Archive for the 'Sociologia' Category

ASSASSINOS SÃO OS OUTROS

Com a devida permissão, meu Caro Jean-Paul Sartre.

As  14 mortes  por afogamento ocorridas na Ponta Negra na não cidade de Manaus não poderiam ter acontecido. As várias mortes que ocorreram na Avenida Getúlio Vargas quando inverteram o sentido com a implantação de um corredor de ônibus não era para ter ocorrido. As mortes na Avenida Joaquim Nabuco quando modificaram o sentido da via também não era para ter acontecido.

Assassino não  é  somente a pessoa que mata culposa ou dolosamente uma outra pessoa. Este último muitas vezes mata por prazer, com sadismo.

Entretanto há assassinos em potencial que não manifestam essa tara explicitamente, conscientemente. São assassinos e matam silenciosamente e sem constrangimento.

A psicanálise, a psicologia, a sociologia possuem estudos relacionados à essas pessoas.

Na não cidade de Manaus que se prepara para eleger prefeitos e vereadores convive com essa triste situação de matança de pessoas por irresponsabilidade do não prefeito cassado e hoje principal cabo eleitoral do ex-senador Artur Neto, Amazonino Mendes, assim como outros que passaram pela Prefeitura e Governo do Estado.

Não satisfeito com as mortes ocorridas na Avenida Getúlio Vargas, Avenida Joaquim Nabuco, João Coelho, obra de engenheiros da prefeitura que ceifou a vida de muitas pessoas que cresceram convivendo com um único sentido dessas vias e quando alteravam o sentido, mesmo com um trabalho de orientação, quem já estava condicionado enfrentou   o “laborum meta”.

O atual prefeito cassado da não Manaus, impedido de junto com a família Di Carli tomar o patrimônio do Governo Federal para fazer o camelódromo no porto de Manaus resolveu investir na ponta Negra. Remodelou-a. Foi a maior confusão com os antigos locatários dos bares e “points” ali localizados. Famílias inteiras revezavam-se nos seus empreendimentos para não perder  o negócio.

Além desse infortúnio vêem agora a interdição da praia porque a areia que ali foi colocada descobriu-se que é areia movediça. Seja lá quem for a pessoa que caia n’agua será sugada. Pode ser o nadador olímpico Felps, o Xuxa que não vai escapar da morte, pois a areia suga como um funil. A pessoa morre engolida pela areia movediça para o local projetada.

“Água não tem cabelo” se pronunciou uma autoridade da prefeitura transferindo a responsabilidade para os que jazem. Esse cidadão que é um dos assassinos deve ser  incriminado e denunciado para que os tribunais procedam os rituais de reparação, processo e ou condenação, pois trata-se de um assassino. É inconcebível que gastem pra mais de 50 milhões de reais numa obra que traga como conseqüência a morte de pessoas prematuramente.

Na história dessa praia que agora é de areia movediça,  anteriormente não víamos mortes ocorrerem nessa proporção. Havia a praia natural, os pedrais, mas agora com esse novo projeto comprova-se que os assassinos que não matam a sangue frio, matam com seus projetos  insanos, irresponsáveis.

E neste momento de eleição é bom que analisemos o histórico de todos os candidatos que postulam cargos públicos. Há dentre eles três que são violentos, fanfarrões  que não levam desaforo pra casa. Um deles ameaçou dar uma surra no presidente do povo brasileiro, Luis Inácio Lula da Silva. O outro em programa de televisão corria atrás de traficantes – os pequenos, arraia miúda e se mostrava pra sociedade como justiceiro. Hoje promete que no primeiro dia de trabalho vai mudar Manaus. São desses tipos que nós temos que nos livrar.

Infelizmente onde deveriam estar somente funcionários públicos trabalhando para promover a vida do povo, a melhoria de sua condição social, nesse meio reside assassinos em potencial responsáveis pelas 14 mortes da Ponta Negra e dos demais logradouros públicos planejados irresponsavelmente.  

Sociólogo norte-americano antecipa que ‘o capitalismo chegou ao fim da linha’

Há exatamente dois anos, você disse ao RT que o colapso real da economia ainda demoraria alguns anos. Esse colapso está acontecendo agora?

Não, ainda vai demorar um ano ou dois, mas está claro que essa quebra está chegando.

Quem está em maiores apuros: Os Estados Unidos, a União Europeia ou o mundo todo?

Na verdade, o mundo todo vive problemas. Os Estados Unidos e União Europeia, claramente. Mas também acredito que os chamados países emergentes, ou em desenvolvimento – Brasil, Índia, China – também enfrentarão dificuldades. Não vejo ninguém em situação tranquila.

Você está dizendo que o sistema financeiro está claramente quebrado. O que há de errado com o capitalismo contemporâneo?

