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CRIANÇAS AFINADAS MALHAM OS JUDAS
Published terça-feira, 22 abril, 2014 Afin , Amazonas , Comunidade , Cultura , Devir-Criança , Judas , Kinemasófico , Política , Testamento de Judas Leave a CommentDois Judas, um referente ao Judas real e outro referente ao Judas imaginário. O primeiro é reflexo histórico constituído pelas experiências de mundo do próprio personagem que antes de ser incluído no discurso paulino bíblico, foi protagonista de suas ideias políticas e sociais. O segundo é reflexo da transfiguração do real em personagem mistificado pelo discurso paulino bíblico que fez uso da propaganda para transfigurá-lo em personagem traidor de Cristo, que o vendeu por 30 denários e o dedurou com beijo. O imaginário beijo de Judas.
O TESTAMENTO DE JUDAS ANO 2014
Published sábado, 19 abril, 2014 Brasil , Cultura , Debate , Democracia , Humor , Judas , Liberdade , Política , Religião , Testamento , Testamento de Judas 1 CommentTags:Afin, Cultura, Judas, Política, Testamento de Judas
Que tempo bom, amigos brasileiros! Que bom tempo de Páscoa! Tempo da passagem em meu amicíssimo Jesus Cristo. Transubstancial mudança sempre para melhor. Que alegria incontida de me encontrar novamente aqui no Brasil. Não podia ser diferente: eu amo vocês, brasileiros! E nesse tempo pascoal, tempo de Copa do Mundo, a maior expressão futebolística desse povo guerreiro que quer festa o ano inteiro. Tempo também de eleições. A festa democrática de um povo que soube suplantar uma ditadura desumana. Que tautologia a minha: toda ditadura é desumana.
É isso aí, amigos brasileiros! É isso aí, gente boa! É isso aí, gente fina! Aquela história mitificada e mistificada que inimigos de Cristo propagaram: que eu o traí por 30 moedas, não precisa mais tratar. Vocês já sabem o que verdadeiramente ocorreu. A história-real já explicou. Esse blog da Associação Filosofia Itinerante (Afin), também já explicou. Nossa luta era política. Cristo queria primeiramente a liberdade das almas individuais para depois realizar a liberdade coletiva. Eu pensava que deveria ser o contrário: a liberdade coletiva, primeiro. Errei. E feio, torcida brasileira!
Um povo não pode ser livre sem antes libertar sua alma individual. Cristo sabia disso. Esse o terrível medo dos imperadores romanos e judeus. O ladrão crucificado sabia dessa verdade. Barrabás, que era um militante político pró-Israel, também sabia. Barrabás, cujo sufixo aramaico Abbas, que significa pai, depois passou a ser o nome de uma banda sueca de rock romântico. Não é minha praia, mas fazer o quê? Por isso fizeram a propaganda para denegrir a Cristo e a mim. Todo tirano tem medo dos homens livres, por isso eles cultivam a escravidão. O medo do escravo é a grande segurança do tirano. Cristo era livre. Esse o medo dos tiranos. Para Cristo não havia dívida, não havia culpa para pagar, como quer Paulo. Nada de ressentimento, má consciência, remissão dos pecados, são invencionices dos que queriam Cristo como um tirano, como diz meu amigo filósofo Nietzsche.
Mas a verdadeira história já guardou em sua arqueologia o tempo verdadeiro da Boa Mensagem, e não a história mitificada e mistificada. Agora, se há ainda alguém que credita no tal do beijo da traição, para justificar sua ignorância, nada há o que fazer. Assim como não há o que fazer com alguém que acredita que 30 moedas poderiam comprar um Homem como Cristo.
A prova da trapaça histórica perpetrada pelos tiranos é a minha presença aqui junto de vocês. Se eu tivesse sido um traidor como eu estaria aqui no Brasil, com vocês, meus amigos, se esse é o país mais católico e cristão do mundo? Só se vocês fossem um povo otário. O que não é verdade. Se vocês fossem otários não teriam elegido o meu amigo Lula duas vezes e elegido Dilma, e não estriam prontos para reelegê-la. Quem é tão democrata assim, não é otário.
Agora vou enunciar, com a permissão de todos vocês, o meu Testamento 2014.
E agora preclaros brasileiros
Nesta festa pascoal
Vou abrir meu testamento
Com lembranças do bem e do mal
Porque amo esse povo
Desse país tropical.
Agora sem mais delongas
Vou enunciar meu testamento
Espero que cada agraciado
Mostre o seu contentamento
Pois se há coisa que não curto
É falta de reconhecimento.
Vou começar com minha amiga Dilma
Que governa com os sentidos e a razão
Por isso deixou-lhe inconteste presente
Sua comprovada reeleição
Ao meu companheiro Lula
Que faz tremer candidato afoito
Deixo-lhe a irrefutável realidade
Sua vitória em 2018.
Ao príncipe sem trono, Fernando Henrique
Campeão de rejeição
Deixo-lhe o Ulisses de James Joyce
Para lhe acompanhar na solidão.
Para o senador Aécio Neves
Candidato da ignara-burguesia
Deixo-lhe muito Sonrisal
Para tratar de sua azia.
Ao candidato Eduardo Campos
Socialista de fabulação
Deixo-lhe as orações de Marina
Para acalmar a frustração.
Para conspiradora TV Globo
Que todo dia perde audiência
Deixo a inteligência do povo
Para lhe levar a falência.
Para a trupe dos jornalistas reacionários
Que tramam contra o governo popular
Deixo-lhe o Troféu Cabo Anselmo
Para de sua missão se orgulhar.
Para a dublê de jornalista, Sheherazade
Apologista da tortura
Deixo a dignidade dos presos
Vítimas da ditadura.
Ao Paulo Henrique Amorim
Molière da ironia afiada
Deixo-lhe as virtudes de Serra
Uma fonte de piada.
Ao jornalista Mino Carta
Senhor de inteligência engajada
Deixo-lhe o elixir dos sábios
Para enfrentar a mídia depravada.
Aos companheiros da Carta Maior
A potência do jornalismo virtual
Deixo-lhes minha biblioteca
Inclusive a 1º edição do Capital.
Aos blogueiros-progressistas
Chamados pelos reaças de sujos
Deixo-lhes documentos inéditos
Que mostram quem são os ditos cujos.
Aos parlamentares calculistas
Que assinaram a CPI da Petrobrás
Deixo mais quatro anos pra Dilma
Pra eles curtirem seus ais.
Para burguesia-ignara
Cujo espírito é ambição e egoísmo
Deixo-lhe o fim de sua ilusão
A morte do neoliberalismo.
Aos médicos-burgueses
Defensores da medicina de mercado
Deixo-lhes o paciente do SUS
Feliz, confiante e curado.
Aos profissionais do Mais Médicos
Que os médicos-burgueses querem a destruição
Deixo-lhes a fé inquebrantável
Praga de invejoso não pega em cristão.
Ao deputado Praciano
Que com o PT está frustrado
Deixo-lhe a essência do partido
Que ele não tem lembrado.
Ao prefeito Arthur Neto
Que se diz “orgulho do Amazonas”
Deixo o festival de buracos
Com Manaus enterrado em suas zonas.
Ainda para o prefeito do PSDB
Cuja administração é marketing puro
Deixo-lhe o quadro que lhe espera
Um fim de mandato obscuro.
E o transporte coletivo
Que por ele nada é feito
Reafirma mais uma vez
Que Manaus não tem prefeito.
Aos alienados professores de Manaus
Analfabetos políticos por opção
Deixo a inteligência dos estudantes
Para que mudem de profissão.
Para a imprensa do Amazonas
Submissa aos governadores
Deixo-lhe o calote desses
Para ver se criam pudores.
Aos ‘políticos’ do Amazonas
Que dos governantes são efeitos
Deixo o eleitor consciente
Para jamais sejam eleitos.
Para as igrejas pecadoras
Que exploram a fé do cristão
Deixo-lhes a falta de memória
Pra não lembrarem as palavras Deus e religião.
Ao ex-prefeito de Coari, Adail
Que se julga acima do bem e do mal
Deixo-lhe o julgamento preciso
Da Justiça Federal.
Em tempo de Copa do Mundo
Que para o brasileiro é paixão
Deixo-lhe o caneco de ouro
Embora não tenha seleção.
“Nem Cristo agradou a todos”
É o que se ouve falar
E eu como amigo Dele
Também não vou agradar
Por isso peço desculpas
A quem não pude presentear.
Porém prometo enviar breve
A lembrança a quem compete
Mas é preciso forçar o Senado
A provar o Marco Civil da Internet.
Agora acabo meu testamento
Impregnado de saudade
Mas crente que o brasileiro
Vai impor-se contra a maldade
Porque só ele pode produzir
A democracia com liberdade.
Beijos deste amigo iscarioticamente, Judas!
MALHAÇÃO DOS AMIGOS DA CRIANÇADA JUDAS E JUDINHA
Published quarta-feira, 10 abril, 2013 Afin , Criança , Judas , Malhação do Judas Leave a CommentComo já é uma grande festa anual no Bairro do Novo Aleixo, as crianças de todas as redondezas aparecem para a grande festa dos companheiros Judas e Jesus. E o domingo de Páscoa se encheu de alegria com a presença de Judas que neste ano veio com o rosto repleto de pirulitos e outros doces e trouxe junto um seu companheiro, o Judinha.
