O fato já é comum, embora tenha tido da sociedade racional profunda contestação. Sempre que estudantes se reúnem para manifestarem insatisfação contra alguma decisão dos governos que lhes atingem de forma negativa, logo aparece a reação (de força pétrea psicológica reacionária) em forma de violência provocada pela polícia desses governos.
A população brasileira mais uma vez presenciou, ou teve notícia, da truculência da Polícia Militar do governo Alckmin, do PSDB, partido da burguesia-ignara, contra estudantes que realizavam manifestações na Avenida Paulista contestando o aumento da tarifa do transporte público que passou de R$ 3,50 para R$3,80.
O resultado da truculência policial deixou dezenas de jovens feridos por estilhaços de bombas, balas de borracha e cassetetes. De acordo com o Movimento Passe Livre (MPL) foram 20 estudantes feridos.
Foi mais um déjà vu policial, expressão de como os governos do PSDB não sabem trata com temas relativos à educação. Dias passados, o mesmo braço repressor de Alckmin usou de violência contra estudantes que protestaram contra o plano de “reorganização” do ensino público que o governado queria impor aos estudantes, seus país e a comunidade.
Em nota a Anistia Internacional condenou a truculência da PM de Alckmin. Ela considerou “muito grave que a Polícia Militar de São Paulo continue reprimindo protestos pacíficos com uso excessivo e desnecessário da força e detenções arbitrárias”.
“A politica aplicada pelo governador de São Paulo de criminalizar os movimentos sociais e reprimir manifestações como a de ontem mostra cada vez mais a face autoritária e repressora de Geraldo Alckmin que não condiz com o Estado Democrático de Direito que vivemos.
Saímos às ruas por não pactuar com mais um aumento abusivo dos transportes públicos, por acreditar no nosso direito em acessar a cidade e entender que esse aumento vai contra isso”, disse Ângela Meyer, presidenta da União Paulista dos Estudantes Secundaristas (UPES).
“É uma violência lamentável, muito ruim que o governo Alckmin siga essa truculência. A policia está cada vez mais equipada para empregar a violência. Agora não pode mais se manifestar? Tem que escolher o que a polícia quer? E o direito de ir e vir? A Constituição foi rasgada pelo governador nesse episódio”, sentenciou Martim de Almeida Sampaio, diretor da Comissão de Direitos Humanos da OAB(SP).
“Esta atitude não condiz com uma sociedade democrática onde é legítimo o direito de manifestação de todo cidadão. Não podemos aceitar a forma covarde e violenta com que o governador Alckmin e os governos do PSDB em outros estados tem agido para reprimir toda e qualquer ação da sociedade civil organizada, seja do movimento sindical durante as greves, dos movimentos sociais e mais recentemente as agressões a alunos, pais e professores contra o fechamento de escolas no estado de São Paulo”, observou , em nota, o Diretório Municipal do Partido dos Trabalhadores de São Paulo.
“Foi um ataque covarde. Mais um ataque covarde contra manifestantes pacíficos”, disse a Central Sindical Conlutas.
Vejam os vídeos que mostram o “carinho” usado pela polícia contra os estudantes. Mas na mídia burguesa, como a Globo, os estudantes são colocados como agressores. Por sua vez, o secretário de Segurança, Alexandre de Moraes, teceu elogios à ação da PM. “Ótima a alteração da estratégia”.
Ontem, dia 6, artistas de várias expressividades estéticas em São Paulo realizaram shows de solidariedade, Virada Ocupação, aos estudantes que lutam contra o plano de ‘reorganização’ do ensino público proposto pelo governador do estado Geraldo Alckmin do partido da burguesia-ignara, PSDB, que já mostrou nacionalmente que não carrega o sentido do educar.
Exemplo claro e irrefutável foi apresentado pelos desgovernos de Fernando Henrique, guru das direitas, quando desmantelou e sucateou a educação no Brasil. Outro exemplo próximo, a violência usada pelo governador do Paraná, Beto Richa, contra os professores chegando a afetar mais 200 profissionais da educação.
Conscientes de que os estudantes estão certos aos defenderem seus direitos de cidadãos, se impondo a violência do governador, violência nos dois sentidos, violência da ‘reorganização’ e violência policial, os artistas se solidarizaram com eles da mesma forma que outras entidades que lutam pelos Direitos Humanos e direitos democráticos.
A Virada Ocupação, que contou com 800 artistas escritos e 700 produtores e 800 profissionais da comunicação, é organizado pelo Coletivo Minha Sampa cujo obtivo é integrar a cidade em uma condição “inclusiva e sustentável”.
“A ideia de apoiar o movimento estudantil surgiu do entendimento da construção se uma cidade mais inclusiva passa pelos investimentos necessários em educação, e que qualquer mudança nessa política pública essencial deve ser amplamente discutida com os pais alunos e professores e beneficiar claramente a comunidade escolar como um todo”, disse um membro do Minha Sampa.
Durante a Virada Ocupação os artistas se apresentaram tanto nos espaços públicos como dentro das escolas ocupadas. Entre os artistas que realizaram os shows estavam Céu, Chico César, Maria Gadu, Criolo, Pitty, Clarice Falcão, Paulo Miklos, Lucas Santana, Analis Assumpçao, Tiê, Edgar Escandurra e Arnaldo Antunes.
Alguns dos shows foram transmitidos pela internet.
O estudante da escola técnica Etec, Francisco, para os íntimos, como o papa, Chico, não é um aluno, o que não tem luz própria. Ele tem luz própria que ilumina sua vontade de saber, como diz o filósofo Nietzsche, por tal compreende a ideia de democracia. Compreende e vive a educação democrática.
Movido pela vontade de saber foi à luta na Escola Estadual Professor Antônio Alves Cruz compor com os companheiros das mesmas ideias de resistência contra o plano de ‘reorganização’ do ensino público imposto pelo governador do estado de São Paulo Geraldo Alckmin do partido da burguesia-ignara PSDB que há mais de 20 anos impõe o atraso a sociedade. Vide, breve exemplo, a crise hídrica.
Chico sabia que a polícia de governos de direitas não contemporizam. Com esse conhecimento sabia que podia sofrer violência e ser preso. Então, ocorreu o óbvio: ele foi preso e no ato de sua prisão ele experimentou diretamente a reverberante voz do governo proferida pelo policial militar que lhe prendia. “Vai ser pior se resistir”. Os filósofos Foucault, Deleuze e Guattari dizem: é a voz marcadora de poder do Estado ecoando pelo corpo do policial sobre Chico.
Não se sabe se Chico, no auge de seus 16 anos, cursando o segundo ano do ensino médio, estudou Foucault, Deleuze e Guattari, mas ele não compôs com a ressonância replicante da sonorização imperiosa traspassada pelo policial como agente a serviço do aparelho de ressonância opressora do Estado.
Chico foi preso, mas, como todos os estudantes que participam da subjetividade ocupação de escolas, teve o apoio de seus pais. Na delegacia sentiu a importância da inteligência e eticidade dos pais em relação ao espírito democrático. Seu pai, Luiz Braga, corretor de seguros, disse que o filho tem princípios que ele, como pai, defende. Seu filho não é um fascista, machista, homofóbico, misógino, racista, imperfeições que dominam corpos antidemocratas. Seu Luiz, com sua luz, soube auxiliar na revelação da luz própria de Chico.
Agora, Chico encontra-se solto deslocando sua luz junto aos outros amigos com luzes próprias como manifestação da vontade de saber. Vontade de saber que os filhos dos coxinhas jamais poderão vivenciar dado ao Não que seus pais escolheram para obstruir a vida.
Veja o vídeo da TVT apresentado pela jornalista do jornal.
Depois do governador Geraldo Alckmin, junto com seu secretário de Segurança recorrer a eufemismo, afirmando que a polícia vem agindo dentro da normalidade com os estudantes, mais atos de violências contra estudantes são exibidos em via pública protagonizados por agentes da Polícia Militar.
Durante manifestação contra o plano de ‘reorganização’ do ensino público proposto pelo governador que vai alterar profundamente a vidas dos estudantes, professores, pais e comunidades, a polícia voltou a fazer uso de sua companheira de desejoso: a violência.
Impossibilitado de resolver o impasse criado por ele mesmo que se reflete em 208 escolas ocupadas, de acordo com o sindicato dos professores (Apeoesp), o governador vem usando a repressão como forma de dissuadir os estudantes da luta por seus direitos. Mas os estudantes vêm mostrando que acreditam em seus propósitos educacionais.
Diante da situação deplorável, várias entidades jurídicas anunciaram que vão recorrer a medidas judiciais contra o projeto ‘organização’. Entre essas entidades se encontram promotores da Justiça do Grupo Especial de Educação (Geduc) e da Promotoria da Infância e Juventude da Capital do Ministério Público de São Paulo, defensorias públicas do Núcleo da Infância e Juventude e Direitos Humanos.
Vejam as fotos que mostram a normalidade usada pela polícia de Alckmin contra os estudantes. Tudo sem “jamais perder a ternura”.
