Archive for the 'Poesia' Category

PARABÉNS, QUERIDA! QUERIDA É DILMA!

    O filósofo Michel Serres afirma que todos nós ao nascermos somos singularidades. Antes de nós ninguém nasceu como nós. Assim, como também depois de nascermos ninguém nasceu como nós. Somos sempre únicos. Ai nossa singularidade: não termos cópia e nem simulacros. O que nos livra da alienação: não sermos a singularidade que somos.

     Mas, ao nascermos, não somos somente singularidades. Somos também individuações.  Potência incorporal que nos move como práxis e poieses criativa. Não individualidade que reflete o numeral-capturador determinado pela semiótica-jurídica do estado. A força-estratificante-paranoica.

      Singularidades e individuações movimentam o mundo como novidade contínua. Os corpos que como práxis e poieses produzem a história, visto que só é corpo histórico o que se apresenta como novo. Não basta nascer para ser tido como histórico. História não é narração de fatos. Nenhum golpista é histórico. Golpistas são quimeras: o que não tem essência e nem existência, como afirma o filósofo holandês Spinoza.

      Somos singularidades e individuações quando nascemos, todavia, nem todos processam em seus percursos esses corpos únicos produtivos e criativos. Um número muito grande de pessoas têm suas singularidades e individuações obstruídas por opressões agenciadas pelos adultos, principalmente pelos pais que são os sujeitos-sujeitados traumatizantes das crianças. Também muitas ditas escolas fazem parte dessa cruel operação opressora. Assim, como meios de comunicação manipuladores.

    As pessoas que tiveram suas singularidades e individuações obstruídas são as representantes da classe burguesa. Não há como encontrar na burguesia esses corpos produtivos e criativos do novo, já que a sua grande compulsão é manter seus privilégios adquiridos oprimindo os trabalhadores. Na burguesia a singularidade sofre a metamorfose da pluralidade-lucro: quantidade. A individuação a metamorfose força do poder: dominação. É por isso que seu caráter ímpar é a brutalidade e a irracionalidade expressadas em ódio, inveja e vingança. Como obstruídos, muitas dessas metamorfoses buscam segurança, poder de dominação e reconhecimento nos estratos concedidos pelo Estado burocrático hegeliano. Triste ilusão.

    Como a burguesia é pluralidade-lucro e força de poder dominante, ela não se move, é molar. E como tudo que é imóvel só reflete o já estabelecido, e no caso da burguesia a ambição de sua classe, e a história é “movimento real”, a burguesia não faz história. Não há burguês-histórico. Alguém poderia afirmar: Então, a burguesia é o lixo da história! Não! Na história, como produção e criação do novo, não há lixo. Não há excedente. Não há resíduos recicláveis. A história é a história por si mesmo. Mulheres e homens ativos como singularidades e individuações.

    Dilma é história! Os golpistas não. Dilma é história querida. Querida, não como adjetivo, mas como devir singularidade e individuação. Não é querida porque alguém lhe quis querida pronominal. Mas porque ela primeiro se tornou seu próprio querer. E como seu querer, se tornou querida por si mesma. O afeto revolucionário que os que lhe chamam de querida compuseram com ele. Ninguém é amada sem primeiro se tornar por si mesma querida. Querida é o afeto amor que encadeia desejos revolucionários produtores e criadores da democracia como devir-povo. A ultrapassagem contínua como existência nova.

      Só se faz querida por via da singularidade e individuação que são os afetos livres que compõem potência de agir coletivo. Sartre afirma que a existência precede a essência. O homem primeiro é livre para escolher. E não primeiro escolhe para ser livre. Aí a existência como singularidade e individuação liberdade.

   Como a singularidade e a individuação da burguesia encontra-se em estado obstruído, ela jamais poderá processar em si um querer que lhe torne querida por si mesma, para que o outro o tome como querida. Como não é querida, a burguesia se engana com o tratamento entre os seus pares: “Oi, querida! Como, vai querida? Você é muito querida! Querida você é um luxo!”. Um infinito tagarelar querida para se iludir que é querida. Daí se infere que no meio burguês não há amor, já que para o amor se fazer presença real, ontologicamente ser, é necessário que os amantes sejam em si queridos.

    Parabéns, Querida! Querida é Dilma! O povo compõe com Dilma Querida, porque ele se quis e se fez querido. Ele sabe que só há democracia quando o povo se faz querido. E ser querido é atingir o mais alto grau político da democracia. Grau que a analfabeta-burguesia jamais alcançará.

    Não cansamos: Parabéns, Querida!

ATO SACRO-DEMOCRÁTICO DO GRITO DOS EXCLUÍDOS INCLUI MAIS DE 5 MIL PESSOAS EM MANAUS

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Neste 7 de Setembro de 2016 realizou-se em todo o Brasil mais um Grito dos Excluídos e das Excluídas com o tema principal, “Vida em primeiro lugar.”

Na não cidade de Manaus o ato sacro-democrático incluiu  mais de 5 mil pessoas na caminhada daquela que um dia foi a Santa Casa de Misericórdia de Manaus até a Praça do bairro de São Raimundo. Falamos daquela que um dia foi um hospital. Uma casa de saúde. Casa de Misericórdia. Hoje é só abandono. O prédio é históricos mas as iniciativas governamentais são farsas. Entra governo estadual, municipal, fazem inúmeras reuniões, nomeiam o comendador para administrar a  Misericórdia e o hospital não funciona. O resultado é o que manifestantes falaram. A Saúde em Manaus vai bem. O que não vai bem é o atendimento aos doentes. Falta hospitais, atendimento e já foi decretado estado de calamidade pública. Do jeito que está é melhor o doente permanecer em casa do que procurar socorro médico hospitalar.