A festa afinada não carrega o ressentimento do cristianismo em culpabilizar Judas, e a brincadeira não busca expressar raiva ou agressividade contra este personagem expiado pela história. Pelo contrário Judas vem trazer sua alegria e festividade e no auge da noite é malhado e deixa doces e afetos que estão em seu corpo. Assim Judas não é abominado ou violentado, mas se desfaz no ar junto com seu mito de corpus histórico e faz com que a criançada espere um novo encontro no ano seguinte. Mas como a vida é produção contínua sempre é um novo Judas, uma nova noite, uma nova composição.
E para começar a noite alegre as crianças afinadas começaram uma encenação envolvendo Judas, Jesus, Madalena, os centuriões romanos e outros personagens bíblicos para que com os próprios diálogos das crianças, houvesse uma resignificação da história bíblica.
Aos poucos várias crianças iam chegando e encenavam a relação de Jesus com Judas, Madalena, com o povo e com os apóstolos. E assim a brincadeira envolveu diversos atores que entraram na cena pascal em suas atuações vívidas. Além disto algumas crianças também cantaram músicas de páscoa e
Depois da encenação chegou a hora da tradicional foto com o Judas. Neste ano também o jovem Judinha fez um grande sucesso com a criançada.
A fotografia junto a Judas também é um recurso que diminui a raiva que existe na representação cristã de Judas, algo que não existiu em Cristo e nem em seus verdadeiros seguidores. Na foto com Judas e Judinha vemos a lembrança destes companheiros que aparecem na celebração da páscoa.
Chegou então a hora da transubstanciação do corpo de Judas em doces que trazem mais júbilo para as crianças. Aos poucos as crianças foram tirando a cabeleira de pirulito do Judas e se aquecendo para pegar os outros doces que estavam por dentro do companheiro.
Neste ano o Judinha apareceu como uma forma das crianças menores também poderem brincar tranquilos com um Judas pequenino. Então chegou o grande momento. Primeiro com o lançamento do Judinha.
Com todos os bombons recolhidos e o chão limpo novamente chegou a hora do Judas grande se encontrar com as crianças. Os maiores não viam a hora de entrar na brincadeira, e é claro também conseguir vários doces deixados pelo companheiro pascal.
Depois de tantos doces e brincadeiras a grande hora do mata-broca pascal chegou e trouxe os afinadadíssimos sanduiches, biscoitos e a trufa de chocolate com castanha do Pará e de Caju preparada especialmente pelo mestre chocolateiro afinado que esteve inspirado na festa de Jesus e Judas.
E assim a festa da Páscoa e da Malhação do Judas trouxe muitas atividades e produções, e no ano que vem Judas e Judinha voltam como o novo, assim como é a renovação de Cristo.
O TESTAMENTO DO JUDAS 2013
Published domingo, 31 março, 2013 Judas , O Testamento de Judas , Religião 1 CommentO Cristianismo em seu decorrer histórico após a morte de Cristo tinha que escolher um culpado pela morte de Jesus, o que aumentaria mais ainda a culpa cristã. Como sabiam que os sacerdotes e o governo dos romanos e judeus se opuseram por várias vezes aos ensinamentos de Jesus, eles não poderiam ser “demonizados” pela condenação. Era preciso que houvesse algo que incutisse mais profundo a culpa e foi utilizado o recurso da traição. Um homem que mesmo traído segue firme em seu caminho à morte é algo que aumenta a dívida impagável deixada pelo cristianismo paulíneo.
Judas então é colocado como o grande traidor, aquele que mostrou ao exército quem era Jesus com um beijo. Porém, sabemos que Jesus era bastante conhecido por diversos povos com o qual teve contato, e não necessitava de alguém que informasse quem era Jesus. Logo, o recurso de expiar Judas usado pelo cristianismo paulino buscava somente mitificar ainda mais Cristo e fortalecer o dogma da igreja.
Judas, tendo ou não tendo beijado Cristo, não deve ser “demonizado”, afinal Cristo foi morto pelos romanos e judeus, pois não quis ser rei de nenhum povo, e tinha grande influência. Assim, Judas que descendia de uma família de posses nunca precisou de 30 moedas para entregar o Homem, e a cada ano não deve ser execrado e sim, lembrado como apóstolo de Cristo que ao morrer deixa seus bens em seu testamento que é escrito neste Bloguinho. Judas, assim como Cristo é a renovação da morte, da vida, da partilha.
Neste ano o testamento do Judas é inspirado nas sextilhas do cordel que fez sua presença no nordeste brasileiro. Cabra bão que é Judas…
À presidenta Dilma Vanna Rousseff
Que governa com sabedoria e razão
Mulher valente e guerreira
Com recorde de aprovação
Deixo a alegria dos brasileiros
Que lhe garantirá a reeleição.
Ao Companheiro Lula
Que tanto lutou pelo povo
Amigo de longas caminhadas
Produzindo sempre um Brasil novo
Deixo minha força e esperança
Para que sejas Tu e Dilma de novo.
Ao Pastor Marco Feliciano
Que compõe tristeza com seu racismo e homofobia
Não representa nosso povo
Que vive com alegria
Deixo a força do nosso povo
Que deixará sua cadeira vazia.
Para a direitaça reacionária
Que vê o Brasil melhorar
Criam o Instituto Milleniumm
Para disso discordar
Deixo os sem mídias
Para no Brasil prosperar.
Para a mídia golpista
Voltada aos interesse do mal
Tentando manipular o povo
Com seu discurso parcial
Deixo a escrita libertária dos blogs
E da redação da Carta Capital.
Ao meu amigo Mino
Que tem no jornalismo um compromisso existencial
E em sua escrita carrega
A liberdade editorial
Deixo minha camisa do pobre palestra
E uma adega para o degustar do intelectual.
Ao Principe sem Trono Fernando Henrique
Que tem um existir malogrado
Maldizendo a presidenta Dilma
Invejando o Sapo Barbado
Deixo o Zaratustra de Nietzche
Para que não continue escravizado.
Aos movimentos sem mídia
Que lutam por uma outra sociedade
Com sua busca pela informação
Não aceitando qualquer verdade
Deixo os escritos de Qorpo Santo
Para que criem a mídia para a comunalidade.
Para o ministro Joaquim Barbosa
Que com suas dores julgou
Não teve mensalão algum
Mas Dirceu, Genoíno e outros
Ele os condenou
Deixo-lhe uma nova Ordem jurídica
Que Lewandosky compilou.
Para o Sindicato dos professores do Amazonas
Que atrelado ao governo está
Não defende professor
E desse jeito não dá
Deixo minha idéia revolucionária
Para uma nova diretoria chegar lá.
Aos deputados e senadores
Que pelo royalties do petróleo vem brigando
E na ganância pelo dinheiro
Vão logo se anulando
Deixo a coleção dos petrolíferos discos de vinils
Para que façam as pazes ao som de Wando.
Às Comissões da Verdade
Que com coragem vem investigando
Parte negra da nossa história
De torturas, mortes, e atos tão nefandos
Deixo meu baú de memórias
Para que nunca mais haja tamanho desmando.
Ao prefeito Arthur Neto
Que desgoverna a não-cidade de Manaus
Aumentando a passagem, os buracos, as filas
Tornando maior o caos
Deixo a revolta do povo
Para que você continue de pior a mau.
Ao movimento dos sem terra
Que buscam a reforma agrária
Na luta pelo direito à vida
Façam que a luta não retraia
Deixo a experiência de Anapu
Da Anoni, de São Félix do Araguaia.
Ao movimento sem-teto
Lutando pelo direito constitucional da moradia
Exigindo uma cidade mais justa
Onde haja a alegria
Deixo meus lençois e cobertas
Para enquanto durarem as noites frias.
Ao Técnico Felipão
Cuja seleção ninguém dá bola
Infestada de pernas de pau
Que o cupinzal adora
Deixo o futebol arte de Maradona e Messi
Com el tango bailante de Piazzolla.
Ao povo palestino
Que resiste a brutalidade de Israel
Tem suas cidades destruídas
E tem que suportar seu fel
Deixo os ensinamentos do Palestino Jesus
Pois, é dos oprimidos o reino do céu.
Para o presidente Nicolas Maduro
Que de Chaves foi Chanceler
Governa hoje a Venezuela
Tendo sido já chofer
Deixo milhares de votos
Pois, assim o povo quer.
As Coréias do Sul e do Norte
Que o imperialismo as quer ver guerrear
Dependentes dos americanos
Buscam a guerra nuclear
Deixo a lembraça de Hiroshima e Nagasaki
Que viu a vida aniquilar.
Às companheiras domésticas
Cujo trabalho foi reconhecido
Pela nova lei que vai deixar
Os direitos garantidos
Deixo o saber marxista de Paulo Freire
E sua Pedagogia do Oprimido.
À presidenta Cristina Kichner
Cuja a luta pelas Malvinas é notória
Enfrentando os imperialistas ingleses
Que criou uma guerra tão inglória
Deixo a música de Che e Violeta Parra
“Hasta la Victória”.
Para o PT “Oh My Darling”
Que em Manaus não tem vida
Não reúne e nem discute
Nem se mostra comprometido
Deixo-lhe a obra de Marx
Para um dia ser lida.
Assim encerro meu testamento
E ao povo brasileiro
Desejo um bom ano
Deixando um abraço verdadeiro
Na próxima páscoa voltarei
Versando pro mundo inteiro.
MALHAÇÃO AFINADA DE JUDAS 2012
Published sexta-feira, 13 abril, 2012 Afin , Criança , Judas , Malhação do Judas , Teatro Leave a CommentNo último domingo o bairro do Novo Aleixo em Manaus se reuniu afinadamente mais uma vez em sua produção do afeto criança. Desta vez não foi voltado ao cinema Kinemasófico, mas a uma festa especial ao grande companheiro Judas Iscariot.