São Paulo – Os estudantes que protestam contra a reorganização do ensino paulista realizam novos atos na manhã desta quinta-feira (3) e bloquearam vias importantes de São Paulo. (Rovena Rosa/Agência Brasil)
São Paulo – Os estudantes que protestam contra a reorganização do ensino paulista realizam novos atos na manhã desta quinta-feira (3) e bloquearam vias importantes de São Paulo. (Rovena Rosa/Agência Brasil)
São Paulo – Os estudantes que protestam contra a reorganização do ensino paulista realizam novos atos na manhã desta quinta-feira (3) e bloquearam vias importantes de São Paulo. (Rovena Rosa/Agência Brasil)
São Paulo – Os estudantes que protestam contra a reorganização do ensino paulista realizam novos atos na manhã desta quinta-feira (3) e bloquearam vias importantes de São Paulo. (Rovena Rosa/Agência Brasil)
São Paulo – Os estudantes que protestam contra a reorganização do ensino paulista realizam novos atos na manhã desta quinta-feira (3) e bloquearam vias importantes de São Paulo. (Rovena Rosa/Agência Brasil)
Os estudantes do ensino público do estado de São Paulo não se intimidaram com as ameaças do governo Alckmin que afirmou que o plano de reorganização vai ser cumprido e vai combater os estudantes com “ações de guerra”, como afirmou Fernando Padula Novaes, chefe de gabinete do secretário de Educação.
O princípio de valor constitutivo da democracia é o diálogo, porque o diálogo é a manifestação de simpatia entre os que discordam de ideias, mas tendem a examinar suas discordâncias para brote o que é necessário a comunalidade. O bem de todos.
Mas quando esse princípio falta principalmente ao que receberam a outorga de autoridade, quando o diálogo é substituído pela força, temos a tirania. O comportamento tirânico de uma autoridade é a confirmação da ausência desse princípio racional o que se configura como o regime antidemocrático. É que o que está sendo comprovado em São Paulo com a posição do governador Alckmin com seu plano de reorganização do ensino que ameaça centenas de estudantes, suas famílias e comunidades.
Com a ausência de racionalidade no governo, quem vem sofrendo com essa posição antidemocrática são os estudantes que além de serem ameaçados em seus direitos de estudantes estão sendo agredidos física e psicologicamente pela polícia repressiva do governo.
A agressão sofrida pelos estudantes por força da polícia é uma das ocorrências mais presenciadas e divulgadas pelo Sindicato dos Professores do Ensino Oficial em São Paulo (Apeoesp). O sindicato divulgou ontem, dia 1º, que um polícia da Polícia Militar atirou contra uma escola ocupada.
“Era de madrugada e os estudantes estavam ocupando a escola. Nós acompanhávamos dando apoio. A polícia chegou da maneira mais agressiva possível e um dos oficiais deu um disparo contra a ocupação.
Isso é culpa do governo Geraldo Alckmin que na reunião de domingo incitou a violência”, disse Pedro Paulo Vieira de Carvalho, diretor da Apeoesp.
Se o governo de São Paulo não sabe nem qual é o conceito institucional de educação, imaginemos o conceito de Vontade de Educação saído do conceito Vontade de Saber do filósofo Nietzsche.
É a brutalidade contra a sensibilidade e inteligência.
A presidenta Dilma Vana Rousseff lançou ontem, dia 28, o Pronatec Aprendiz na Micro e Pequena Empresa para jovens a partir dos 14 anos até 18 anos. São 15 mil vagas para jovens da rede pública e que se encontram em situação de vulnerabilidade social como os que se encontram em abrigos, resgatados do trabalho infantil, adolescentes egressos do cumprimento de medidas socioeducativas e com deficiências.
O Pronatec Aprendiz é um desdobramento do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec) que tem parceria com a Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE), e os ministérios da Educação, do Desenvolvimento Social e do Trabalho e Emprego. O programa iniciará em 81 municípios escolhidos de acordo com o Mapa da Violência para possibilitar os jovens em vulnerabilidade a iniciarem rapidamente ao acesso ao programa.
O jovem, que vai cumprir 400 horas de aulas teóricas, vai experimentar a capacitação técnica e a inserção no mercado de trabalho com contrato de dois anos. Essa experiência vai ser registrada na carteira de trabalho e será garantida a cobertura da Previdência Social.
De acordo com o empregador o aprendiz deverá receber um salário-hora mínimo ou maior, recolher 2% total para o FGTS e 8% para INSS. Se ele for optante do Simples Nacional, a alíquota patronal será isenta. A Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica será responsável pela oferta dos cursos técnicos, pelas escolas técnicas estaduais e municipais do Sistema S, Sesi, Senai, Sebrae, Senar, Senac, Sest, Senat e Sescoop. Os cursos são custeados pelo governo federal.
O jovem interessado deve procurar o Centro de Referência e Assistência Social (Cras) onde poderá se inscrever e entrar em contato com a lista dos cursos oferecidos.
Durante o lançamento do programa, Dilma se posicionou sobre a aprovação da redução da maioridade penal.
“Onde não há Estado, parceria e organização empresarial, a tendência é que ações criminosas se desenvolvam mais e substituam as ações do Estado e da sociedade.
Temos que combater o uso de jovens pelo crime organizado, daí porque temos um critério para começar este programa, o critério é justamente áreas onde há maior grau de violência e portanto maior vulnerabilidade. Não podemos aceitar que o crime organizado substitua o Estado e a sociedade”, disse Dilma.
A pesquisadora Jacqueline Sinhoretto é a responsável pela pesquisa apresentada no Mapa do Encarceramento: Os Jovens do Brasil que mostra que há uma superpopulação carcerária, onde só entre os anos de 2005 e 2012, cresceu 74% e um grande número de presos são jovens entre os 18 e 24 anos. E mais, entre esses jovens a maioria é negra.
No decorrer da pesquisa o número absoluto de presos era de 296.919 e passou para 5i5.482. Sendo que 70% das prisões se deram por crimes patrimoniais ou envolvendo drogas e 12% de crimes contra a vida. Hoje, a população carcerária feminina é de 6,17%, correspondendo a 31.824 presas. Já a masculina é de 93.83%, correspondendo a 483.658 presos.
O Mapa do Encarceramento: Jovens do Brasil que foi divulgado pelas secretarias Nacional da Juventude (SNJ), de Politicas de Promoção da Igualdade Racial (Seppir) e Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) confirma que não há estrutura para o aumento da população carcerária.
A pesquisa confirma o grau de irracionalidade e indigência politica dos parlamentares que pretendem aprovar a lei da redução da maioridade penal. A obsessão em aprovar a redução penal mostra não apenas o sadismo que domina esses parlamentares como também o sentimento de culpa social que eles carregam e por isso pretendem penalizar crianças e jovens.
A superpopulação carcerária é uma realidade em todo o Brasil, afirma Jacqueline Sonhoretto.
“Todos os estados brasileiros já estão com superpopulação carcerária. A média do Brasil é 1,7 presos para cada vaga, a um custo variado entre R$ 2 mil e R$ 3 mil por presos. Em Alagoas, a média é de 3,7 presos por vagas. No entanto, há unidades com índice superior a 5 presos por vagas.
Este é um problema de direitos humanos pelo qual as autoridades brasileiras, por diversas vezes, têm sido interpeladas por órgãos internacionais.
Enquanto o aumento da população carcerária masculina foi de 70%, o da população feminina foi mais que o dobro: 146. Isso está fazendo nossa população carcerária ser cada vez mais feminina.
Para cada dois presos não julgados temos apenas um julgado. Isso mostra que não encontramos na Justiça condições para fazer o julgamento dessas pessoas. Se considerarmos que a maior parte das pessoas apenadas tiveram condenação entre quatro a oito anos, concluímos que, se houvesse preocupação da Justiça, em cumprir a lei, 20% dos presos poderiam cumprir a pena em regime alternativo”, analisou a pesquisadora Jacqueline Sonhoretto.
Para Gabriel Medina, secretario da Secretaria Nacional da Juventude, no Brasil a Justiça encarcera mal e não ressocializa os presos.
“O Brasil encarcera muito, encarcera mal e não ressocializa os presos. Prova disso é que, apesar de a juventude já vir sendo encarcerada, a situação do país não tem melhorado. Além de não ressocializar os presos, as instituições vêm colocando os jovens sob o domínio de organizações criminosas”, observou Gabriel Medina.
As politicas punitivas não funcionam, é o que acredita Jorge Chediek, coordenador das Nações Unidas no Brasil.
“A maioria dos países fracassou ao priorizar as políticas punitivas porque as causas dos crimes não foram reduzidas. Não é solução colocar mais gente na cadeia. Por isso temos recomendado que o país não mude a situação da maioridade penal”, disse Jorge Chediek.
Com um grande número de manifestantes representando entidades contrárias a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 171, de 1993, que reduz a maioridade de 18 anos para 16 anos, a Comissão Constituição e Justiça (CCJ) votou a PEC que propõe a redução da maioridade penal de 18 anos para 16 anos.