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O ato que é coordenado pela Arquidiocese de Manaus e pela Cáritas Arquidiocesanas e contou com a participação de pessoas das diversas denominações religiosas. Tinha católicos, batistas, adventistas, metodistas, evangélicos, umbandistas, candomblecistas, muçulmanos, budistas, dentre outras manifestações religiosas. Contou ainda com a participação de várias entidades, indígenas e seus representantes que tem como política a defesa da vida contra a morte.

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No trajeto os coordenadores faziam paradas para refletir sobre determinados temas como: Falta de moradias, expulsão de locais onde famílias residiam há vários anos e indenizações irrisórias. Expuseram temas como a falta de saneamento básico na cidade de Manaus. Continua faltando água em vários bairros da não cidade bem como a inexistência do serviço de tratamento de esgoto. Denunciaram uma cidade cheia de buracos-crateras, transporte coletivo desumanizante.

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Por se tratar de um ato sacro-democrático em vários momentos da caminhada o povo gritou em uníssono: Fora Temer, Fora Golpista, Diretas Já, Dilma Guerreira do povo brasileiro. Aproveitaram também para escrachar outros políticos e partido golpistas.

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Foi dada oportunidade para crianças se manifestarem. Uma delas, uma menina falou das dificuldades vividas com a exploração do trabalho infantil e o convívio com violência sexual e o estupro praticado muitas vezes pelos próprios pais das meninas. Por se tratar de um grito, isso é muito sério e a sociedade não pode esconder esse mal que além de pais envolve políticos da não cidade de Manaus.

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O ato foi encerrado na Praça de São Raimundo em frente da Igreja católica com apresentações teatrais, manifestos, celebrações e a leitura do poema do prospecto da mais nova produção do Teatro Maquínico da Associação Filosofia Itinerante – AFIN, “A farsa da verdade golpista” que diz no seu grito às margens do igarapé de São Raimundo o seguinte:

Respeitável público

Vamos contar uma história

Que fala de verdade e mentira

Onde a mentira se diz verdade

Mas a verdade não se retira

Porque sem verdade

A democracia não respira

“Política”, “Justiça” e “mídia”

Unidas em golpe e corrupção

Feriram a democracia

Em seu corpo Constituição

Ao afastarem a presidenta

Porque ela não protege ladrão.

Mas o povo não concorda

Com essa cruel armação

Quer de volta a presidenta

Que ele escolheu na eleição

Por isso quer os golpistas fora

Julgados, condenados  na prisão.

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Encontro com a Poesia

A Edita-me e a FNAC convidam-no a participar no próximo dia 22/Março, pelas 17h00 na FNAC do Mar Shopping, num encontro entre público, poetas e diseurs com o intuito de celebrar a Poesia. Este evento acolhe a apresentação das obras recentemente editadas Coisas do arcoda ovelha, de João Habitualmente, Livros Nómadas do Sangue, de João Rios, Grama a Grama, primeira obra de Ana Sofia Pereira, numa conversa com o editor Carlos Lopes e a lexicógrafa Ana Salgado, com a participação da disseuse Celeste Pereira e dos músicos Joana Lopes, Pedro Lopes, Filipe Gandaio e Ricardo Jesus.

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Acesse o link abaixo mais informações.

http://www.fazeanima.pt/fazmail/display.php?M=518045&C=4edb050f6d53189546caecd622e0a1ae&S=2852&L=54&N=1850

DIA DA CONSCIÊNCIA NEGRA!

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DAS NEGRAS CORES DE MINHA VIDA

A consciência é negra

O desatino é branco

 A cor é negra

O cutelo é branco

A potência é negra

O poder é branco

A essência é negra

O padrão é branco

A singularidade é negra

O clone é branco

A razão é negra

O contra senso é branco

A alma é negra

O peso é branco

A música é negra

O grunhir é branco

A terra é negra

O pé é branco

A flor é negra

O ódio é branco

A linha é negra

O ponto é branco

A atriz é negra

O bufão é branco

A alegria é negra

O pranto é branco

A liberdade é negra

O medo é branco.

* Assim Faço-me Inconfundivelmente Negra (AFIN).  

TRAGO

Marcos Nei*

Ar cênico, veneno.                                     

Acetona, removedor de esmaltes.

Formol, conservante de cadáver.

Tolueno, solvente industrial.

Alcatrão causa câncer.

Filtro polui o ambiente, leva semanas para se deteriorar.

Alcatrão é um dos causadores de câncer.

Monóxido de carbono é gás presente nos escapamentos.

Afeta quem respira a fumaça, substituindo o oxigênio na corrente sanguínea.

Ácido acético é corrosivo.

Naftalina mata barata.

Glicerina é usada para fabricação de sabonetes.

Fósforo, veneno para rato.

Cádmio, usado em baterias.

Amônia, usada como descolorante dos pelos.

Trago!

Marcos Nei é filósofo da educação e esquizo-ativista.

Açougue Cultural T-Bone traz a 3ª Bienal do B – Poesia e Literatura para Brasília

 

Quartas Mal’Ditas

Praça da Poesia QMD 5 junho

SUPERINTENDENTE DA SMTU E MANAUSTRANS AFIRMA QUE TRANSPORTE SEMPRE FUNCIONOU NO ESQUEMA DA ‘CAIXA PRETA’

Manaus meu ciúme

Eu sinto o teu perfume

Nas asas do urubu

Para fazer a antítese da propaganda que enaltece a princesinha do Norte, o rock cabocão compôs essa música para falar sobre a situação da não cidade de Manaus. Desse tempo para cá já passaram pela prefeitura de Manaus, Manuel Ribeiro, Artur Neto, Eduardo Guerreiro de Sempre Braga, Alfredo Nascimento, Carijó, Serafim Corrêa e Amazonio Cassado Mendes.

E nada mudou.

