O Sertão nordestino está em festa. Nunca deixaremos de cantar essa conquista que é a chegada da água no Sertão do Ceará, Pernambuco, Paraíba e Rio Grande do Norte.
A classe dominante e a seca foram muito severos com o nordestino. Esse povo comeu o pão que essa elite e os coronéis amassaram. É um povo de retirantes como muito bem cantou João Cabral de Melo Neto no poema Morte e Vida Severina.
A seca expulsou nordestinos para o Sul e para o Norte. No Amazonas tornaram-se soldados da borracha. Para cá vieram levas deles para trabalhar na exploração do látex que promovia o boom da economia no Amazonas. Dessa época, fruto do suor desses trabalhadores foram construídos prédios como o Teatro Amazonas, Palácio da Justiça, Palácio Rio Negro, símbolos da burguesia predadora amazonense. Nos panteões desses monumentos não aparece nenhum nome desses soldados da borracha, desses trabalhadores, trabalhadoras. Só constam nomes dos governantes.
“Setembro passou/ Oitubro já veio/ Já estamos em Novembro/ Meu Deus que a de nós/ Assim fala o povo/ Do seco Nordeste/ Com medo da peste/ Da fome feroz” mandou ver o poeta da roça, Patativa do Assaré.
O eu lírico cantante interrogava, questionava a seca, o medo e a fome. Meu Deus o que a de nós?
As quatro estações que no Sul do Brasil são todas definidas, no Sertão só é Sol e verão. E tem eleições e só os coronéis, classe dominante as ganham e o povo a morrer, tísico, como retirante vai pro Sul, Centro Oeste tornar-se Candango. Constrói Brasília.
Sempre explorado em todas as partes e a Literatura e as demais artes como o Cinema mostrando o Cangaço, Lampião e Maria Bonita, Padre Cícero e o Juazeiro do Norte, a forma de mistificação e religiosidade usada para cultivar a dominação como se vê em Antônio Conselheiro, Canudos, Os Sertões de Euclides da Cunha, Geografia da Fome de Josué de Castro.
Não podemos esquecer o alagoano, autor de Memórias do Cárcere, Vidas Secas, Angústia, São Bernardo, Graciliano Ramos. E cabe aqui citarmos um trecho de sua obra Vidas Secas intitulado Festa. É uma família que morava no Sertão e um dia foram participar de uma festa religiosa na cidade. As crianças nunca tinham ido à cidade. Quando lá estão a chegar deparam-se com coisas e objetos que nunca tinham visto e não sabiam seus nomes. Ficaram maravilhadas. Será que tudo aquilo tinha nome? Os homens tinha capacidade de memorizar tantos nomes?
É dessa forma que hoje estamos a ver no nordeste do Brasil, todo mundo maravilhado com a chegada da água da transposição do rio São Francisco feita por Luís Inácio Lula da Silva, Dilma Vana Rousseff e por milhares de trabalhadores que devem ter seus nomes gravados e mencionados nos panteões de concreto dos aquedutos, reservatórios e nos eixos de distribuição. A água eles não conheciam na quantidade e volume que chega hoje. Só ouviam falar, era rara, escassa. Era racionada. Ninguém pulava na água. Hoje, tem peixe e pescadores. Hoje, onde ela chega é motivo de festa e festa porque ela foi idealizada por um grande brasileiro, o maior e melhor presidente do mundo. O turismo e o comércio nas margens dos reservatórios é um sucesso.
Natural de Garanhuns no Sertão de Pernambuco, o maior, pobre, retirante foi pra São Paulo no Pau de Arara e nunca esqueceu os seus concidadãos. Era preciso resolver o problema da seca no Nordeste. Nas duas monarquias que este país teve esse projeto foi pensado. Dom Pedro II e Dom Fernando Henrique Cardoso príncipe sem Trono amigo de um afrodescendente originário de países nórdicos não os concretizaram. Concreto mesmo, só com o nordestino, Doutor Honoris Causa de inúmeras Universidades espalhadas por todo o mundo, Luís Inácio Lula da Silva.A transposição da água do rio São Francisco para o Sertão de Pernambuco, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte é obra iniciada em 2007 com Luís Inácio Lula da Silva. A ida, outro dia lá, do golpista Temer foi só pra nos fazer rir porque o povo do nordeste, do Brasil e até os minerais sabem, principalmente a água que o idealizador do projeto foi Lula e continuado por Dilma a presidenta que foi eleita com 54.501.118 votos.
Os méritos dessa grande, portentosa e magnífica obra é dos governos populares de Luís Inácio Lula da Silva, Dilma Vana Rousseff, João Cabral de Melo Neto, Ariano Suassuna, Patativa do Assaré, Belchior, Lampião e Maria Bonita, Zumbi dos Palmares, Graciliano Ramos, Lourival Holanda, Glauber Rocha, João Guimarães Rosa, Manuel Bandeira, todos, todos que trataram sobre as mazelas e misérias do nordeste e especialmente é obra do Povo, dos verdadeiros democratas sem demo do Brasil.
Leitores Intempestivos