Essa é uma história muito longa. Na minha visão, o capitalismo chegou ao fim da linha e já não pode sobreviver como sistema. A crise estrutural que atravessamos começou há bastante tempo. Segundo meu ponto de vista, por volta dos anos 1970 – e ainda vai durar mais uns 20, 30 ou 40 anos. Não é uma crise de um ano, ou de curta duração: é o grande desabamento de um sistema. Estamos num momento de transição. Na verdade, na luta política que acontece no mundo — que a maioria das pessoas se recusa a reconhecer — não está em questão se o capitalismo sobreviverá ou não, mas o que irá sucedê-lo. E é claro: podem existir duas pontos de vista extremamente diferentes sobre o que deve tomar o lugar do capitalismo.

Qual a sua visão?

Eu gostaria de um sistema relativamente mais democrático, mais relativamente igualitário e moral. Essa é uma visão, nós nunca tivemos isso na história do mundo – mas é possível. A outra visão é de um sistema desigual, polarizado e explorador. O capitalismo já é assim, mas pode advir um sistema muito pior que ele. É como vejo a luta política que vivemos. Tecnicamente, significa é uma bifurcação de um sistema.

Então, a bifurcação do sistema capitalista está diretamente ligada aos caos econômico?

Sim, as raízes da crise são, de muitas maneiras, a incapacidade de reproduzir o princípio básico do capitalismo, que é a acumulação sistemática de capital. Esse é o ponto central do capitalismo como um sistema, e funcionou perfeitamente bem por 500 anos. Foi um sistema muito bem sucedido no que se propõe a fazer. Mas se desfez, como acontece com todos os sistemas.

Esses tremores econômicos, políticos e sociais são perigosos? Quais são os prós e contras?

Se você pergunta se os tremores são perigosos para você e para mim, então a resposta é sim, eles são extremamente perigosos para nós. Na verdade, num dos livros que escrevi, chamei-os de “inferno na terra”. É um período no qual quase tudo é relativamente imprevisível a curto prazo – e as pessoas não podem conviver com o imprevisível a curto prazo. Podemos nos ajustar ao imprevisível no longo prazo, mas não com a incerteza sobre o que vai acontecer no dia seguinte ou no ano seguinte. Você não sabe o que fazer, e é basicamente o que estamos vendo no mundo da economia hoje. É uma paralisia, pois ninguém está investindo, já que ninguém sabe se daqui a um ano ou dois vai ter esse dinheiro de volta. Quem não tem certeza de que em três anos vai receber seu dinheiro, não investe – mas não investir torna a situação ainda pior. As pessoas não sentem que têm muitas opções, e estão certas, as opções são escassas.

Então, estamos nesse processo de abalos, e não existem prós ou contras, não temos opção, a não ser estar nesse processo. Você vê uma saída?

Sim! O que acontece numa bifurcação é que, em algum momento, pendemos para um dos lados, e voltamos a uma situação relativamente estável. Quando a crise acabar, estaremos em um novo sistema, que não sabemos qual será. É uma situação muito otimista no sentido de que, na situação em que nos encontramos, o que eu e você fizermos realmente importa. Isso não acontece quando vivemos num sistema que funciona perfeitamente bem. Nesse caso, investimos uma quantidade imensa de energia e, no fim, tudo volta a ser o que era antes. Um pequeno exemplo. Estamos na Rússia. Aqui aconteceu uma coisa chamada Revolução Russa, em 1917. Foi um enorme esforço social, um número incrível de pessoas colocou muita energia nisso. Fizeram coisas incríveis, mas no final, onde está a Rússia, em relação ao lugar que ocupava em 1917? Em muitos aspectos, está de volta ao mesmo lugar, ou mudou muito pouco. A mesma coisa poderia ser dita sobre a Revolução Francesa.

O que isso diz sobre a importância das escolhas pessoais?

A situação muda quando você está em uma crise estrutural. Se, normalmente, muito esforço se traduz em pouca mudança, nessas situações raras um pequeno esforço traz um conjunto enorme de mudanças – porque o sistema, agora, está muito instável e volátil. Qualquer esforço leva a uma ou outra direção. Às vezes, digo que essa é a “historização” da velha distinção filosófica entre determinismo e livre-arbítrio. Quando o sistema está relativamente estável, é relativamente determinista, com pouco espaço para o livre-arbítrio. Mas, quando está instável, passando por uma crise estrutural, o livre-arbítrio torna-se importante. As ações de cada um realmente importam, de uma maneira que não se viu nos últimos 500 anos. Esse é meu argumento básico.

Você sempre apontou Karl Marx como uma de suas maiores influências. Você acredita que ele ainda seja tão relevante no século XXI?

