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BLOGS AFINSOPHIA E ESQUIZOFIA ENTREVISTAM BELCHIOR JÁ QUE “SEMPRE É DIA DE IRONIA NO MEU CORAÇÃO”

Os Blogs Afinsophia e Esquizofia, da Associação Filosofia Itinerante (AFIN), publicam a entrevista, alegria como aumento de potência de agir, com o Rapaz Latino-Americano Belchior.

BREVE APRESENTAÇÃO

Antônio Carlos Gomes Belchior Fonteneles Fernandes – cearense da simpática cidade de Sobral -, gostaríamos de fazer um acordo com você nessa entrevista trans-histórica, na névoa inassinalável, ou hecceidade. O acordo é o seguinte: como nós vamos recorrer as nossas faculdades memorativas, além de informações extraídas de nossa arqueologia do saber-Belchior, é possível que venhamos cometer alguns equívocos em relação a fatos aqui apresentados por nós atribuídos a personagens em relação a você. Se por acaso você perceber que algumas enunciações nossas são lendas ou mitos, queira nos corrigir. Certo?

Belchior você é da geração que “por força desse destino um tango argentino” pegava “bem melhor” que “uns blues”. A ditadura civil-militar que dominou o Brasil entre os anos de 1964 e 1985. Você, como muitos brasileiros, por força da ditadura, não teve adolescência, e se quer pode vivenciar as fragrâncias de maio de 68. Enquanto a França, e grande parte da Europa explodia, produzindo linhas de cortes, fissuras através das potências dos trabalhadores e estudantes. Ao contrário, em 68, o Brasil era submetido à força do AI5, implantado pelos militares da repressão-nacional. Foi o ano que começou para valer as perseguições, prisões, sequestros, torturas e mortes.

Todavia, arigó Belchior, você já havia sido traspassado pelas enunciações políticas, estéticas, filosóficas, antropológicas, históricas, psiquiátricas, etc., e podia com clareza entender as notas desterritorializadas de Sartre, Marcuse, Foucault, Deleuze, Guattari, Simone Beauvoir, entre outros que se movimentavam em latitudes e longitudes capazes de lhe afetar spinozianamente: aumentar sua potência de agir. Já havia sido afetado pela potência da comunalidade em forma de erudição. Erudição que levou certa vez Caetano chamar de cultura inútil. Sem falar que você já havia encontrado Marx, Cristo, aliás, o Homem de Nazaré foi quem primeiro lhe encontrou, daí sua vida de noviço, depois rebelde (Gargalhadas), quem sabe a influência a posteriori para criar o projeto de tradução do latim A Divina Comédia, de Dante Alighieri.

Musicólogo roqueiro, corpo que lhe moveu com “os pés cansados e feridos de andar léguas tiranas, a ponto de lhe deixar “com lágrimas nos olhos de ler o Pessoa, e ver o verde da cana”, compôs com as baladas de Bob Dylan, composição que levou o compositor do Maracatu Atômico, George Mautner, a afirmar que entre o original e a cópia preferia o original. Declaração que confirmava que sua entrada no mercado musical brasileiro já estava incomodando. Claro, você como sobralense nunca negou que ouvira muito as baladas de Dylan. E, aliás, quem daquela época, não ouviu? Quem, preocupado com a Napalm lançada pelos Estados Unidos no Vietnã, não ouviu Dylan? E não só Dylan, como também Neil Young, entre outros cantores e compositores de opunham a ferocidade genocida do império. Você sempre foi um homem engajado. Mas um cara que não fazia gênero de rebelde sendo um puta burguês, como seu conterrâneo Fagner. Poucas sabem, mas você participou, convidado pela talentosíssima atriz de teatro Lélia Abramo, no lançamento do primeiro manifesto do Partido dos Trabalhadores, em 1981. O que confirma que suas baladas são politizadas não por dependência de Dylan. Como invejavam seus detratores. E para piorar – para eles, é claro -, você foi parceiro do companheiro Lula na luta pela redemocratização do Brasil. ão do Brasil.

Mesmo só com a adolescência biológica, já havia traçado o compromisso, com Bertolt Brecht, de não deixar seu “charuto apagar-se por causa da amargura”, mostrado na canção Não Leve Flores. Daí que sua obra, apesar de manter alguns elementos regionais, melhor dizendo, nordestinos, foi na “Selva das Cidades”, empurrado pelo teatrólogo da Exceção e a Regrar, que você fez movimentar sua arte como forma de afetar o corpus da urbe atomizada. Como você mesmo diz: “se não for para balançar o coreto, não adiante fazer arte”.

E balança. Belchior, você instituiu no país a música urbana inspirada e alocada no concreto das cidades como corpo da poesia concreta. Você verseja concretamente. A poesia concreta é seu território de práxis e poieses. “Vamos andar, pelas ruas de São Paulo, por entre os carros de São Paulo, meu amor vamos andar e passear. Vamos sair pela rua da consolação, dormir no parque em plena quarta-feira. Sonhar com o domingo em nosso coração. Meu amor, meu amor, meu: a eletricidade dessa cidade me dá vontade de gritar que apaixonado eu sou. Nesse cimento, o meu pensamento e meu sentimento espera o momento de fugir no disco voador. Meu amor, meu amor”, nada de sentimentalidade compassiva, do tipo Roberto Carlos, nesse Passeio do seu primeiro LP, Mote Glose, pela gravadora Chantecler, com a regência do talentoso músico pernambucano Marcus Vinícius, do PCBão, um disco profundamente experimental, onde salta livre a poesia concreta.

Dizem que você canta a liberdade, claro que é uma afirmação abstrata, já que a liberdade não se canta se vive, mas nos diga: nessa tão concreta e cruel realidade produzida pelo capitalismo paranoico com sua dogmática opressora, você é um “passarinho urbano”, ou um “Robô Goliardo” (Gargalhada geral)?

A ENTREVISTA

AFINSOPHIA E ESQUIZOFIA – Começando pelo meio. O que é melhor? Viver, sonhar ou um canto?

Belchior (Sorrindo cúmplice) – “Viver é melhor que sonhar. Eu sei que o amor é uma coisa boa, mas sei também que qualquer canto é menor que a vida de qualquer pessoa”.

AE – Nesse momento em o Brasil encontra-se sob o cutelo de um perverso golpe contra a democracia, você tem alguma paixão?

B – “Você me pergunta pela minha paixão, digo que estou encantado com uma nova invenção, eu vou ficar nessa cidade, não vou voltar pro sertão, pois vejo vir vindo no vento cheiro da nova estação”.

AE – Verdade? Maravilha! Belchior, você é uma cara que viveu as décadas de 60, 70, não teve adolescência no sentido ontologicamente-social, por força da ditadura, mesmo assim conseguiu construir uma das mais inquietantes estéticas do Brasil, todavia, muitas pessoas não conhecem essa obra. E entre essas pessoas têm os nazifascistas. Se por um acaso algumas dessas pessoas, como uma variável-política, perguntasse de você, por onde você andava nesse tempo, o que você responderia?

B (Pensativo) – “Amigo, eu me desesperava!”.

AE – Você tem estilo. Não estilo no conceito burguês, mas como diz o filósofo Deleuze, você cria em sua singularidade como ninguém poderia criar de forma igual. Por isso você faz corte no estado de coisa petrificado. Você libera potências. Como você responderia se alguém pedisse para você compor de outra forma?

B – “Não me peça que eu lhe faça uma canção como se deve correta, branca, suave, muito limpa, muito leve, sons palavras são navalhas, e eu não posso falar como convém sem querer ferir ninguém”.

AE (Vibrando) – Cacete! Esse cara é foda, moçada. Ainda nessa linha. Não precisa nem dizer, mas você tem Nietsche e Spinoza na veia: você é exaltação da “vida que ativa o pensamento e o pensamento que afirma a vida”. Até quando se encontra “mais angustiado que um goleiro na hora do gol”. A onda é essa: se um pessimista, um compassivo, uma baixa potência de agir, lhe dissesse que queria lhe ajudar, o que você diria para ele?

B (Gargalhando) – “Saia do meu caminho! Eu prefiro andar sozinho! Deixem que eu decida a minha vida. Não preciso que me digam de que lado nasce o sol, porque bate lá meu coração”.

AE (Explodindo de emoção) – Coisa de louco, moçada! “Você pode até dizer que eu estou por fora e que até estou inventando”, mas para o nosso entendimento, há uma confissão aí nesse “não preciso que me digam de que lado nasce o sol, porque bate lá meu coração”. O sol nasce no Leste, até Galileu já sabia. E o Leste europeu tem Marx, mano. Não precisa responder.

B (Interferindo) – “É claro que eu quero o clarão da lua! É claro que eu quero o branco no preto! Preciso, precisamos da verdade nua e crua, mas não vou remendar vosso soneto. Batuco um canto concreto pra balançar o coreto…”.

AE (Tentando uns movimentos afros) – Grande saída, hein cara? Ok, baby! Diz uma coisa cara. Já viu que há muita gente pessimista diante do desgoverno golpista acreditando que ele será eterno. O que você diz para essa gente?

B – “Você não sente nem vê, mas eu não posso deixar de dizer meu amigo, que uma nova mudança, em breve vai acontecer”.

AE (Palmas) – É o devir-povo! Dando uma deslocada. O que você quer agora?

