Às vésperas da reunião dos chefes de Estados de vários países do planeta que acontecerá no mês de junho de 2012, no Rio de Janeiro, temas como Código Florestal, cheias do Rio Amazonas e resultados do Censo Demográfico de 2010 feito pelo IBGE servirão para análise e um alerta do que está ocorrendo no nosso planeta.
Não é de hoje que ambientalistas e gente do povo vem falando que a poluição do ambiente causada pelo homem vem provocando alterações na vida de todos os seres vivos do planeta.
Ignacio Ramonet, no livro Guerras do Século XXI, novos temores e novas ameaças, publicado pela Editora Vozes, tece dizeres nada vislumbrantes sobre a vida na Terra. Os desastres ecológicos estão se sucedendo. Teremos problemas com falta de água doce e as florestas morrerão.
Por falar em florestas, a não cidade de Manaus está no meio da floresta amazônica. Era pra ser a cidade mais arborizada do planeta. Mas não é o que vemos. No último censo demográfico de 2010 feito pelo IBGE que apresenta as características urbanísticas do Entorno dos domicílios, consta que é uma não cidade depenenada, desarborizada, pois só aparece com 25,1% de árvores.
Essa desarborização de Manaus começou no período da ditadura militar a partir de 1964. Na ocasião foi indicado como prefeito-interventor o coronel de exército, Jorge Teixeira. Nessa época as principais avenidas e ruas da cidade como João Coelho, Constantino Nery, Luis Antony, Sete de Setembro, Estrada do Aleixo possuíam frondosas mangueiras, flamboyans, pau pretinho, castanheiras, dentre outras árvores típicas da região.
No afã capitalístico de mercado, empresas construtoras e funcionários públicos municipais iniciaram um reordenamento urbanísticos da cidade começando pela derrubada de árvores históricas para ampliação e asfaltamento dessas vias. O resultado é o que vemos hoje, uma cidade sair num levantamento do IBGE com 25,1% de arborização.
Pra rearborizar algumas avenidas como a Djalma Batista, Max Teixeira, Grande Circular, em 2004 o prefeito Alfredo Nascimento importou de Goiás palmeiras imperiais. Na época foi bastante criticado devido o preço das mudas e a dificuldade que teriam para adaptação. Na ocasião engenheiros agrônomos disseram que não dariam certo e o recomendado era plantar pau pretinho, típico da região e que oferece uma envergadura ampla com bastante sombra. As palmeiras não evoluíram e estão por aí raquíticas como politicamente está o senador que as importou.
Mas a cidade não apresenta só esse caos. Consta com 20,2% de esgoto a céu aberto, 6,2% de lixo acumulado. Esgoto e lixo são os principais responsáveis por uma série de doenças que vai da simples verme a doenças mais sérias como hepatite, viroses, micoses, meningites.
Manaus era pra ser uma cidade. Com o pólo industrial e um povo trabalhador não era para vivermos num lixão como esse. E os responsáveis estão ai mexendo no tabuleiro polítco “brigando” para indicar o candidato para continuar a saga que governa o Estado a mais de 30 anos e quer gerir a administração da descapital.
Se esses senhores tivessem compromissos com o povo era para essa não cidade ser arborizada, não possuir esgoto a céu aberto, não acumular lixo, possuir um sistema de transporte que não humilhasse sua população.
Mas como não há essa preocupação, estamos na passagem do período chuvoso para o verãnoso e ai nos preparemos para os 40º graus na sombra de nossas casas e trabalhos, porque nas ruas desarborizadas vai “feder chifre queimado”.
– Por que tu não falas também sobre Belém que não aparece nada bem nas estatísticas? Belém é Belém. Está assim porque a cidade das mangueiras antes da Carepa que deu uma reorganizada, foi administrada pelo partido do príncipe do sociólogos, Fernando Henrique Cardoso que se preocupou mais em privatizar as empresas brasileiras do que se preocupar com o povo paraense e dos demais estados brasileiros.
Concluindo, queremos dizer que o encontro das autoridades no Rio de Janeiro para debater sobre o meio ambiente vem em boa hora, pois nosso país vive uma degradação ambiental, moral e ética que precisa ser discutida para que a gerações futuras não sofram as conseqüências de desastres ecológicos como a falta de árvores, de água doce, jaraquis e tambaquis de rio, este último, hoje, já bastante escasso.
Leitores Intempestivos