de nós?

As quatro estações que no Sul do Brasil são todas definidas, no Sertão só é Sol e verão. E tem eleições e só os coronéis, classe dominante as ganham e o povo a morrer, tísico, como retirante vai pro Sul, Centro Oeste tornar-se Candango.  Constrói Brasília.

Sempre explorado em todas as partes e a Literatura e as demais artes como o Cinema mostrando o Cangaço, Lampião e Maria Bonita, Padre Cícero e o Juazeiro do Norte, a forma de mistificação e religiosidade usada para cultivar a dominação como se vê em Antônio Conselheiro, Canudos, Os Sertões de Euclides da Cunha, Geografia da Fome de Josué de Castro.

Não podemos esquecer o alagoano, autor de Memórias do Cárcere, Vidas Secas, Angústia, São Bernardo, Graciliano Ramos. E cabe aqui citarmos um trecho de sua obra Vidas Secas intitulado Festa. É uma família que morava no Sertão e um dia foram participar de uma festa religiosa na cidade. As crianças nunca tinham ido à cidade. Quando lá estão a chegar deparam-se com coisas e objetos que nunca tinham visto e não sabiam seus nomes. Ficaram maravilhadas. Será que tudo aquilo tinha nome? Os homens tinha capacidade de memorizar tantos nomes?

É dessa forma que hoje estamos a ver no nordeste do Brasil,  todo mundo maravilhado com a chegada da água da transposição do rio São Francisco feita por Luís Inácio Lula da Silva, Dilma Vana Rousseff e por milhares de trabalhadores que devem ter seus nomes gravados e mencionados nos panteões de concreto dos aquedutos, reservatórios e nos eixos de distribuição. A água eles não conheciam na quantidade e volume que chega hoje. Só ouviam falar, era rara, escassa. Era racionada. Ninguém pulava na água. Hoje, tem peixe e pescadores. Hoje, onde ela chega é motivo de festa e festa porque ela foi idealizada por um grande brasileiro, o maior e melhor presidente do mundo. O turismo e o comércio nas margens dos reservatórios é um sucesso.

Natural de Garanhuns no Sertão de Pernambuco, o maior, pobre, retirante foi pra São Paulo no Pau de Arara e nunca esqueceu os seus concidadãos. Era preciso resolver o problema da seca no Nordeste. Nas duas monarquias que este país teve esse projeto foi pensado. Dom Pedro II e Dom Fernando Henrique Cardoso príncipe sem Trono amigo de um afrodescendente originário de países nórdicos não os concretizaram. Concreto mesmo, só com o nordestino, Doutor Honoris Causa de inúmeras Universidades espalhadas por todo o mundo, Luís Inácio Lula da Silva.Resultado de imagem para imagens de lula e Dilma na transposição do São FranciscoA transposição da água do rio São Francisco para o Sertão de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte é obra iniciada em 2007 com Luís Inácio Lula da Silva. A ida, outro dia lá, do golpista Temer foi só pra nos fazer rir porque o povo do nordeste, do Brasil e até os minerais sabem, principalmente a água que o idealizador do projeto foi Lula e continuado por Dilma a presidenta que foi eleita com 54.501.118 votos.

Os méritos dessa grande, portentosa  e magnífica obra é dos governos populares de Luís Inácio Lula da Silva, Dilma Vana Rousseff, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, Patativa do Assaré, Belchior, Lampião e Maria Bonita, Zumbi dos Palmares, Graciliano Ramos, Lourival Holanda, Glauber Rocha, João Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, todos, todos que trataram sobre as mazelas e misérias do nordeste e especialmente é obra do Povo, dos verdadeiros democratas sem demo do Brasil.

 

O HOMEM QUE MATOU LULA

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                                           Em memória de Dona Marisa Letícia

Imagino que começou assim. Eu deveria ter 4 ou 5 anos quando passando por uma rua com minha mãe vi um cachorro morto na sarjeta. Pela primeira vez minha atenção se fixou em um animal morto. Já havia visto outros, mas nunca minha atenção havia se fixado em um animal morto com tal grau de intensidade. E foi essa visão intensiva que me trouxe, também pela primeira vez, o questionamento sobre a morte.

Durante todo o trajeto de volta para casa, minha consciência era o cachorro morto. Não o cachorro morto em si, jogado na sarjeta, mas o sentido da morte emergido dele. O sentido impalpável, diferente de seu corpo na rua. Não era o cachorro, era um muito além que eu não sabia responder para mim.

Já em casa perguntei à minha mãe o que era a morte. Ela respondeu que era o fim da vida. O momento em que Deus termina a sua obra em relação ao que antes era vivente. Completando com a afirmação de que tudo que nasce morre. Minha mãe imaginando que minha pergunta se tratava de uma preocupação pessoal, procurou me confortar afirmando que eu não deveria me preocupar com a morte, porque eu era uma criança e ainda tinha muita vida para viver.