B (Sorrindo) – “Quero uma balada nova, falando de broto, de coisas assim: de money, de lua de ti e de mim, um cara tão sentimental…”.

AE – Você estudou medicina até o quarto ano, lógico que deve ter entrado em contato com algumas noções freudianas. Freud diz que é muito difícil uma geração se libertar da anterior. Há sempre fantasmas. Vendo o mundo como se encontra, qual a sua maior dor?

B – “Minha dor é perceber que, apesar de termos feito tudo, tudo, o que fizemos, ainda somos os mesmos e vivemos como nossos pais”.

AE – Bel, aproveitando essa questão de continuar o mesmo, tem também aquela questão dos que posaram como revolucionários, e hoje são tremendos reaças, inclusive muitos operando como golpistas, como é o caso do senador do PSDB, Aloysio Nunes que foi motorista do Marighella. Você poderia descrever para nossos seguidores quem são esses simuladores e nos dizer quem são eles?

B (Dando uma boa baforada no cachimbo) – “Os filhos de Bob Dylan, clientes da Coca-Cola: os que fugimos da escola, voltamos todos pra casa. Um queria mandar brasa; outro ser pedra que rola… Daí o money entra em cena e arrasa e adeus caras bons de bola”.

AE – Esse cara vai na ferida dos caras, mas não confundir com “a ferida viva do meu coração”, não é? O quê? Ainda tem mais? Então, manda brasa.

B (Continuando) – “Donde estás los estudiantes? Os rapazes latino-americanos? Os aventureiros, os anarquistas, os artistas, os sem-destino, os rebeldes experimentadores, os benditos malditos – os renegados – os sonhadores? Esperávamos os alquimistas…  E lá vem os arrivistas, consumistas, mercadores. Minas, homens não há mais? Entre o céu e a terra não há mais que sex, drugs and rock ‘n’roll? Por que o adeus às armas? Não perguntes por quem os sinos sobram… Eles dobram por ti! O último a sair apague a luz azul do aeroporto. E ainda que mal pergunte: a saída será mesmo o aeroporto?”.

AE (Vibrando) – Loucura, moçada! O quê? Ainda tem mais? Manda brasa, arigó!

B – “Onde anda o tipo afoito que em 1-9-6-8 queria tomar o poder? Hoje, rei da vaselina, correu de carrão pra China, só toma mesmo aspirina e já não quer nem saber”.

AE –Loucura, loucura, loucura! Ainda agora você disse que “uma nova mudança vai acontecer”. Qual a forma para essa mudança?

B – “A única forma que pode ser nova é nenhuma regra ter; é nunca fazer nada que o mestre mandar. Sempre desobedecer. Nunca reverenciar”.

AE – A noite tem para você um signo profundo?

B – “Anoite fria me ensinou a amar mais o meu dia. E, pela dor eu descobri o poder da alegria e a certeza de que tenho coisas novas pra dizer”.

AE – Você é nordestino, e como você sabe, há hoje no Brasil uma consciência nazifascista que discrimina violentamente o povo do Nordeste. Como você concebe esse comportamento genocida contra o Nordeste?

 B (Sorrindo) – “Nordeste é uma ficção! Nordeste nunca houve! Não! Eu não sou do lugar dos esquecidos! Não sou da nação dos condenados! Não sou do sertão dos ofendidos! Você sabe bem: conheço o meu lugar”.

AE – E o medo de avião?

B (Balançando a cabeça sorrindo) – “Agora ficou fácil. Todo mundo compreende aquele toque Beatles: – “I WANNA HOLD YOUR HAND!”.

AE – E aquela namorada e aquele teu melhor amigo?

B – “Minha namorada voltou para o norte, ficou quase louca e arranjou um emprego muito bom, meu melhor amigo foi atropelado voltando pra casa. Caso comum de trânsito”.

AE – Os filósofos Epicuro, Spinoza, Nietzsche dizem quase o mesmo sobre falar sobre a morte. É claro que ninguém pode falar sobre a morte, porque é a última experiência e a única que não se pode contar nada sobre ela. Eles dizem que falar sobre a morte enquanto se está vivo é imundo. Mas vamos conceder uma cortesia sobre esse tema. Como você cogita sua morte?

B (Sorrindo) – “Talvez eu morra jovem: alguma curva do caminho, algum punhal de amor traído completará o meu destino”.

AE – Belchior você é uma cara corajoso. Sua obra e sua existência comprovam sua coragem. Mas nos responda: você tem Medo?

B – “Eu tenho medo. E medo anda por fora, medo anda por dentro do meu coração. Eu tenho medo em que chegue a hora em que eu precise entrar no avião. Eu tenho medo de abrir a porta que dá pro sertão da minha solidão. Apertar o botão: cidade morta. Placa torta indicando a contramão”.

AE – O que você pode nos dizer sobre a sorte na vida?

B – “Coisa muito complicada o amigo tem ou não tem. Quem não tem sucesso ou grana tem que ter sorte bastante para escapar salvo e são das balas de quem lhe quer bem”.

AE – Temer, o golpista-mor junto com sua escória, vem desmontando as leis democráticas do país. Porém, ele tem, com ajuda da mídia capitalista também golpista, feito pronunciamentos como se tudo estivesse às mil maravilhas. Como você concebe o presente e estes pronunciamentos?

B – Olho de frente a cara do presente e sei que vou ouvir a mesma história porca. Não há motivo para festa: ora esta! Eu não sei rir à toa!”.

AE – Você como pintor e desenhista pode nos apresentar um quadro da família-nuclear-burguesa-patriarcal?

B – “No centro da sala, diante da mesa no fundo do prato, comida e tristeza, a gente se olha se toca e se cala e se desentende no instante em que fala. Medo, medo, medo, medo. Cada um guarda mais o seu segredo a sua mão fechada, a sua boca aberta, o seu peito deserto, a sua mão parada, lacrada e selada e molhada de medo. Pai na cabeceira…”.

AE – Essa família lhe concedeu um prêmio no começo de 70, certo? Contam que na noite que você recebeu o prêmio os canas deram uma chegada em você, certo (Belchior sorrir)? Se alguém tentasse lhe obrigar a parar de cantar, o que você diria?

B – “E eu vos direi, no entanto”: enquanto houver espaço, corpo, tempo e algum modo de dizer Não! Eu canto”.

AE – O que você diz sobre a vida?

B (Com ar apaixonado) – “Eu escolhi a vida como minha namorada com quem vou brincar de amor a noite inteira. Vida, eu quero me queimar no teu fogo sincero. Espero que a aurora chegue logo. Vida, eu não aceito não a tua paz, porque meu coração é delinquente e juvenil, suicida, sensível demais. Vida, minha adolescente companheira, a vertigem, o abismo me atrai: é esta minha brincadeira”.

AE – Observando sua temporalidade ontológica como você concebe sua existência?

B (Pensativo) – “Até parece que foi ontem minha mocidade, meu diploma de sofrer de outra universidade, minha fala nordestina, quero esquecer o francês. E vou viver as novas que também são boas o amor/humor das praças cheias de pessoas, agora eu quero tudo, tudo outra vez”.   

AE (Afetados de alegria) – Chegado a esse platô, você gostaria de desejar algo às pessoas?

B (Muito contente) – “Quero desejar, antes do fim, pra mim e os meus amigos, muito amor e tudo mais: que fiquem sempre jovens e tenham as mãos limpas e aprendam o delírio com coisas reais”.

AE – Belchior, nós trouxemos alguns instrumentos, você aceitaria terminar a entrevista cantando uma de suas músicas que tocam diretamente ao momento atual do golpe que estanca o Brasil. Como somos seus fãs de carteirinhas, nós até poderíamos fazer o backing vocal. Mote e Glosa? Vamos nessa! Aí, moçada, acessante do Afinsophia e Esquizofia, um abração e beijos. Logo, logo estaremos novamente com Belchior “balançando o coreto”. Não é. Belchior (Ele balança a cabeça gargalhando)?

“é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo

é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo

é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo

é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo é o novo

passarim no ninho

(tudo envelheceu)

cobra no buraco

(palavra morreu)

você que é muito vivo

me diga qual é o novo

me diga qual é o novo

me diga qual é o novo

                            novo

                            novo

                            novo

me diga qual é o novo

me diga qual é

me diga qual é o novo

me diga qual é

me diga qual é o novo

me diga qual é”.

Obs: Embora Belchior tenha musicalizado várias letras de outros companheiros seus,  como por exemplo, Jorge Melo, Fausto Nilo, Francisco Casaverde, Gracco, até com o reacionário coxinha Fagner, entretanto, a maioria das letras aqui expostas são de sua autoria.

GABI AMARANTES, COMPOSITORA E CANTORA PARAENSE, MOSTRA EM VÍDEO O HINO LULA: “LULA, A VOZ QUE CLAMA POR JUSTIÇA E PAZ… PARA SEMPRE LULA, O BRASIL É LULA, SOMOS TODOS LULA”

 Sem palavras! Só o som da engajadíssima compositora e cantora paraense, Gabi Amarantes, com seu hino a Lula.