A não-cidade por si só redundante é uma lástima. Continua com graves problemas de infra-estrutura. As ruas estão intransitáveis devido  buracos; falta água, a coleta de lixo está irregular; não temos um serviço de transporte coletivo eficiente. Mas é sobre esse tema que falaremos hoje.

A população usuária de transporte coletivo que paga um serviço caro não é bem servida por esse serviço. Os ônibus não passam no horário, são superlotados e as viagens duram mais de 2 horas em determinados trechos.

Devido esse problema, a grande maioria dos habitantes de Manaus, facilitados pela política econômica de Luis Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma Vanna Rousself adquiriram automóveis e tornam as vias nesta incidade intransitáveis.

O prefeito Artur Neto, do PSDB paulistano indica para a SMTU e para o MANAUSTRANS o tecnólogo Pedro Carvalho que durante o mandado de Alfredo Nascimento na Prefeitura foi responsável pelo projeto do sistema expresso avaliado em mais de R$ 120 milhões e que não foi concluído durante aquela administração e nem quando os dois, no governo do presidente Lula e com a presidenta Dilma estiveram no Ministério dos Transportes.

É interessante que agora vem para radicalizar. De início diz em entrevista, dia 3 do corrente, ao Jornal A Crítica que não haverá reajuste de passagens, embora esteja firmado em acordo esse reajuste anual. Vai, conforme decisão do prefeito diminuir nos dois órgãos o número de funcionários comissionados e o que nos chama atenção é o fato de ter dirigido a antiga EMTU que por várias vezes foi denunciada pelo hoje Deputado Federal Francisco Praciano de ser submissa aos empresários e manipular reajuste, afirmar que “admito que cometi erros, mas aprendi que todas as coisas precisam ser feitas às claras. Esse sistema sempre funcionou no esquema da “caixa preta” e precisa ser aberta.” O que são coisas?

Precisa mesmo abrir essa caixa preta e os órgãos de fiscalização federal, principalmente, devem iniciar urgentemente essa fiscalização e criminalizar os responsáveis pelo emprego de dinheiro do BNDES na construção dos corredores do expresso com suas paradas e ônibus adquiridos e que nunca atenderam a população.

Por que então quando o vereador na época, Praciano denunciava a EMTU de maquiar, manipular dados estatísticos sobre reajuste de tarifa, o superintendente atual não falou que o sistema funcionava no esquema “caixa preta”?

O SINETRAN sempre teve ingerência na EMTU. Teorizar sobre sistema de transporte é fácil. É muito fácil dizer que não temos vias expressas, que faltam vias para os ônibus; que as viagens são longas; que com um sistema de transporte coletivo eficiente as pessoas deixarão seus carros na garagem, na rua e utilizarão coletivos. Isso tudo é muito bonito.

Pencas de técnicos viajam para Fortaleza, Recife, São Paulo, Curitiba. Pencas de técnicos veem de Brasília, Curitiba, Fortaleza para Manaus para estudar o trânsito local e “necas”, só desperdício de dinheiro.

A administração do velho prefeito Artur Neto, com a denúncia de seu superintendente de Transportes e do MANAUSTRANS já deve enfrentar mais um problema na justiça. Ele disse que o sistema de transporte funcionou com “caixa preta” e ele foi um dos responsáveis por essa caixa. Sempre foi subserviente ao SINETRAN e irresponsavelmente projetou um sistema de via rápida que provocou o maior estress nesta incidade e que causou-nos um prejuízo de milhões de reais que nós, o povo, temos que pagar.

E não me venha falar em BRT e dinheiro do PAC. Pelo amor ao capiroto, esse vai ser mais um prejuízo que os manauaras terão que pagar, além do elefante de concreto, Arena da Amazônia. Ainda bem que a presidenta Dilma Rousself já falou que não irá liberar dinheiro para esse tipo de transporte, ainda bem.

Assim como não fomos complacentes com o cassado, não iremos ser com os maus servidores irresponsáveis que fazem o povo sofrer.

 

Poema de natal

 Natal… Na província neva.
Nos lares aconchegados,
Um sentimento conserva
Os sentimentos passados.

Coração oposto ao mundo,
Como a família é verdade!
Meu pensamento é profundo,
Estou só e sonho saudade.

E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!

Poema de Natal-    Fernando Pessoa

VÉSPERA DE NATAL

“VÉSPERA DE NATAL”

Era véspera de Natal, em toda casa
Nenhuma criatura, nem mesmo um camundongo;
As meias com cuidado foram penduradas na lareira com cuidado,
Na esperança de que Papai Noel logo chegasse;

As crianças aconchegadas, quentinhas em suas fronhas,
Enquanto visões de rosquinhas de natal dançavam em suas cabeças;
E mamãe com seu lenço, e eu com meu gorro,
Há pouco acomodados para uma longa soneca de inverno;

Quando fora no gramado cresceu uma algazarra,
Eu pulei da cama para ver o que estava acontecendo.
Para fora da janela eu voei como um raio,
Abri as persianas, e subi pela faixa.

A lua no colo da recém-caída neve,
Dava um lustro de meio-dia aos objetos abaixo,
Quando, o que para meus olhos curiosos deveria aparecer,
Mas Um trenó miniatura, e oitos renas pequenininhas,

Com um motorista velhinho, tão vivo e ágil,
E eu soube, na mesma hora, que era o Pap Noel.
Mais rápido que águias vinha pelo caminho,
E assobiava, e gritava, e as chamava os pelo nome;

“Agora, Dasher! Agora, Dancer! Agora, Prancer e Vixen!
Venha, Comet! Venha, Cupid! Venham, Donder e Blitzen!
Para o alto da sacada! Para o topo do telhado!
Agora fora, depressa! Fora todos, bem depressa!”