Acusado injustamente de ser o algoz de Jesus, é sabido do povo que Judas sempre foi um amigo de Jesus e quem assassinou Jesus foi o Império Romano e os judeus que queriam ele para rei. E neste ano não foi diferente. Judas foi chegando diretamente da Palestina, distribuindo seus bens no testamento, promovendo um encontro alegre e deixando o seu corpo fazer parte da festa e comunhão.
Antes da tradicional malhação de Judas as crianças participaram de uma série de atividades, brincadeiras e produções, sendo que a primeira delas foi a leitura dos bens de Judas que foram criados pelas crianças e dados aos amigos de Judas da forma: Ao meu amigo____, deixo como lembrança______…
Logo depois foi a hora de se tirar a foto com o amigo Judas que veio de tão longe para passar algumas horas com a criançada. E como o Judas de cada ano é um novo Judas, sempre as crianças podem ser outras também.
E a festa não pode parar. Depois de várias poses e fotos, o Judas colocou todo mundo em cena para que não se deixem ser colocado de lado de suas história e passem a serem atuantes em seu tempo e seu espaço, assim como não conseguiram apagar o Judas e seu evangelho.
ATUAÇÕES CENICAS JUDASAFIN
A criançada entrou em cena nas mais diversas representações. Primeiro delas que o palestino Judas sugeri foi de um dialogo onde um dos atores representaria ele, Judas, enquanto outro faria seu amigo Jesus. A dupla Vizinho e Tiago mostraram que assim como bons de break e de pião são também ótimos atores criando a conversa na hora… Quem é bom….
Outra encenação que Judas desafio era quem fazia a melhor cruz. Mas não podia ser uma cruz enterrada pela tristeza milenar criada a partir da dívida de Jesus levado a cruz por nós. A cruz de Judas tinha que ser criadora,uma cruz que se movimente e transforme.
E Judas decidiu tirar um sarro com os que acreditam na sua culpa e pediu pras crianças enforcar toda esta estória. E em cena os atores mandaram ver.
Por fim Judas pediu que fizessem a última encenação para ver quem era bom mesmo. E a cena tinha que sair divina e de uma criação poderosa, já que a cena é Jesus conversando com Deus nas montanhas.
MALHAÇÃO DE JUDAS
Por fim Judas deixou seu corpo cheio de muitos bombons e alegrias para a renovação pascoal e chamou para vir a si as criancinhas, primeiro…. E os pequeninos conseguiram tirar os braços e pegar vários bombons deixados por Judas.
Daí o Judas pode ser por fim disseminado e deixar toda sua alegria entre todas as crianças e renovar a festa em que ele e Jesus foram mortos. E seu amigo Jesus também continua sendo lembrado como o revolucionário que buscou condenar todos os homens a liberdade.
Por fim chegou a hora da distribuição do matabroca do Judas, que este ano veio da Palestina especial trazendo o bolo da resistência, a pipoca cristiana de todas as horas e o chocolate temperado pascoalmente que se multiplica e constroi em cada dia.
A MALHAÇÃO INTEMPESTIVA DO JUDAS CAMARADA 2011
Published segunda-feira, 25 abril, 2011 Afin , Inteligência Coletiva , Judas , Malhação do Judas , Religião 2 CommentsDizem por aí as línguas maléficas – não pelo poder de causar malefícios, mas pela sua impotência em colocar qualquer tese – que a catártica brincadeira da Malhação do Judas no Sábado de Aleluia está se acabando. Quem diz isso é a ecolalia da mídia sequelada, porque nos bairros e comunidades a tradição continua tanto em sua forma ortodoxa quanto com novos elementos de atualização da festa do discípulo preferido de Cristo, o filho de Maria.
E é nesse sentido de inovação que a Afin realiza todos os anos com uma garotada da zona leste de Manaus e outras áreas. A começar que o evento se realiza no domingo e não no sábado, o que não tem mesmo importância depois que um historiador descobriu que a última ceia não ocorreu numa quinta, mas sim numa quarta-feira. Para a moçada afinada quem faz a data é a afecção produtora da alegria de se encontrar com o Judas camarada.
Pra começar, foi feita uma encenação improvisada na rua Rio Jaú por dois atores da Afin, mais a talentosa atriz Pollyana, que interpretou Maria Madalena e mais o Anderson e o Erick, que fizeram um centurião romano e uma criança respectivamente.
JUDAS (Gritando de um lado) – Jesus! Jesus!
JESUS (Gritando de outro lado) – Judas! Judas!
JUDAS – Eu estava te procurando.
JESUS – Eu também estava te procurando.
JUDAS – Estão querendo me colocar contra ti.
JESUS – Já escolheram até a árvore onde deves te enforcar.
JUDAS – Eu sei.
JESUS – Estão propagando que vais me trair por 30 denários.
JUDAS – Que aqui no Brasil equivale a 30 reais.
JESUS – Uma revolução não vale 30 reais; vale a dignidade de um povo.
MADALENA (Entrando) – Jesus! Vem nos salvar! Vem salvar teu povo!
JESUS – Eu vou salvar, mas não só eu. Eu vou com você, Madalena. Eu vou com você, companheiro Judas!
UMA CRIANÇA (Vindo da plateia) – Jesus, as crianças estão contigo.
JESUS – Então vamos todas as crianças, todas estas senhoras que estão aqui, toda a população, porque um povo revolucionário salva a si mesmo.
TODOS – Abaixo à tirania! Abaixo à tirania! Abaixo à tirania!
Depois deste entendimento de uma verdadeira Páscoa como libertação, passou-se às brincadeiras envolvidas na ludicidade-judas, onde todas as crianças participaram, dançando, cantando, pulando, de acordo com os afetos que passaram sem bloqueio pela dor das paixões tristes ao livre movimento dos corpos.
Depois dessa movimentação toda, era hora de repor as energias com um desbrocante, também chamado mata-broca, um cachorro-quente preparado pela companheira Ana Cristina e a Bianca.
Então veio o momento da malhação, que, como a Afin tem feito um trabalho pedagógico ano a ano de desmitificação e desmistificação da traição de Judas, assim como nada há de ver com Cristo quanto a uma vingança movida pelo ressentimento, a malhação se dá entre risos e gargalhadas, como uma brincadeira e não pelo ódio que move os impotentes.
E pra finalizar a festa, quando cada criança já tinha pegado um pedaço, uma peça de roupa do amigo Judas, além dos bombons e outras guloseimas que haviam em sua vestimenta, veio aquele sorvelito do Noelson e as bolotas de chocolate feitas pela Lucicleia e outros afinados.
Numa Páscoa com essa produção alegre da liberdade, com um Judas companheiro desses é que a moçada Afin e toda a criançada vão tecendo os encontros para realizar uma outra cidade, um outro mundo possível. Valeu, manô!
O TESTAMENTO DE JUDAS 2011
Published sábado, 23 abril, 2011 Afin , Inteligência Coletiva , Judas , O Testamento de Judas , Religião Leave a CommentNaquele tempo, ano 33, o mundo andava muito conturbado. Havia muitas ilusões, muitas descrenças, mas algumas certezas de que o Novo estava acontecendo. Nessas subjetividades de ilusões, e descrenças, duas enunciações de faziam visíveis: o desespero da ruína do Império Romano e a ansiedade dos sacerdotes hebreus, que depois de assassinarem Moisés, e esperarem a vinda do Messias, como restauração da culpa do assassinato, o que outro judeu no século XIX, o criador da psicanálise, Freud, conceituou como síndrome da impotência, desatinavam, condenando Cristo como traidor de suas ilusões místicas.
Nestas subjetividades negadoras da Vida, algumas pessoas tentavam compor percursos entre a única fissura que se fazia real: Jesus Cristo, filho de Maria. Filho da mulher-devir, a mulher-liberdade poiética.
Foi então que, estando estas subjetividades expostas, necessitando serem fragmentadas para que a Vida brotasse em sua potência coletiva, eis que surge um homem com consciência revolucionária, colocando sua inteligência e seu vigor em composição com outras potências produtivas de Alegria, voltadas para a construção de outro Existir, diferente do que era pregado, principalmente, pelo Império Romano. Esse homem, crente na potência da desutopia, por saber que a Vida é produção e não privação, era conhecido como Judas.
Certo dia, estando Jesus dialogando com seus companheiros sobre a libertação das almas individuais, foi lhe apresentado Judas, que lhe causara grande admiração. Por sua vez, Judas, diante de Jesus, tornou-se maravilhado com a fluidez e a clareza das palavras coletivas que Cristo usava, fazendo aparecer diante de todos o que o próprio Cristo já havia visto: a Vida. Naquele momento, Judas teve a certeza que se encontrava diante do homem que se identificava com seus ideais revolucionários. E como a amizade só existe entre aqueles que são livres, daquele momento em diante Cristo e Judas tornaram-se amigos.
Mas como as subjetividades negadoras se originam, se alimentam, e se mantém pelo medo, o medo fez com as subjetividades-tirânicas, pela força-persecutória, passassem a destruir as duas amizades. Sacerdotes e Império se uniram para destruir Cristo e Judas.
Assim, foi arquitetada uma rede de intrigas para inimizar os dois grandes homens, propagada pelos sacerdotes e o Império Romano. E a base das notícias espalhadas entre a sociedade era a traição que Judas tecia contra Cristo.