BANDINHA DO OUTRO LADO FAZ FESTA MOSTRANDO QUE É NETA SINGULAR-ORIGINAL DE DIONÍSIO

4360506631_cce515d11b_oEntre os vários vetores fluxos mutantes e quantas desterritorializantes da Associação Filosofia Itinerante (Afin) que agenciam há mais de 14 anos em Manaus produções-moventes como corpos de novas formas de existir, sentir, ver, ouvir e pensar, a Bandinha do Outro Lado é festa singular e original da potência dionisíaca.

p1090569 p1090574 p1090576 p1090577 p1090581 p1090584 p1090589 p1090590 p1090599 p1090600A Bandinha do Outro Lado se imbricou como corpo dionisíaco há nove anos na Rua Jaú do Bairro Novo Aleixo, zona Leste de Manaus. Uma das muitas regiões populacionais desassistidas pelos governos reacionários que se apossaram do estado do Amazonas e da capital Manaus. Na linguagem politicofastra (linguagem do falso político, o tagarela do Legislativo, Executivo e Judiciário, corpos alienados da democracia), é um curral eleitoral onde esses personagens exploradores da miséria do povo, que eles mesmos fomentam, conseguem suas eleições, reeleições constantes.

Desde sua inicial apresentação nas ruas do bairro que a Bandinha do Outro Lado se atualiza como real através das próprias criações das crianças. Suas fantasias são concebidas e elaboradas por elas. Certo que com o auxilio de alguns moradores. Como Dona Antônia, por exemplo.

p1090602 p1090604 p1090609 p1090622 p1090627 p1090640 p1090652Como a Afin é um corpo comunalidade e sua atuação é sempre um processual coletivo, não seria coerente a Bandinha do Outro Lado, como expressão do personagem que forneceu corpos para a emergência do Teatro Grego, a Filosofia e a Política, que os moradores ficassem fora da composição festeira de seus netos.

p1090653 p1090663 p1090665 p1090678Nesse carnaval, que apesar de Temer e seus cúmplices golpistas, a Bandinha do Outro Lado fez sua festa em outra zona abandonada pelos exploradores governantes: Bairro Nova Cidade, que de novo só tem o nome: segue a antiga violência administrativa de outras zonas que não têm seus direitos urbanos garantidos. Fica no extremo de Manaus. Agora, a Bandinha do Outro Lado se apresenta na última rua, número 72, do bairro no limiar da mata, fronteira com um cemitério indígena. Porém, a potência dionisíaca-contínua segue a movimentação intensiva da poieses.

p1090686 p1090690 p1090691 p1090697 p1090702 p1090723 p1090742 p1090749 p1090757 p1090761Aqui a letra desse ano do carnaval da Bandinha do Outro Lado. Carnaval que vibrou por todo Brasil em um uníssimo Fora Temer! Para o bem da Democracia!

     A Bandinha do Outro Lado está na Nova Cidade Ô, Ô,Ô

     Veio lá do Novo Aleixo com sua festa vontade Ô,Ô

     Para fazer o carnaval Dionísio da criança

     Por isso, ninguém vai ficar fora da dança.

     “Corre, corre lambretinha”,” se a canoa não virar”,

     “Eu vou pra Maracangalha” “abre alas que eu quero passar”

     “Viva o Zé Pereira, viva o carnaval,

      Viva o Zé Pereira que a ninguém faz mal”.

     Vejam algumas imagens dionisíacas.

  Vejam um breve vídeo. 

E POR FALAR EM SAUDADE, O FILÓSOFO SPINOZA ENCONTROU GONZAGUINHA E DISSE: OLHA MOLEQUE GONZAGUINHA, VOCÊ NÃO PODE VIVER LULA, POR ISSO SUA SAUDADE É DAQUILO QUE NÃO VIVEU

lula-na-alemanha

      Gonzaguinha é uma das maiores expressões da potência política que viveu os tempos brutos da ditadura. Não temeu. Teve várias de suas músicas censuradas e shows cancelados por força da opressão. Foi uma voz importante na luta pelas Diretas Já!. Esteve lado a lado com Lula nos grandes comícios que movimentaram o Brasil para reconstrução da democracia no país.

      Alguns falsos críticos, lambaios do imperialismo capitalista comandado pelos Estados Unidos, afirmavam que ele era um compositor de canções deprimentes. Eles tinham razão: como lambaios o Brasil estava maravilha. Tudo como qualquer capacho adora e defende. Mas o moleque Gonzaguinha não estava nem aí. Estava aqui, onde o mundo processa liberdade. Sua arte era a vanguarda unívoca: para todos. Sem qualquer distinção. A arte necessária para o esclarecimento e a aproximação das pessoas dignificadas.

        Entre suas centenas de músicas, Gonzaguinha compôs uma que fala de saudade. Não a saudade depressiva, tipo Roberto Carlos e éramos todos mortos que sustenta psicanalista confortador para a subjetividade do capital. Mas a saudade revolucionária. Simples Saudade. Só quatro versos da letra integral logo abaixo. “A saudade que eu sinto não é a saudade da dor de chorar. Não é a saudade da cor do passado… É a estranha saudade do que ainda não vivi… Que acredita nas pessoas e no futuro. Que seja fruto da força imensa de nossos corações””. Gonzaguinha morreu em 29 de abril de 1991, aos 45, portanto não conheceu os governos populares de Lula, seu companheiro.

      O filósofo do aumento da potência de agir, o holandês Spinoza, encontrou o moleque Gonzaguinha e lhe disse: A saudade é um afeto alegre que aumenta a potência de agir quando ela é uma ideia de uma vivência boa. A saudade que o povo brasileiro tem de Lula é a ideia alegre da vivência boa que ele teve nos governos populares de Lula. É a vivência de quem “acredita nas pessoas e no futuro”, como “fruto da força imensa de nossos corações”, como você afirma, moleque Gonzaguinha.

        Hoje, quando o povo afirma que tem saudade de Lula, ele confirma seu sentido de “saudade” ainda não vivida. Ele afirma você Gonzaguinha. Você também teria, hoje, saudade da vivência que o povo teve nos governos populares de Lula e Dilma. Como nós não podemos voltar ao passado, mesmo quando ele foi bom, nos resta fazer o que todo democrata deve fazer: produzir, através de nossas potências políticas de cidadão, a democracia, porque nenhuma tirania suporta a liberdade e a criatividade democrática.

       Agora, a saudade vai se tornar realidade pulsante como novas vivências boas que aumentam a potência de agir e nos fazem alegres. Assim, a saudade que o povo tem de Lula é ato revolucionário que vai mudar o estado de coisa aberrante implantado pelos golpistas. Golpistas que nenhum brasileiro democrata sentirá saudade.

A saudade que eu sinto
Não é saudade da dor de chorar
Não é saudade da cor do passado
Que deixa grudado o meu pé nesse chão
Não é a tristeza que queima o peito
Não é lamentar o que nunca foi feito
Não é a doença que acaba com a gente
Deixando esmagada a vida no chão

É a estranha saudade do que ainda não vivi
É a raça e o sangue de um simples moleque
Que leva na ponta da língua a todos os cantos
O sal e o doce da palma da mão

É a garra e a alegria de um simples menino
Que acredita nas pessoas e no futuro
Que seja fruto da força imensa de nossos corações

        Assista o vídeo Saudade do Meu Ex Presidente Lula, na ginga da cantora Marília Mendonça.

CHICO CÉSAR, O ENGAJADO COMPOSITO E CANTOR, SE SOLIDARIZA COM ESTUDANTES E FAZ SHOW NA ESCOLA FERNÃO DIAS

image_largeDiante da intransigência do governo Alckmin em não mudar sua decisão de fechar escolas de comunidades onde estudantes nasceram e estão matriculados já alguns anos, cujo deslocamento dos mesmos para outras escolas distante do lugar onde moram, eles decidiram continuar com as ocupações de mais de 66 escolas do ensino público como forma de lutar por seus direitos.

Todavia, não são somente os estudantes, professores e pais estão na luta, grande parte da comunidade também tem demonstrado solidariedade ao movimento reivindicatório. Entre essas solidariedades aparecem filósofos, como Dermeval Saviani, intelectuais e artistas. E como não poderia ser diferente, o cantor e compositor Chico César foi um dos se solidarizou com os estudantes.

Convidado por uma professora, sua amiga, ele aproveitou um momento de folga de seus shows que está realizando, e fez uma apresentação na Escola Fernão Dias Paes, em Pinheiros. Além da apresentação gravou um vídeo expressando sua solidariedade com a luta dos estudantes.

“Acho importante os artistas, as pessoas, os professores que puderem vir aqui doar aulas, dar uma oficina, um curso, alguma coisa. Posso contribuir desse jeito, vir tocar. Doei uma coisa que sai da minha alma, minha música, do meu coração. O público nos dá tanto, que sempre que a gente puder trocar graciosamente, sem a presença da grana… Sabe, nem tudo é grana nessa vida. Aliás, as coisas mais importantes não podem ser compradas, podem ser compartilhadas, dadas assim.

Eu acho que os estudantes dizem para todos nós: ‘Olha gente, é possível, nem tudo depende dos governos’, o governo é quem decide, o Judiciário é quem decide, não, quem decide somos nós.

Acho que esta é a lição, mostrar que nós temos poder, que nós podemos participar, mudar os rumos das coisas.  Muitas coisas chegam para nós como já estivesse tudo certo e pronto e que você só deve cumprir. Não é assim, nós podemos através da desobediência civil, das manifestações organizadas, participar das decisões. Isso vai influenciar o futuro de muita gente”, analisou o engajado Chico César.