Deputados reacionários com a percepção e o entendimento do que seja criança e adolescentes, se reuniram em um número de 42 para votar a favor da redução da maioridade penal contra 17 progressistas e comprometidos com o futuro do país que votaram pela manutenção da maioridade.
No início da votação o relator, deputado Luiz Couto (PT/PE) votou pela inconstitucionalidade da proposta. PT, PSB, PCdoB, PPS, Psol, votaram contra. O resto votou a favor da redução. No muro ficaram os partidos Pros e PDT que liberaram seus representantes.
O “sábio” argumento dos deputados reacionários que votaram pela redução é que com a redução os crimes cometidos por crianças e adolescentes vão diminuir, porque eles vão saber que serão punidos. Inteligência própria de quem não deveria participar de um ato como esse, visto que não chegaram ao estágio da vida adulta, onde predomina as decisões racionais e não motivadas pelos seus próprios medos. Os medos que produzem a ignorância e a violência.
“Os jovens que estão aí preocupados, é só não cometer crime, fazer as coisas certas. Eu não quero colocar nenhum jovem na cadeia. Mas todo ano aumentam os índices em pelo menos 10% do número de jovens que cometem crimes”, disse o “sábio” deputado do PDT, Giovani Cherini.
“É só não cometer crime, fazer as coisas certas. Não quero colocara nenhum jovem na cadeia”, afirmou o “sábio” deputado. Será que ele sabe quais os motivos que levam os jovens a delinquência? Será que ele sabe quais são os corpos que formam nas pessoas o sentido do mal e bem? Será que ele sabe que essa proposta é uma forma cretina de simular a diminuição da culpa social dos fracassados adultos em relação às crianças? Pelo seu voto se entende que ele não chegou a este grau de entendimento necessário a produção dos direitos democráticos.
O deputado do Psol, Ivan Valente resumiu essa pétrea “sabedoria”.
“Eu vi argumentos aqui que eu nunca imaginei. Disseram ‘olha, vocês não têm acesso à escola, vocês são pobres, então vocês vão para a cadeia’. Isso é um absurdo. O papel do legislador não é esse. Nós não somos vingadores!”, falou veemente o deputado.
Diante do espetáculo dos horrores infanticidas, os manifestantes bradavam: “Não, não, não vamos aceitar, primeiro negam escola agora querem encarcerar!”.
Esses deputados odeiam as crianças e os adolescentes, porque não conseguiram serem crianças e adolescentes, por isso não chegaram à idade adulta. E agora querem que as crianças e os adolescentes sejam responsabilizados pelas castrações impostas por seus pais neles. É necessário que eles entendam – se é que podem entender -, que o Congresso não é uma clinica psicanalítica local onde eles possam sublimar suas frustrações.
O Seminário Juventude e Política Internacional que ocorre em Brasília e vai até o dia 4, quinta-feira, está sendo um momento importante para que os jovens que participam possam falar de suas experiências individuais que os impulsionaram-no a uma participação mais coletiva.
De acordo com suas afirmações, hoje profundamente engajadas nos compromissos políticos/sociais que escolheram como existir ontológico, inicialmente tudo parecia muito difícil, visto que não encontravam referencial que os atraíssem para uma postura compromissada coletivamente. Entretanto, foi só desenvolverem mais atenção sobre o mundo e escolherem um enunciado para discernir e trabalhar sobre seus elementos, que suas existências mudaram tornando-se sujeitos-participativos.
O jovem Diego, Calisto que descobriu aos 18 anos que havia contraído o HIV, falo como começou a ser mais coletivo. Agora, aos 25 anos Calisto é uma jovem com grande atuação não só no Brasil, como também em países estrangeiros onde participa de vários fóruns.
“Comecei a buscar o conhecimento, buscar os protocolos clínicos, a passar noite em claro estudando, juntando informações, perguntando a profissionais. Eu queria mostra um outro lado do HIV, um lado vida, de viver com qualidade de vida, mostrar que a gente consegue viver bem fazendo uso da terapia antirretroviral.
Quando eu assumi esse protagonismo frente à epidemia de aids, me tornei mais maduro, mais coletivo que individual, comecei a defender pautas que eu não defenderia antes. Eu nem entenderia a dinâmica. Acima de tudo, consegui dar voz e vez para a juventude frente ao cenário da epidemia de aids”, analisou Calisto.
Também aos 18 anos, Tâmara Terso, hoje com 27 anos, teve que tomar decisões para poder disputar uma vaga no curso superior em seu estado, a Bahia. Era preciso que ela e outros jovens do curso de jornalismo tivessem vez e voz na Universidade Federal da Bahia.
“Eu sou uma jovem do interior da Bahia, de Itamaraju, e fui para capital muito nova para organizar a ida para a universidade. Sendo uma jovem negra, do interior, que fez o ensino médio em escola pública, ao chegar na universidade federal, eu me deparei com milhares de contradições.
Pensei: ou eu me organizo aqui com meus colegas ou eu vou ter que sair da universidade. Entrei na causa por ser mulher negra, jovem e entender que essas barreiras colocadas pelo sistema capitalista, essa condição de desenvolvimento colocada hoje, exclui negros e jovens da condição de emponderamento. Se não há essa via de ativismo, você fica à margem”, disse Tâmara, que atua no Coletivo Brasil de Comunicação Social – Intervozes. Ela pretende continuar como ativista para democratização da comunicação social orientada para a causa negra.
Aos 12 anos, Ivens Reis Reiner, começou seu engajamento como ativista da causa dos direitos sexuais, porque sua escola, em Lavras, Minas Gerais, era diferente das outras escolas que não efetuavam a educação sexual. Aos 15 anos, por meio do Programa Saúde e Prevenção nas Escolas, já fazia articulação sobre o tema com o Ministério da Saúde. Aos 18 anos, entrou para a Youth Coalition For Sexual And Reproductive Rights, organização internacional que trata de temática dos direitos sexuais para a Organização das Nações Unidas (ONU).
“A gente tinha um grupo que proporcionava essas discussões em outras escolas. Com o tempo, fui me engajando em uma rede que tinha ideia de reunir projetos como esse no país inteiro. Ele já tinha um cunho mais político, de como fazer de que políticas públicas acontecessem, para efetivar isso, para não depender de inciativas específicas.
Apesar de o jovem ter o direito de ir à rede pública de saúde pedir uma camisinha, isso ainda é muito mal visto no Brasil. Então há um contrassenso, um país avançado no que diz, mas extremamente conservador na educação”, observou Reiner.
O Seminário Juventude e Política Internacional é uma realização da Secretaria Nacional de Juventude, da Presidência da República.
30 jovens representantes dos movimentos sociais se encontraram com a presidenta Dilma Vana Rousseff além de conversarem vários assuntos pertinentes aos seus interesses como transporte coletivo, reforma política, plebiscito, enfrentamento sobre estupro familiar, linguagem menos formal para falar com os moradores das favelas, também ouvirem dela que o governo não enviará ao Congresso projeto de lei sobre endurecimento às manifestações de rua.
Segundo informação de um dos participantes, Dilma, disse que eles têm que organizar uma pressão popular para que a sociedade force o Congresso a trabalhar sobre a reforma política, pois se for esperar pelos parlamentares ela não sai. Como exemplo o movimento das Direta Já! que forçaram a eleição para governadores e presidente da República.
O QUE FALARAM ALGUNS JOVENS SOBRE O ENCONTRO
“Ela anunciou que não enviará ao Congresso nenhuma lei que venha que venha para aumentar a repressão sobre os movimentos sociais. Isto é muito importante, porque hoje os movimentos de rua, assim como a juventude negra e pobre, sofre muita repressão policial”, falou Vic Barros, presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE).
“A presidenta é simpática à ideia de se construir um processo exclusivo, um plebiscito, uma consulta à sociedade sobre a reforma política. Nosso entendimento é o de que o Parlamento precisa discutir e ampliar o debate, mas que a sociedade precisa opinar sobre que reforma política ela quer”, falou Severine Macedo, secretária nacional de Juventude.
“Ela disse que não é uma questão só de caneta, que a maioria que ela tem no Congresso não é uma maioria em todos os temas e que é preciso uma conjuntura que envolva as ruas para pressionar o Congresso e fazer a reforma política”, falou Naná Queiroz, autora do movimento psicológico, político, social, moral e sexual, Não mereço ser estuprada.
“Não é questão de chamar de ‘mano’, mas falar em ‘caros companheiros’ para o jovem, ele não vai se identificar. A gente tem que falar a linguagem do jovem para ele entender. Tem muito curso, muito benefício para levar para comunidade, mas não chega no meio da favela. Por que não chega? Porque às vezes a linguagem não é adequada, não é certa”, disse o rapper Mc Chaveirinho, representante da Associação dos Rolezinhos.
“Neste momento, a gente enfrenta forte aumento de passagem em quatro capitais do país e uma intensificação de políticas e projetos de lei para repressão das manifestações. Se não existir intervenção prática na vida das pessoas, as manifestações vão continuar. A gente só vai ser convencido com ações práticas”, disse Clédson Perreira, representante do Movimento Passe Livre.