Estando Cristo, meditando sobre sua obra, eis que lhe apareceu diante seu pensamento o amigo Judas. Cristo, sorrindo, disse: “Não te preocupes, ainda esta noite estarei contigo”. Cristo permaneceu meditando, e em seguida foi ao encontro do amigo na taverna do Dionísio, na orla da cidade, onde o mar, vento e o aroma compunham a beatitude do encontro.
Cristo, adentro na taverna, em um ambiente de contagiante alegria, cumprimentou a todos os presentes, e se dirigiu à mesa onde se encontrava Judas, sozinho. Ao ver Cristo, Judas levantou- se e abraçou o amigo profundamente. Os dois sentaram-se, e Dionísio serviu Cristo com uma caneca do vinho de sua preferência, a mesma preferência de Judas.
JUDAS (Muito contente) – Pois não é que eu estava lembrando de ti, e de repente tu apareceste. Parece que adivinhaste o meu lembrar.
CRISTO (Sorrindo) – Não esquece que eu sou filho de Deus (os dois gargalharam).
JUDAS – Pois não é!
CRISTO – Eu vim, porque como logo mais vamos todos cear, eu precisava falar contigo em particular, e tu sabes que se este assunto for colocado entre todos companheiros, vai ser o maior auê. Parece que estou vendo Pedro fazendo uso da pedra que carrega, querendo resolver tudo como uma rocha. Sem falar em André, que na força de sua juventude ainda não atentou para a potência da quietude.
JUDAS (Apreensivo) – É.
CRISTO – Eu quero que tu não te angusties com o que a imprensa fascista anda propagando contra mim e contra ti.
JUDAS – Eu não posso negar que não esteja angustiado, mas não por mim, e sim pelo que o povo possa acreditar, e então se afastar da luta pela nossa libertação. Essa imprensa fascista sabe como estimular os sentimentos fracos, e individualistas de uma parte da sociedade.
CRISTO – Eu sei que as notícias que estão sendo propagadas te colocando contra mim não te angustiam, porque eu também não me angustio por saber de seu propósito mentiroso. Os infelizes não suportam ninguém feliz, por isso eles nos odeiam. Mas o ódio maior deles é contra o povo, que vem acreditando em nossa causa. E é aí que eu peço que não te angusties, porque o povo, por sua própria potência, vai ser povo. Pode não ser enquanto estivermos vivos, mas vai acontecer.
JUDAS (Sereno) – Muito antes de te encontrar, eu sempre acreditei em tuas palavras. Agora, estou mais confortado.
CRISTO – Também não te preocupa com a notícia que propagam, afirmando que vais me trair por trinta denários.
JUDAS – Mas se essa mentira passar para a história como verdade?
CRISTO (Sorvendo uma talagada, sorrindo) – Isso vai acontecer. Mas só acreditarão os fariseus antidemocratas, a ralé mais baixa da inteligência, como os sacerdotes e imperadores, mas os democratas, os que não acreditam na dor maléfica das intrigas, nos que persevera a potência de agir, não.
JUDAS (Gargalhando) – Mas aí criamos um problema.
CRISTO (Também gargalhando) – Ora, se criamos um problema, e como um problema real é uma criação, é lógico que ele mesmo traz sua solução. Isso até o filósofo grego Aristóteles sabia.
JUDAS (Irônico) – Será que ele sabia mesmo? Sei não…
CRISTO (Também irônico) – É… Quem deu uma finalidade para a Vida não pode ter sabido dessa verdade criadora. Mas qual é o problema?
JUDAS – O problema é o seguinte… Mas antes vamos meter mais umas canecas. Dionísio, meu santo, solta mais duas canecas com o néctar dos deuses. (Olhando para porta de entrada) Olha quem chegou.
CRISTO (Olhando) – Linda!
JUDAS – Que mulher, essa Maria Madalena! Sabe quem é afim dela?
CRISTO (Sorrindo) – Não, o afeto amoroso particular das pessoas não me interessa.
JUDAS – Que é isso, Cristo, logo tu responderes assim. Tu o mais amoroso, o ser do Amor Absoluto. (Dionísio chega com as canecas com vinho) E tu, Dionísio, sabes quem é afim de Madalena?
DIONÍSIO (Olhando para Cristo, e depois saindo) – “Só sei que nada sei.”
JUDAS – Porra, Cristo, fostes falar em Aristóteles, apareceu logo o Sócrates.
CRISTO – Mas sim, qual é o problema que te incomoda?
JUDAS – Escuta. Se eu não te trair por trina denários, tu não vais morrer, e tu não morrendo, eu não vou me culpar, e, de quebra, não vou me enforcar.
CRISTO (Batendo palmas) – Mas é isso que vai acontecer, companheiro!
JUDAS – Então vai mudar tudo.
CRISTO – Não vai mudar nada, a história vai se fazer real.
JUDAS – Mas assim não serei o traidor, o AntiCristo, o elemento motivo da catarse social. O fator da liberação da culpa social dos verdadeiros traidores de ti. O que sustenta aqueles parasitas indiferentes que querem que tu morras para salvá-los.
CRISTO – Cada homem é responsável por sua própria escolha, se essa raça de parasitas escolheu uma existência indiferente, malograda, cheia de subterfúgios, não serei eu quem lhe salvará.
JUDAS (Batendo palmas) – Grande Jesus! É por isso que ninguém te pega para cristo! Sabe, já saquei a solução. É que tu falas nas fissuras das palavras. O meu problema era como ficariam os festejos de Sábado de Aleluia, sem a malhação do Judas, que é tão lúdico para as pessoas.
CRISTO – Elas vão te malhar na maior.
JUDAS – Tô sabendo. E sabendo por que.
CRISTO – É por isso mesmo. Como não me traíste, elas te malharão porque tu não fizeste o que elas queriam fazer: me trair. Era esse o trunfo da imprensa fascista: ela quer me matar, mas coloca a culpa em ti, e aqueles que acreditaram são os que querem te malhar. Como já disseste, uma expiação de suas próprias culpas.
JUDAS (Batendo palmas) – Grande Jesus! Não canso de reafirmar, ninguém te faz de cristo. Ecce Home. Eis o Homem!
CRISTO (Empurrando uma dose do néctar dos deuses) – “Tu o dizes!”
JUDAS (Gargalhando) – Essa Pilatos não esperava, não vai poder se elevar usando tua pessoa. Então eu, livre da história infeliz, como um homem historicamente real, fora da ficção dos cultuadores do medo, posso elaborar um testamento real para os democratas e os antidemocratas.
CRISTO – Perfeito, perfeitamente perfeito! A hora é essa!
MADALENA (Puxando uma cadeira para sentar) – Se Cristo falou, tá falado! Pisa forte que a terra é tua, o Brasil, o povo mais cristão do mundo.
Agora, tenho a grata e cristã honra de apresentar o Testamento de Judas. Quer dizer, o meu testamento, a transferência do que me é material e imaterial para aqueles que acredito merecerem. Alguns odiarão o legado que receberão, e outros ficarão alegres. Fazer o quê? Como disse Cristo/Sartre, cada homem é responsável pelo que faz de si mesmo. Aos ativos, suas alegrias. Aos enfermos, suas tristezas.
Para o companheiro Lula
Da direita, temor e tremor
Deixo o saber de seu povo
O mais nobre título de doutor.
Para a companheira Dilma
Que faz do Brasil um sucesso
Deixo-lhe a chave do futuro
Para que a direita não tenha regresso.
Para o invejoso Fernando Henrique
Que tem alergia do povão
Deixo o coaxar do Sapo Barbudo
Para perturbar sua solidão.
Ao insosso José Serra
Da direita candidato eterno
Deixo uma cadeira de balanço
Para curtir seu nostálgico inverno.
Aos membros reacionários partidos
PPS, DEM e o líder PSDB
Deixo a canção que odeiam
A irônica “Apesar de Você”.
Ao boyzinho Aécio Neves
Flagrado com carteira vencida
Deixo a certeza eleitoral
De uma Presidência perdida.
À sequelada mídia de mercado
Que escamoteia a comunicação
Deixo a Lei dos Médios
Para acabar com a manipulação.
Ao derrotado senador Arthur Neto
Que quer exercer a diplomacia
Deixo as conferências de Lula
Para aprender o que é democracia.
Para o deputado Bolsonaro
Que o nazismo vive a cultuar
Deixo sua cassação
Por decoro parlamentar.
Para todos os amigos homossexuais
Que clamam por Justiça e Lei
Deixo minha ação maior
Meu eterno beijo gay.
À deputada Jaqueline Roriz
Que pegou a grana e se diz inocente
Deixo mais outros vídeos
Para saber que o eleitor não é demente.
Aos latifundiários
Que combatem o Código Florestal
Deixo os pequenos agricultores
Como defesa ambiental.
Ao jornalista engajado
Cuja escrita a grana não ata
Deixo o troféu da Ética
“Jornalista Mino Carta”.
Para o triste Roberto Carlos
Agora um setentão
Deixo o povo feliz
Protegido de sua depressão.
Para os movimentos sociais
Consciência atuante do Brasil
Deixo meu método de combate
“Como me impus ao Império Vil”.
Para todo blogueiro engajado
Cuja informação real não larga
Deixo maior velocidade
Na tecnologia da banda larga.
Para o prefeito cassado Amazonino
Que fez de Manaus a cidade da dor
Deixo contra si a arma do povo
O seu título de eleitor.
Aos estudantes de Manaus
Que lutam contra o aumento da condução
Deixo a certeza democrática
Amazonino jamais ganhará eleição.