Bem, Karl Marx foi um grande pensador no século XIX. Ele teve todas as virtudes, com suas ideias e percepções, e todas as limitações, por ser um homem do século XIX. Uma de suas grandes limitações é que ele era um economista clássico demais, e era determinista demais. Ele viu que os sistemas tinham um fim, mas achou que esse fim se dava como resultado de um processo de revolução. Eu estou sugerindo que o fim é reflexo de contradições internas. Todos somos prisioneiros de nosso tempo, disso não há dúvidas. Marx foi um prisioneiro do fato de ter sido um pensador do século XIX; eu sou prisioneiro do fato de ser um pensador do século XX.

Do século 21, agora…

É, mas eu nasci em 1930, eu vivi 70 anos no século XX, eu sinto que sou um produto do século XX. Isso provavelmente se revela como limitação no meu próprio pensamento.

Quanto – e de que maneiras – esses dois séculos se diferem? Eles são realmente tão diferentes?

Eu acredito que sim. Acredito que o ponto de virada deu-se por volta de 1970. Primeiro, pela revolução mundial de 1968, que não foi um evento sem importância. Na verdade, eu o considero o evento mais significantes do século XX. Mais importante que a Revolução Russa e mais importante que os Estados Unidos terem se tornado o poder hegemônico, em 1945. Porque 1968 quebrou a ilusão liberal que governava o sistema mundial e anunciou a bifurcação que viria. Vivemos, desde então, na esteira de 1968, em todo o mundo.

Você disse que vivemos a retomada de 68 desde que a revolução aconteceu. As pessoas às vezes dizem que o mundo ficou mais valente nas últimas duas décadas. O mundo ficou mais violento?

Eu acho que as pessoas sentem um desconforto, embora ele talvez não corresponda à realidade. Não há dúvidas de que as pessoas estavam relativamente tranquilas quanto à violência em 1950 ou 1960. Hoje, elas têm medo e, em muitos sentidos, têm o direito de sentir medo.

Você acredita que, com todo o progresso tecnológico, e com o fato de gostarmos de pensar que somos mais civilizados, não haverá mais guerras? O que isso diz sobre a natureza humana?

Significa que as pessoas estão prontas para serem violentas em muitas circunstâncias. Somos mais civilizados? Eu não sei. Esse é um conceito dúbio, primeiro porque o civilizado causa mais problemas que o não civilizado; os civilizados tentam destruir os bárbaros, não são os bárbaros que tentam destruir os civilizados. Os civilizados definem os bárbaros: os outros são bárbaros; nós, os civilizados.

É isso que vemos hoje? O Ocidente tentando ensinar os bárbaros de todo o mundo?

É o que vemos há 500 anos.

SINDICATO DOS SOCIÓLOGOS RECORRE AO MPE PARA SUSPENDER CONCURSO DA SEDUC-AM

Pelo que sempre ocorreu com a maioria dos concursos públicos no Amazonas, afora constantes suspeitas de corrupção, os participantes não tem certeza se, caso sejam aprovados, serão realmente chamados a assumir os cargos para os quais se inscreveram.

E, como não poderia ser diferente, o governo de Omar Aziz vai seguindo os rastros de seu mentor, Eduardo “Sem Perfil” Braga. Dessa vez, o atual concurso da Secretaria de Estado de Educação do Amazonas (Seduc-AM), que se encontra aberto, e que chamou a atenção pela robusta quantidade de vagas, poderá nem vir a ser realizado. Isso porque o Sindicato dos Sociólogos do Estado do Amazonas (Sindsocio), entrou com um recurso na segunda-feira (10) e entra com mais dois hoje (12) contra sua realização.

Na segunda-feira, dia do início das inscrições, o Sindsocio entrou com o primeiro recurso no Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM). E ontem, após uma assembleia do sindicato, na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), foi acertado que mais dois pedidos de suspensão seriam dado entrada hoje pela manhã, um no Ministério Público Federal no Amazonas (MPF/AM) e outro no Conselho Estadual de Educação.

Segundo Bruno Leal, representante do Sindsocio, o Governo do Estado do Amazonas está tentando burlar a Constituição e a Lei das Diretrizes e Bases (LDB), não cumprindo vários quesitos em relação à Sociologia, entre as quais não está exigindo provas de títulos para os concorrentes a vagas na disciplina e são oferecidas apenas 06 vagas (04 na capital e 02 para dois interiores diferentes), quando apenas Manaus tem cerca de 180 escolas com Ensino Médio. Outra questão é que as escolas do Estado não estão regulamentando a Lei 11.684/08, que garante o ensino de Filosofia e Sociologia nas três séries do Ensino Médio e não apenas no 3º Ano como ocorre.

PROGRAMA DE PRESTAÇÃO CONTINUADA DA ASSISTÊNCIA SOCIAL BENEFICIA MAIS 3,3 MILHÕES

Seminário Internacional do Benefício de Prestação Continuada da Assistência Social (BPC) que se estende até dia 11, quarta-feira, divulgou que, atuando em cinco mil municípios do Brasil, o Programa de Prestação Continuada da Assistência Social beneficia 3,3 milhões de idosos acima de 65 anos ou com deficiência. A ministra do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Márcia Lopes, foi quem divulgou os dados.