As afirmações de minha mãe foram boas para ela, na medida em que lhe confirmavam ser ela uma pessoa que acreditava ter preocupação com o filho. Todavia, para mim não acrescentaram nada a minha inquietação. Eu não era uma criança gênio, mas já havia experimentado os nascimentos e as mortes de dois gatinhos que um amiguinho tinha. Eles nasceram e viveram somente dois meses. O que minha mãe me dissera só afirmou o que antes eu havia vivenciado: a morte fora de mim.

Foi quando eu estava com 6 anos que a minha inquietação dirigida à morte com seus corpos físicos e metafísicos se dissiparam e em mim se revelou o que me conduziu durante a maior parte de minha existência: o impulso para matar. Foi exatamente no grupo escolar que senti friamente esse impulso. Havia na sala que eu frequentava um garoto valentão que metia medo nos outros colegas, principalmente nos mais fracos. Uma manhã, na hora do recreio, o vi batendo covardemente em um garotinho de uma série abaixo da que era eu aluno. Fui tomado por um afeto intenso que me causou medo. Aliás, foi o primeiro medo que tive.

Como se não fosse mais eu, peguei o valentão, que era muito maior que eu, libertei o garotinho de seus braços afastando-o para distante, e com força o joguei o valentão no chão. Ele se apavorou e revelou seu medo diante de mim. Hoje, depois de meus estudos filosóficos, entendi o que Sartre escreveu sobre a consciência empastada, coagulada, a consciência do sujeito tornado objeto pelo olhar do outro. Era essa a consciência do valentão: uma consciência que perdeu a liberdade. Pura facticidade.

Esse impulso, que me conduziu durante a maior parte de minha existência, não era o que alguns etologistas, como Konrad Lorenz chamam de instinto. E que foi aproveitado por Freud para desenvolver sua teoria tanática. Ou a luta de Eros e Morte, expressada também nos seus dois princípios: princípio do prazer e princípio de realidade. Ou ainda, a teoria da libido. Era impulso puro de querer matar que não era uma tensão que procura um alvo qualquer para descarregar e voltar a se energizar para outro ato homicida. Nada de estado compulsivo psicopata.

Com passar do tempo, ao entrar na adolescência, se afirmou mais o impulso. Então, com ele, procurei estudar autores que tratassem desse tema. Foi quando entrei em contato com a psicanálise que me levou logo ao berço de Édipo. O menino deseja a mãe, mas teme seu pai que é o senhor da mãe. Diante do temor ele toma o pai como rival, e como rival ele fantasia matá-lo para ficar com a mãe. É nesse momento que eclode no menino o medo de ser castrado pelo pai. O que Freud chama de complexo de castração. Foi também nessa fase que consegui comprar uma pistola alemã.

Foi então que comecei a me questionar: será que esse impulso tem um alvo específico e esse alvo é meu pai? Será que eu, como Édipo, devo matá-lo para me tornar livre e ser uma pessoa autônoma e viver minha existência em concreta liberdade? Compreendi que não era meu pai que deveria matar. Eu gosto muito dele e ele de mim. É um gosto recíproco que foi criado pela respeitabilidade que cada um tem pelo outro. Uma respeitabilidade distribuída nas relações com outras pessoas. Sim, não era meu pai que eu queria matar.

Cada percurso que eu ultrapassava mais se intensificava o impulso para matar. Depois que casei, terminei o curso superior, mestrado, doutorado e pós-doutorado, me fixei em um emprego que muito me gratifica, e tive os meus dois amores, duas meninas maravilhosas, em nenhum momento concebi que o impulso iria diminuir, porque já entenderá que o que ocorria comigo não estava nos signos que Sartre chama de realidade humana. E muito menos em um mundo teologicamente- metafísico.

Pois foi quando estudei Marx e compreendi com ele que o homem é ele, o Estado, a sociedade e o mundo, e encadeie essa concepção transmundana com o dizer de Nietzsche Ecce Homo, que concebi que quem eu deveria matar tinha que ser essa singularidade, no sentido que trata o filósofo Michel Serres.

Um dia me perguntei se não estava me equivocando acreditando que o impulso era para um homem. Será que, em verdade, quem eu deveria matar era uma mulher? Fiz o entendimento de minha relação com minha mãe e não concebi qualquer signo que indicasse ser ela. Nenhuma relação mística mariana. Nunca odiei qualquer mulher como nunca odiei qualquer homem, assim como jamais tive ciúme. O ódio é o pai da inveja e nunca tive inveja de ninguém. Muito antes de estudar o anti-psiquiatra sul-africano David Cooper que afirma que a inveja é querer ser o outro, e o ciúme querer ter o outro, eu já era assim.