Para a mídia do Amazonas
Cuja subserviência é um encanto
Deixo o Decálogo jornalístico
De meu amigo Qorpo Santo.
Para o ex-governador Eduardo Braga
Hoje senador, pretendendo ser prefeito
Deixo o manauara atento
Para que ele não seja eleito.
Para a esquerda do Amazonas
Que fez da submissão sua profissão de fé
Deixo o diploma dos capachos
“Como é bom ser Zé Mané”.
Para todos os times de futebol
Que para a Globo abriram as pernas
Deixo o Atlético Mineiro Campeão
Com todos eles com suas lanternas.
Aqui termino meu Testamento
Que para alguns não foi do agrado
Cristo também não agradou
Embora não tenha errado.
Mas o que importa mesmo
É que não me sinto culpado.
Em 2012 estarei de volta
E farei outro Testamento
Para um mundo menos descrente
Com mais contentamento
E, como é lógico, um Brasil
Em pleno desenvolvimento.
Abraços Judasianos Cristãos!
A MALHAÇÃO DO JUDAS CAMARADA 2010
Published terça-feira, 6 abril, 2010 Afin , Devir-Criança , Judas , Malhação do Judas Leave a CommentDe conformidade com que já vem mandando à tradição das crianças e adolescentes que compõem alegrias na sede da Associação Filosofia Itinerante (AFIN), na Rua Rio Jaú, N° 48, bairro Novo Aleixo, o Domingo de Páscoa foi além de pascoal. Foi, mais um domingo de encontro com o Judas Camarada.
Camarada, porque, ao invés de ser um simples ato muscular de desmonte do boneco que se passa pela indicação Judas, é uma composição lúdica, onde às crianças e os adolescentes distanciam o Judas, a-histórico, tido pela tradição dogmática como traidor, e passam à contracenar com o boneco por meio de diálogos, travessuras, além, é claro, de ter direito à fotos com o Judas Camarada.
Os percursos criativos das crianças e adolescentes, com o Judas Camarada, começam na apresentação dele para o público. Em seguida o público faz perguntas sobre o que ele traz de bom para platéia em seu Testamento, e ele responde. As respostas são dadas, algumas vezes, por um ator do Teatro Maquínico da Afin, ou por uma criança.
Depois o público faz varias perguntas sobre temas gerais. Como, qual seu time; por que a rua está esburacada, e cheia de mato, e lixo; quem vai ganhar as eleições para presidente – nessa Judas não vacila: Dilma! -; o que eles vão comer, e por aí vai.
Entrando em outra convenção, é a vez do Judas Camarada, fazer perguntas para a platéia. Perguntas como, qual a diferença dele, deste ano 2010, para o Judas de 2009; o que as crianças vão lhe dá de lembrança – em coro: couro! -; quem quer cantar uma música para ele, entre outras.
Em seguida, ocorre a apresentação dos bonecos criados pelas próprias crianças, com orientação artística do afinado-artista, Alci Madureira, também criador do boneco Judas, que esse ano, segundo às crianças, estava horrível, comparado com o do ano passado. Na apresentação dos bonecos as crianças mantém diálogos com a platéia seguindo tema do momento.
Chega, então, o primeiro grande movimento. A leitura do Testamento do Judas. Esse ano as crianças receberam envelopes com um bilhete onde o Judas Camarada, deixa escrito a lembrança que o seu amigo vai ganhar.
Exemplo:
Para meu amigo Guilherme (Guilherme, tem 4 anos).
Que o cinema é sua arte preferida
Deixo minha filmadora
Para filmar minha vida.
Depois do Testamento vem o momento lúdico-gastronômico, posto que criança brinca, mas precisa comer. Esse ano, além dos chocolates, teve especialidades da Afin. Uma bola-gigante transada pela geógrafa-atriz, Lucicléia, e dois bolaços de chocolates, transados pelo filósofo-economista, Anderson, acompanhado de refrigerante, nada das Colas. Tudo com direito à reprise. “É preciso comer para aprender e brincar”.
Barrigas cheias, hora das fotos para posteridade. Foram várias, como mostra o painel. Fotos com poses de quem tem intimidade com o Judas Camarada. O mais importante: ele atendeu todos. Em nenhum momento se sentiu chateado com tanta criança e adolescente. Que se diga, no momento, tinha mais do que nos dois anos passados. Prova que o Judas Camarada, está fazendo boas amizades.
Eis, que chegou o momento mais esperado. A malhação. “Afasta os menores que vai começar a porfia judalina”. Mas, já não era mais o Judas Camarada, era apenas o boneco de pano e de cabeça de isopor. Aí, o boneco voou no meio da arena. E tome correria, puxa pra cá, puxa pra lá, os menores já entraram, também, na fuzarca, todos querem uma parte do boneco, e o boneco, em sua santa disposição, aceita se oferecer, mesmo em pedaços.
E tudo terminou bem, como sempre ocorre quando são às crianças e os adolescentes quem comandam suas criações. Foi mais um ano de malhação-criativa. Ano que vem, mais encontro, porque o mais necessário é criar perceptos: novas formas de ver e ouvir. E criar afetos: novas formas de sentir. Para depois se construir novos conceitos existenciais. O que pode processar democracia.
Depois das crianças e os adolescentes rumarem para sua casas, ficaram os adultos da Afin, para realizar a faxina. Sem qualquer cansaço. Afinal, ia rolar um saboroso porco assado transado no mel e canela, acompanhado com umas geladas amargosas. “Pô, meu! A gente também ‘somo’ camarada do Judas Camarada, sacou, brother?”
TESTAMENTO DE JUDAS 2010
Published sábado, 3 abril, 2010 Afin , Humor , Judas , O Testamento de Judas , Poesia , Religião 8 CommentsCompanheiros do cristianismo e, também, de outras religiões que foram afetadas pelo discurso que se propagou historicamente sobre minha pessoa e que ainda hoje me desabona.
Eu, Judas Iscariotes, quero nesse Testamento de 2010, aclarar o fato ocorrido entre mim e o Homem mais livre que conheci, e que por isso ainda não fui compreendido por estes que me condenam sem qualquer direito à defesa, e, assim, me tomam como ímpio.
Companheiros, há uma grande inversão do que realmente aconteceu na relação entre mim e o mais amado e corajoso ser que convivi, Cristo. Sei que tudo decorre do fato da maioria de vocês não saberem nada do que eu era diante do Estado Romano, do que eu fazia e aspirava como homem politizado. Daí, toda essa incompreensão sobre minha conduta, e a acusação de traidor, produto da mais pura superstição saída do mais baixo grau de conhecimento que é a experiência vaga do ouvi dizer.
Companheiros, antes de eu concretizar uma amizade com o maravilhoso filho de Maria, Cristo, eu lutava contra o Império Romano, pois via nele o grande mal que aniquilava a força e a esperança do povo. A minha luta era uma luta política. Eu não estava sozinho, não se faz a revolução só. Todos sabem que a revolução é uma molécula social que faz vibrar a vida como atributo da liberdade humana. E vocês sabem que Roma não era só os romanos. Roma era também um misto de vários povos, entre eles os hebreus, com sua dívida à pagar depois que eliminaram Moises. Os hebreus como bem disse o filósofo Spinoza – outro mártir da superstição, da ignorância -, esperavam o Messias, que para eles era Moises ressuscitado. Uma espécie de sublimação-culposa, como disse, outro que estudou muito a História do Povo Hebreu – principalmente Moises -, Freud.
Foi exatamente nesse território, com um estado de coisas definido, e uma semiótica dominante que eu tentei realizar meu sonho revolucionário. Era um mundo de muitas opiniões contrastantes. Um mundo de difícil comunicação e compreensão. Este, também, o mundo em que Cristo, viveu sua sublime missão revolucionária. Que muitos tomam como frustrada, mas que em verdade floresceu em todo o mundo, até os tempos atuais.
ONDE EU ME REVELO UM ESTÚPIDO
Companheiros, quando comecei a mais importante experiência de minha vida que fora com Cristo, encontrava-me na força de minha fé revolucionária. Quando vi e ouvi Cristo, falando e tratando os homens com suavidade e segurança, movido por uma potência-natural como a substância de si mesmo, por si mesmo, eu disse, muito antes de Pilatos, Ecce Homo! Esse é o Homem! Esse é o Homem Livre capaz de conduzir a revolução. Não esperei. Me lancei como um de seus adeptos. Talvez, até com um certo ciúme de outros de seus discípulos, visto que via em alguns, total alienação da luta que me propunha.
Creiam, durante todo o tempo em que estive junto com ele, experimentei, como diz o filósofo Spinoza, só afetos alegres. Minha potência de agir jamais enfraqueceu. Meu modus de existir era produção democrática.
Mas eis que aconteceu o meu equívoco-epistemológico, que depois redundou em meu erro político. Acreditava que estava entendendo Cristo, mas não estava. Dizem que àqueles que morrem afogados, no momento em que se encontram no desespero que antecede o ato final, recapitulam suas vidas. No meu caso, descobri que os que morrem enforcados, no estertor que precede a morte, o que vai morrer lembra-se do fato mais importante de sua vida.
Foi exatamente, nesse momento, que, lembrando o ocorrido, entendi o meu equívoco que depois se transformou em meu erro político. Eu queria que Cristo fosse chefe do movimento, que ele nos conduzisse contra a tirania romana, e contra a fantasia dos povos que o tinham, pela superstição, como o salvador. Mas, Cristo, era um Homem Livre, não queria ser chefe de ninguém. Ele, era um libertador das almas individuais, como depois confirmei lendo o filósofo, Nietzsche. Ele queria todos os homens livres em si, para depois realizarem democraticamente unidos, a liberdade coletiva. Isso só entendi no momento do enforcamento, mas já era tarde. Antes, me afastei de Cristo, muito decepcionado, e durante dias perambulei mundo afora sofrendo angustiado. Foi quando resolvi me suicidar.