A Vontade de Saber dos estudantes é o devir que constrói uma sociedade democraticamente humana. Tudo que os tiranos temem. Veja e clica a baixo o vídeo. 

CAETANO, AO DEFENDER SUA POSIÇÃO, FAZ AFIRMAÇÃO ERRADA AO DIZER QUE SARTRE E BEUAVOIR “MORRERAM POR ISRAEL” E ROGER WATERS ACREDITOU

Simone-de-Beauvoir-Jean-Paul-SartreAs apresentações de Caetano Velosos e Gilberto Gil em Israel continuam em questão. São inúmeros manifestantes no mundo que pedem para que a dupla reconsidere suas posições, e para isso mostram a perversidade, conhecida em todo mundo, que o Estado autoritário militarista de Israel vem impondo ao povo da Palestina. Além dos constantes bombardeiros, crianças, jovens, idosos e civis vêm sendo assassinados continuamente. Mas os dois estão resolutos e tentam apresentar argumentos, talvez nem tanto para convencer os que lhes pedem para desistir das apresentações, mas para eles se autoconvencerem.

O ex-líder do Pink Floyd Roger Waters, lhe enviou duas cartas tratando sobre o tema. Na primeira, ele realizava o pedido, na segunda ele respondeu o que Caetano argumentou para sua decisão. Caetano, que é tido, por si, e por alguns, mais do que é, para sustentar seu argumento usou uma afirmação muito distante da verdade. Ele afirmou que os filósofos franceses “Jean Paul Sartre e Simone de Beauvoir morreram pró-Israel”. E Roger Waters acreditou e respondeu afirmando que “até pode ser, mas isso foi naquele tempo, talvez à época eles não soubessem ou não compreendessem a brutalidade da ocupação da terra palestina”. Sartre é de 1905 e 1980. Simone de 1908 e 1986.

Em sua afirmação Caetano comete dois grandes erros. O primeiro é afirmar que os dois “morreram pró-Israel”. Não morreram, porque ninguém morre por ninguém. Cada mortal morre em si mesmo, como diz Sartre, em situação promovida por sua liberdade de ser humano. Nem Cristo, que era um revolucionário, morreu por nós, como inventou Paulo, para deixar Cristo pregado na cruz para com isso prender os incautos e propagar, pela culpa, a submissão dos fiéis. Segundo Sartre e Simone tinham, como existencialistas, como fundamento da existência a liberdade do homem. A escolha autêntica ou inautêntica ontológica do homem. O homem como existência que precede a essência. A existência autêntica é aquela que se escolheu em liberdade pelo homem. A existência inautêntica é aquela que se escolheu como malogro, má-fé, mentira, subterfúgios, fugas, medos, covardias como a existência burguesa.

Caetano cometeu o segundo erro porque não tem conhecimento da filosofia de Sartre e dos engajamentos pela liberdade dos povos juntamente com sua companheira necessária, Simone de Beauvoir. O povo é devir e como devir antecede o Estado que com sua máquina abstrata de sobrecodificação captura o povo transformando em segmentaridade dura – estratos, epistratos e paraestratos – através de corpos territorializantes distribuídos em instituições que formam e estabelecem comportamentos. O Estado é um poder de comando.

Como Caetano não estudou a filosofia de Sartre não sabe que ele, na década de 40,  escreveu uma obra chamada Reflexões Sobre O Racismo – I Reflexões Sobre a Questão Judaica. II Orfeu Negro. Na segunda reflexão Sartre trata do racismo contra os negros no mundo e sua condição oprimida diante do branco colonizador. Na primeira reflexão, que interessa para o tema em conta, ele examina, analisa, critica e mostra sua posição contra a condição fascista dos antissemitas. Sartre trata do povo e não do Estado. “O antissemitismo é uma livre e total escolha de si mesmo, uma atitude global que alguém adota não só em face dos judeus, como ainda dos homens em geral, da história e da sociedade; é, a um só tempo, uma paixão e uma concepção do mundo. Se trata de uma afecção de ódio e de cólera”, escreve Sartre. Em tempo: cabe bem aos fascistas que atacam o governo Dilma e o PT. E continua Sartre. “Todo antissemita é, portanto, numa medida variável, o inimigo dos poderes regulares; deseja ser membro disciplinado de um grupo indisciplinado; adora a ordem, porém a ordem social”. O antissemita escolheu o judeu como o mal que deve ser aniquilado para estabelecer a harmonia, fascista paranoica.

 E Sartre se mostra psicanalista existencialista – escreveu em sua obra inigualável O Ser E O Nada, um tomo com o título A Psicanálise Existencial – ao afirmar que “um dos seus componentes de seu ódio é uma atração profunda e sexual pelos judeus. Trata-se, antes de tudo, de uma curiosidade fascinada pelo Mal, que procede principalmente, creio eu, do sadismo”. Mas, Sartre, apresenta um convincente conceito do que é ser antissemita que serve para todas as formas nazifascistas, como as que ocorrem hoje no Brasil. “O antissemita é um homem que tem medo. Não dos judeus, certamente: de si próprio, de sua consciência, de sua liberdade, de seus instintos, de suas responsabilidades, da solidão, da modificação, da sociedade e do mundo, de tudo, salvo dos judeus. É um covarde que não quer confessar sua covardia; um assassino que recalca e censura sua tendência ao homicídio sem poder refreá-la e eu, no entanto, só ousa matar em esfinge ou no anonimato de uma multidão; um descontente que não se atreve a revoltar-se por receio das consequências da sua revolta. (…) O antissemitismo, em suma, é o medo diante da condição humana. O antissemita é o homem que deseja ser rochedo implacável, torrente furiosa, raio devastador: tudo menos homem”.

Esses breves enunciados tratam exclusivamente do povo judeu perseguido pelo antissemitismo mundial. Não trata de uma defesa do Estado de Israel como afirmou Caetano. Sartre, como filósofo da liberdade do homem, jamais poderia ter reduzido a sua luta em defesa de um só povo preterindo um outro povo. Que mostrem o povo argelino, o povo cubano, o povo russo e a até o povo brasileiro, porque não foi por turismo que veio ao Brasil em 1961. Sartre, já na década de 70, sabia que o Estado de Israel estava militarizando e tomando decisões contrárias a liberdade do povo palestino. Mas Roger Waters acreditou em Caetano também por não estudar Sartre.

O que os dois não sabem é que em 1967, Sartre e Simone, em suas muitas viagens pelo mundo sempre em condição de convidados políticos, visitaram o Cairo que fazia uma experiência socialista tendo como chefe Nasser, com quem Sartre conversou por mais de três horas. E visitou a Faixa de Gaza, que no tempo não mostrava as atrocidades de hoje promovida pelo Estado Militar de Israel. Em seguida, os dois filósofos, a convite de membros de partidos e movimentos esquerdistas, visitaram Israel, onde foram recebidos de forma acalorado por dois motivos. Um a importância internacional de Sartre, e outro pelo livro que escrevera contra o antissemitismo. Motivo que levou os israelenses a o chamarem de semitósofo. Nessa visita Sartre conversou uma hora e quinze minutos com o chefe do Estado de Israel. Visitaram também a experiência socialista dos Kibutzs, comunidades onde, principalmente as crianças tinham uma educação verdadeiramente socialista. Resultado: Sartre de manteve neutro na questão de Israel e Palestina, afirmando que havia viajado para aprender e não ensinar.  

O argumento de que Caetano é profundamente insustentável, porque ele não está entendendo a passagem de um Estado totalitário para um Estado fascista, como nós mostram os filósofos Deleuze e Guattari com o conceito de máquina de guerra. Uma máquina de guerra é um agenciamento de desejos que processa novas formas de existências fazendo com que corpos capturados por sobrecodificações molares, pontos paranoicos, buracos negros, através das linhas de fugas moleculares se manifestem em suas intensidades mutantes e desterritorializantes.

O que significa que um Estado totalitário, embora seja um corpo opressor, ele ainda mantém vizinhança, mesmo sem querer, com a máquina de guerra. Todavia, quando a máquina de guerra se transforma em máquina de guerra de destruição acaba o Estado totalitário para se manifestar paranoicamente uma máquina de destruição contra a vida. É o Estado fascista. É o Estado militar de Israel como poder paranoico contra o povo palestino. Uma máquina de guerra de destruição da vida palestina. Daí que tudo que Sartre afirmou sobre a patologia dos antissemitas cabe bem ao Estado militar de Israel. 

E o grande perigo de uma máquina de guerra fascista de destruição, como mostram os filósofos Deleuze e Guattari, é que ela não se satisfaz em matar apenas os que ela considera como inimigos. Ela deseja o fim de tudo, como mostraram os nazistas quando se viram derrotados. Destruir cidades, pontes, museus, laboratórios, poluir água, destruição total. Não importa que nós morramos, contanto que eles morram também. Como diz Sartre o fascista não quer o humano. Ele quer é a morte. 

Embora Roger Waters tenha sido iludido por Caetano, o que ele quer juntamente com a comunidade anti-nazifascista é a liberdade e o direito do povo palestino e não a condenação do povo judeu. Waters compreende a diferença entre povo e Estado fascista, mas Caetano confunde e ainda quer implicar Sartre e Simone de Beauvoir. Coisa de Caetano.