Essa modalidade de existência me fez crer que o impulso de matar que procurava não era provocado por esses sentimentos expressos como sintomas de uma cruel repressão. Essa compreensão piorou meu estado, posto que os homens se destroem impulsionados por essas paixões tristes, como afirma o filósofo Spinoza.

Todavia, mesmo sabendo que o impulso para matar não era agenciado por essas paixões tristes, procurei observar homens considerados como importantes no Brasil. Quem sabe eu estivesse errado e algum deles fosse, na verdade, o que daria um fim ao meu impulso assassino com sua morte. Então, uma noite deitado no sofá da sala, liguei a TV sem qualquer interesse nas imagens exibidas, comecei a lembrar desses homens. Lembrei-me de Fernando Henrique, não presenciei qualquer singularidade. Moro, idem, também nenhuma singularidade que me impulsionasse a mata-lo. Dallagnol, idem, idem. Os ministros e ministras do Supremo Tribunal Federal (STF), também não. Rodrigo Janot, nada. Os irmãos Marinhos, nada de importante. Jornalistas da imprensa tida como dominante, também nada. Empresários, o mesmo. Temer, Serra, Aécio, Jucá, Renan, Sarney, Alckmin, Alexandre Moraes, Arthur Neto, Eduardo Braga, Omar Azi, Pauderney, Moreira Franco, Padilha, Geddel, todos os que participaram sem que nenhum me afetasse.

No transcurso desse desfile imagético, minha filha menor, chegou perto de mim me admoestando perguntando como eu tinha coragem e dignidade de ainda ligar em TV que fala contra Lula. Prestei atenção na TV e vi que era mais uma reportagem acusando Lula. Os milhões de pontinhos coloridos das imagens e o som metálico se fundiram em minha mente e um frêmito imperioso tomou conta de meu corpo e minha alma. Uma força envolvente me dominou. Fiquei parado não sei quanto tempo e ouvindo muito distante minha filha dizer que era Lula e ia desligar a televisão. Aos poucos fui adormecendo.

Meu sono foi continuamente conturbado com imagens e pessoas que não conseguia identificar. Foi aí que fui tomado de total surpresa. Acordei dominado por uma intensa alegria dizendo para mim que era Lula o homem que deveria matar. A certeza era tamanha que rapidamente fiz buscas sobre o endereço de Lula, e me certifiquei se ele estaria lá onde morava. Comprei a passagem e fui para São Bernardo. Hospedei-me em um pequeno hotel, e às dez horas em ponto estava na frente do prédio onde Lula.

Pensei entrar no prédio e ir logo ao encontro de Lula e acabar com o impulso assassino. Não precisou porque chegaram alguns trabalhadores e Lula apareceu na frente do prédio de bermudas, camisa da CUT e tênis. Foi chegando e sendo abraçados pelos trabalhadores que disputavam sua atenção. Com a mão no bolso esquerdo da calça, fiquei segurando a pistola. Não sei quanto tempo passou, mas fiquei paralisado quando vi Lula. Paralisia geral com sensação intensiva de deslocamento e quebra espacial-temporal. Síncope ontológica, diria Sartre.

O meu lugar, meu passado, os meus arredores, meus amigos, meus objetos, minhas ideias, minha morte, tudo como situação expressa pela liberdade e facticidade, o Para-si que se ultrapassa rumo ao ser do Em-si, como diz Sartre, tudo se dissipara. Não posso afirmar que fui nadificado, porque vivenciei minha volta ao Estar-no-Mundo. No mundo com Lula.

Voltei ouvindo Lula me chamar de companheiro pedindo que eu me aproximasse dos trabalhadores. Ele me abraçou e perguntou se eu era chegada a uma pinga, eu sou, mas não respondi. Ele lhe pegou pelo braço esquerdo e pediu que eu entrasse. Já na sala, olhei as paredes com fotos de dona Marisa Letícia. Ele me viu olhando as fotos e disse em um profundo suspiro, minha grande estrela companheira. Tomei um trago da melhor pinga que já provara, conversei com os trabalhadores, e quando já começava a noitecer, me despedi, e disse que tinha que ir para uma reunião em outro lugar. Lula me abraçou e me aconselhou para que eu tivesse cuidado.

Na rua, me senti como se tivesse pela primeira vez existindo. Tudo era tão claro e distinto. Tudo tão compreensivo e aconchegante, tão sublime. Era isso que eu procurava: o sublime. Meu impulso não era para matar um homem, mas encontrar um homem que me auxiliasse a matar, em mim, o homem-dogmaticamente paranoico que me impedia de existir autenticamente. E só Lula poderia realizar essa transmutação. O sublime-Lula era o movimento real, de Marx, a vontade de Potência, de Nietsche, o conatus, de Spinoza, o Devir-Povo. O corpo constituinte da democracia.