Quanto a traição que me imputam por 30 moedas, não passa de produto de uma mente maligna de quem pretendeu se salvar prendendo Cristo na cruz. Já que atribuindo à mim responsabilidade de haver entregue o amado Cristo, aos seus algozes, se criaria a figura do mal e do bem. Não Cristo, como bem, mas essa figura maligna que distorceu a filosofia do Amor que Cristo pregava, transformando seu nome em um triste símbolo de existência onde prevalece a dívida, a culpa, o ressentimento, a dor, a punição, o castigo, tudo que enfraquece a Vida. A Vida que Cristo pregou.
Companheiros, para finalizar quero mostrar dois pontos que desfazem à acusação de que eu vendi Cristo por 30 moedas, e o dedurei para às autoridades romanas. Um, eu tinha dinheiro suficiente para viver uma vida de soberano, não precisa de reles 30 moedas, para trair um Homem como Cristo. Dois, Cristo, era uma pessoa pública. O povo e as chamadas autoridades os conheciam, inclusive os judeus. Ele não vivia tramando nas cavernas, nos becos e ruelas. Ele era visível. Sua revolução era visível. Era um Homem Livre. Um Homem Livre é visível. Tão visível que causa inveja e ódio nos que existem aprisionados na arrogância, insolência, prepotência, vaidade e orgulho, afetos tristes produtos do medo. Cristo não tinha medo. Cristo era Amor. E foi exatamente o que Pilatos viu nele e o que o faz, exclamar:”Ecce homo”. Cristo era o Homem, e Pilatos, soube. O lavar às mãos não foi ato de omissão dele, mas um sinal que àqueles que o iam assassinar eram responsáveis. O mesmo aconteceu com o ladrão que na cruz, reconheceu Cristo como filho de Deus. O filho da Vida.
Companheiros, dito tudo foi dito, sem mais delongas, vamos ao Testamento. Quero lembrar que àqueles que não aparecerem aqui nesse Testamento 2010, eu não os esqueci. No próximo Testamento, se eu ainda estiver vivo, se os ímpios continuarem me condenando, aparecerão seus belos presentes. Então, vamos nessa que a alma tem pressa.
Quero começar esse Testamento
Falando de um grande brasileiro
Que com sua inteligência e trabalho
Tirou o povo do cativeiro.
Refiro-me ao Sapo Barbudo
Que livrou seu país da condição vil
Dando-lhe respeito e dignidade
Falo de Lula, filho do Brasil.
Quero que ao deixar o governo
Com o país próspero e desenvolvido
Tenha uma vida feliz com os seus
Pois do povo jamais será esquecido.
Também, ao amigo de todas as horas
Vice-presidente José Alencar
Deixo-lhe milhões de votos
Para uma cadeira no Congresso ocupar.
À economista Conceição Tavares
Que em 24 de abril faz 80 anos
Por sua inteligência e brio de mulher
Deixo-lhe minha ampulheta para criar outros planos.
Ao meu amigo, Mino Carta
Jornalista de texto ferino
Deixo como lembrança
Minha adega com vinho fino.
Ao meu amigo, Emir Sader
Cujo texto a mentira não glosa
Deixo como lembrança
Minha coleção de Spinoza.
Para meu amigo, Nassif
Economista/jornalista/musical
Deixo-lhe de presente
Minha coleção de marchinhas de carnaval.
Ao meu amigo, Paulo Henrique Amorim
Cuja Conversa Afiada corta e não erra
Deixo-lhe como pauta diária
A campanha enferrujada de Serra.
Para meus amigos “Sem Mídias”
Internéticos da comunicação
Deixo-lhes sensíveis-sensores
Rastreadores da boa informação.
Para a tramadora Rede Globo
Cuja queda de audiência angustia
Deixo o sucesso da TV Pública
Produtora de democracia.
Para a Folha de São Paulo
Que persegue Lula em todo canto
Deixo a Ética do jornalismo
O Decálogo de Quorpo-Santo.
Ao tramador jornal Estadão
Que a notícia-verdade descura
Embora ao fato me oponha
Quero que continue em censura.
Às revistas Veja, Istoé, e Época
Produtoras de torpe leitura
Deixo o povo esclarecido
Para acabar com sua ditadura.
Aos alienados do Big Brother
Modelos do mais baixo grau de inteligência
Deixo às apostilas da Provinha Brasil
Para ajudar à saírem da demência.
Para a apresentadora Xuxa,
Como seus baixinhos, encruada
Deixo-lhe maracá e chupeta
Mimos de sua sina infantilizada.
Para os jornalistas esportivos
Que ganham dinheiro sem trabalho
Deixo o Manual do Trabalhador
“A Ofensa pelo Salário”.
Ao Fernando Henrique Cardoso
Que de Lula morre de despeito
Deixo para aumentar sua inveja
“Oito anos de um governo perfeito”.
Para os PPS/DEM/PSDB
A Trinca dos Freire, Agripino e Guerra
Deixo o descaso de Lula
Pois um bom cabrito não berra.
Ao senador “Orgulho do Amazonas”
Arthur Neto da direita o falastrão
Deixo o filme, “Lula, Filho do Brasil”.
Para se deleitar ao perder a reeleição.
Para a juíza Maria Eunice
Mestra do Direito Eleitoral do Estado
Deixo-lhe a homenagem do povo
Ao ver Amazonino de vez cassado.
Para o ex-governador Eduardo Braga
Que tem a natureza como divinal
Deixo-lhe o mosquito da malária
Uma realidade racional-tropical.
Para o deputado estadual Sinésio
Em Manaus, fundador do PT burguês
E líder do governo reacionário
Deixo-o postado na política da insensatez.
Ao PC do B de Manaus
Cujas lutas jogou às lonas
Ao se aliar com a direita
Deixo-lhe as idéias de João Amazonas.
Para o autêntico petista do Amazonas
Deputado federal Francisco Praciano
Deixo-lhe mais um mandato
Para que o povo escape do engano.
Ao outro autêntico do PT, José Ricardo
Vereador em constante luta social
Para que o Amazonas mude
Deixo-lhe um mandato de deputado estadual.
Aos candidatos amazonenses
Para o cargo de governador
Deixo o desprezo do povo
Pelos anos que o fizeram sofrer tanta dor.
Aos exploradores do povo na TV
Políticos com doença rara
Deixo-lhes a derrota nas eleições
E a maldição de Santa Clara.
Às empresas de comunicação de Manaus
Servis dos governantes locais
Deixo vírus em seus computadores
Até enquanto não se tornarem morais.
Aos meus amigos homossexuais
Que cada vez têm conquistando espaço
Deixo-lhes minhas idéias de liberdade
E, é claro, aquele abraço.
Aos meus amigos das religiões afro
Que também crescem no Brasil inteiro
Deixo-lhes como lembrança
Minhas terras para construir terreiro.
Aos meus amigos negros e índios
Cujas conquistas têm se solidificado
Deixo-lhes de presente
Quilombolas, reservas e fazendas de gado.
Aos meus amigos torcedores do Brasil
Cuja Copa imaginam ser campeão
Lamento, mas vou ter que lhes deixar
Essa grande frustração.
O eterno candidato da direita, José Serra
À quem o deputado Ciro, chama de perigoso
Imagina ser eleito presidente do Brasil
Coisa que nem comentar ouso.
Mas democracia representativa é assim
Qualquer sujeito pode se candidatar
Mas para o Brasil não retroceder
Vou deixar para Serra, quatro anos para descansar.
Já a minha amiga, Dilma
Que por suas lutas libertárias se assemelha a mim
Vejo em sua candidatura à Presidência da República
Um grito nacional do sim.
Portanto, para fechar esse Testamento
E comungar com o povo o meu presente
Deixo para minha ilustre amiga, Dilma
O cargo de presidente!
FELIZ PÁSCOA A TODOS, COMPANHEIROS!
PÁSCOA DO KINEMASÓFICO-CRIANÇA: MALHAÇÃO INTEMPESTIVA DO JUDAS
Published segunda-feira, 20 abril, 2009 Afin , Criança , Devir-Criança , Judas , Malhação do Judas 2 CommentsDomingo, ao invés dos Planos Sequências Kinemasófico-Criança, o curso de cinema, e projeção de filme, as crianças realizaram uma festiva altercação sobre o sentido da Páscoa para além do já estabelecido como verdade imutável, principalmente com referência ao ato de malhar o Judas.
De acordo com cada inviduação, criada em seus percursos existenciais, as crianças alternaram idéias sobre a Sexta-Feira Santa, a Ressurreição, a Páscoa como passagem para o Novo, e Judas abstraído da concepção paulínea.
Como o Judas trazia a legenda, “CORRUPTO, EU?”, elas trouxeram para o presente, em forma analógica, o ato de traição, atribuído pelos evangelistas à Judas, e que permaneceu no consciente coletivo como verdade. Neste deslocamento comentaram algumas formas de traição que, hoje, muitos realizam. Assim, encadearam a corrupção como forma de traição à democracia. Então, não deu outra: foram saltando nomes vários, principalmente de políticos locais e nacionais.