Como folhas revoltas que antes do furacão voam,
Quando encontram um  obstáculos, voam para o céu,
Tão alto, acima do telhado os corcéis voaram,
O trenó cheio de brinquedos, e Papai Noel também.

E então num piscar de olhos, ouvi no telhado
O toque-toque e o arrastar dos casquinhos.
Como desenhei em minha cabeça, e estava virando
Descendo a chaminé Papai Noel vinha com um salto.

Todo vestido de peles, da cabeça aos pés,
E com a roupa toda manchada de cinzas e fuligem;
Uma trouxa de brinquedos lançada em suas costas,
Parecia um mascate, só abrindo o saco.

Seus olhos como brilhavam! Suas covinhas que alegres!
Suas bochechas como rosas, seu nariz como uma cereja!
Sua boquinha engraçada curvada para cima como num arco,
E a barba em seu queixo era tão branca como a neve.

O cabo do cachimbo que segurava preso aos seus dentes,
E a fumaça em volta de sua cabeça como uma guirlanda;
Tinha um rosto largo e uma barriguinha redonda,
Que balançava quando sorria, como uma tigela de geléia.

Era gordinho e rechonchudo, um perfeito alegre e  velhinho elfo
E eu ri quando o vi, sem poder evitar;
Uma piscadela de seus olhos e um meneio de cabeça,
Na hora me fizeram entender que eu nada tinha a temer;

Não disse uma só palavra, mas foi direto ao seu trabalho,
E recheou todas as meias; então virou o seu joelho,
E colocando o dedo ao lado do nariz,
E dando um aceno com a cabeça, a chaminé ele escalou;

Ele saltou em seu trenó, ao seu time deu um assobio,
E para longe todos voaram, como o queda de um dente-de-leão.
Mas eu o ouvi exclamar,  enquanto ele desaparecia
“Feliz Natal a todos, e para todos uma Boa Noite!”

Tradução deste bloguinho Esquizofia com base na feita por Célia Mello

THE NIGHT BEFORE CHRISTMAS
by Clement Clarke Moore
or Henry Livingston

Twas the night before Christmas, when all through the house
Not a creature was stirring, not even a mouse.
The stockings were hung by the chimney with care,
In hopes that St Nicholas soon would be there.

The children were nestled all snug in their beds,
While visions of sugar-plums danced in their heads.
And mamma in her ‘kerchief, and I in my cap,
Had just settled our brains for a long winter’s nap.

When out on the lawn there arose such a clatter,
I sprang from the bed to see what was the matter.
Away to the window I flew like a flash,
Tore open the shutters and threw up the sash.

The moon on the breast of the new-fallen snow
Gave the lustre of mid-day to objects below.
When, what to my wondering eyes should appear,
But a miniature sleigh, and eight tinny reindeer.

With a little old driver, so lively and quick,
I knew in a moment it must be St Nick.
More rapid than eagles his coursers they came,
And he whistled, and shouted, and called them by name!

“Now Dasher! now, Dancer! now, Prancer and Vixen!
On, Comet! On, Cupid! on, on Donner and Blitzen!
To the top of the porch! to the top of the wall!
Now dash away! Dash away! Dash away all!”

As dry leaves that before the wild hurricane fly,
When they meet with an obstacle, mount to the sky.
So up to the house-top the coursers they flew,
With the sleigh full of Toys, and St Nicholas too.

And then, in a twinkling, I heard on the roof
The prancing and pawing of each little hoof.
As I drew in my head, and was turning around,
Down the chimney St Nicholas came with a bound.

He was dressed all in fur, from his head to his foot,
And his clothes were all tarnished with ashes and soot.
A bundle of Toys he had flung on his back,
And he looked like a peddler, just opening his pack.

His eyes-how they twinkled! his dimples how merry!
His cheeks were like roses, his nose like a cherry!
His droll little mouth was drawn up like a bow,
And the beard of his chin was as white as the snow.

The stump of a pipe he held tight in his teeth,
And the smoke it encircled his head like a wreath.
He had a broad face and a little round belly,
That shook when he laughed, like a bowlful of jelly!

He was chubby and plump, a right jolly old elf,
And I laughed when I saw him, in spite of myself!
A wink of his eye and a twist of his head,
Soon gave me to know I had nothing to dread.

He spoke not a word, but went straight to his work,
And filled all the stockings, then turned with a jerk.
And laying his finger aside of his nose,
And giving a nod, up the chimney he rose!

He sprang to his sleigh, to his team gave a whistle,
And away they all flew like the down of a thistle.
But I heard him exclaim, ‘ere he drove out of sight,
“Happy Christmas to all, and to all a good-night!”

TESTAMENTO DE JUDAS 2010

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Companheiros do cristianismo e, também, de outras religiões que foram afetadas pelo discurso que se propagou historicamente sobre minha pessoa e que ainda hoje me desabona.

 

Eu, Judas Iscariotes, quero nesse Testamento de 2010, aclarar o fato ocorrido entre mim e o Homem mais livre que conheci, e que por isso ainda não fui compreendido por estes que me condenam sem qualquer direito à defesa, e, assim, me tomam como ímpio.

 

Companheiros, há uma grande inversão do que realmente aconteceu na relação entre mim e o mais amado e corajoso ser que convivi, Cristo. Sei que tudo decorre do fato da maioria de vocês não saberem nada do que eu era diante do Estado Romano, do que eu fazia e aspirava como homem politizado. Daí, toda essa incompreensão sobre minha conduta, e a acusação de traidor, produto da mais pura superstição saída do mais baixo grau de conhecimento que é a experiência vaga do ouvi dizer.