Durante o lançamento aos funcionários do Banco do Brasil do Vale-Cultura, na capital de São Paulo, a ministra da Cultura, Martha Suplicy, diante da onda contínua dos rolezinhos, afirmou que vai ter um encontro com os representantes dessas manifestações para discutir a sua realidade. Mas a ministra adiantou que por causa do rolezinho, seu ministério vai ter que rever a sua agenda cultural. No caso a política do ministério para a juventude.
“Em novembro, quando a gente teve a conferência de cultura, falamos em fazer um grande encontro da cultura com a juventude. O ministério já está trabalhando nisso. Estamos avaliando como fazer, porque era uma ideia, e agora com essa história de rolezinho, temos que adaptar um pouco.
Queremos escutar a juventude que compra tênis de marca, mas não vai a um cinema. Ou nem sabe o quão é legal fazer uma visita guiada a um museu e entender um pouco as coisas que acontecem nas artes.
Tem muito a ver com ser adolescente. Poder ter coisas que nunca teve, como um celular 3G, tênis de marca, camiseta do ídolo de futebol e poder se exibir nos lugares que nunca foi. Como psicóloga, consigo entender isso muito bem, agora tem um significado mais amplo, que nós temos que avaliar.
Tem que pensar o novo. E o novo nós não sabemos qual é. Vamos saber com eles o que eles acham importante. Quem só consegue comprar o tênis de marca, tem que conseguir usufruir da cultura de outra forma. Arrumar um jeito de isso acontecer é que vai ser a nossa ação”, observou a ministra.
O rolezinho é produto próprio da urbe. Da polis, portanto carrega signo político. Apesar de ser uma corruptela de rolê. ” Dá um rolê por aí”. Diria o filósofo Paul Virilio, uma manifestação dromológica. Caminhar pela cidade. Às vezes sem saber por onde e para onde. Quem sabe encontrar um broto, como diária o poeta-compositor-cantor de Sobral, Belchior. Quem não dá rolê pode ficar na mão. Na década de 70, mesmo com toda repressão se dava um rolê pela aí. “Vou dá um rolê, meu”. Rolê também tem semelhança com dá bandeira. “Vou dá bandeira para ver se aquele broto me saca e quem sabe não pinta um lance”. Ou “dá um role para descolar uma mina”.
Uma diferença do rolezinho para o role original é que o role é realizado individualmente. Algumas vezes, em grupo. Mas o rolezinho – embora seja uma figura linguística diminutiva – é realizado em bando. Bando no sentido deviriano, como diriam os filósofos Deleuze e Guatarri. Nada de linguagem policialesca: bando de marginais. São mil jovens em uma singularidade. Aí o medo das pessoas bem conformadas. Formadas com ideias retrógadas. O movimento dromográfico dos jovens causa ansiedade nos habitantes estabelecidos da urbe.
Foi exatamente essa ansiedade, saída do espanto de não poder controlar o movimento, que levou puristas-moralistas-burgueses, bem urbanizados em suas masmorras de classes a condenaram a manifestação. Ainda mais, o fato de elas serem realizadas em shoppings, o símbolo do consumismo que concede a ilusão de ser amado para quem tem dinheiro. A paz comercial dos shoppings, a dromografia rolezista propiciada por jovens das periferias, o espanto impulsionado pelo medo do assalto propagado pelos meios de comunicação histéricos, como a TV Globo, e, por fim, a ansiedade. Não tinha que dá outra opinião: é violência.
Todavia, como se trata de ano de eleição, algumas autoridades já consideram o rolezinho aceitável. Como ocorreu com o governador de São Paulo, o estado mais reacionário, apesar do desenvolvimento econômico, que disse ser rolezinho legal. Mas – como Obama -, contanto que não transgrida e coloque em perigo os bens privados e os consumidores.
O enviado especial para a Juventude do Secretariado-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ahmad Alhendawi, que está presente no Rio de Janeiro na Jornada Mundial da Juventude afirmou que as manifestações que vem ocorrendo no país desde o último mês mostram que é necessário o envolvimento dos jovens no debate político.
Para Alhendawi, os governos têm que estar atento pois “os jovens estão mostrando que eles precisam ser diretamente envolvidos nas políticas que afetam suas vidas. E esse envolvimento precisa ser diário. Com as mídias sociais, os jovens reagem, comentam tudo. E eles querem fazer o mesmo com o governo e com as políticas que afetam suas vidas. O trabalho de governantes nunca foi fácil, mas está ainda mais difícil agora. É preciso se abrir, engajar o cidadão”.
Na última semana o Governo Federal lançou o Forúm Participatório para juventude, uma ferramenta que envolve jovens no debate de políticas públicas e aproxima o governo das solicitações e sugestões debatidas pelos jovens no fórum. Para participar é só fazer um cadastro simples.
O Governo Federal lançou ontem de maneira experimental, através da Secretaria Nacional de Juventude da Secretaria-Geral da Presidência da República, a plataforma Observatório Participativo da Juventude (Participatório). Criada para incentivar a participação dos jovens e interessados na criação de políticas públicas, a plataforma amplia o diálogo social e se torna um dispositivo de participação popular. Para participar da plataforma é necessário fazer um cadastro simples e respeitar os termos de usos do sítio.
De acordo com a secretária Nacional de Juventude, Severine Macedo, aproxima das decisões os jovens que não participam de organizações sociais, além de conectar pela internet diversos jovens pois o Brasil quer “que esses jovens que militam e não podem participar de uma conferência tenham diálogo com outros jovens e com o governo federal.”
O Observatório Participativo, que traz em seu conteúdo um blog de debates, possibilidade de criação de comunidades, vídeos, eventos e discussões, dialoga também junto as chamadas redes sociais.
Para o secretário-geral da Presidência da República, ministro Gilberto Carvalho, o projeto surgiu antes das manifestações, mas o lançamento foi antecipado pelos anseios populares: “Há mais de um ano, estamos trabalhando no projeto. Havia previsão de lançamento em julho ou agosto. Claro que ele é oportuno neste momento, mas, de forma alguma, foi planejado a partir das manifestações. Não teríamos condição de lançar uma ferramenta com esta qualidade em um mês”.
Todo nosso Brasil jovem agora tem mais um espaço para debate racional na produção de uma subjetividade composta de afetos alegres constituintes por sua vez de uma nova relação social.
Movimento é tudo aquilo que produz o novo através de um discurso que não pode ser capturado por aqueles que estão aprisionados no falso pragmatismo do espaço estriado. Movimento aquele capaz de transformar uma realidade e produzir uma nova livre de opressão.
Os movimentos sociais buscam conquistar através da luta democrática trazer novas formas de discursos que se propaguem em um debate permanente na luta pelos direitos populares. Os movimentos sociais são formados por pessoas que possuem uma responsabilidade com o mundo e dedicam sua vida para uma transformação coletiva.
O que tem se visto com uma série de passeatas por todo o Brasil, pessoas que buscam seus 15 minutos prometidos para destoar como “lider de movimento, porta-voz do movimento, participante do movimento”. Assim eles buscam apenas o frisson que a moda de protestos vem trazendo. Eles consideram que cada grupinho queestá na rua protestando é um movimento social legítimo que abraça e se propõe a transformar todos os problemas do mundo com sua voz. Porém o que estes jovens que se intitulam “os do movimento” estão produzindo e transformando nos bairros de Manaus e junto com seus retrospectivos moradores?
Há em Manaus um grupo (em até então em pequeno número) acampado na Assembleia Legislativa do Amazonas e afirmando que não sairão de lá até terem suas propostas recebidas. Dentre as propostas estão basear os salários de deputados pelo salário mínimo, fim dos cargos comissionados e benefícios etc. Este movimento que se denomina “União dos Movimentos de Manaus” é formado por vários “movimentos” que afirmam ter participado das passeatas mas que se apresentam com um número muito pequeno, incapaz de eleger nem um líder comunitário.
A que ponto a ferramenta dos facebooks conseguem produzir mudanças sociais e na própria juventude? O que acontecerá com estes jovens quando a moda, ou quem sabe a lombra, passar? Imagina ainda com uma série de movimentos que se degladiam querendo mostrar mais seus rostos e acusando os outros de ser mais ou menos partidários, enquanto não se toma partido.
É o mesmo discurso impotente de sempre, uma vez que perdeu sua força ao ser tanto repetido. Frases de (d)efeito gritadas pelas mesmas vozes de sempre desde o tempo que existia futebol no Amazonas. Frases como : “o dinheiro do meu pai não é capim”, a propaganda automobilística “Vem pra Rua”, “Você aí parado também é explorado”, “o povo unido jamais será vencido” e tantas outras.
Pensemos na situação em São Paulo que desencadeou a série de movimentos no país. Iniciado pelo Movimento Passe Livre (MPL), as passeatas envolveram um número muito maior de gente em forma mais organizada. Mas por que? O MPL é sim um movimento social. Não se aproveita do oba oba da classe média descontente. O MPL existe há quase 8 anos e trabalha nos bairros periféricos de SP com palestras, bate-papos, eventos artísticos em escolas, centros comunitários. Um movimento que transforma cotidianamente.