MARCHA CONTRA O TERRORISMO NA FRANÇA CONTOU COM MAIS DE 2,5 MILHÕES DE PESSOAS

04555854Realizando um percurso que saiu da Praça da República às 14h30, passando pela Avenida da República indo até a Praça da Nação, 2,5 milhões de pessoas marcharam contra o terrorismo na França. Em verdade, contra o terrorismo internacional, já que manifestações ocorreram em vários países como Alemanha, Inglaterra, Portugal, Áustria e Bélgica. De acordo com os participantes, foi a maior marcha da história da França.  

A dramatização da marcha foi composta por afetos que se multiplicaram em forma de silêncio, palmas, brados pela paz, e a entoação da Marselhesa, o Hino Nacional da França. Algumas pessoas chegaram a falar sobre o que lhe importava na marcha: que a França e mundo vivessem em paz. Outras comentaram sobre a insegurança que paira no mundo de hoje. Outras, pediram que a sociedade seja solidária com todas as raças e que acabe o extremismo.

04555844Muitos cartazes, com frases referentes aos atendado ao pasquim Charlie Hebdo se mostraram como presença marcante durante a marcha “Eu sou Charlie”, manifestava um dos cartazes. “Matar não é uma religião”, dizia outro. Alguns cinegrafistas se manifestaram a favor da liberdade de expressão, afirmando que o que ocorreu com os jornalistas poderia ocorrer com qualquer pessoa.

Além do presidente da França, François Hollande, estiveram presente outros chefes de Estados como a chanceler Angela Merkel, da Alemanha, p primeiro-ministro britânico, David Cameron, o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker. Entre outros.

AS EMBRUTECIDAS DIEITAS DURANTE AS ELEIÇÕES TENTARAM OFENDER CHICO, MAS ELE RESPONDEU COM O FILÓSOFO SPINOZA

chico-buarque

Um afeto é um corpo constituído de movimento, repouso, velocidade, lentidão, longitude e latitude que quando atua sobre outro corpo muda o estado de coisa, ou modo de ser desse corpo. Constrói uma afecção. A afecção é um estado de coisa, um sentimento, um sentido do corpo afetado. O afeto está sempre em variação contínua. O que significar dizer que as afecções estão sempre mudando dependendo dos afetos.

Por tal, o afeto, como corpo, ele pode ser uma ideia, uma pessoa, uma palavra, um cinema, um poema, uma dança, uma pintura, uma árvore, uma caricia, uma ternura, etc. Mas o certo e que ele é constituído de qualidade e quantidade.

O afeto é sempre variável seja em seu devir corporal ou incorporal. O certo é que o afeto é a expressão e o conteúdo dos encontros. Por isso, ele se mostra em duas qualidades, bom e mau. Quando um afeto tem uma ação boa, o sujeito afetado aumenta sua potência de agir. Quando o afeto tem sua ação má, o sujeito afetado tem sua potência de agir diminuída.

Quando encontro Pedro e ele me agrada, minha potência de agir aumenta, fico alegre. Quando encontro Paulo e ele me desagrada, minha potência de agir diminui, fico triste. Todavia nos dois casos eu não sou a causa de minha afecção. Sou nada mais do que efeito. E sendo efeito estou preso no corpo que me afetou. No caso de minha alegria sou efeito do afeto Pedro. Assim, como no caso de minha tristeza. Dessa forma, minhas afecções são efeitos do primeiro grau de conhecimento em me encontro. O de ter ouvido e ter visto. Nada de encontro racional. Estou escravizado pelo mundo, à disposição doa afetos casuais. Como diz o filósofo, Deleuze, “estou perdido”.

O que devo fazer para escapar desses encontros fortuitos? Mudar meu grau de conhecimento. Elevar-me ao segundo grau de conhecimento. Com essa elevação conheço os corpos que me afetam e passo a ser causa de mim mesmo. Minhas afecções não são mais produtos da ação dos outros sobre mim. Só fico alegre ao encontrar Pedro, sou alegre por mim mesmo. Se encontro Paulo, sua presença não diminui minha potência de agir. O que ocorreu? Eu só componho meus encontros, occursos, no latim, como diz Spinoza, com o que aumenta minha potência de agir. Só faço bons encontros.

Foi o que Chico Buarque nos mostrou diante dos ataques sórdidos de membros das direitas nazifascistas, que apoiaram Aécio, contra ele por ter apoiado a candidatura de Dilma. Ele não compôs com os afetos tristes dos embrutecidos, que por inveja, tentaram lhe atingir com as palavras psicopáticas que é de suas mentes deletérias.

O ódio, a inveja, a soberba, o orgulho, a ambição, a trapaça, a hipocrisia, a covardia, etc. são afecções tristes que dominam todos os embrutecidos. A internet e os meios de comunicação de massa, principalmente a TV Globo, Bandeirantes, jornais Folha de São Paulo, Estadão, Globo, revistas IstoÉ, Veja, Época, estão contaminadas de tristezas. Por que se permitir ser afetado por elas? Se você quer existir feliz, não componha com essa dor. Se compor está perdido.  

Chico sorriu, e disse: ”Você não deve ter raiva de quem tem raiva”. Chico simplesmente ofereceu o filósofo Spinoza. Não compor com a raiva que alguém tem de você, porque a raiva é um afeto triste. Se você compõe com ela, você também fica triste. E triste significa diminuir a potência de agir. Você não já percebeu que as direitas são ontologicamente impotentes, e que é por isso que elas usam a força? Pois é, quem compõe com o impotente fica também impotente.

Assista o vídeo, veja Spinoza em Chico e tenha um bom encontro.    

“PRA QUE DISCUTIR COM MADAME?”. PRA DISCUTIR COM A BURGUESIA-IGNARA?

Algumas pessoas racionais, porque há pessoas irracionais, como diz o filosofo Spinoza, diluem suas ideias ao querer explicar para a burguesia-ignara que a humanidade é uma potência ontológica produzida pela poiese e a práxis cujo único fim é o Bem Comum. A burguesia-ignara não alcança essa ideia-humana porque não chegou ao grau da inteligência humana. Par ela, tudo que é coletivo e simples lhe causa horror, desespero, por isso é preciso manter distância.

O samba “Pra Que Discutir Com Madame?”, de Haroldo Barbosa e Janet de Almeida, com seus antagonismos políticos e, por que não dizer, moral, toca bem nessa idiossincrasia da burguesia-ignara. A impossibilidade de entender o humano nos leva a crer, com Spinoza, que ela é despossuída da potência-natural intelectiva. Por essa desrazão, ela não pode entender suas próprias ideias inadequadas e observar a o mundo.

É fácil intuir e compreender que o samba, mesmo que o compositor não tenha tido essa intenção, mas á obra como pública é livre para ulteriores entendimentos, pode ser relacionado aos governos populares de Lula e Dilma com suas políticas sociais de inclusão e enfraquecimento das desigualdades. E a madame, como diz outro samba, “tá na cara”, que é a burguesia-ignara com seus pruridos incognitivos e morais. Pruridos que não servem para a democracia. “Madame tem um parafuso a menos”, diz o samba.

Leiamos a letra e escutemos a música.

“Madame diz que a raça não melhora

Que a vida piora por causa do samba

Madame diz que o samba tem pecado

Que o samba coitado devia acabar

Madame diz que o samba tem cachaça

Mistura de raça, mistura de cor

Madame diz que o samba é democrata

É música barata sem nenhum valor

Vamos acabar com o samba

Madame não gosta que ninguém sambe

Vive dizendo que samba é vexame

Pra que discutir com madame?

No carnaval que vem também concorro

Meu bloco de morro vai cantar ópera

E na avenida entre meu aperto

Vocês vão ver gente cantando concerto

Madame tem um parafuso a menos

Só fala veneno, meu Deus que horror

O samba brasileiro democrata

Brasileiro na batata é que tem valor”.

Veja e escuta na voz de  Teresa Cristina e Grupo Semente

VANGE LEONEL, POR SUA AUTENTICIDA ONTOLÓGICA

Nosso tributo à ativista e engajada nas causas da dignidade humana, compositora, escritora, dramaturga inquieta, Vange Leonel. Assumida militante dos movimentos LGBT. E mais, crente nos governos populares.

Vejam e escutem suas performances nas obras selecionadas pelo site Muda Mais.

O REPENTISTA ROGÉRIO MENEZES E SEU REQUINTE POLÍTICO-SOCIAL NO MUDA MAIS

Veja, ouça e cante. Não precisa ser um Xangai ou Marinês e Sua Gente.

MÚSICA “SAMBA DO AVIÃO”, AFETA DILMA COM LEMBRANÇAS TRISTES, MAS DEPOIS ALEGRES: “QUE EU ESTOU CHEGANDO”

http://www.redebrasilatual.com.br/politica/2014/04/no-galeao-dilma-se-emociona-ao-lembrar-a-volta-de-exilados-ao-pais-2155.html/dilma/image_preview

A presidenta Dilma Vana Rousseff, foi apenas assinar um contrato de concessão do Aeroporto Internacional do Rio de Janeiro – Antônio Carlos Jobim, o Galeão. Pronto. Lá ela se lembrou dos muitos exilados pela ditadura civil-militar que se instalou no Brasil entre os anos de 1964 e 1985 ao imaginar a música de Antônio Carlos Jobim, Samba do Avião. A música, os perseguidos políticos, os exílios, a saudade do Brasil, a proibição de entrada, as diretas, a anistia, os perseguidos voltando, tudo no Galeão com trilha sonora de Tom Jobim, na voz acalentadora de Miúcha.