 

Companheiros, antes de eu concretizar uma amizade com o maravilhoso filho de Maria, Cristo, eu lutava contra o Império Romano, pois via nele o grande mal que aniquilava a força e a esperança do povo. A minha luta era uma luta política. Eu não estava sozinho, não se faz a revolução só. Todos sabem que a revolução é uma molécula social que faz vibrar a vida como atributo da liberdade humana. E vocês sabem que Roma não era só os romanos. Roma era também um misto de vários povos, entre eles os hebreus, com sua dívida à pagar depois que eliminaram Moises. Os hebreus como bem disse o filósofo Spinoza – outro mártir da superstição, da ignorância -, esperavam o Messias, que para eles era Moises ressuscitado. Uma espécie de sublimação-culposa, como disse, outro que estudou muito a História do Povo Hebreu – principalmente Moises -, Freud.

 

Foi exatamente nesse território, com um estado de coisas definido, e uma semiótica dominante que eu tentei realizar meu sonho revolucionário. Era um mundo de muitas opiniões contrastantes. Um mundo de difícil comunicação e compreensão. Este, também, o mundo em que Cristo, viveu sua sublime missão revolucionária. Que muitos tomam como frustrada, mas que em verdade floresceu em todo o mundo, até os tempos atuais.

 

 

ONDE EU ME REVELO UM ESTÚPIDO

 

 

Companheiros, quando comecei a mais importante experiência de minha vida que fora com Cristo, encontrava-me na força de minha fé revolucionária. Quando vi e ouvi Cristo, falando e tratando os homens com suavidade e segurança, movido por uma potência-natural como a substância de si mesmo, por si mesmo, eu disse, muito antes de Pilatos, Ecce Homo! Esse é o Homem! Esse é o Homem Livre capaz de conduzir a revolução. Não esperei. Me lancei como um de seus adeptos. Talvez, até com um certo ciúme de outros de seus discípulos, visto que via em alguns, total alienação da luta que me propunha.

 

Creiam, durante todo o tempo em que estive junto com ele, experimentei, como diz o filósofo Spinoza, só afetos alegres. Minha potência de agir jamais enfraqueceu. Meu modus de existir era produção democrática.

 

Mas eis que aconteceu o meu equívoco-epistemológico, que depois redundou em meu erro político. Acreditava que estava entendendo Cristo, mas não estava. Dizem que àqueles que morrem afogados, no momento em que se encontram no desespero que antecede o ato final, recapitulam suas vidas. No meu caso, descobri que os que morrem enforcados, no estertor que precede a morte, o que vai morrer lembra-se do fato mais importante de sua vida.

 

Foi exatamente, nesse momento, que, lembrando o ocorrido, entendi o meu equívoco que depois se transformou em meu erro político. Eu queria que Cristo fosse chefe do movimento, que ele nos conduzisse contra a tirania romana, e contra a fantasia dos povos que o tinham, pela superstição, como o salvador. Mas, Cristo, era um Homem Livre, não queria ser chefe de ninguém. Ele, era um libertador das almas individuais, como depois confirmei lendo o filósofo, Nietzsche. Ele queria todos os homens livres em si, para depois realizarem democraticamente unidos, a liberdade coletiva. Isso só entendi no momento do enforcamento, mas já era tarde. Antes, me afastei de Cristo, muito decepcionado, e durante dias perambulei mundo afora sofrendo angustiado. Foi quando resolvi me suicidar.

 

Quanto a traição que me imputam por 30 moedas, não passa de produto de uma mente maligna de quem pretendeu se salvar prendendo Cristo na cruz. Já que atribuindo à mim responsabilidade de haver entregue o amado Cristo, aos seus algozes, se criaria a figura do mal e do bem. Não Cristo, como bem, mas essa figura maligna que distorceu a filosofia do Amor que Cristo pregava, transformando seu nome em um triste símbolo de existência onde prevalece a dívida, a culpa, o ressentimento, a dor, a punição, o castigo, tudo que enfraquece a Vida. A Vida que Cristo pregou.

 

Companheiros, para finalizar quero mostrar dois pontos que desfazem à acusação de que eu vendi Cristo por 30 moedas, e o dedurei para às autoridades romanas. Um, eu tinha dinheiro suficiente para viver uma vida de soberano, não precisa de reles 30 moedas, para trair um Homem como Cristo. Dois, Cristo, era uma pessoa pública. O povo e as chamadas autoridades os conheciam, inclusive os judeus. Ele não vivia tramando nas cavernas, nos becos e ruelas. Ele era visível. Sua revolução era visível. Era um Homem Livre. Um Homem Livre é visível. Tão visível que causa inveja e ódio nos que existem aprisionados na arrogância, insolência, prepotência, vaidade e orgulho, afetos tristes produtos do medo. Cristo não tinha medo. Cristo era Amor. E foi exatamente o que Pilatos viu nele e o que o faz, exclamar:”Ecce homo”. Cristo era o Homem, e Pilatos, soube. O lavar às mãos não foi ato de omissão dele, mas um sinal que àqueles que o iam assassinar eram responsáveis. O mesmo aconteceu com o ladrão que na cruz, reconheceu Cristo como filho de Deus. O filho da Vida.

 

Companheiros, dito tudo foi dito, sem mais delongas, vamos ao Testamento. Quero lembrar que àqueles que não aparecerem aqui nesse Testamento 2010, eu não os esqueci. No próximo Testamento, se eu ainda estiver vivo, se os ímpios continuarem me condenando, aparecerão seus belos presentes. Então, vamos nessa que a alma tem pressa.

 

 

 

Quero começar esse Testamento

Falando de um grande brasileiro

Que com sua inteligência e trabalho

Tirou o povo do cativeiro.


 

Refiro-me ao Sapo Barbudo

Que livrou seu país da condição vil

Dando-lhe respeito e dignidade

Falo de Lula, filho do Brasil.


 

Quero que ao deixar o governo

Com o país próspero e desenvolvido

Tenha uma vida feliz com os seus

Pois do povo jamais será esquecido.