Muitos podem perguntar se nosso bloguinho está muito pessimista ou está apenas rejeitando os movimentos manoquins. Não. Estamos afirmando que isto que se mostra como movimento é um fogo fátuo, um fogo de palha que não continuará nas microlutas cotidianas (Foucault) junto as comunidades. Portanto falaremos sobre os movimentos de Manaus.
DOS MOVIMENTOS SOCIAIS EM MANAUS
Em Manaus existem diversas produções dos movimentos sociais que se fazem presente na transformações dos problemas da cidade. Estes reais movimentos sociais tem o discernimento da situação que ocorre e através de sua inteligência não estão participando do grito vazio que vem ocorrendo ultimamente em Manaus.
Pensemos no Movimento dos Catadores de Materiais Recicláveis, Fórum permanente das mulheres de Manaus, Rede de Educação Cidadã, Fórum Permanente de Políticas Públicas, as Pastorais Sociais, Escola de Formação Fé e Política, Movimento de Luta por Moradia, Movimento Afro-descendente do Amazonas , Comunidades Eclesiasticas de Base, Grupos de mães e vários outros. Nenhum deles está indo para rua junto aos jovens. Não pois não pensam que a luta deles não é justa, não por que eles se sintam melhores ou que sua causa seja outra. Eles lutam pela cidade diariamente, e quando acabar estas passeatas des-movimentadas, os movimentos sociais continuarão suas discussões e trabalhos junto várias comunidades para que quando sairem para rua sua voz além de plural venha de dentro do peito, de sua vivência neste mundo capitalista que nos faz escravos. Estes gritos serão os que ecoam, pois as telas não podem gritar e nem os olhos que é hipnotizado por elas. É necessário desligar o botão, se envolver em um real movimento para que finalmente possa se ecoar que existe um jovem povo na não-cidade de Manaus.
As manifestações pacíficas e cidadãs continuam ocorrendo em todo o país criando um encontro nas ruas que em sua indefinição vem conseguindo construir formas diferentes de atuação e subjetividade que não conseguem ser capturadas pelo que já está constituido.
Já não é São Paulo, Rio, Salvador, Natal, Belém e Porto Alegre que são os centros principais da luta e que tem outras manifestações que apenas solidárias. Há em todo o país um envolvimento legítimo da sociedade civil em uma mobilização produzida pelo encontro de forças tensionantes que tendem a gerar um novo. E o novo não é apenas a redução da passagem como foi anunciada em cidades como João Pessoa (PB), Recife (PE), Cuiabá (MT), Porto Alegre (RS), Goiânia (GO), Pelotas (RS), Montes Claros (MG) e Foz do Iguaçu (PR).O novo é o que é criado nesta resistência as formas já constituidas e alienantes.
Obviamente as manifestações vem sendo usada pela mídia reacionária e pela direitaça no sentido eleitoreiro de desestabilizar a candidatura da presidenta Dilma através de um discurso de que os jovens agora acordaram e estão “cansados” (quem não lembra do movimento tucano dos cansados que uniu le crème da burguesia daslusiana nacional?). Esta midia golpiesta engole seu desespero em ver o governo Dilma só crescendo e em todas suas cartadas contra ele não surgir efeito no povo. Há sim movimentos legítimos, com propósitos que se envolvem em uma transformação de dizeres sociais. A questão são os grupos paramilitares representantes desta direita desvairada que se infiltram nos movimento pacífico para saquear, depredar e denegrir a imagem do movimento.
PROTESTO NOSSO DE CADA DIA NOS DAI HOJE
Em São Paulo, um dos epicentros dos protestos, os manifestantes do Movimento Passe Livre (MPL) foram recebidos pelo Conselho da Cidade e pelo prefeito Fernando Haddad. Além de ouvir os manifestantes, os conselheiros e explicar o aumento da tarifa, o prefeito se mostrou bastante disponível e admitiu a possibilidade de revogar o preço da tarifa, que voltaria a R$3,00.
O Movimento Passe Livre fez ontem seu 6º ato deste mês pedindo a redução da tarifa. Os manifestantes se reuniram a partir das 17 horas na Praça da Sé e no Largo São Francisco, no Centro de São Paulo.
De lá a multidão de em torno de 60 mil pessoas seguiram em uma caminhada rumo a prefeitura onde houve confronto, saques e depredação que só cessou quando parte dos manifestantes conseguiram isolar os dissidentes. De lá o grupo seguiu pela avenida Paulista, havendo no fim da noite novos confrontos nas intermediações da Rua Augusta. Além das manifestações na capital houve uma outra manifestação que fechou a rodovia Rodovia Raposo Tavares na altura da cidade de Cotia.
O Movimento Passe Livre continuará suas manifestações diárias na capital paulista e amanhã às 17 horas se reunirão na Zona Sul, com concentração na Av. Nossa Senhora da Sabará com esquina com a Avenida Interlagos, onde se dirigirão para Avenida João Dias.
Em São Gonçalo no Rio de Janeiro houve também uma grande manifestação pacífica, porém que teve presente um grupo de manifestantes que depredou ônibus, bancos e lixeiras, além de atirar pedras na polícia que prendeu cinco jovens.
Houveram ainda manifestações hoje em Belo Horizonte, em Florianópolis e Maringá (foto abaixo), onde se reuniram pelo menos 15 mil manifestantes em cada um deles sem registros de conflitos.
Em Portugal, centenas de brasileiros se concentraram em frente ao consulado do Brasil na cidade, na Praça Luís de Camões, para um ato de apoio às manifestações que ocorrem no Brasil.
DIA NACIONAL DE LUTAS CONTRA O AUMENTO DAS PASSAGENS
Diversas cidades brasileiras participarão do Dia Nacional de Lutas contra o aumento das passagens. Este ato nacional mobilizará paralelamente milhares de jovens nas mais diversas capitais e cidades pela vastidão deste país. Belém, Natal, Maceió, Rio, SP, Porto Velho, Belém, Manaus, Fortaleza, Palmas estão entre as cidades envoltas.
Haverá ainda manifestações fora do país em Paris, Madrid, Buenos Aires, Londres, Toronto, Chicago, Nova York, entre outras.
Abaixo listamos os facebooks das cidades participantes, já que este foi o meio gerador das manifestações. A maior parte das cidades terão as passeatas as 17 horas, mas é importante confirmar no link correspondente.
Durante o fim da tarde tarde e boa parte da noite, milhares de estudantes se reuniram na Av. Paulista, centro econômico-excludente de São Paulo, para protestar contra o aumento da passagem que atingiu o preço de R$ 3,20.
A manifestação que seguiu da Avenida Consolação passou pela Avenida Radial Leste, que foi completamente bloqueada, seguindo pela Avenida Liberdade, Praça da Sé, Avenida Rangel Pestana e tentando entrar no terminal do Parque Dom Pedro, onde um ônibus foi apedrejado e queimado. Reprimidos pela polícia, os manifestantes seguiram para a Avenida Paulista onde houve durante a noite um novo conflito.
Manifestantes colocaram fogo em latas de lixo para bloquear o acesso a avenida nos dois sentidos e quebraram posto de vigilância da PM, vidraças, orelhões, deixando o centro do capitalismo paulista estilhaçado.
No percurso da passeata diversas lojas foram fechadas e muitos comerciantes encerraram o experdiente mais cedo do que de costume.
Diversos manifestantes foram presos e muitos outros foram violentados pela Polícia Militar que fez a repressão. Este é o terceiro protesto do Movimento Passe Livre que não aceita o aumento na passagem de ônibus na cidade.
Com a intransigência dos orgãos públicos em discutir com a população, e da polícia em respeitar o direito de manifestação sem atingir os manifestantes não se pode reclamar dos protestos dos manifestantes. Afinal 20 centavos é uma violência enorme no bolso do trabalhador e este tem direito a se manifestar e ser ouvido.
Os jovens do meio rural terão, a partir deste ano, 5% dos lotes da reforma agrária em todo o Brasil. Com isso, o governo espera assegurar, nos assentamentos com vinte lotes ou mais, a permanência (ou o retorno ao campo) de jovens trabalhadores rurais solteiros até 29 anos, residentes ou com origem no meio rural.
“O nosso trabalho tem uma visão de acolhimento dos jovens que foram buscar conhecimento, oportunidades fora do assentamento e que depois de passar por um período de aprendizado – seja de qualificação profissional ou de vivência fora do assentamento – decidem retornar e transformar o lote da reforma agrária como seu espaço de vida e convivência com a sua família”, explica Guedes.
Segundo o presidente do Instituto de Colonização e Reforma Agrária, Carlos Guedes, a medida, estabelecida em portaria do ministro do Desenvolvimento Agrário, Pepe Vargas, é inédita, já que estimula o fortalecimento dos laços familiares e a manutenção dessas comunidades no campo.
