Neste 7 de Setembro de 2016 realizou-se em todo o Brasil mais um Grito dos Excluídos e das Excluídas com o tema principal, “Vida em primeiro lugar.”
Na não cidade de Manaus o ato sacro-democrático incluiu mais de 5 mil pessoas na caminhada daquela que um dia foi a Santa Casa de Misericórdia de Manaus até a Praça do bairro de São Raimundo. Falamos daquela que um dia foi um hospital. Uma casa de saúde. Casa de Misericórdia. Hoje é só abandono. O prédio é históricos mas as iniciativas governamentais são farsas. Entra governo estadual, municipal, fazem inúmeras reuniões, nomeiam o comendador para administrar a Misericórdia e o hospital não funciona. O resultado é o que manifestantes falaram. A Saúde em Manaus vai bem. O que não vai bem é o atendimento aos doentes. Falta hospitais, atendimento e já foi decretado estado de calamidade pública. Do jeito que está é melhor o doente permanecer em casa do que procurar socorro médico hospitalar.
O ato que é coordenado pela Arquidiocese de Manaus e pela Cáritas Arquidiocesanas e contou com a participação de pessoas das diversas denominações religiosas. Tinha católicos, batistas, adventistas, metodistas, evangélicos, umbandistas, candomblecistas, muçulmanos, budistas, dentre outras manifestações religiosas. Contou ainda com a participação de várias entidades, indígenas e seus representantes que tem como política a defesa da vida contra a morte.
No trajeto os coordenadores faziam paradas para refletir sobre determinados temas como: Falta de moradias, expulsão de locais onde famílias residiam há vários anos e indenizações irrisórias. Expuseram temas como a falta de saneamento básico na cidade de Manaus. Continua faltando água em vários bairros da não cidade bem como a inexistência do serviço de tratamento de esgoto. Denunciaram uma cidade cheia de buracos-crateras, transporte coletivo desumanizante.
Por se tratar de um ato sacro-democrático em vários momentos da caminhada o povo gritou em uníssono: Fora Temer, Fora Golpista, Diretas Já, Dilma Guerreira do povo brasileiro. Aproveitaram também para escrachar outros políticos e partido golpistas.
Foi dada oportunidade para crianças se manifestarem. Uma delas, uma menina falou das dificuldades vividas com a exploração do trabalho infantil e o convívio com violência sexual e o estupro praticado muitas vezes pelos próprios pais das meninas. Por se tratar de um grito, isso é muito sério e a sociedade não pode esconder esse mal que além de pais envolve políticos da não cidade de Manaus.
O ato foi encerrado na Praça de São Raimundo em frente da Igreja católica com apresentações teatrais, manifestos, celebrações e a leitura do poema do prospecto da mais nova produção do Teatro Maquínico da Associação Filosofia Itinerante – AFIN, “A farsa da verdade golpista” que diz no seu grito às margens do igarapé de São Raimundo o seguinte:
Respeitável público
Vamos contar uma história
Que fala de verdade e mentira
Onde a mentira se diz verdade
Mas a verdade não se retira
Porque sem verdade
A democracia não respira
“Política”, “Justiça” e “mídia”
Unidas em golpe e corrupção
Feriram a democracia
Em seu corpo Constituição
Ao afastarem a presidenta
Porque ela não protege ladrão.
Mas o povo não concorda
Com essa cruel armação
Quer de volta a presidenta
Que ele escolheu na eleição
Por isso quer os golpistas fora
Julgados, condenados na prisão.
Leitores Intempestivos