 

Também, ao amigo de todas as horas

Vice-presidente José Alencar

Deixo-lhe milhões de votos

Para uma cadeira no Congresso ocupar.

 

 

À economista Conceição Tavares

Que em 24 de abril faz 80 anos

Por sua inteligência e brio de mulher

Deixo-lhe minha ampulheta para criar outros planos. 

 

Ao meu amigo, Mino Carta

Jornalista de texto ferino

Deixo como lembrança

Minha adega com vinho fino.


 

Ao meu amigo, Emir Sader

Cujo texto a mentira não glosa

Deixo como lembrança

Minha coleção de Spinoza.


 

Para meu amigo, Nassif

Economista/jornalista/musical

Deixo-lhe de presente

Minha coleção de marchinhas de carnaval.


 

Ao meu amigo, Paulo Henrique Amorim

Cuja Conversa Afiada corta e não erra

Deixo-lhe como pauta diária

A campanha enferrujada de Serra.


 

Para meus amigos “Sem Mídias”

Internéticos da comunicação

Deixo-lhes sensíveis-sensores

Rastreadores da boa informação.


 

Para a tramadora Rede Globo

Cuja queda de audiência angustia

Deixo o sucesso da TV Pública

Produtora de democracia.


 

Para a Folha de São Paulo

Que persegue Lula em todo canto

Deixo a Ética do jornalismo

O Decálogo de Quorpo-Santo.


 

Ao tramador jornal Estadão

Que a notícia-verdade descura

Embora ao fato me oponha

Quero que continue em censura.


 

Às revistas Veja, Istoé, e Época

Produtoras de torpe leitura

Deixo o povo esclarecido

Para acabar com sua ditadura.


 

Aos alienados do Big Brother

Modelos do mais baixo grau de inteligência

Deixo às apostilas da Provinha Brasil

Para ajudar à saírem da demência.


 

Para a apresentadora Xuxa,

Como seus baixinhos, encruada

Deixo-lhe maracá e chupeta

Mimos de sua sina infantilizada.


 

Para os jornalistas esportivos

Que ganham dinheiro sem trabalho

Deixo o Manual do Trabalhador

“A Ofensa pelo Salário”.


 

Ao Fernando Henrique Cardoso

Que de Lula morre de despeito

Deixo para aumentar sua inveja

“Oito anos de um governo perfeito”.


 

Para os PPS/DEM/PSDB

A Trinca dos Freire, Agripino e Guerra

Deixo o descaso de Lula

Pois um bom cabrito não berra.


 

Ao senador “Orgulho do Amazonas”

Arthur Neto da direita o falastrão

Deixo o filme, “Lula, Filho do Brasil”.

Para se deleitar ao perder a reeleição.


 

Para a juíza Maria Eunice

Mestra do Direito Eleitoral do Estado

Deixo-lhe a homenagem do povo

Ao ver Amazonino de vez cassado.


 

 

Para o ex-governador Eduardo Braga

Que tem a natureza como divinal

Deixo-lhe o mosquito da malária

Uma realidade racional-tropical.


 

Para o deputado estadual Sinésio

Em Manaus, fundador do PT burguês

E líder do governo reacionário

Deixo-o postado na política da insensatez.


 

Ao PC do B de Manaus

Cujas lutas jogou às lonas

Ao se aliar com a direita

Deixo-lhe as idéias de João Amazonas.


 

Para o autêntico petista do Amazonas

Deputado federal Francisco Praciano

Deixo-lhe mais um mandato

Para que o povo escape do engano.


 

Ao outro autêntico do PT, José Ricardo

Vereador em constante luta social

Para que o Amazonas mude

Deixo-lhe um mandato de deputado estadual.

 

Aos candidatos amazonenses

Para o cargo de governador

Deixo o desprezo do povo

Pelos anos que o fizeram sofrer tanta dor.


 

Aos exploradores do povo na TV

Políticos com doença rara

Deixo-lhes a derrota nas eleições

E a maldição de Santa Clara.


 

Às empresas de comunicação de Manaus

Servis dos governantes locais

Deixo vírus em seus computadores

Até enquanto não se tornarem morais.


 

Aos meus amigos homossexuais

Que cada vez têm conquistando espaço

Deixo-lhes minhas idéias de liberdade

E, é claro, aquele abraço.


 

Aos meus amigos das religiões afro

Que também crescem no Brasil inteiro

Deixo-lhes como lembrança

Minhas terras para construir terreiro.


 

Aos meus amigos negros e índios

Cujas conquistas têm se solidificado

Deixo-lhes de presente

Quilombolas, reservas e fazendas de gado.


 

Aos meus amigos torcedores do Brasil

Cuja Copa imaginam ser campeão

Lamento, mas vou ter que lhes deixar

Essa grande frustração.


 

O eterno candidato da direita, José Serra

À quem o deputado Ciro, chama de perigoso

Imagina ser eleito presidente do Brasil

Coisa que nem comentar ouso.


 

Mas democracia representativa é assim

Qualquer sujeito pode se candidatar

Mas para o Brasil não retroceder

Vou deixar para Serra, quatro anos para descansar.


 

Já a minha amiga, Dilma

Que por suas lutas libertárias se assemelha a mim

Vejo em sua candidatura à Presidência da República

Um grito nacional do sim.


 

Portanto, para  fechar esse Testamento

E comungar com o povo o meu presente

Deixo para minha ilustre amiga, Dilma

O cargo de presidente!


 

 

FELIZ PÁSCOA A TODOS, COMPANHEIROS!