A portaria também trata da “sucessão rural”, e vai beneficiar jovens cujos pais tenham dois ou mais filhos e que sejam assentados ou agricultores familiares, como prioritários no assentamento em lotes vagos em decorrência de desistência, abandono ou retomada, localizados em projetos de assentamentos do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).
O Semiárido brasileiro tem exemplo de jovens, que apesar das dificuldades impostas pelo clima, querem continuar no campo ou retornar a ele. É o caso de Sérgio Queiroz, de 26 anos, morador do Projeto de Assentamento Santo Expedito, a 87 quilômetros de Barra, na Bahia. O artesão já morou em Salvador, mas retornou ao sertão há dois anos.
“A vida do campo para mim é um recomeço: onde eu moro há um cenário maravilhoso. Eu mesmo planto e consumo a minha própria plantação e tenho uma visão de crescimento muito grande. Por eu ser artesão é onde encontro todas as minhas peças. Além de tudo, tenho a tranquilidade. Apesar disso, há o sol com frequência, o calor. A gente ‘briga com a natureza’ para sobreviver. Na cidade há os aparelhos tecnológicos, e aqui no campo, não. É você e a natureza direto. O agricultor tem de ter orgulho de estar nessa riqueza, não preconceito”, argumenta.
Sérgio disse que quer trabalhar com os jovens do assentamento para provocar a autoestima deles por viver na zona rural. “Temos de tirar a venda dos olhos das pessoas e mostrar que aqui é a mesma zona urbana, só que nós temos o privilégio de ter esse cenário que eles não tem. Vou começar esse trabalho com as crianças, porque é educando crianças que se educa o adulto”, acredita.
Daiarc Silva, de 23 anos, moradora da mesma comunidade de Sérgio, não teve oportunidade de morar fora do campo, mas afirma não ter vontade de deixar a região onde cria sua filha de dois anos. “Isso aqui é um bem que nem todo mundo tem e nem vai ter”, descreve.
“Tem muita gente que reclama de trabalhar no campo, de ficar no sol. Mas não tem coisa melhor do que colher o seu próprio alimento, o que você plantou e sabe de onde vem. Eu vivo isso. As dificuldades são relacionadas ao sol e ao transporte. O agricultor, pai de família, trabalha de sol a sol para ter e vender o alimento. Mas ele faz isso para ver seus filhos crescerem, estudarem. Ele não teve essa oportunidade, mas quer que o filho tenha”, conta.
Os jovens camponeses reivindicaram mais escolas no meio rural, já que muitos precisam percorrer quilômetros para estudar nos centros urbanos. “Nossa realidade aqui é diferente, não é como eles imaginam. Não quero ser só um morador do campo, quero ser respeitado”, disse Sérgio Queiroz.
De acordo com a secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do Ministério da Educação (Secadi/MEC), Macaé Maria Evaristo, o governo vai reforçar a formação de professores para atuar na escola do campo. Segundo a secretária, esse é um dos grandes desafios do MEC. Quarenta e três universidades do país vão oferecer licenciatura em educação do campo e formar 4 mil professores para atuação nos anos finais do ensino fundamental e ensino médio.
“Estamos trabalhando no acesso, permanência e aprendizagem do aluno que estuda no campo com o Pronacampo. Além da formação de professores, a prioridade é a construção de mais escolas em 2013, pricipalmente para atender ao ensino médio porque nessa etapa temos um índice menor de alunos no campo”, explicou.
Informações do MEC apontam que 23,18% da população rural com mais de 15 anos são analfabetos e 50,95% não concluíram o ensino fundamental. Dados do Censo Escolar referentes ao ano passado registraram que o número de matrículas nas áreas rurais obteve a alta mais expressiva, quando o número de matrículas saltou de 81.155 para 125.634 nos anos iniciais do ensino fundamental, e de 52.010 para 82.087 nos anos finais, um crescimento de 54,8% e de 57,8%, respectivamente. O ensino médio em tempo integral nas zonas rurais cresceu 34%, com uma evolução de 10.675 matrículas para 14.369.
“Desde o ano passado, a ampliação do Mais Educação, que é o ensino em tempo integral, tem permitido que a escola mobilize a comunidade com artes, cultura e recreação. Também temos atividades que dialoguem com o território local, como horta escolar, agroecologia, estudos sobre a memória da comunidade”, disse Macaé.
A não-cidade de Manaus sempre foi governada por pessoas tristes que tentaram e continuam tentando de todas as formas manter a população resignada e improdutiva. As produções pseudo (ou somente e raramente) artísticas foram sempre direcionadas a uma cultura-valor (aquela que adiciona valor aos que tem acesso a ela, em uma relação social de poder como expõe Guattari) para uma classe mediana e improdutiva.
Como já discutimos anteriormente Manaus é uma não cidade pois dificilmente se encontra artistas, vemos apenas aqueles que são dependentes do Estado para produzir suas pirações. Assim os poucos se mostram interessados muitas vezes esbarram nesta realidade deprimente e não conseguem ir muito adiante.
Porém quando diversas pessoas da sociedade civil organizada, cidadãos comuns como qualquer outro decide deixar esta realidade opressora de lado, acreditar na sua capacidade produtora independente de qualquer auxilio do estado e ir para a rua mostrar sua arte, sua voz, sua presença no mundo.
Esta foi a idéia do Arte Ocupa Manaus, uma ocupação de um dos espaços urbanos para que seja devolvido a produção e presença coletiva. Assim esta ocupação foi dar vida a não-cidade de Manaus que através das desadministrações políticas da cidade temos um verdadeiro cemitério a céu aberto. É só andar pelo Centro da cidade para perceber uma história de abandono da população pelos governantes e que por isto deve-se ocupar o espaço público para oxigenar as veias da não cidade.
Assim diversos grupos e artistas de rua decidiram ocupar no domingo da semana passada (17) a Praça Dom Pedro II, localizada ao redor da Antiga Prefeitura e do INSS. A recente reforma da praça com seu coreto e fontes pintados não escondem todo a deprimente realidade que a cidade se encontra, sem os serviços básicos principalmente nas quebradas do mundaréu onde estão as Zonas Norte e Leste. Porém diversas expressões de amazonenses produtivos, que não sofrem do sentimento de inferioridade imobilizante sobre outros povos (principalmente pelos mais ativ@s paraenses, maranhenses, piauienses, etc) e nem deixam ser deglutidos pela inoperancia do governo e dos artistofastros (falsos artistas).
E rolou a moçada da capoeira, do grafite, do freestyle, do rap, do samba, da poesia, das artes plásticas, dos malabares, do circo, e muitas outras atividades artística. Conversamos com os dois propositores do evento, a ativista Renatinha Peixe-boi e o Grafiteiro Raiz, que deram o início no evento que juntou mais de 200 pessoas em um encontro gostoso, produtivo, que aumentou a potência de agir de cada um que foi para conhecer somar e multiplicar este evento que foi o primeiro de vários outros a vir.
Eu acho que eu só consegui dá o enter nas idéias que já estavam no coração e nas idéias de muita gente, não só como em um espaço físico, mas no espaço do irreal, do intocado que está dentro de cada um, na possibilidade de fazer e ajudar de fato o irmão com coisas boas. Como por exemplo uma pintura de parede que pode modificar a vida de uma criança que está observando a arte de pintar a parede quando ela poderia está observando o cara alí fumando oxi. Então a idéia foi quando a gente veio pintar uma parede e quando a gente viu estavamos cercados pelas pessoas da comunidade, interessadas pela pintura, falando sobre as necessidades que são necessidades comuns de todo mundo: necessidade a cultura, a liberdade de expressão, de um espaço físico adequado para utilizar. Este aqui é o ponto de prostituição mais famoso da cidade, no entanto é em frente a primeira prefeitura, o prédio do INSS onde as pessoas ficam na fila pra receber um benefício. Então é mostrar que a gente não precisa de mais nada, não precisa de grandes estruturas para resolver nossos próprios problemas. Somos nós que vamos resolver os problemas, não vai ser o governo, não vai ser o dinheiro, vai ser boas ações. Só o fato de a gente estar aqui neste domingo hoje compartilhando, tenho certeza que vai nascer muita coisa boa .Pretendiamos fazer primeiro este encontro em uma mansão. A gente tava saindo de um centro cultural e foi passando na frente desta casa, a gente viu a porta aberta e pensou vamos invadir e fazer um centro cultural. Aí a gente foi entrando e vendo a grandiosidade da casa, cheia de mármore, com piscina, gigante. A gente chegou lá e pensamos em ocupar pra fazer uma exposição com o grafite, por a galera é isto aí, não tem medo de polícia, sabem muito bem dos direitos que defendem quando vão pra rua pintar. Só que a idéia foi crescendo e fomos ficando mais preocupada com a estrutura física, se poderia suportar a quantidade de pessoas. E no dia seguinte viemos aqui nesta parte de trás e a comunidade foi chegando e apreciando.” Renatinha Peixe-Boi
Os grafiteiros Hulk e Raiz
Os movimentos aqui em Manaus tem esperado muito das atitudes governamentais. Os skatistas não constroem mais suas rampas pra andar de skate. Então a gente reuniu esta moçada para a galera dar o que tem de melhor. E você está vendo que faltou alguns movimentos, isto por que os movimentos ainda estão fracos. Olha o grafite aí que veio, pintou tudo por que a galera realmente é independente. Mas temos que agradece a galera que fez mesmo, por que quem está aqui pra somar é a galera que temos que acreditar, tem que fortalecer, todo mundo tá tendo seu espaço aqui, isto não está custando nada, não tem nada com dinheiro, a gente está fazendo tudo na força de vontade. A gente quer mesmo é que a galera abra os olhos, por que se a gente diz que a arte salva, vamos provar isto, não vamos ficar esperando ações e atitudes de outras pessoas. E que massa que vocês estão fazendo esta entrevista, que possam divulgar, compartilhar, estar conhecendo uma galera que não conhecia pois é para promover uma união geral. Eu estou só feliz, os caras da polícia estão meio incomodados andando pra caramba, tomara que eles não pegue a galera do bomb que está fazendo uns riscos alí.” Raiz
Dando um rolê pela praça logo sentia a diversidade deste grande evento e um dos grupos que logo encheu o espaço de uma forte cultura multicentenária e história foi o pessoal da capoeira do Mestre Xangô que veio do São Jorge para mostrar esta expressão afro em conjunto com seu trabalho social e conversou com a moçada do bloguinho sobre o evento e da praça ser ocupada com arte.