O júbilo! Lembrei-me do filósofo Clèment Rosset, com seu entendimento de júbilo como alegria a força maior. Era o que vivenciava. Jubilosamente dei um pulo sobre um bueiro e a pistola saltou de meu bolso caindo no bueiro disparando um tiro. Um grupo de jovens, ao ouvir o estampido, bradou eufórica, gol do Corinthians!

 

ESOPO, A MENTIRA E AS MÍDIAS SEQUELADAS

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                                                                                   Para o sapateiro, Cândido.

Esopo foi um fabulista que viveu no século VI a.C. Embora tenha sido escravo e depois libertado, era um pensador-moralista. Escreveu várias fábulas cuja moral era sempre um ensinamento, considerado como busca de virtude entre os homens. Suas fábulas mostravam erros e acertos nas relações dos homens, mas principalmente a ignorância. Para fabular as relações entre os homens, Esopo, recorreu ao antropomorfismo, atribuindo aos animais os valores ditos humanos. Sentimentalidade humanística. Uma incongruência, visto que os animais têm suas próprias singularidades que os diferenciam do animal, aristotelicamente, humano. Como cada animal tem sua potência-singular, nenhum animal serve de semelhança para os homens, diria o filósofo Spinoza. Entretanto, as fabulosas estórias de Esopo tocam bem a moral e servem bem para o que ele se propunha.

Para o propósito dito pós-moderno, Esopo, tem uma fabula chamada Hermes e os Artesãos.

Um dia Zeus chamou Hermes e mandou que ele preparasse o veneno da mentira e distribuísse entre todos os artesãos. Hermes, seguindo a ordem de Zeus, preparou o suco e saiu para distribui-lo entre os artesãos. No fim da distribuição do suco da mentira, Hermes, percebeu que faltava o sapateiro. Como havia sobrado uma grande quantidade de suco da mentira, Hermes, deu todo o resto ao sapateiro.

Moral: é por isso que o sapateiro mente mais que os outros.

É certo que o conceito de sapateiro que os gregos cultuavam é diferente do nosso conceito. O sapateiro não mente, ele gosta de contar estórias e histórias. É por isso, que é bom ir ao sapateiro. Pode-se se contar com umas boas prosas. O que não é caso da mentira. A mentira é um recurso imagético humano que tem como objetivo ocultar uma realidade contra o entendimento claro e distinto. Mente-se para se ocultar. O sujeito que mente para outro não quer que esse conheça o que ele oculta: a verdade. A mentira é uma espécie de proteção para àquele que mente. Quem tem a realidade como ameaça. A mentira é um meio que o mentiroso usa para alcançar vários fins. Ela é um recurso da falsa política: Bush mentiu para invadir o Iraque. A verdade: o Iraque não tinha armas químicas.

Entretanto, a mentira é uma ilusão, porque ela sempre se manifesta e é visibilizada. Mesmo quando ela usa o recurso da metamorfose e se mostra como segredo. Porque o segredo não existe. Com diz o filósofo Baudrillard, “o segredo do secreto é não ter nenhum segredo”. E mais, como dizem os filósofos Deleuze e Guattari, para o segredo existe sempre uma criança, uma mulher, um pássaro para revelá-lo.

Na nossa pós-modernidade, sem qualquer preocupação em errar, as maiores realizadoras da mentira são as mídias sequeladas. As chamadas grandes mídias. Adaptando a fabula de Esopo para nossa chamada realidade ficaria assim:

Um dia o Capital chamou o Patrão e lhe colocou uma missão: produzir e distribuir o suco da mentira entre todas as mídias do Brasil, porque a mentira não existe sem publicidade. O Patrão, prontamente assim o fez. Pegou o vasilhame com o suco e saiu a distribuí-lo. Quando imaginava que já havia distribuído o suco para todas as mídias, lembrou que faltavam a Globo, Veja, Época, Jornal Estado de São Paulo, Folha de São Paulo. Como havia sobrado uma grande quantidade do suco da mentira, o Patrão, chamou essas mídias e entregou-lhes o pote com tudo. E elas beberam-no com sofreguidão a ponto de quase se engasgar.

Moral: é por isso que elas escamoteiam notícias, mentem, principalmente contra os governos populares do Brasil e de outros países. A mentira para elas é seu fator-psíquico mitomaníaco. Para os freudianos, sua neurose de base, mas para os antipsiquiatras, seu estado paranoico. Elas existem na força da aparência criada pelo capital através do dinheiro, produção e consumo. Daí, que são incapazes de perceberem o real/democrático, visto que ele torna-se dissipado diante de suas percepções e compreensões monetárias. Como o capitalismo é uma forma alucinada de existência as mentiras das mídias são usadas para protegê-lo contra qualquer ameaça de revelação da verdade. Pobre crença! Como diz a filósofa Hannah Arendt, a mentira pode impedir a verdade, mas jamais substituí-la.