 

 

UM HAI QUE CAI

Obama imagina Osama

Osama tem fama sem Obama

Obama manda soldados para o Afeganistão

Osama para Obama está no Paquistão

KAKÁ E O MANCHESTER CITY: TODO HOMEM TEM SEU PREÇO

Reza um velho ditado do capitalismo, e talvez anterior a ele, que todo homem tem seu preço. Se o ditado é anterior ou não ao modo de produção do capital burguês, não sabemos, mas que o enunciado expõe de maneira inequívoca o seu funcionamento, isto é certo.

No capitalismo, os objetos valem menos pelo seu valor enquanto utilitários à existência humana em coletividade do que pelas flutuações da necessidade coletiva em função da sua demanda. De forma que os objetos, transmutados em mercadoria, se equivalem, ainda que em sua funcionalidade sejam incompatíveis.

Não apenas os objetos mais usuais, mas praticamente tudo o que pode ser alienado acaba por se transformar em mercadoria. A força de trabalho, por exemplo. As crenças, o chamado caráter, a moralidade individual, tudo, pela ótica do capitalismo, pode ser comprado. Incluindo Deus.

A CÉSAR, O QUE É DE CÉSAR

O craque santificado e futuro pastor da Igreja Renascer, do casal presidiário Sônia e Estevam Hernandez, meia do Milan, Kaká, vem sendo sondado desde o início da temporada pelo Manchester City, time inglês turbinado pelo capital oriental do Sheik Mansour bin Zayed Al Nahyan, para fazer parte do elenco do clube. Nahyan, em termos de dinheiro, deixa o multibilionário russo Roman Abramovich, com seus 2 bilhões (perdeu 16 bi na queda das bolsas de valores no ano passado) muito para trás. Desde que comprou o bibelô futebolístico, o sheik tem tentado comprar o meia brasileiro.

Na primeira tentativa, a negativa do santo craque: o Manchester City é time pequeno, não tem estrutura para disputar títulos e nem projetar seus jogadores aos prêmios internacionais. Kaká desdenhou. Como prêmio de consolação, Zayed comprou Robinho, que saiu do Real Madrid sob uma chuva de moedas.

Na segunda tentativa, semanas atrás, o sheik ofereceu 120 milhões ao Milan, que lavou as mãos e disse que aceitava. Kaká, mais uma vez santificado pelo espírito santo da dupla Hernandez (condenada por fraude fiscal), afirmou que dinheiro não importava, e que não trocaria um time com projeto a longo prazo por uma aventura em um time que está namorando a zona de rebaixamento da Premier League. Prefere ser campeão da Champions League e eleito o melhor do mundo, e não o conseguiria a curto e médio prazo no City.

Na terceira tentativa, esta semana, Kaká balançou. O Sheik ordenou que as bombas petrolíferas fossem colocadas a todo vapor, e ofereceu US$ 150 milhões ao Milan (Berlusca já falou que topa…), além de mais de R$ 1 milhão por semana ao craque de Deus (US$ 500 mil).

Kaká, que não é Pedro, não esperou o cantar do galo e nem negou a seu deus pela terceira vez. Deve arrumar as malas e mudar-se da glamourosa Milano para a operária Manchester, tendo ido o pai à frente para fazer o trabalho de receber as 30 moedas, com juros e correção monetária. Não, Kaká não traiu o Milan, que está mais interessado nas verdinhas que entrarão e poderão ajudar o clube a arrumar a defesa modelo anos 80 que ainda exibe. Mas arranha, para quem ainda acreditava, a sua imagem sacrossanta de pureza.

Segundo o evangelho de Lucas (16, 12): “ninguém pode servir a dois senhores, porque odiará a um, e amará o outro, ou se prederá a um e desprezará o outro. Não se pode servir a Deus e a Mamon”. Mamon, para quem não sabe, era o deus da riqueza dos Sírios, feito todo em ouro e prata. Parece-nos que este versículo não consta da versão Hernandez da Bíblia.

Contradiz também a fala de Pelé que, na semana passada, pediu que Kaká continuasse como ídolo do Milan. No entendimento do Rei, a mudança constante de jogadores de um clube para o outro, em ritmo mais frenético que porta de motel em época de carnaval, prejudica o futebol, pois não permite que as crianças criem um vínculo com o clube e seu ídolo. Pelé levou um drible do futebusiness se realmente acredita nisso.

Kaká, que não é Pelé, muito menos Maradona, já não fala em Champions League (a não ser, como afirma a reportagem do periódico espanhol El Mundo Deportivo, para solicitar um acréscimo no pagamento como consolo por não disputar a taça), e muito menos em projeto a longo prazo. Projeto, só mesmo o da independência financeira dele, que pretende ser pastor quando se aposentar. Bom saber que, na sua trajetória, já está aprendendo a construir o reino de Deus na Terra.

Enquanto isso, Cristo só…

Grande é a poesia, a bondade e as danças…
Mas o melhor do mundo são as crianças,
Flores, música, o luar, e o sol que peca
Só quando, em vez de criar, seca.

E mais do que isto
É Jesus Cristo,
Que não sabia nada de finanças,
Nem consta que tivesse biblioteca…”

(Liberdade, do poeta lusitano Fernando Pessoa)

18 ANOS DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE E BRECHT; ENQUANTO GILMAR MENDES SOLTA O ‘ORELHUDO’…

Hoje, domingo, dia 13 de julho, o Estatuto da Criança e do Adolescente completa 18 anos. Como potência libertadora da tirania e devir criativo, o estatuto revolve o conceito castrador de criança e adolescente e se mostra como práxis contínua de produção cidadã: o que não se nasce e só se faz como continuum criativo. Práxis de ontologizar a existência como possibilidade da alegria comunalidade.

