O Partido dos Trabalhadores na cidade de Manaus por essa não esperava. Desde o início do processo político, em momento algum, com exceção de alguns filiados do partido propunham uma candidatura própria. Os demais filiados e a executiva nacional compartilhavam a idéia de uma candidatura a vice de uma das chapas majoritárias intercambiada por Amazonino Mendes, Omar Aziz ou Eduardo de Sempre Guerreiro Braga.
Não perceberam que a disputa pelo poder do Estado concentra-se nas mãos do mesmo grupo que governa este Estado a mais de 30 anos.
Quando este blog afinado lançou a candidatura do Deputado Federal Francisco Praciano para prefeito de Manaus foi porque conhecia os meandros de interesses que sustentam os políticos profissionais que comandam nosso Estado.
Só que o Diretório Municipal, a executiva nacional, dois deputados estaduais, um favorável à candidatura própria e outro ligado a Eduardo e a Omar inviabilizavam qualquer autonomia de candidatura própria. E não me venham dizer agora que o deputado Estadual Sinésio Campos sempre foi favorável à candidatura própria. Os únicos que foram favoráveis à candidatura própria foram alguns filiados e os deputados Praciano e José Ricardo e o vereador Waldemir José.
O diretório municipal e o próprio diretório Estadual compactuavam com a aliança com o governo. E não adiantou serem chamados de preguiçosos por membro da executiva nacional que não mudou a opção de aliarem-se ao governo que aí está.
Neste momento, quando o guru do diretório petista, Amazonino Mendes declara que não é candidato porque está “muito cansado da politicagem, que a política não é mais como era antigamente, fica a tristeza que a politicagem tomou conta de tudo. Hoje tudo é feito nos bastidores, afirmou”.
Amazonino fora do pleito e a candidata do grupo escolhida pelo governador e pelo senador com seu vice do PMDB descartando o PT, este teve que correr do quarto para o banheiro. Lançaria candidato próprio. Quem? Praciano não comporia mais. Sinésio Campos disse: serei eu? Pela esquerda do partido despontava José Ricardo. Deixa está, que corrido às pressas de Parintins onde os chifres dançavam, Omar veio tecer nova composição devido a desistência da candidata Rebeca, matadora de Leão. Sem candidatos da Tríade trintista, o PT voltou a sonhar com uma candidatura própria devido terem sidos preteridos por Omar e Eduardo. Só simulação. Simulacro.
Desesperados ainda com a falta de um nome que tivesse teto eleitoral, pois estavam de posse de uma pesquisa de que um determinado candidato estava na frente na preferência eleitoral, reunidos na casa do governador estava Eduardo e vários outros políticos, todos querendo a indicação. Marcel Alexandre que dormira vice, estava fora, Chico Preto, Nicolau, Rotta, Silas todos ansiosos e babosos colocavam seus nomes a disposição. Mas Vanessa foi a escolhida. E para compor com a deputada sobrou o cargo de vice aos darlyngs, com Vital Melo, ex-Amazonino numa interferência da executiva nacional do PT através de Jorge Coelho e do presidente do diretório municipal Waldemir Santana.
O PT do Amazonas perde uma grande chance de conquistar a prefeitura de Manaus. Chance que devido a projeção do partido, a experiência de três mandados presidenciais, vários senadores, deputados, Manaus que nunca vislumbrara candidatos no parlamento, teve na eleição de Praciano e José Ricardo uma demonstração de “teto” eleitoral e se vê neste momento dizendo: Perdemos a jogada.
Praciano como candidato, teria seu nome como referência para o povo, o nome ganharia projeção e agora era só iniciar a campanha política para referendá-lo para o executivo municipal.
QUEM PRINCÍPIOS, DEPUTADA?
Rebeca perde porque não suportou o tratamento dispensado por outras pessoas do seu próprio grupo político. Não suportando, na madrugada do sábado, dia 30/06 renunciou e divulgou a seguinte nota justificando sua desistência:
“Quando decidi entrar na vida política foi por convicção de que os bons devem participar e contribuir para construir uma sociedade melhor, mais humana e mais solidária. Jamais deixarei de seguir esses princípios. Eles estão acima de quaisquer interesses. Não sou mais, por fidelidade a esses princípios, candidata a prefeita de Manaus, neste momento.
Tenho profundas razões pessoais e sócio-políticas para desistir. Não foi sem luta. Não foi por falta de vontade de servir o povo de minha terra.
Quero agradecer ao governador Omar Aziz, à minha querida amiga Nejmi Aziz e a tantos quantos formaram comigo a legião de apoio disposta a enfrentar os obstáculos que se interpusessem entre nós e o projeto de construir a Manaus com a qual tanto sonhamos.
Continuarei a defender os interesses do Amazonas no Congresso Nacional. Minhas convicções pessoais não se abalam. O povo de Manaus pode esperar, sempre, o melhor de mim.
Toda sorte à nossa gente. E que o povo de minha terra eleja o melhor futuro prefeito entre os que se candidatarem.”