Essa sim, a mentira analisada pelo sapateiro. Um profissional que tem o dom da dromografia. Sabe por quantos movimentos passaram os sapatos. E daí, quantas mentiras escondem uma cidade e suas mídias-mitomaníacas.

TURISMO 2050

 

Escrito por: Yudi Oda

– Carminha, querida, estou de volta!

– De volta, Babete? Tava viajando?

– Ai, Carminha, insensível, nem notou minha falta?

– Bem, querida, você sabe, né? Eu sou da terra, você é do ar, eu gosto de Titãs, você do Belo, eu sou Arco-Íris, você é cor-de-rosa… sabe como é…

– Vixe, lá vem você falar de política de novo!

– Política? Que política? Falei de geografia, música, ótica, estética… Aloooou!! Acorda, filha! Você sabe pra que serve um livro?

– Tá de mau humor, hoje, é amiga?

– Ô, Babete, você ligou pra falar alguma coisa importante ou é só pra ficar com nhé-nhé-nhém?

– Tá amiga, já sei, já sei, você é toda “cult”, né? Não gosta dessas minhas frivo… frivo o que mesmo?

– Frivolidades, Babete, frivolidades, mas desembucha logo, mulher!

– Ai, Carminha, acabei de voltar de uma viagem lindíssima, amiga!

– Sei, sei… aquelas viagens que você adora, né? Bem clichê! Torre Eiffel, Torre de Pisa, Coliseu, Louvre… Como diz aquele famoso filósofo francês, aquelas “viagens sem sair do lugar, no seio das mesmas redundâncias de imagens e de comportamento…”

-Te enganei, tolinha! Imagina se eu vou visitar a Europa, cruz-credo! Você sabe que não gosto de pobreza! Além do mais, o que é que tem de interessante em ficar visitando aquelas ruínas, aquele monte de prédio cheirando a mofo, rodeados de mendigos! Querida, eu gosto de glamour, luxo! Comprei o famoso pacote “Volta ao mundo-BRICS”, com direito a trechos de avião, transatlântico, hidroavião, trem-bala! E, claro, só visitei os chiques berços da civilização, países ricos, luxuosos e desenvolvidos: Índia, África do Sul, China…

-É, Babete, você só muda de lugar mesmo, né, perua? Deixe-me ver se adivinho: você esteve no Museu do Apartheid, em Soweto, na Galeria de Arte de Joanesburgo, visitou a Grande Muralha, a Praça da Paz Celestial, na Índia, esteve no palácio de Rashtrapati Bhavan, no Portão da Índia, visitou os templos vivos de Chola…

– Quem te contou, Carminha?

– Pois é, quem é mesmo a tolinha aqui, querida?

– Veja se adivinho de novo: você estava rodeada daquela gente esnobe de classe média alta, glutões e fofinhos como você, com suas máquinas fotográficas, que adora comprar bibelôs feitos em série por trabalhadores em regime de semi-escravidão, acreditando que é “artesanato local”; comem “comida típica” em restaurantes com“chefs” europeus, onde os nativos são, no máximo, auxiliares de cozinha, pra picar cebola e descascar batatas…

– Credo, amiga, você só vê o lado ruim das coisas!

– Ah! Claro, tem o lado bom das coisas. Vocês dão esmolas a garotos rotos fazendo caras de famélicos e carregando animais da região presos pelo pescoço, ouvem a “sapiência”daqueles guias turísticos que decoram os textos fornecidos pelas agências, vão a points badaladíssimos…

– Ai, Carminha, poupe-me dessa sua ironia!

– Ironia, querida? Não é você que estava contando vantagem, se dizendo tão “chique” e expressando os mesmos preconceitos contra os europeus que eles dispensavam a nós mesmos até o início deste século, querida?

– Pois é, estou apenas retribuindo a eles, Darling!

– Retribuindo? Você se tornou uma cópia fiel desse turista colonialista europeu ou estadunidense do início do século, não tem nada de “chique”, você é tão retrógrada quanto eles!

– Ai, Carminha! Você tá é com inveja! Blá-blá-blá-blá… Nhé-nhé-nhém… Ti-ti-ti…

-tu-tu-tu-tu-tu…

– Alô, Carminha! Carminha! Alô! Ih! Desligou? Ai, ai! Esses filósofos são um povinho tão esquisito!!!

 

Bruxas e padres: uma história infantil

*Welton Yudi Oda

Há muitos e muitos anos atrás, viviam mulheres muito bondosas e bonitas, conhecidas por todos como bruxas. Elas tinham uma bela pele escura, cabelos compridos, lisos e negros e viviam em lugares belíssimos no meio da floresta, em casas simples e aconchegantes.