Freud dizia que a criança é o pai do homem. Tem rastros de verdades, mas uma criança depende mais de seus percursos existenciais do que das suas condições de nascimento. Depende mais dos convites do caminhar, como disse o filósofo Buber. Depende mais das janelas abertas para ver outras paisagens. Terminar um olhar, como diria Nietzsche. O ECA pretende estes percursos, estas janelas e este olhar, mas nem sempre os caminhos, janelas e olhares mostram o novo para a criança criar seu sorriso de amor ao mundo e se tornar um amigo estético criador de uma sociedade com seu modus de ser potência ética alegre. Há sempre um Daniel Dantas. E sempre um Gilmar Mendes. Mas é exatamente por causa destas aparências ademocráticas que o ECA atua. Para que uma criança alegre possa fazer emergir o adolescente, o adulto e o ancião engajados na aventura ontológica do existir.

BRECHT NOS 18 ANOS DO ECA

Este bloguinho intempestivo, para auxiliar as crianças em novas formas de entretenimentos que as livre de experiências ‘danieldantizantes’ e ‘gilmarmendizantes’ dolorosas, selecionou uns poemas Brecht-Criança cheios de cortes capazes de enfraquecer o buraco negro da infância e adolescência da justiça capitalista.

O ALFAIATE DE ULM

Bispo, eu sei voar

Disse ao bispo o alfaiate.

Olhe como eu faço, veja!

E com um par de coisas

Que bem pareciam asas

Subiu ao grande telhado da igreja.

.

O bispo não ligou.

Isso é um disparate

Voar é para os pássaros

O homem nunca voou

Disse o bispo ao alfaiate.

.

O alfaiate faleceu

Disseram ao bispo as pessoas.

Era tudo uma farsa.

Sua asa partiu

E ele se destruiu

Sobre o duro chão da praça.

.

Façam tocar os sinos

Aquilo foi invenção

Voar só para os pássaros

Disse o bispo ao menino

Os homens nunca voarão.

.

O MENINO QUE NÃO QUERIA TOMAR BANHO

Era uma vez um menino

Que não queria tomar banho

E quando lhe davam banho, ele rapidinho

Ia se lambuzar na lama.

.

Um dia veio o Soberano

Subindo pela longa escada.

A mão correu a passar o pano

No menino de cara enlameada.

.

Mas não havia pano nem toalha.

O Imperador partiu

E o menino não viu

Por essa ele não esperava.

.

A AMEIXEIRA

No pomar tem uma ameixeira

Tão pequena, que ninguém faz fé.

Em volta dela há uma cerca

Que é para ninguém botar o pé.

.

A pequenina não pode crescer

Pois crescer ela queria bem.

Mas aí nada se pode fazer

Tão pouco é o sol que ela tem.

.

Nessa ameixeira ninguém faz fé

Porque nunca deu uma ameixinha.

Mas que é uma ameixeira, isso é:

Pelas folhas a gente adivinha!

Tradução: Paulo Cesar Souza


USAR O CONTROLE REMOTO É UM ATO DEMOCRÁTICO!

EXPERIMENTE CONTRA A TV GLOBO! Você sabe que um canal de televisão não é uma empresa privada. É uma concessão pública concedida pelo governo federal com tempo determinado de uso. Como meio de comunicação, em uma democracia, tem como compromisso estimular a educação, as artes e o entretenimento como seu conteúdo. O que o torna socialmente um serviço público e eticamente uma disciplina cívica. Sendo assim, é um forte instrumento de realização continua da democracia. Mas nem todo canal de televisão tem esse sentido democrático da comunicação. A TV Globo (TVG), por exemplo. Ela, além de manter um monopólio midiático no Brasil, e abocanhar a maior fatia da publicidade oficial, conspira perigosamente contra a democracia, principalmente, tentando atingir maleficamente os governos populares. Notadamente em seu JN. Isso tudo, amparada por uma grade de programação que é um verdadeiro atentado as faculdades sensorial e cognitiva dos telespectadores. Para quem duvida, basta apenas observar a sua maldição dos três Fs dominical: Futebol, Faustão e Fantástico. Um escravagismo-televisivo- depressivo que só é tratado com o controle remoto transfigurador. Se você conhece essa proposição-comunicacional desdobre-a com outros. Porque mudanças só ocorrem como potência coletiva, como disse o filósofo Spinoza.

Acesse esquizofia.wordpress.com

esquizofia.wordpress.com

CAMPANHA AFINADA CONTRA O

VIRTUALIZAÇÕES DESEJANTES DA AFIN

Este é um espaço virtual (virtus=potência) criado pela Associação Filosofia Itinerante, que atua desde 2001 na cidade de Manaus-Am, e, a partir da Inteligência Coletiva das pessoas e dos dizeres de filósofos como Epicuro, Lucrécio, Spinoza, Marx, Nietzsche, Bergson, Félix Guattari, Gilles Deleuze, Clément Rosset, Michael Hardt, Antônio Negri..., agencia trabalhos filosóficos-políticos- estéticos na tentativa de uma construção prática de cidadania e da realização da potência ativa dos corpos no mundo. Agora, com este blog, lança uma alternativa de encontro para discussões sociais, éticas, educacionais e outros temas que dizem respeito à comunidade de Manaus e outros espaços por onde passa em movimento intensivo o cometa errante da AFIN.

"Um filósofo: é um homem que experimenta, vê, ouve, suspeita, espera e sonha constantemente coisas extraordinárias; que é atingido pelos próprios pensamentos como se eles viessem de fora, de cima e de baixo, como por uma espécie de acontecimentos e de faíscas de que só ele pode ser alvo; que é talvez, ele próprio, uma trovoada prenhe de relâmpagos novos; um homem fatal, em torno do qual sempre ribomba e rola e rebenta e se passam coisas inquietantes” (Friedrich Nietzsche).

Daí que um filósofo não é necessariamente alguém que cursou uma faculdade de filosofia. Pode até ser. Mas um filósofo é alguém que em seus percursos carrega devires alegres que aumentam a potência democrática de agir.

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