Com voz entrecortada, ele, disse que a música de Jobim além de fazer homenagem ao aeroporto é uma “homenagem aos exilados”.

“É uma síntese perfeita do que é a saudade do Brasil, a lembrança do Brasil e, melhor de tudo, voltar ao Brasil, chegando no Galeão.

É um aeroporto fundamental não só para o turista estrangeiro, mas para o povo brasileiro. E ele tem que fazer jus a esta “Cidade Maravilhosa”, reconheceu Dilma.

CANTORAS DO GRUPO PUNK PUSSY RIOT VÃO SE DEDICAR A CAUSA DOS DIREITOS DOS PRESOS RUSSOS

Presas por dois anos depois de cantarem punk rock na Catedral de Cristo Salvador, de Moscou, como protesto político contra o presidente russo Putin, durante a campanha eleitoral para o seu terceiro mandato, embora tenham sido condenadas por “vandalismo motivado por ódio religioso”, as cantoras do grupo punk Pussy Riot, Aliójina, Tolokónnikova e Yekaterina Samutsevich, afirmaram que vão se dedicar a causa dos direitos dos presos russos.

Elas foram anistiadas em função da lei de anistia geral que passou a vigorar na Rússia a partir da semana passada, muito embora tenham cumprido quase todo o tempo das penas que lhes foram impostas. As jovens engajadas cantoras punk já escolheram o nome do projeto: Zona do Direito. Segundo seus testemunhos, há uma quantidade grande de presos sem assistência e alguns “vivem à beira da morte”.

Entretanto, as jovens afirmaram que ainda não têm os nomes das pessoas ou entidades que poderiam auxiliar no projeto, mas elas cogitam contar com a participação de Alexei Navalni, líder da oposição que durante o pleito para a prefeitura de Moscou conseguiu 27% dos votos. Também esperam contar com a doação de recursos por qualquer cidadão russo.

“Esse projeto começou há tempos, quando começamos a nos dedicar à defesa dos direitos humanos nas prisões onde cumpríamos pena. Nossa vida agora está muito vinculada a esse projeto.

Neste momento precisamos criar um esquema de financiamento transparente”, afirmou Tolokónnikova.

REGINALDO ROSSI CHAMA O GARÇOM E FECHA A CONTA

Reginaldo Rossi deixa um legado que foge à alcunha de Rei do Brega e reforça a autenticidade de seu trabalho: Minhas músicas tocam no iPod do esembargador e no radinho do porteiro porque, todo mundo sofre por amor...

O sucesso na sociedade de consumo não deve ser entendido resumidamente como mais um dos elementos estruturais alienantes da sociedade capitalista que tende a imobilizar a população. O sucesso também pode servir como objeto de análise sociológica e política. Nesse contexto pode ser tratado o sucesso do cantor Reginaldo Rossi.

Reginaldo Rossi é nordestino de Pernambuco. Começou sua carreira artística como cantor de conjunto de rock. Hoje, chamado de banda. Mas somente como cantor individual, ou cantor solista, que ele conseguiu o reconhecimento, o chamado sucesso, depois de muito transitar pelo trapaceiro mundo musical-pop sem ser visto como necessário para a sociedade de consumo. Ele foi o tipo resistente e obstinado quanto ao que queria. E é nesse ponto que se pode analisar sociologicamente sua carreira de sucesso nacional depois de muito tempo de reconhecimento regional.

Reginaldo Rossi foi do tempo da dita Jovem Guarda comandada por Roberto Carlos, o compositor e cantor expoente do fator base da depressão. O tempo também da ditadura militar que se apossou do Brasil entre os anos de 1964 e 1985. Embora tenha vivido nessa época ele jamais teve os benefícios da popularidade que os outros como o próprio Roberto Carlos, Erasmo Carlos, Jerry Adriane, Wanderley Cardoso, Wanderleia, entre outros, tiveram.

Não porque não tivesse um talento vocal para penetrar e se situar nessa trupe, porque outros não tinham e, entretanto, penetraram e se situaram nela, mas porque era discriminado. Também não porque cantasse músicas pobres com temas neuróticos, porque a turma do ‘Reiberto’ tinha esse vazio como suporte e fiz o sucesso que manda a sociedade de consumo. O que acontecia era que Reginaldo Rossi não manejava as articulações empresarias e, mais, lhe faltava o signo indiferente da classe média que os componentes da Jovem Guarda tinham de sobra. A falsa rebeldia do tipo “eu sou terrível vou lhe dizer, eu ponho mesmo pra derreter”. A rebeldia inócua que agradava aos pais da classe média e os militares, e repelia Chico e sua turma da MPB. Ele não sabia fazer o gênero sul maravilha, caras e bocas das cores e tons dos enuviados. Ele bem que tentou ter seu lugar ao sol. Uma prova é a canção que gravou, em 1966, com o título O Pão. Um trabalho com os requisitos das canções da inepta Jovem Guarda a turma do éramos todos mortos. Mas não decolou.

Foi quando, em um saque parecido com o de Waldik Soriano, se voltou para o Nordeste e o Norte. Pronto. Nessas regiões ele passou a ser reconhecido e ter seu lugar ao sol do sucesso. Em Manaus, nem se fala. Reginaldo Rossi transita com facilidade em meio do povo com a mesma desenvoltura que transita entre os políticos. De prefeito a governador. Sempre cantando canções com ritmo caliente, como seus fãs gostam. Entre uns agudos e uns balançados, ele cantava a dor das separações. E tome palmas.

Foi então que ocorreu do sul maravilha descobrir o valor econômico desse tipo de música que já estava sendo tocada nos points dos generosos. As TVs e Rádios apresentavam de Waldik Soriano a Carlos Alexandre, passando por Peninha e Fernando Mendes. Já havia os rastros de Evaldo Braga e Sidney Magal: “Se te agarro com outro eu te mato, te mando algumas flores e depois escapo”. Aí, o sul maravilha resolveu taxar a música de Reginaldo Rossi de brega, usando esse termo extraído de uma novela da triste TV Globo, para classificar como música de mau gosto, coisa do populacho. A nova roupagem da discriminação. Como coisa que o entretenimento da classe média fosse de excelsa erudição e sensibilidade. Quando se sabe que a burguesia nem desconfia que tem sentidos e razão.

Diante dessa nota e desse tom, não se pode tratar da carreira de Reginaldo Rossi deixando de lado esta realidade sociológica. Ele foi mais um nordestino discriminado pelo dito ‘bom gosto’ dos que detém o poder da comunicação no sul maravilha e da indústria do consumo do lucro fácil. Mas não adiantaram as discriminações. Foram 31 álbuns gravados, 14 discos de ouro, dois de platina, um de platina duplo e um de diamante. Assim, Reginaldo Rossi, namorou com A Raposa e as Uvas, desejou no Mon Amour, Meu Bem, Ma Famme, e se embriagou, lamentou e confessou sua desilusão ao Garçom.

Depois ele chamou o garçom e disse: “Se eu pegar no sono, me deite no chão”. E ele pegou no sono.

ABÍLIO FARIAS, UM DOS WALDICK SORIANO DO NORTE VAI A ÓBITO

O cancioneiro de “Mulher Difícil o Homem Gosta”, Abílio Farias, 68 anos, “pulou o muro”. Seu coração parou de pulsar e foi vitimado por  uma parada cardíaca, ontem, dia 14 de junho de 2013, à tarde. Levado ao Hospital Prontocord  recebeu atendimento emergencial, não resistiu, e ao vivo, deixou de cantar. Deixou de cantar aquele que disputava com outro cantor amazonense, seu amigo, Nunes Filho, quem era  um dos Waldick Soriano do Norte.

“Pulou e não pulou o muro”. A viagem ao mundo de Eurídice é natural, embora seja difícil no mundo ocidental a compreensão desse fenômeno. Mas o que Abílio Farias, um dos Waldick do Norte cantou, criou, vai continuar encantando os frequentadores de bares, salões, cabarés por noites como esta  não dormida.

As músicas de Farias cantavam o amor, a vida. Não eram bregas, nem apelativas. Passaram para esse gênero devido a rotulação que a TV Globo criou para caracterizar músicas com temáticas idílicas,  amorosas e apaixonadas concorrentes de sua produção de classe e imposição de formas de comportamento e valores burgueses.  Só não era brega, portanto  as músicas que a Globo produzia. Depois disso deu no que deu. Poucos foram os Abílios produzindo arte, cantando pelos bares, ares, cabarés canções de encantamento.

Hoje, sábado, dia de festas, Abílio está cantando, cantando “Mulher Difícil o Homem Gosta” e seus e suas fãs, sentindo, mas certos de que a arte é um meio para manter eternos aqueles que imortalizaram músicas, cinemas, poemas, romances, contos, crônicas, teatro e canções que nunca deixarão de enunciar a vida e o amor.