As bruxas eram muito solicitadas pelas pessoas para que dessem conselhos ou indicassem receitas de medicamentos naturais para suas doenças e sempre estavam dispostas a contribuir. Suas ervas e poções foram herdadas das antigas tradições de seus povos e tinham grande eficácia.

Apesar de tão bondosas, sua atuação era vista com desconfiança pelos terríveis padres. Os padres eram homens muito maus, de pele branca ou rosada, com narizes enormes, verrugas e que podiam voar montados em vassouras. Em seus castelos mal-assombrados, estas terríveis criaturas possuíam enormes caldeirões, que utilizavam para cozinhar criancinhas, temperadas com asas de morcego, caudas de lagartixa e veneno de cobra.

Eram seres muito poderosos e temidos. Cultivavam uma relação de senhorio com seus seguidores e adoravam ser considerados os salvadores. Por isso, a atuação das bruxas era tão indesejada. Para os padres, só o seu deus deveria interferir na saúde e bem estar da população e não um bando de mulheres hereges.

Adoravam imagens de figuras tristes e, por vezes, agonísticas, esculpidas em barro ou madeira. Seus templos tinham um aspecto triste e fantasmagórico. Suas maiores inimigas não eram exatamente as bruxas, mas todos que se opusessem à sua doutrina. Perseguiam, executavam e matavam mulheres libertárias, pessoas com outras crenças e com comportamentos sexuais diferentes daqueles que seus livros sagrados prescreviam. Costumavam queimar na fogueira seus adversários, em rituais macabros.

Os padres perseguiram por longos séculos estas bondosas mulheres, que passaram a praticar seus ritos de maneira clandestina, já que a população amedrontada passou a evitá-las e, inclusive alguns seguidores dos terríveis padres passaram a denunciá-las em troca de ascensão social. Os rituais de cura das bondosas bruxas tornaram-se proibidos e considerados malditos.

Nos dias de hoje, as bruxas não são mais queimadas na fogueira, mas suas tradições continuam a ser desvalorizadas e outros terríveis vilões associaram-se aos famigerados padres nesta empreitada: pastores e cientistas. Os primeiros passaram a difamar, sistematicamente, as bruxas, atribuindo os poderes curativos delas ao demônio. Os cientistas, por sua vez, apoderaram-se de muitos de seus conhecimentos tradicionais e passaram a sintetizar medicamentos em macabras construções, conhecidos em seu conjunto como Indústria Farmacêutica.

E, pra piorar, as belas florestas onde antigamente viviam as bruxas, foram quase dizimadas e as ervas que usavam para produzir seus remédios já não podem ser conseguidas com tanta facilidade. Deste modo, as bruxas foram submetidas ao pior de todos os castigos: além de ter seu poder bastante reduzido, sua própria saúde hoje depende destes terríveis charlatães.

Hoje existem tão poucas bruxas que muitos acreditam que esta história é ficcional. Além disso, sua beleza e jovialidade já não são mais como dantes. Então, se bater à sua porta, uma mulher perguntando se você possui um galho de arruda, hortelã, mastruz ou guaco em seu quintal… Meus parabéns!

Você acaba de encontrar uma bruxa! Sua vida nunca mais será a mesma!

*Welton Yudi Oda é doutorando em Biologia e contista aprendiz.

ENCARCERADOS

Welton Yudi Oda*

Nilte Buzzati, 68 anos, dona de casa. Acorda cedo para fazer o café da família. Feira? Só mais tarde, na hora da xepa. Pechincha tudo e consegue ótimos preços. Depois, dia sim, dia não, vai à casa da filha. No dia-não arruma a casa.

Só sai de dia. De noite é muito perigoso (abre exceção para ir ao culto semanal, com a graça de deus). Não tem boas relações com os vizinhos. Considera-os uns pretinhos grosseiros, mal-educados e malandros. Eles, por sua vez, a consideram uma velha caduca.

Adelson Maia, químico, aluno de mestrado. Gosta de trabalhar em casa. Mora num edifício em área nobre. Gasta dois terços de seus proventos (às vezes mais) com aluguel, condomínio, água, luz e telefone, muito telefone.

Às vezes vai à faculdade, lugar perigosíssimo, localizado entre dois morros, onde atuam duas facções rivais. Tiroteios são frequentes. As paredes são cravejadas de balas.

Não anda de noite pelas ruas. Não anda pela cidade. Não anda com os vidros dos carros abertos e procura não ficar parado nos cruzamentos.

Sua namorada já foi sequestrada.

Para Adelson, o mundo é muito perigoso.

Tito e Sanny são geólogos. Adoram conversar com os amigos, degustando um bom vinho e pratos refinados com música ao fundo.