Todavia, apesar da gana de querer trucidar o Judas, as crianças entenderam o elemento cultural-cristão de malhar o Judas/Boneco mais como uma manifestação festeira que propriamente uma vingança contra o apóstolo de Jesus, segundo Paulo. Entenderam que, em um cristão, a vingança é tão desprezível como qualquer traição. Além de que, não podiam transferir Judas de mais dois mil anos passados para o momento atual, para realizarem a vingança. E entenderam, também, que os propósitos de Judas eram outros, não religiosos, mas políticos.
E assim, carregados pelas suas próprias vivências, tiraram fotos abraçados ao companheiro,Judas, brincaram, escutaram o Testamento de Judas, com seus bens deixados a todos presentes e ausentes, em contagiante alegria. Comeram, tomaram refrigerantes e, como a Páscoa é uma festa, e elas em seus devires, são festeiras, partiram para a malhação. Uma malhação muito difícil de ser realizada, destroçar o Judas, já que o bonequeiro, o afinado Alci Meu Bichinho Madureira, fez o boneco com roupas de tecidos grossos e costurou com linha 2. Elas penaram, parecia que era o Judas quem estava malhando-as. Penaram, mas conseguiram. E o que é que uma criança não consegue quando encontra-se livre da castração dos adultos?
Vejam as foto, e lembrem dos bons e velhos tempos. Se sentirem saudade, façam festa. Como poderia afirmar o filósofo Epicuro: para filosofar e ser feliz não há idade.
O TESTAMENTO DE JUDAS 2009
Published sábado, 11 abril, 2009 Humor , Inteligência Coletiva , Judas , O Testamento de Judas , Religião 4 CommentsOlha eu de novo aqui, gente!, “perturbando a paz, exigindo o troco” (Paulo Cesar Pinheiro/Maurício Tapajós)! Eu, Judas Iscariotes! Eu, Judas, sempre renovado pelos viés da história, novíssimo para ler meu testamento a quem de direito.
Não me querem? Fogem de mim como se foge do Diabo, por isso me malham no sábado da Aleluia? Se não me querem, liberem Cristo de Paulo, e eu de Cristo. Sem Paulo, Cristo é libertado, e, consequentemente, eu também. Não traí Cristo. Não precisava mostrar com um beijo, aos sacerdotes e aos romanos quem era Cristo. Cristo era por demais conhecido de todos, eu não precisava mostrá-lo. E ainda mais, por que sujar o beijo? A quem interessava macular um encontro entre duas superfícies sensórias que compõem a singeleza do beijo, se não os verdadeiros assassinos de Cristo?
Não traí Cristo. Cometi um terrível engano quanto a sua potência de vida libertadora. Como não havia ainda lido Karl Marx, eu não sabia da dialética. Não sabia que para fazer qualquer tipo de revolução é preciso conhecer o método: “Apropriar-se da matéria em pormenor, analisar todas as suas diversas formas de desenvolvimento e descobrir todos os seus elos internos”. E só depois deste trabalho realizado que o movimento real pode ser exposto. Quando se consegue isto, quando a vida da matéria se reflete nas idéias, podemos julgar que estamos perante uma construção ‘a priori’.” Nada disto era de meu conhecimento. Foi por isto que não entendi que ele, Cristo, só tinha um objetivo como “o mais doce, o mais amoroso” (Nietzsche/Deleuze): libertar a alma individual dos homens aprisionada na alma coletiva tirânica dos sacerdotes e dos poderosos romanos, cuja idéia maldita era o Poder. Não entendi, como um revolucionário ingênuo que era, como eram os socialistas utópicos Saint Simon, Blanc e Fourier, que a mudança se dá pela forma dialética no entendimento do aprisionamento individual de cada homem. Só depois, no século XIX, lendo o filósofo Nietzsche, que aprendi que Cristo não queria o Poder que perseguiam o Império Romano e os sacerdotes judeus, com a culpa judaica por terem morto Moisés, e por isso queriam que Cristo fosse Moisés ressuscitado.
Cristo não queria ser chefe, mestre, comandante de homens. O que ele pretendia, e pretende, é que cada homem, liberto em si mesmo, possa tornar-se uma individuação e criar, como intensidade produtiva, uma sociedade em que todos possam ser, poieticamente, criadores de bens comuns.
Mas eu nada entendia. Queria que ele se unisse ao nosso próprio propósito político. Queria que ele fosse o grande comandante de nossa revolução. Não sabia que um homem livre não precisa de herói, como depois aprendi com o teatrólogo Brecht. O homem não precisa de um juiz para julgar seus atos e sutilmente dominá-lo. Nada dista era de Cristo, que só pretendia acabar com poder de julgar dos sacerdotes e dos romanos. Não queria a doutrina do juízo, como depois foi instituída por Paulo, usando seu nome. Como muito bem nos mostrou Nietzsche, ao afirmar que “São Paulo contentou-se em deslocar o centro de gravidade de toda esta existência para trás desta existência. (…) No fundo, a vida do redentor não podia ser-lhe de nenhuma utilidade, ele precisava da morte na cruz e de algo mais…” O mesmo, o Apocalipse ao transfigurar o amor de Cristo, em juízo de ódio: “E vi tronos, e aos que neles se assentaram foi dado o poder de julgar”. Nada disto era Cristo. Sua Boa Nova, seu evangelho, não pregava a culpa, a punição, a recompensa, a morte e a imortalidade, como pregam os disangelistas cultuadores da má notícia que sustenta a doutrina do julgamento.
Então, minha gente, se vocês querem que eu desapareça de vez por toda, libertem Cristo de Paulo, que assim é desfeita a idéia da má consciência, do ressentimento e do ideal ascético, porque eu, Judas Iscareotes, não existirei mais. Pois, como afirma o escritor D.H. Lawrence, o principal personagem do cristianismo de Paulo sou eu, Judas. “Não vedes que é o príncipe de Judas que adorais de fato? Judas é o verdadeiro herói, sem Judas todo o drama seria um fracasso… Quando as pessoas dizem Cristo, querem dizer Judas. Nele encontram um gosto saboroso…”, diz ele.
É preciso que eu seja o traidor para que Paulo, por seu ideal, pregue Cristo na cruz para que a doutrina da dor permaneça, e o homem continue o pecador/devedor que nunca consegue pagar sua dívida. Dívida que ele não contraiu.
Todavia, minha adorada e reconhecedora gente, se vocês não liberarem Cristo, e acreditarem que podem continuar a malhar Judas, malhem. Pois, como diz o filósofo Baudrillard, eu, historicamente já fui desrealizado. Não existo no tempo real da malhação. A memória da culpa não me ativa. Hoje, sou um anedótico simulacro que serve par animar a festa de Páscoa. E isto é muito bom. É bom ver o povo em festa, brincando, bebendo, comendo, e as crianças soltas em suas criativas fuzarcas. Eu adoro saber que a imagem desrealizada de mim serve para alegrar meus irmãos. Portanto, neste sábado, vamos brincar. Vamos ‘piar’ a Aleluia.
Agora vamos ao meu testamento. Como vocês sabem, sou uma figura do viés da história, e, como um viés, absorvi valores culturais bons e maus. Assim, posso distribuí-los entre os homens. Aos que considero maus, inimigos da felicidade democrática, deixo-lhes presentes de valores maus. Aos que considero amigos da sociedade democrática, deixo-lhes presentes bons, que aumentam a potência de agir necessária para a contínua produção de democracia.
O TESTAMENTO
Ao prefeito Amazonino
Cassado junto com seu vice
Deixo a justiça democrática
Da juíza Maria Eunice.
À juíza Maria Eunice, sendo
Eunice, em grego, Bela Vitória
Deixo seu nome gravado
No patamar da história.
Ao governador Eduardo Braga
Que faz da sede da Copa obsessão
Deixo o mapa do Amazonas
Com a miséria do povão.
Para o PT de Manaus
Que corruptela de revolução
Deixo o ideal reacionário
Do deputado Belão.
Ao cassado Amazonino
Sofrendo de amnésia eleitoral
Deixo o método para memória
“O Povo desfaz o mal”.
Para a reacionária Folha de São Paulo
Que sonha levar à presidência Serra
Deixo o hit parade popular
“Dilma, a força que o povo eleva.”
Ao insigne delegado Protógenes
Revelador de Daniel Dantas em seus crimes capitais
Deixo a medalha de ouro
“Brasil, corrupção nunca mais!”