 

 

 

 

 

O ARTISTA PAULO VANZOLINI E SUA PRODUÇÃO QUE NÃO MAIS SE ATUALIZA

Paulo Vanzolini Tv

“Eu sou Paulo Vanzolini / Animal de muita fama / Eu tanto corro no seco / Como na vargem de lama / Mas quando o marido chega / Me escondo embaixo da cama”

“Improvisação do Dr. Paulo Emílio Vanzolini, Diretor do Museu Zoológico de São Paulo, antes de partir mais uma vez para Harvard. (…) Profissionalmente, ele se diz apenas biólogo. Médico, jamais clinicou. Preferiu seguir pesquisando e ensinando. Pode um tal “homem das ciências” ser um bom sambista? Sem ter feito a pergunta, o Brasil inteiro ficou sabendo a resposta, quando ouviu aquele esplêndido Volta por Cima” Chico Buarque na contra-capa do primeiro LP com músicas de Vanzolini.

Artista é aquele que em sua produção cria novas formas que apenas seus olhos conseguem ver ou passam batida pelos olhos dos meros cidadãos comuns. Criar é algo essencial para o artista, que em suas produções cria pois se sente vivo fazendo isto. Pouco importa a remuneração, como diria Pessoa “O que é Necessário é criar.

Vanzolini é dono de muitas histórias. Médico, biólogo e um grande músico. A música para ele sempre foi nos momentos de alegria e construção coletiva de amizades e conhecimentos. Vanzolini foi muito além do seus grandes sucessos como Ronda, Volta por Cima, Capoeira do Arnaldo, Praça Clovis, Amor de trapo e farrapo. Paulo amava a música e usava de suas composições para jogar com a existência, com a vida boêmia, com as grandes amizades que tinha com gente de várias gerações de cidadãos, artistas, poetas, músicos, jornalistas, entre outros. 

 Vanzolini sempre usou a arte como uma produção em seu lazer e logo se tornou um expoente do samba paulista. Amigo de Marcus Pereira e Luiz Carlos Paraná frequentava o bar Jogral, do qual também era sócio. Abaixo vemos uma foto do livro de Marcus e uma descrição do amigo.

Paulo Vanzolini Jogral

“Sobre Paulo Vanzolini contavam-se histórias curiosas que ilustravam a sua polimórfica personalidade, doublé de boêmio, sambista e cientista. Paulo Vanzonlini passou a ser uma das atrações do “Jogral” [bar de Marcus Pereira, Luis Carlos Paraná e também Paulo Vanzolini]. Assíduo como poucos, Paulo saía do Museu de Zoologia do qual era diretor e ia para o “Jogral” onde cantava, participava de desafios, contava estórias e declamava, recebendo o cachê modesto de sua cachaça com gelo”  Marcus Pereira, Música: está chegando a vez do povo. A história do Jogral

Compor era uma atividade lúdica para Vanzolini que no meio de seus estudos em zoologia fazia músicas sem nunca pensar em gravar. O amante da noite teve sua primeira música gravada por Inezita Barroso, e depois uma legião de artistas gravaram sua música.

Com uma voz marcante, mas para muitos não muito bem recebida, Vanzolini conta que os próprios músicos não gostavam da ideia que ele cantasse as músicas. Seu primeiro LP foi gravado pelo embrião dos DMP, sendo um brinde de natal da Marcus Pereira Publicidade lançado como “Discos do Jogral”. Na fala abaixo Marcus Pereira como ocorreu a gravação deste que veio a ser o precussor dos Discos Marcus Pereira. 

“Paulo Vanzolini, depois dos aborrecimentos que teve com Volta por Cima, decidiu não mais gravar e divulgar seu trabalho de boca em boca. Logo depois nos conhecemos, propus fazermos um disco, ele me respondeu rispidamente. Nossas relações se estreitaram depois com o apadrinhamento do Carlos [Paraná], e eu me senti seguro para voltar ao assunto. E perguntei um dia: “Paulinho, vamos fazer um LP? E ele respondeu: “Com você faço qualquer negócio”. Como contei antes, Paulo já era legendário, sendo praticamente inédito. Suas músicas têm lugar seguro e de destaque em qualquer antologia de nossa música popular, por mais rigorosa e limitada que seja a seleção. O Carlos e eu resolvemos então gravar um disco com as músicas do Paulinho. Faltava arranjar dinheiro e eu convenci uma empresa, a “Independência S.A.”, que era cliente da minha agência a patrocinar o disco e distribuí-lo como brinde de fim de ano.  Seu diretor principal, Antônio Carlos de Paula Machado, era meu amigo e sensibilizou-se com a proposta. O que escondi de Antônio Carlos era que o brinde era muito mais para nós, para a nossa alegria, do que para os clientes da empresa dele. A produção do disco foi do Carlos, escolhemos junto o repertório e os intérpretes. […] O disco foi gravado em outubro de 1967, os arranjos foram feitos por Toquinho e Portinho, seu título é “Paulo Vanzolini, onze sambas e uma capoeira.” Do mesmo livro citado acima.

Paulo VAnzolini No rio das Amazonas

Pela gravadora Eldorado, Paulo gravou em 1981 o LP “Paulo Vanzolini por ele mesmo” onde finalmente pode soltar sua voz rouca em seus sambas e uma capoeira. Posteriormente Vanzolini lançou pouca coisa inédita, mas em 2003 a gravadora Biscoito Fino lançou a caixa com 4 cds que trazia uma grande parte de suas composições cantadas pelo próprio Vanzolini.

Agora com o fim da produção deste cientista, músico e artista, resta recordar sua boa e alegre música que sempre com humor cantou e cantará muitas existências. 

MILITARES CONDENADOS PELO ASSASSINATO DO CANTOR VÍCTOR JARA SÃO PRESOS NO CHILE

Víctor Jara guitarra violão revolucion revolucão ditadura

“Quebraram suas mãos para calar seu violão, romperam seu crâneo para apagar seu pensamento, o deixaram sangrar para esgotar sua rebeldia… e ao final… o penduraram para escarmento da imagem de um filho do povo… nobre, simples, sincero, insubmisso e puro…” Santiago Álvarez

Víctor Jara foi um artista envolvido com seu país e seu tempo. Talentoso compositor, cantor, ativista político, filiado ao Partido Comunista Chileno, Jara foi detido em 1973 poucas horas depois do presidente Salvador Allende ser deposto/assassinado e se apoderar do Chile o governo militar do general Augusto Pinochet.

Ele foi um dos mais de 5.000 presos que ficaram detidos no estádio de Santiago e foi assassinado aos 41 anos, sendo seu corpo sendo achado com as mãos mutiladas e 44 buracos de bala, em um terreno baldio.

Depois de quase 40 anos de seu assassinato, ontem foram presos em Santiago quatro ex-funcionários do exércitos que executaram o cantor durante a ditadura. A polícia chilena procura ainda outras pessoas que participaram do assassinato como os principais responsáveis Hugo Sánchez Marmonti e Pedro Barrientos Núñez. O pedido de prisão de oito militares havia sido emitido por um juiz do tribunal da relação de Santiago do Chile no último dia do ano de 2012.

Abaixo deixamos o curta-metragem cubano El tigre saltó y mató, pero morirá… morirá… do diretor cubano Santiago Álvarez lançado em 1973, ano da prisão e assassinato de Víctor Jara, seguido do poema de José Marti que abre o vídeo. Como Álvarez concebe este video é um “relato de quatro canções como homenagem as vítimas do sadismo facista que as forças armadas e a CIA vem perpetuando no Chile desde 11 de setembro de 1973.”

Neste cinema cubano apresenta quatro músicas de Violeta Parra que toca “¿Que dirá el santo padre?” e Víctor Jara que apresenta “Amanda”, “El alma cobierta de banderas” e “Plegaria a um labrador”, músicas de teor político revolucionário fortissimo na luta pela liberdade e contra a opressão na América Latina. Ao fim colocamos alguns vídeos de Jara cantando em seu canto livre.

“El tigre, espantado del fogonazo, vuelve de noche al lugar de la presa. Muere echando llamas por los ojos y con las zarpas al aire. No se le oye venir, sino que viene con zarpas de terciopelo. Cuando la presa despierta, tiene al tigre encima.El tigre espera, detrás de cada árbol, acurrucado en cada esquina. Morirá, con las zarpas al aire, echando llamas por los ojos” José Marti

Garagem Petrobras terá estúdio de gravação, exposição e música gratuita para comemorar os 20 anos do Abril Pro Rock

Em comemoração aos 20 anos do Abril Pro Rock, a Petrobras marca presença no festival de música, entre os dias 20 e 22 de abril, em Recife, com uma série de ações voltadas para o público.

Patrocinando o evento pela quinta vez, a Companhia apresenta a “Garagem Petrobras”. Com o tema “Abasteça-se com o som do Abril Pro Rock”, o espaço de 150 m² reproduz um posto de gasolina no estilo dos anos 50, dividido em seções de homenagens onde o público poderá interagir com várias ações ligadas à música e às bandas que fazem parte da história do festival.

Em bombas de gasolina com iPads embutidos serão disponibilizadas gratuitamente músicas para download com as principais bandas presentes no evento.

O espaço conta com um estúdio profissional com equipamentos e músicos profissionais disponíveis para atender quem queira gravar um single (música principal de um trabalho). Além da gravação de áudio com alta qualidade, também será gravado um vídeo da apresentação dos participantes. O conteúdo será enviado em formato de link, cinco dias após o evento, para o e-mail cadastrado na hora da inscrição.