E não vacilam. A cidade onde vivem é muito perigosa. Seu condomínio fechado é um paraíso, mas do portão pra fora começa o inferno. “Andar pelas ruas da cidade é pra quem quer ser assaltado”, diz Tito. “Não se pode confiar em ninguém”, diz Sanny.

Lima, 70 anos, adora futebol, palavras cruzadas, o programa do Antena e também o jornalismo da TV Rocó. Passa tanto tempo em frente à TV que mal consegue esticar completamente as pernas. Aliado a isso, sua barriga enorme torna sua postura bastante arqueada.

Para Lima o mundo está cada vez pior. Decadência total. Nas raras vezes em que sai de casa, manda chamar, pelo telefone, o taxista de confiança. Tem tanto pavor de sair de casa que chega a suar frio e empalidecer. Para criar coragem, toma uns goles de cana.

Seu esporte predileto é infernizar a esposa, mulher muito boa, paciente e de pavio enorme, mas que certo dia, milhares de sapos engolidos depois, perdeu a paciência com sua grosseria e arremessou uma faca em sua direção. Feliz ou infelizmente errou, mas desde então Lima é um pouco menos grosseiro.

Odeia partidos de esquerda, greves, sindicatos. “Tempo bom mesmo foi o da ditadura militar”, diz convicto.

*O autor é doutorando em Biologia e constista aprendiz.

O MILAGRE (conto)

Welton Yudi Oda*

Acabaram as últimas moedas. Não tinha mais nem um puto. Aos poucos vira a si próprio alçado à condição de quase indigência, vira lentamente despontar, por sob a pele, as raquíticas costelinhas de seus dois filhos. Temente a deus, jamais deixara de acreditar que um dia veria, pessoalmente, as mãos do divino agindo em seu favor.

Martelavam em sua cabeça as duas últimas frases proferidas pelo pastor no último culto, quando, ao final, pedira a ele um aconselhamento particular. “Os desígnios de deus são insondáveis”. “Deus escreve certo por linhas tortas”.

Estava convicto, precisava agir, digamos, de modo não ortodoxo. Era esse o recado do pastor. Emprestou o revólver de seu irmão e, resoluto, foi até a padaria de um ganancioso freqüentador de uma destas seitas da prosperidade. “É este canalha que vai me ajudar neste corajoso ato de justiça social. É mais fácil um camelo passar pelo buraco de uma agulha do que um rico adentrar ao reino dos céus”.

Ladrão inexperiente, não usou capuz, não checou câmeras de segurança e tampouco deu alguma voz de comando para o assaltado. O padeiro, por sua vez, lembrando dos testemunhos de bênçãos que ouvira dos irmãos de sua igreja que conseguiram se livrar de assaltos invocando o nome do altíssimo, não teve dúvidas, bradou energicamente:

ABANDONE ESTE COMÉRCIO, EM NOME DO SENHOR!!

E, em nome do senhor, levou um balaço no peito. Assustado com o grito, o meliante amador acabou puxando o gatilho. Logo ele, que jamais pensara em atirar, sabia que, sem uma ajuda superior, não teria coragem de efetuar o disparo. Correu então para o bolso do padeiro e encontrou justos R$ 223, 00, exatamente o valor devido na taberna, motivo pelo qual perdera o direito ao abençoado fiado.

Emocionado, ajoelhou e orou, agradecendo o milagre.

*O autor é doutorando em Biologia e constista aprendiz.

A MEMÓRIA DE UM TEMPO ESTRANHO

Eu quero uma casa no campo. Do tamanho ideal, pau-a-pique e sapê.” Era o que eu escutava quando eu tinha os meus vinte e poucos anos, na década de 70. Eu gostava de Zé Rodrix. Não gostava de Guarabira e nem de Sá. Eram pernósticos. Queriam ser tomados por revolucionários, ‘posudos’ intelectuais. Comigo não. Eu era romântico, do tipo “Olha aqui, presta atenção, essa é a nossa canção. Vou cantá-la seja onde for, para nunca esquecer o nosso amor”. Eu era a própria paixão.

Como estudante universitário, só queria terminar meu curso e ser um profissional capaz de construir uma família feliz. Um pai de família indicando o caminho para meus filhos, do jeito que meu pai me ensinou, na graça de Deus, família e pátria. A trilogia de minha realidade. “Quem se opor a qualquer um dos três é uma anomalia, uma aberração, um comunista”, dizia meu pai. Eu acreditava. Jamais vi alguém duvidar dessa trindade.

Hoje, nesse domingo, aos 59 anos, aposentado, mais ainda trabalhando particularmente, visto que minha profissão permite, do alto da proteção desse prédio, nessa avenida ilustre, eu escuto a namorada de meu filho dedilhar o violão, cantando uma música de Belchior: “Se você vier me perguntar por onde andei, no tempo em que você sonhava. De olhos abertos lhe direi: ‘Amigo, eu me desesperava’.”