Ao senador José Sarney
Eterno presidente do Senado
Deixo o reino imortal
“Morada do enganado”
Ao invejoso Fernando Henrique
Democrata do absurdo
Deixo o livro real
“Memórias de um Sapo Barbudo”
Para o senador Arthur Neto
Do PSDB o Agripino
Deixo a “Provinha Brasil”
Para dar adeus ao menino
Ao senador Agripino
Do PFL o Arthur Neto
Deixo a lógica de Aristóteles
Para ser democrata correto
Deixo ao jornalista Mainardi
Retrógrado texto da Veja
O ódio de ver realizado
O contrário que a Lula deseja
Ao jornalista Reinaldo
Onde a inteligência política não tem vez
Deixo as notas macabras
Da mídia da insensatez
Deixo à direita raivosa
Cujo ‘amor’ é conspirar
Um pedaço de minha corda
Para feliz se enforcar
À anestesiada Rede Globo
Audiovisual conspirador
Deixo o projeto político/social
Como acabar com o predador
Ao Movimento LGBT
Que luta por seus direitos sociais
Deixo a democracia real
Para poder gozar em paz
Para todas as religiões Afro
Com suas entidades, cantos e cores
Deixo a liberdade de culto
Para tocarem seus tambores
Deixo ao Paulo Henrique Amorim
Do Blog Conversa Afiada
A certeza política que Gilmar Mendes
É pura conversa fiada
Ao arigó Carlinhos Medeiros
Do Blog Bodega Cultural
Deixo meu estúdio completo
A seu talento político/musical
Deixo à trepidante La Pasionária
Do Blog Metropolitano
O intempestivo Dionísio
Criador do belo insano
Ao companheiro Morcego Vermelho
Que do cyber space está distante
Deixo minha Rede Net
à sua criação instigante
Ao Blog Malfazejo
Herdeiro de Ismael Benigno
Deixo o Boca do Inferno
Para traçar político indigno
Ao Boris Casoy
Transformador da vergonha em clichê
Deixo o Clip de seu passado
Envergonhado em lhe ver na TV
Ao companheiro, Tedeia
Do Blog Prática Radical
Deixo a esquerda latina
Como matéria ideal
À turma dos Sivuqueiros
Pavor da mídia sequelada
Deixo mais Blogs lutando
Pela informação libertada
À companheira Cássia
Do Blog Tem (Quase) de Tudo
Deixo poemas e contos
Do mundo que não me iludo
Ao companheiro Mello
Cujo Blog tem seu nome
Deixou uma outra maré
Para tirar o Rio da fome
Ao companheiro Azenha
Do Blog Vi o Mundo
Deixo fatos reais
Que não enganam Raimundo
Aos companheiros do Movimento Negro
Cuja luta é verdadeira escola
Deixo livre suas terras griladas
Para criar Quilombola
Às companheiras prostitutas “As Amazonas”
Guerreiras contra os exploradores
Deixo o certificado de utilidade pública
Negado pelos covardes vereadores
Ao companheiro Nassif
Músico economista
Deixo a minha transversal flauta
Para perturbar direitista
Deixo ao resistente jornalista Mino Carta
Cujo blog tirou da virtualização
Um aforismo de Nietzsche:
“A inimizade é o triunfo da nossa espiritualização”.
Aos companheiros índios
Violentados pelo choque cultural
Deixo meus arcos e flechas
Para reconquistarem sua terra natural
Agora, para finalizar
Esta entrega de presente
Deixo ao companheiro Lula
Dilma como presidente!
Assim, caro cristão
Termino meu Testamento
Se você não entrou nele
Outra aleluia será seu momento
Beijos liberados!
O TESTAMENTO DE JUDAS
Published sábado, 22 março, 2008 Candomblé , Cidade , Comunidade , Democracia , Filosofia , Humor , Inteligência Coletiva , Judas , Liberdade , Manaus , O Testamento de Judas , Política , Religião , Umbanda 13 CommentsPara brotar uma afecção alegre, como pede a Páscoa verdadeiramente cristã, e o momento maravilhosos que vive agora o povo brasileiro, quero começar o testamento cantando uma homenagem feita a alguns anos para mim, na voz do criador do samba de breque, o Morengueira: Moreira da Silva, o bom malandro. Canto sem ressentimento, só para ligar seu texto com algumas atitudes de certos homens hoje em dia. Segura, meu povo!
Eu, imitando Morengueira:
“A Judas eu estou me referindo. O homem que a história condenou. O qual depois de me abraçar sorrindo, Muito sério para mim assim falou.”Eu mesmo me imitando:
“Eu traí a um só amigo e enforquei. Mostrei ao mundo ser um homem de valor. Errar é humano, e eu errei. E só por isso me chamam de traidor. Mas eu vejo a toda hora e a cada instante, Os senhores que aí estão a me acusar, Traindo e vendendo o semelhante E a Dona História não vê isso pra contar.”Valeu! Massa!
O TESTAMENTO
Ao meu amigo Lula Presidente operário Deixo como lembrança Seu povo revolucionário.Ao vaidoso Fernando Henrique O “príncipe” do Farol da Alexandria Deixo-lhe as lições de Lula “Como Produzir Democracia”.Ao senador Arthur‘5,5%’Neto Dublê de parlamentar Deixo o Bolsa Família Para poder se formar.
Ao sapeca senador Dos Maia o Agripino Deixo-lhe calças compridas Para trocar com a de menino.Para o lustroso ACMzinho Do vovô o avoado Deixo-lhe um atabaque Para esquecer o deputado.
Para Ivete Sangalo A rebelde musa do ‘Cansei’ Deixo-lhe os embalos dos ritos Da ordem da Opus Dei.Para o Arnaldo Jabor O possesso da fala oca Deixo-lhe a maracujina A vela, a cama e a touca.
Ao encruado Jô Soares Que não se acanha de fazer bico Deixo como lembrança Um babador, um maracá e um pipo.Ao meu amigo Paulo Henrique Cujo Henrique Fernando não lista Deixo-lhe um novo Blog Terror da imprensa golpista.
Ao amigo Mino Carta Jornalista que a pena não nega Deixo as obras de Mollière E minha envelhecida adega.À Agência Carta Maior Cujos textos o jornalismo ergue Deixo como lembrança A Imprensa de Gutemberg.
À meiga Dilma Roussef Ministra do olhar consciente Deixo os eleitores de Lula Para lhe fazer presidente.À minha amiga Ana Carepa Governadora da terra do açaí Deixo minhas receitas de tacacá, Maniçoba e pato no tucupi.
À suave Marina Silva A Minerva do Meio-Ambiente Deixo meu Tratado Ecológico Que impede que a Terra esquente.À dupla PSDB-PFL Herdeira da UDN Deixo o purgatório Para que sua alma pene.
A tramadora Rede Globo Que do golpe não arreda Deixo o Prêmio Lesa-Pátria: “Conspirador Carlos Lacerda”.Ao jornal Folha de São Paulo Que quer Serra na presidência Deixo o Manual de Redação: “Como Curar a Demência.”
Para a lastimável Veja Que na falência solta seus ais Deixo uma passagem Ao Reino do Nunca Mais.Ao jornal Estadão Assumido reacionário Deixo a chave do cofre Da herança do otário.
À obnubilada Época Siamesa da revista Caras Deixo o Museu do Horror Da Imprensa Pautada nas Taras.Para a mídia seqüelada Reduto de triste paixão Deixo uma caixa de Prozac Pra suportar a depressão.
Ao meu amigo Sivuca: “Sem Mídias” blogueiros Deixo a Rede da Net Para delatar trapaceiros.Ao meu amigo Nassif Por Mainardi invejado Deixo meu bandolim Para afogar a inveja num fado.
À Pasionaria Selênia Blogueira dos alegros poéticos Deixo minha coleção de Spinoza Filósofo dos Afetos Éticos.Ao bravo Carlinhos Medeiros Como Lula um nordestino Deixo além da cachaça Meu gibão e o punhal de ouro fino.
Ao meu amigo Morcego Vermelho Que é Morcego; mas não, chupão Deixo meu Manto Escarlate Tecido com o amor de um irmão.Ao amigo Prática Radical Vitrine das notas libertadoras Deixo notícias inéditas Colhidas das direitas opressoras.
Ao meu amigo Azenha Jornalista que não escamoteia Deixo o meu microscópio Para ver onde a Globo faz teia.Ao Tem (Quase) de Tudo Blog de contos e poemas Deixo a estátua de Apolo Pois a vida exige destes temas.
Ao Portal do Envelhecimento A vida presente e não futuro Deixo a alegria e as delícias Do Jardim de Epicuro.Ao amigo Periferia do Império Que vê o que o Império faz Deixo o livro, além de Pilatos: “O Ideário de Barrabás”.
Para os manos do Hip-Hop Que abalam o sistema Com o som e com o corpo Eu deixo este poema.Aos demagogos de Manaus Que ambicionam a prefeitura Deixo o desprezo do povo Para acabar com a loucura.
À classe artística de Manaus Sabujo da classe governante Deixo uma equipe de cirurgiões Para realizar um transplante.À esquerda eufemística de Manaus Que chama de aliança submissão Deixo todos os batons roxos Para beijar o patrão.
Para o prefeito Serafim Que a reeleição quer tentar Deixo antecipadas condolências Pela derrota que o povo vai lhe dar.Para os eleitores manoniquins Decepcionados com Serafim Deixo santinhos de candidatos Que tiveram o mesmo fim.
Para o governador Eduardo Braga Que trata subordinado de joelho Deixo uma foto do Amazonino Pra não mais precisar de espelho.Para o tostado Wilson Alecrim Fritado na secretaria de saúde Deixo uma lápide de madeira roída Pra enfeitar seu ataúde.
Ao PTista “Oh, My Darling” Sinésio Que se diz o maior dos campeões Deixo meu título e meu voto A presidente do Sindicato dos Bufões.Para os amigos grevistas da saúde Que pelejam por melhores dias Deixo o humor brechtiano Para que multipliquem as alegrias.
Para o sindicalista Alberto Jorge Psicólogo, quase padre e falso truão Deixo títulos e diplomas inúteis Pois destes ele faz coleção.A minha amiga Maria Padilha Entidade do céu e profundeza Deixo a força da luta Que sempre vence a tristeza.
Aos meus amigos Pais de Santo Respeitados na Umbanda e Candomblé Deixo as minhas terras quitadas Para as alegres festas no ilé.Por fim, aos que não foram agraciados Tanto o bom como o desafeto Peço que não fiquem frustrados Segue Sedex direto.
Ame com a comunhão Pascal
Vibre, festeje e goze
Aproveite que o Brasil é seu aval
Ano que vem Lula aumenta a dose.
Beijos de Judas!
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