Há vinte anos passados a Organização Não-Governamental Grupo Arco-Íris realiza a primeira Parada do Orgulho LGBT no estado do Rio de Janeiro. Na ocasião, embora vista com certa timidez tanto pelos participantes como pelo público, a parada foi um sucesso criando um fato político para a causa. A população começou a entender que direitos humanos não se limitam apenas a situações materiais de existir como moradia, transporte, saúde, educação, lazer, etc., mas também modus de vida livre, sem discriminação, preconceito e exclusão.
Foi o grande acontecimento político que a sociedade não estava acostumada em perceber e que passou a olhar com outros olhos e entendimentos o que a comunidade LGBT exigia como seus direitos. De lá para cá ocorreram algumas conquistas, porém a luta continua para outras conquistas fundamentais como defesa da vida dos membros da comunidade que em seis anos viu 600 travestis e transexuais assassinados. Segundo dados da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, só no ano de 2012, foram registrados 9. 982 violações contra a comunidade LGBT. 46,6% maior do que no ano de 2011. Os casos são de violência psicológica, 80%, discriminação 74%, e violência física, 33%.

20º edição da Parada do Orgulho LGBT na orla de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), neste domingo (15). Com o lema “Palavras Ferem, Violência Mata”. jose lucena/Futura Press

20º edição da Parada do Orgulho LGBT na orla de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), neste domingo (15). Com o lema “Palavras Ferem, Violência Mata”. jose lucena/Futura Press

20º edição da Parada do Orgulho LGBT na orla de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), neste domingo (15). Com o lema “Palavras Ferem, Violência Mata”. jose lucena/Futura Press

20º edição da Parada do Orgulho LGBT na orla de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), neste domingo (15). Com o lema “Palavras Ferem, Violência Mata”. jose lucena/Futura Press
O tema “Palavras Ferem, Violência Mata” vai contra não só a violência cotidiana sofrida pelos membros da comunidade LGBT, mas também contra o presidente da Câmara Federal – até agora – Eduardo Cunha que foi o grande impulsionador da aprovação do Estatuto da Família. Logo ele cuja própria família faz parte da corrupção que ele hoje está sendo investigado junto com a mulher e a filha. ‘Honesto” e ‘ probo’ representante da família-cristã.
Para Almir França, presidente do Grupo Arco-Iris, pesar dos ganhos, houve retrocesso.
“Um dos retrocessos foi aprovação do Estatuto da Família. Também houve avanço do fundamentalismo religioso e de ideias heterossexistas higienizadas. Isso é um retrocesso intelectual. Por um lado, a academia avançou nesse conteúdo, mas por outro na sociedade civil, não ainda é um grande tabu na edicação”, observou França.

20º edição da Parada do Orgulho LGBT na orla de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), neste domingo (15). Com o lema “Palavras Ferem, Violência Mata”. jose lucena/Futura Press

20º edição da Parada do Orgulho LGBT na orla de Copacabana, na cidade do Rio de Janeiro (RJ), neste domingo (15). Com o lema “Palavras Ferem, Violência Mata”. jose lucena/Futura Press
Na abertura da parada, o que chamou a atenção do público e dos participantes foi a Ala das Mães pela Diversidade composta por mães de membros da comunidade LGBT. Para elas, suas atuações são formas de fortalecer a luta contra toda discriminação que violente os LGBTs, como o Estatuto da Família aprovado por pelo processado Eduardo Cunha, em tempo de cassação, e seus pares conturbados por resíduos paranoicos-sexuais que são projetados nos homos.
“Nós estamos aqui justamente para acabar com a homofobia, a transfobia e a lesbofobia. Nosso filhos são seres humanos iguais a quaisquer outros”, disse Inês Silva, coordenadora da Mães pela Diversidade, que tem um filho gay e uma filha lésbica.
Um ponto importante, também, na parada foi à participação do Comitê Organizador Rio 2016 com o objetivo de cadastrar o publico LGBT para ocupar vagas nos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos no ano que vem. Eles podem trabalhar na entrega de medalhas.
Leitores Intempestivos