Há pouco, ouvi uma de minhas filhas, a que estuda advocacia, falar entusiasmada com a mãe, dizendo que o governo Lula está propondo um projeto para ser analisado no Congresso sobre os crimes hediondos no tempo da ditadura. O Plano Nacional de Diretos Humanos. Segundo minha filha, está havendo uma grande contestação pelos representantes das classes dominantes.

Estou com medo. Não deveria ter medo. Mas estou com medo. Eu queria que meu filho fosse um homem justo, mas nunca cantei uma música para ele como sua namorada está cantando. E ele a ama. Eu nunca falei para minha filha sobre ditadura no Brasil. Como jovem que fui, não podia. Eu queria uma “casa no campo”. Mas ela agora está envolvida com o Plano de Lula. E pelo muito que sei dela, não é uma simples fase de estudante. Vai passar. Não vai. Ela sempre foi honesta. Além de quê, ela é finalista.

Mas o meu medo não é um medo qualquer. O meu medo é a certeza que tenho que nenhum deles vai vir até aqui comigo, nessa varanda, no alto desse andar classe média, tomando “o meu uísque”, falar sobre os temas que os afetam. Esse, o meu medo. Saber que todo o meu futuro-presente não existe, porque foi assassinado no meu presente passado, quando eu só queria “uma casa no campo”, no tempo em que o Brasil se “desesperava”.

Esse, meu medo. Se agora não tenho importância para eles, é porque não tive um passado histórico que hoje pudesse servir de referência para me colocar junto com eles. Esse, meu medo. Não passar de um estranho nesse apartamento.


USAR O CONTROLE REMOTO É UM ATO DEMOCRÁTICO!

EXPERIMENTE CONTRA A TV GLOBO! Você sabe que um canal de televisão não é uma empresa privada. É uma concessão pública concedida pelo governo federal com tempo determinado de uso. Como meio de comunicação, em uma democracia, tem como compromisso estimular a educação, as artes e o entretenimento como seu conteúdo. O que o torna socialmente um serviço público e eticamente uma disciplina cívica. Sendo assim, é um forte instrumento de realização continua da democracia. Mas nem todo canal de televisão tem esse sentido democrático da comunicação. A TV Globo (TVG), por exemplo. Ela, além de manter um monopólio midiático no Brasil, e abocanhar a maior fatia da publicidade oficial, conspira perigosamente contra a democracia, principalmente, tentando atingir maleficamente os governos populares. Notadamente em seu JN. Isso tudo, amparada por uma grade de programação que é um verdadeiro atentado as faculdades sensorial e cognitiva dos telespectadores. Para quem duvida, basta apenas observar a sua maldição dos três Fs dominical: Futebol, Faustão e Fantástico. Um escravagismo-televisivo- depressivo que só é tratado com o controle remoto transfigurador. Se você conhece essa proposição-comunicacional desdobre-a com outros. Porque mudanças só ocorrem como potência coletiva, como disse o filósofo Spinoza.

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CAMPANHA AFINADA CONTRA O

VIRTUALIZAÇÕES DESEJANTES DA AFIN

Este é um espaço virtual (virtus=potência) criado pela Associação Filosofia Itinerante, que atua desde 2001 na cidade de Manaus-Am, e, a partir da Inteligência Coletiva das pessoas e dos dizeres de filósofos como Epicuro, Lucrécio, Spinoza, Marx, Nietzsche, Bergson, Félix Guattari, Gilles Deleuze, Clément Rosset, Michael Hardt, Antônio Negri..., agencia trabalhos filosóficos-políticos- estéticos na tentativa de uma construção prática de cidadania e da realização da potência ativa dos corpos no mundo. Agora, com este blog, lança uma alternativa de encontro para discussões sociais, éticas, educacionais e outros temas que dizem respeito à comunidade de Manaus e outros espaços por onde passa em movimento intensivo o cometa errante da AFIN.

"Um filósofo: é um homem que experimenta, vê, ouve, suspeita, espera e sonha constantemente coisas extraordinárias; que é atingido pelos próprios pensamentos como se eles viessem de fora, de cima e de baixo, como por uma espécie de acontecimentos e de faíscas de que só ele pode ser alvo; que é talvez, ele próprio, uma trovoada prenhe de relâmpagos novos; um homem fatal, em torno do qual sempre ribomba e rola e rebenta e se passam coisas inquietantes” (Friedrich Nietzsche).

Daí que um filósofo não é necessariamente alguém que cursou uma faculdade de filosofia. Pode até ser. Mas um filósofo é alguém que em seus percursos carrega devires alegres que aumentam a potência democrática de agir.

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