Meu nome é José Carlos, sou o Mestre Xangô, presidente e mestre do Grupo Manaus Capoeira e sou morador do bairro de São Jorge há 41 anos. Este trabalho que a moçada está fazendo aqui é uma maneira de fazer uma pequena manifestação e se direcionar as pessoas que se preocupam muito com coisas pequenas, quando tinham outras coisas a se preocupar como a cultura, a dança, a arte, como as outras manifestações que são feitas em Manaus e fora dela por amazonenses que sairam pra divulgar já que aqui não tem espaço.
Nosso trabalho é um trabalho social no bairro de São Jorge, na quadra da Igreja de São Dimas, onde a única coisa que a gente cobra todo ano é o boletim escolar, se tiver ruim no colégio não treina e só volta quando estiver melhor. E como os meninos não querem perder o espaço onde treinam eles dão 100% no colégio. Por isto eu sempre digo que você tem que estudar e manter o esporte sim e dizer sempre não as drogas, mas sem nunca discriminar ninguém. A gente tem pouca divulgação no nosso bairro. Este evento que estamos fazendo podia estar cheio por que é um trabalho gratuito e esta manifestação devia ter em toda praça pública inclusive em datas como no dia 20 de novembro [Dia da Consciência Negra] que a cada ano que se passa está diminuindo mais, as pessoas quase não estão indo pras manifestações por que não está havendo uma atividade cultural e o que tem muitas vezes não tem nada a ver com a cultura afro ou negra. Por isto dentro dos bairros, das comunidades, as praças tem que estar limpa e aberta para a cultura. Estão utilizando as praças hoje, mas não tem espaço para as crianças, que é um direito delas ao lazer, ao esporte, a cultura que está dentro do ECA. Estão enchendo as praças de brinquedos onde ninguém pode mais brincar e se quiser brincar tem que pagar, enquanto a praça é pública. E assim todas tem que estar abertas para cultura.” Mestre Xangô
Além dos malabares que deixaram a praça com um aspecto alegre e lúdico estava presente o palhaço Curumim que encheu a praça de gargalhada da criançada e transeuntes que não resite a leveza do artista palhaço. Em uma conversa com o bloguinho o artista Rosival que recebe o palhaço Curumim falou sobre sua participação e da expressividade que este encontro tem para todos os cidadãos.
O palhaço curumim se sente honrado de poder vim numa praça como esta que tem todo um histórico em Manaus. Histórico em prostituição, de abandono e tudo mais. Então este movimento vem exatamente para resgatar a questão do espaço público que precisa ser cuidado. Então para o palhaço Curumim é extremamente importante que além deste lugar aqui a gente poder levar para outros lugares, porque Manaus está carente disto, carente de arte. E quando a gente fala de arte não é só o palhaço, mas arte com toda sua plenitude: levar as crianças, levar as vovós, os vovôs, levar todo mundo. Manaus precisa ocupar seus espaços, colocar arte, dar vida, por que Manaus precisa de vida. Neste domingão de chuva que está maravilhoso dá vontade de a gente sair pulando por estas praças. Adoro praça e este espaço veio a calhar e este movimento é que Manaus precisa acordar. Mais importante que os grandes eventos, o poder público também precisa investir na arte lá no bairro, lá na periferia, isto está faltando, valorizar isto, enquanto expressão da comunidade. É por isto que eu sou palhaço e é por isto que eu sou mambembe para ir a outros lugares.” Palhaço Curumim
A moçada do grafite se fez presente em mais um encontro artístico que contou com mais de 20 grafiteiros e considerados do Bomb com gente da antiga como Buiu, Rogério Arab, Paradise, Blur, Mega, e vários outros. Abaixo vemos um registro histórico da moçada com alguns grafiteiros que estiveram presentes desde o início do evento e que sempre trocaram suas experiências, amizade e estilos artísticos.
Conversamos com alguns grafiteiros que nos falaram deste grande encontro de grafiteiros e dos mais diversos artistas urbanos.
Eu acho muito válido em um domingo destes, ainda mais no Centro, eu amo pintar no Centro e é muito massa. Reunir toda esta galera, todo mundo aqui num domingão, sempre desenvolvendo a arte e quebrando estes mitos que arte é isto ou aquilo. Tudo é arte. Ela é vandal, é subversiva, mas é arte. Um artista se liberta, não importa o material, faz, aprende, se supera. Alguém tem que fazer os trabalhos para ficar melhor.” Paradise
Sou o escritor Soor que estou na rua na atividade e na minha opinião é um projeto muito bom que o cara vai trabalhando. É a arte que na vista de muitas pessoas é vista como vandalismo, mas o pessoal tem que saber diferenciar o vandalismo da arte de rua, que vem da arte da cultura urbana. É uma boa reunir a galera pra pintar no final de semana, estar se distraindo e convido toda rapaziada que puder vim ver nosso trabalho. Melhor do que estar envolvido em droga nós estamos com este trabalho que está tirando muitos jovens usuários de droga e trazendo aqui para o mundo da arte” SOOR
É bom que não é só o grafite aqui hoje como em geral é, tem todos estilos: o circo, grafite, artes plásticas. Isto no meu conhecimento é uma novidade. Bom estar mandando este grafite com a galera interagindo pra caramba, mesmo tendo só alguns espaços, a galera distanciada mas o clima está bom demais, tudo perfeito. Um dos melhores eventos da cidade e a idéia é se encontrar mais vezes durante o ano fazendo em outros lugares. ” Buiu
Também marcaram presença o pessoal do Freestyle, estilo de rima com base no rap, onde se tem que criar as rimas na hora. Os participantes fizeram mais uma Competição de Freestyle Amazonas e mandando muito bem. Os competidores se superavam para não perderem na rima do adversário, e assim tinham que usar sua capacidade para mandar sempre uma rima melhor.
E como a produção não parava em todos os cantos da praça muitos aproveitaram para ficar também durante a tarde, quando também foram chegando novas expressões para mostrar e trocar experiências com a rapaziada que já estava presente.
O pessoal do Mestre Xangô aproveitou para cair no samba de raiz e deixar a praça com ainda mais alacridade. Chegaram também vários poetas e mais grafiteiros que começaram a ocupar todo o Centro e seus espaços abandonados, alguns há mais de uma década.
E no agradável passeio pelo centro de Manaus vimos as cores encher Manaus da vivacidade das cores. Encontramos nesta caminhada pelos arredores do Centro as talentosas representantes do grafite feminino e trocamos uma idéia com as belas Lori e Hippie Greeny que deixavam sua arte sobre a cinzas telas que eram transformadas em pulsações visuais.
Na verdade este evento foi bom por que fazia muito tempo que não rolava algo assim que reunia todo mundo pra fazer uma ação assim. E fazer aqui no centro pra todo mundo se rever por que tinha muita gente que pintava há muito tempo atrás e que já tinha dado um tempo e com este evento se empolgou de novo e aí está aqui pintando e isto é muito legal. Pra mim fazer este trabalho é deixar um pedacinho meu no muro, então o que eu sinto eu deixo alí, independente do que eu sinto ou não, se estou mais feliz ou mais triste, tudo eu deposito alí pra não descontar em ninguém. É uma forma de eu liberar um sentimento preso em mim.” Lori- Arte sem limites (ASL)
Achei este evento muito bom por que tinha tempo que o pessoal não se encontrava. E o lugar está bem deteriorado, então dar uma cor para um muro totalmente sem vida é bem bacana. E não é só o grafite, são vários movimentos juntos, por isto acho que deveria ter mais. Participar de um evento assim é muito bom para o nosso crescimento, por que é uma coisa que vai ficar podemos fazer de novo e a gente vem retoca, faz diferente, sempre procurando evoluir. “Hippie Greeny
Acima vemos um dos grandes nomes do grafite e do bomb manauara, o sempre presente Blur que também apareceu para expor sua arte no Centro.