PT É CONIVENTE COM MATANÇA DE LEÕES
O PT deveria ser o primeiro a perceber como essa gente se trata. Aqui a briga é pelo jogo de interesses. Nesse grupo quem são os bons? Deles quem quer construir uma sociedade melhor, mais humana e mais solidária? Na sociedade capitalista em parte alguma do mundo vemos isso. A deputada fala em fidelidade a esses princípios. Princípios do capital, da grana. Desiste por profundas razões pessoais e sócio-políticas. Sua desistência não foi por falta de luta. Também pudera. Matando leão todo dia além de perder a candidatura vai ter que se explicar junto ao Ibama e outros órgãos do governo por tanta matança.
A deputada emite uma nota, mas não diz claramente que razões pessoais e sócio políticas a fizeram desistir. Ameaças de dossiês, calúnias, difamações. Quem fazia isso? Havia gritos também? Choro? Mais onde está essa sociedade melhor, humana e solidária? Entre capitalista não há respeito e imaginem dos capitalistas com os trabalhadores. O PT do Amazonas não percebeu isso.
De um capitalista não podemos esperar nada de melhor. Rebeca seria manipulada. Família, governador, senador, ex-prefeito, base desaliada.
AMAZONINO ESTÁ FORA
Em posts anteriores afirmamos que Amazonino seria candidato a prefeito. Na tarde deste sábado, 30/06 na convenção do PDT ele declarou que não será candidato e nem demonstrou interesse de que será candidato ao governo em 2014. Disse que vai descansar.
Falou ainda que foi bastante perseguido. Nós não o consideramos que foi perseguido. Nós consideramos que foi um prefeito cassado pela insigne juíza de direito Eunice Torres do Nascimento por corrupção eleitoral, compra de votos. E essa cassação foi motivo para que víssemos um prefeito que pouco caso fez do ponto de vista político e administrativo pela cidade de Manaus.
Manaus não melhorou em nada. Manaus continua uma cidade com graves problemas como a falta de ônibus, péssimo atendimento médico, postos de saúde contratados para reformas que não terminam nunca, não construiu nenhuma creche das 1000 que prometeu, não levou a internet nos caminhões para a população dos bairros mais distantes, não resolveu o problema da falta de água, saneamento, coleta de lixo, habitação e ainda mandou uma senhora paraense morrer.
Amazonino vem demonstrando fragilidade tanto que o governador Omar Aziz um dia desses declarou que uma campanha política é para pessoas com preparo físico e disposição . O que não vemos em Amzonino. Ele diz que precisa descansar, mas sem deixar de emitir um desagravo a Rebeca Garcia e que merece também um comentário abaixo:
“Neste momento, como cidadão, é meu dever resgatar a figura e a pessoa de uma deputada que não é do meu grupo, não me apoiou. Mas o que fizeram com esta moça mostra bem a indignidade, a forma indecorosa, indecente, indigna que compõe o meio político. . Se nós aceitarmos esse tipo de comportamento, nós estaremos incentivando a canalhice no meio político”.
O prefeito cassado reconhece o meio do qual faz parte. O político. O político como eles a praticam, porque a política, “antes do ser há a política”. Essa política, Amazonino não a pratica e sim a que ele diz combater sendo um agente que contribui para a manutenção da sociedade como se apresenta. Os canalhas não morrem. A canhalhice é um princípio de grupos políticos. Porque grupo é uma instituição fechada, assim como a máfia nos mais variados países, os grupos de narcotraficantes e demais contraventores que dominam a sociedade capitalista.
CONVENÇÃO DEFINE CANDIDATOS
Pra finalizar deixamos para nossos leitores uma informação sobre a Resolução do TSE de número 23.341/2011 que trata do calendário das eleições de 2012.
30 de junho – sábado
1. Último dia para a realização de convenções destinadas a deliberar sobre coligações e escolher candidatos a Prefeito, a Vice-Prefeito e a Vereador (Lei nº 9.504/97, art. 8º, caput).
5 de julho – quinta-feira
1. Último dia para os partidos políticos e coligações apresentarem no Cartório Eleitoral competente, até as 19 horas, o requerimento de registro de candidatos a Prefeito, a Vice-Prefeito e a Vereador (Lei nº 9.504/97, art. 11, caput).
2. Data a partir da qual permanecerão abertos aos sábados, domingos e feriados os Cartórios Eleitorais e as Secretarias dos Tribunais Eleitorais, em regime de plantão (Lei Complementar nº 64/90, art. 16).
3. Último dia para os Tribunais e Conselhos de Contas tornarem disponível à Justiça Eleitoral relação daqueles que tiveram suas contas relativas ao exercício de cargos ou funções públicas rejeitadas por irregularidade insanável e por decisão irrecorrível do órgão competente, ressalvados os casos em que a questão estiver sendo submetida à apreciação do Poder Judiciário, ou que haja sentença judicial favorável ao interessado (Lei nº 9.504/97, art. 11, § 5°).
4. Data a partir da qual o nome de todos aqueles que tenham solicitado registro de candidatura deverá constar das pesquisas realizadas mediante apresentação da relação de candidatos ao entrevistado.
5. Data a partir da qual, até a proclamação dos eleitos, as intimações das decisões serão publicadas em cartório, certificando-se no edital e nos autos o horário, salvo nas representações previstas nos arts. 30-A, 41-A, 73 e nos § 2º e § 3º do art. 81 da Lei 9.504/97, cujas decisões continuarão a ser publicadas no Diário de Justiça Eletrônico (DJe).
Leitores Intempestivos