Ainda na “Garagem Petrobras” haverá uma exposição com raridades exclusivas contando a história do Abril Pro Rock. Quem estiver presente poderá conferir de perto a fita cassete com a primeira versão gravada da música “Anna Julia”, da banda Los Hermanos, além dos discos de ouro do grupo. O veículo Ford Landau azul marinho, utilizado por Chico Science em vários clipes, também estará exposto para os fãs. Cartazes raros da banda Ratos de Porão, que completa 30 anos de carreira, e outras curiosidades de grupos que marcaram a história do festival poderão ser conhecidas.

Na programação, estão nomes que fazem parte da história do Abril Pro Rock. Mundo Livre SA e Otto, que tocaram na primeira edição de 1993 quando ainda não eram artistas de porte nacional, assim como o Los Hermanos e Ratos de Porão, que viveram diversos momentos de sua carreira no palco do festival. Pela primeira vez no Brasil, um dos principais nomes do afrobeat (combinação de ritmos africanos, jazz e funk), o Antibalas, também se apresentará. Na tradicional noite “pesada” do sábado, os mexicanos do Brujeria se juntam ao Exodus, entre outros.

Programação

20/4 – Sexta-feira
Los Hermanos (RJ)
A Banda Mais Bonita da Cidade (PR)
Tibério Azul (PE)
Banda Bis Pro Rock – Somato (SC)

21/4 – Sábado
Exodus (EUA)
Brujeria (MEX)
Cripple Bastards (ITA)
Ratos de Porão (SP)
Hellbenders (GO)
Firetomb (PE)
Pandemmy (PE)
Leptospirose (SP)
Test (SP)

22/4 – Domingo
Antibalas (EUA)
Buraka Som Sistema (Portugal / Angola)
Nada Surf (EUA)
Otto (PE)
Mundo Livre SA (PE)
Leo Cavalcanti (SP)
Ska Maria Pastora (PE)
Bande Dessineé (PE)
Strobo (PA)

Serviço:
20ª edição do Abril Pro Rock
Dias: 20, 21 e 22 de abril
Local: Chevrolet Hall – Av. Agamenon Magalhães, s/n, Complexo de Salgadinho, Olinda – PE
Ingressos:
20/4 – Sexta-feira: R$ 60 (meia entrada) / R$ 70 + 1kg de alimento não perecível / R$ 120 (inteira)
21 e 22/4 – Sábado e domingo: R$ 30 (meia entrada) / R$ 40 + 1kg de alimento não perecível (social) / R$ 60 (inteira)
Restrição: de 14 a 16 anos, acompanhado dos pais. De 16 a 18 anos, com responsável legal autorizado pelos pais com documento com assinatura reconhecida em cartório.

Mais informações: http://abrilprorock.info/site/

Gerência de Imprensa/Comunicação Institucional
Telefone: 55 (21) 3224-1306 e 3224-2312
Plantão: 55 (21) 9921-1048 e 9985-9623
Fax: 55 (21) 3224-3251
imprensa@petrobras.com.br

Ademilde Fonseca foi responsável pela maior popularização do choro

Por: Guilherme Bryan, especial para a Rede Brasil Atual

Uma das últimas imagens públicas da cantora Ademilde Fonseca é no excelente DVD “Sexo MPB O Show”, que registra a edição de 2010 da entrega do troféu de mesmo nome, organizado pelo pesquisador musical, produtor e jornalista Rodrigo Faour. Naquela noite, ela foi a grande homenageada e, assim, glorificada pelos colegas deve ser sempre lembrada. Afinal, poucas cantoras fizeram tanto pela música brasileira, a ponto de ficar conhecida como “rainha do choro”.

“O choro de agora em diante volta a ser apenas solado, porque ninguém mais conseguirá cantar suas melodias sinuosas, com a velocidade, a graça e a afinação de Ademilde, que um dia, informalmente durante uma festa na casa de Benedito Lacerda, sacou do bolso uma letra que conseguira do velho choro “Tico-tico no Fubá”, e mostrou ao flautista. Ele, extasiado, tratou de encaminhá-la à gravadora Columbia (depois Continental). Isso foi em 1942. Com isso, sem saber, estava criando um gênero: o choro cantado”, conta Faour.

Ademilde Fonseca trabalhou por mais de dez anos na rádio Tupi e gravou centenas de discos, dos quais vendeu mais de meio milhão de cópias, numa época em que atingir esses números era algo tremendamente difícil. A interpretação dela para “Brasileirinho”, de Waldir Azevedo, e “Tico-Tico no Fubá”, de Zequinha de Abreu, é inigualável e marcou uma virada na música brasileira, quando o choro deixou de ser basicamente instrumental e passou a ser também cantado. Outros clássicos indispensáveis em seu repertório foram “Urubu Malandro”, “Galo Garnizé”, “Pedacinhos do Céu” e “Na Baixa do Sapateiro”, entre tantos outros.

“Ela simplesmente teve a honra de lançar alguns clássicos da música brasileira com letra, caso de ‘Apanhei-te cavaquinho’, ‘O que vier eu traço’ e ‘Brasileirinho’ – pérolas imortais. E ainda ‘Pedacinhos do céu’ e o baião ‘Delicado’, de Waldir Azevedo, que correu o mundo. Também lançou ‘Teco-teco’, depois regravada por Gal Costa. E um sem-número de maravilhas que estarão no CD duplo da série ‘Super Divas’, que pretendo lançar via EMI Music até o meio do ano. Infelizmente, ela não ficou viva para ver este disco, mas pelo menos me ajudou a concretizá-lo, me ajudando a localizar fonogramas raros e tecendo comentários faixa a faixa sobre suas 36 faixas. Como se não bastasse, tinha uma cabeça maravilhosa. Numa das minhas festas, disse que era preciso respeitar os artistas jovens, porque ‘até esses meninos que fazem funk, se você for ver tem uma dificuldade. Se você quiser fazer aquilo, não vai conseguir’. Ou seja, não tinha um pingo de recalque”, acrescenta Faour.

Ademilde Fonseca tinha 91 anos e sofria de problemas cardíacos. De acordo com a neta, Ana Cristina, ela teve um mal súbito e morreu em casa, no Rio de Janeiro, na noite de terça-feira, 27 de março. Nascida no Rio Grande do Norte (RN), ela deixa uma filha, a cantora Eimar Fonseca, três netas e quatro bisnetos. Seu último registro em disco foi no CD da jovem cantora Anna Bello, produzido pelo músico Edu Krieger.

Zé Geraldo na Quinta Cultural no dia 29 deste mês


USAR O CONTROLE REMOTO É UM ATO DEMOCRÁTICO!

EXPERIMENTE CONTRA A TV GLOBO! Você sabe que um canal de televisão não é uma empresa privada. É uma concessão pública concedida pelo governo federal com tempo determinado de uso. Como meio de comunicação, em uma democracia, tem como compromisso estimular a educação, as artes e o entretenimento como seu conteúdo. O que o torna socialmente um serviço público e eticamente uma disciplina cívica. Sendo assim, é um forte instrumento de realização continua da democracia. Mas nem todo canal de televisão tem esse sentido democrático da comunicação. A TV Globo (TVG), por exemplo. Ela, além de manter um monopólio midiático no Brasil, e abocanhar a maior fatia da publicidade oficial, conspira perigosamente contra a democracia, principalmente, tentando atingir maleficamente os governos populares. Notadamente em seu JN. Isso tudo, amparada por uma grade de programação que é um verdadeiro atentado as faculdades sensorial e cognitiva dos telespectadores. Para quem duvida, basta apenas observar a sua maldição dos três Fs dominical: Futebol, Faustão e Fantástico. Um escravagismo-televisivo- depressivo que só é tratado com o controle remoto transfigurador. Se você conhece essa proposição-comunicacional desdobre-a com outros. Porque mudanças só ocorrem como potência coletiva, como disse o filósofo Spinoza.

Acesse esquizofia.wordpress.com

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CAMPANHA AFINADA CONTRA O

VIRTUALIZAÇÕES DESEJANTES DA AFIN

Este é um espaço virtual (virtus=potência) criado pela Associação Filosofia Itinerante, que atua desde 2001 na cidade de Manaus-Am, e, a partir da Inteligência Coletiva das pessoas e dos dizeres de filósofos como Epicuro, Lucrécio, Spinoza, Marx, Nietzsche, Bergson, Félix Guattari, Gilles Deleuze, Clément Rosset, Michael Hardt, Antônio Negri..., agencia trabalhos filosóficos-políticos- estéticos na tentativa de uma construção prática de cidadania e da realização da potência ativa dos corpos no mundo. Agora, com este blog, lança uma alternativa de encontro para discussões sociais, éticas, educacionais e outros temas que dizem respeito à comunidade de Manaus e outros espaços por onde passa em movimento intensivo o cometa errante da AFIN.

"Um filósofo: é um homem que experimenta, vê, ouve, suspeita, espera e sonha constantemente coisas extraordinárias; que é atingido pelos próprios pensamentos como se eles viessem de fora, de cima e de baixo, como por uma espécie de acontecimentos e de faíscas de que só ele pode ser alvo; que é talvez, ele próprio, uma trovoada prenhe de relâmpagos novos; um homem fatal, em torno do qual sempre ribomba e rola e rebenta e se passam coisas inquietantes” (Friedrich Nietzsche).

Daí que um filósofo não é necessariamente alguém que cursou uma faculdade de filosofia. Pode até ser. Mas um filósofo é alguém que em seus percursos carrega devires alegres que aumentam a potência democrática de agir.

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