Abaixo vemos diversas telas (paredes) sendo ocupadas e criando um fluxo artístico que alimenta as veias esclerosadas da não-cidade de Manaus. Alguns lugares como os interiores de uma casa abandonada, terrenos baldios serviram de suporte para que a arte penetrasse em suas estruturas já bastante empedernidas
A arte das grafiteira Meg e Poly
O artista grafiteiro Broly
O estilo do bomb/grafite de Vapor
No fim da tarde agentes da Guarda Municipal apareceram para admoestar os grafiteiros por estarem utilizando de um espaço público e que foi relegado pelo poder público. Prédios como o antigo prédio do exército (foto acima) que se encontra há tempos abandonado e teve suas entradas cimentadas e percebe-se diversas plantas que se aproveitaram do abandono para crescerem nos espaços limites da construção.
Os agentes tentaram impor a idéia de que o ato de grafitar era vandalismo e que não tinha nenhuma diferença da pichação. O que prova o desconhecimento da lei de Crimes Ambientais que no seu artigo 65 diferencia e legaliza o grafite. O que os ocupantes estavam fazendo nada mais foi do que dar vida a um espaço afuncional e devolve-lo ao espaço público. Assim aos grafiteiros, cidadãos ativos não podem ser negado a liberdade de sua expressão artistica ainda mais como intervenção urbana.
Porém em um estado que onde a liberdade é tolida, a criação é desincentivada e os jovens marginalizados dificilmente se entenderá a expressividade do grafite e de uma produção como Arte Ocupa Manaus. Por isso mais vezes todos verdadeiros artistas que trazem seu talento ao mundo e as ruas continuarão a ocupar a cidade e novos eventos logo surgirão para que Manaus um dia possa vir a ser uma cidade, já que o possível já está dentro do coração da arte manauara.
O abuso sexual ocorreu em um acampamento de um retiro espiritual em Itapecerica da Serra, na grande São Paulo. O pastor de 63 anos, que é porteiro e ministra cultos na periferia da cidade, e que não teve seu nome divulgado pela polícia, depois de autuado em flagrante na delegacia da cidade foi transferido para o Centro de Detenção Provisória do município.
O abuso sexual foi possível, porque o pastor alugou um sítio no bairro Jardim do Éden, e convidou crianças e adolescentes para participarem do retiro espiritual, no fim da semana passada. Depois de algumas atividades recreativas, no sábado, pela parte da noite, todos se reuniram para jantar e em seguida, às 22, buscaram seus aposentos para dormir. Quando foi pela madrugada, aproveitando “o silêncio da madrugada”, resolveu fazer sexo oral em um jovem de 17 anos que se encontrava dormindo, e acordou em pânico, segundo relatou o jovem aos seus país.
Segundo outros relatos, antes do jovem de 17 anos acordar com o pastor lhe abusando, o pastor, foi até um quarto onde se encontravam alguns jovens um tanto transtornado. De acordo com os jovens, ele estava “atormentado”. Uma criança de 10 anos contou aos pais que o pastor havia entrado no quarto em que dormia, levantou seu cobertor, mas não tentou nada.
Os jovens contaram o ocorrido aos seu pais, que chamaram a Polícia Militar.
A presidenta Dilma Vana Rousseff ao participar da 9ª Conferência Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente, em Brasília, que tem como objetivo ampliar o debate sobre políticas públicas e consolidar o plano decenal dessa população especial, disse que a grandeza de uma nação não se mede por seu Produto Interno Bruto (PIB), mas pela proteção à criança e ao adolescente. O discurso da presidenta foi para fortalecer o lançamento do Protocolo Nacional para a Proteção Integral de Crianças e Adolescentes, que ocorreu na quarta-feira, dia 11.
Imbuída dessa missão, de proteger a criança e o adolescente, a presidenta Dilma disse ainda que vai aumentar o número de escolas em tempo integral no país para que a criança e o adolescente tenha maior vivência com os saberes e possam construir suas perspectivas de vida em sociedade.
Dilma, na ocasião, também defendeu a candidatura do procurador de justiça aposentado Wanderlino Nogueira Neto, ativista dos direitos humanos de crianças e adolescentes, ao comitê de Direitos da Criança da Organização das Nações Unidas (ONU).
O nome de Wanderlino foi apresentado oficialmente pelo Brasil para concorrer a vaga, em março. No fim do ano a ONU decidira quais serão os novos integrantes do comitê que tem como função acompanhar a execução das normas da Convenção dos Direitos das Crianças que é assinada por mais de 190 país.
“Uma grande nação tem que ser medida por aquilo que faz suas crianças e adolescentes. Não é o Produto Interno Bruto, é a capacidade do país, do governo, e da sociedade de proteger o que é o seu presente e o seu futuro, que são suas crianças e adolescentes”, discursou Dilma entusiasmada e otimista.
Um grande tento marcado na conferência foi a assinatura do acordo entre a Secretaria dos Direitos Humanos e o Conselho Nacional dos Procuradores-Gerais do Ministério Público (CNPG) sobre denúncias de violações de direitos de crianças e adolescentes pelo Disque 100, que vai ser interligado em tempo real com o Ministério Público dos estados e da União.
Em tempo real as denúncias serão enviadas para Coordenação-Geral de Direitos Humanos do CNPG, que irá encaminhar as informações às promotorias em cada estado do país.
“O Ministério Público vai apoiar o governo federal nas investigações e em todas medidas necessárias para proteger a criança e responsabilizar o agressor. Queremos que o Disque 100 tenha efeitos concretos”, afirmou a ministra dos Direitos Humanos, Maria do Rosário.
Para Cláudio Soares Lopes, presidente do CNPG, a parceria vai agilizar o processo das denúncias.
“Nesses casos a rapidez da informação é fundamental para a proteção das crianças e dos adolescentes, especialmente nos casos de crimes sexuais”, disse Cláudio.
EXPERIMENTE CONTRA A TV GLOBO!
Você sabe que um canal de televisão não é uma empresa privada. É uma concessão pública concedida pelo governo federal com tempo determinado de uso. Como meio de comunicação, em uma democracia, tem como compromisso estimular a educação, as artes e o entretenimento como seu conteúdo. O que o torna socialmente um serviço público e eticamente uma disciplina cívica. Sendo assim, é um forte instrumento de realização continua da democracia.
Mas nem todo canal de televisão tem esse sentido democrático da comunicação. A TV Globo (TVG), por exemplo. Ela, além de manter um monopólio midiático no Brasil, e abocanhar a maior fatia da publicidade oficial, conspira perigosamente contra a democracia, principalmente, tentando atingir maleficamente os governos populares. Notadamente em seu JN. Isso tudo, amparada por uma grade de programação que é um verdadeiro atentado as faculdades sensorial e cognitiva dos telespectadores. Para quem duvida, basta apenas observar a sua maldição dos três Fs dominical: Futebol, Faustão e Fantástico. Um escravagismo-televisivo- depressivo que só é tratado com o controle remoto transfigurador.
Se você conhece essa proposição-comunicacional desdobre-a com outros. Porque mudanças só ocorrem como potência coletiva, como disse o filósofo Spinoza.
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CAMPANHA AFINADA CONTRA O
VIRTUALIZAÇÕES DESEJANTES DA AFIN
Este é um espaço virtual (virtus=potência) criado pela Associação Filosofia Itinerante, que atua desde 2001 na cidade de Manaus-Am, e, a partir da Inteligência Coletiva das pessoas e dos dizeres de filósofos como Epicuro, Lucrécio, Spinoza, Marx, Nietzsche, Bergson, Félix Guattari, Gilles Deleuze, Clément Rosset, Michael Hardt, Antônio Negri..., agencia trabalhos filosóficos-políticos- estéticos na tentativa de uma construção prática de cidadania e da realização da potência ativa dos corpos no mundo. Agora, com este blog, lança uma alternativa de encontro para discussões sociais, éticas, educacionais e outros temas que dizem respeito à comunidade de Manaus e outros espaços por onde passa em movimento intensivo o cometa errante da AFIN.
"Um filósofo: é um homem que experimenta, vê, ouve, suspeita, espera e sonha constantemente coisas extraordinárias; que é atingido pelos próprios pensamentos como se eles viessem de fora, de cima e de baixo, como por uma espécie de acontecimentos e de faíscas de que só ele pode ser alvo; que é talvez, ele próprio, uma trovoada prenhe de relâmpagos novos; um homem fatal, em torno do qual sempre ribomba e rola e rebenta e se passam coisas inquietantes” (Friedrich Nietzsche).
Daí que um filósofo não é necessariamente alguém que cursou uma faculdade de filosofia. Pode até ser. Mas um filósofo é alguém que em seus percursos carrega devires alegres que aumentam a potência democrática de agir.
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BLOG PÚBLICO
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