O Seminário, que contará com a participação dos países do México, África do Sul e outros países da América Latina, servirá para o Brasil trocar experiências e estudar modelos de proteção social não contributiva.

Para que a pessoa receba o benefício, que é de um salário mínimo, é necessário que a família ou a pessoa tenha renda bruta inferior a um quarto do salário mínimo. O benefício é pago pelo Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), mesmo que a pessoa não tenha contribuído para a previdência Social.

Conseguimos alcançar mais de 3,3 milhões de pessoas em mais cinco mil municípios. Tudo isso é possível com organização e política em conjunto com as prefeituras, o que nos permite encontrar pessoas que precisam de ajuda e que, por algum motivo, não estavam no nosso cadastro.

O Brasil já é modelo em vários programas sociais. Hoje temos o Bolsa Família, por exemplo. Com o BPC não é diferente. Já são 14 anos com essa política e poder discutir com organismos internacionais é muito importante para o programa”, afirmou a ministra.

BETINHO É ANISTIADO

A família do sociólogo Herbert de Souza, Betinho, recebeu ontem, dia 18, a notícia que havia sido anistiado pela Comissão de Anistia do Ministério da Justiça. Ao mesmo tempo que recebeu as desculpas do governo federal em razão das perseguições políticas que ele foi submetido durante o regime da ditadura que prevaleceu no Brasil entre os anos de 1964 e 1985.

Com a anistia, a família de Betinho terá direito à uma indenização de R$ 2.294,61, além de receber uma soma retroativa no valor de R$ 207.738,79, decorrente do prejuízo que sofreu quando da sua exoneração do cargo de coordenador de equipe técnica do Ministério da Educação.

Mas não foi só Betinho anistiado. Também sua viúva, Maria Nakano, também foi anistiada na reunião pública na Câmara dos Deputados, no último dia do 4º Seminário Latino-Americano de Direitos Humanos. Maria Nakano vai receber uma indenização de R$ 1.205,53 mensal. E vai ainda receber um valor retroativo de R$ 109.103,53 pelo não exercício de atividade laboral.

O que ele nos deu é muito maior do que o Estado pode fazer. É dever de toda nação democrática reconhecer os seus erros”, afirmou Paulo Abrão, presidente da Comissão, que também considerou Betinho um brasileiro notável.

Em sua rica existência de militante das causas sociais, Betinho fundou nos anos de chumbo do regime militar a Ação Popular (AP), organização marxista ligada à Igreja Católica, o que no começo de 1970 lhe levaria à prisão e ao exílio, para retornar em 1979.

O PAPEL POLÍTICO E TÉCNICO DO ASSISTENTE SOCIAL

Participando do 13º Congresso Brasileiro de Assistente Social, a ministra Márcia Lopes, do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, afirmou que a atuação do assistente social é de fundamental importância para a sociedade. Para a ministra, o assistente social não atua em sociedade apenas tecnicamente, mas, principalmente, como agente político, visto que sua prática em setores mais vulneráveis da sociedade garante a esses setores seus direitos constitucionais.

A própria sociedade é o termômetro da atividade. Pois o assistente está ali para combater a exploração da mão de obra infantil, para auxiliar o idoso a viver com dignidade. Quando esse tipo de trabalho dá certo, logo as pessoas percebem a funcionalidade de todas as políticas públicas”, afirmou a ministra.

O Congresso Brasileiro de Assistente Social é realizado de três em três anos com o objetivo de divulgar a produção científica e técnica da categoria, com apresentações de trabalhos, teses, lançamento de livros e, principalmente, trocas de experiências dos participantes em suas regiões e estados. Esse ano o objetivo precípuo era a pressão para que o Senado aprovasse o projeto de Lei de redução da jornada de trabalho semanal para 30 horas, sem redução de salário, o que aconteceu antes de ontem, dia 3.

O crescimento do número de assistentes sociais no Brasil é também um tema de discussão. O que mostra a grande importância da profissão para a sociedade. Segundo o Ministério do Desenvolvimento Social, o número de assistentes sociais no Brasil é de aproximadamente 90 mil. Desse número, 9,3 mil trabalham nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras) e 2,4 mil nos Centros de Referência Especializados de Assistência Social (Creas).

Os números ainda são insuficientes. Uma das maiores dificuldades da atuação do assistente social no Brasil é ultrapassar as barreiras geográficas, por causa da extensão territorial do país. A nossa meta para os próximos anos é incluir em cada município brasileiro uma unidade do Cras. Logo, teremos que ter um número muito maior de profissionais atuando”, considerou a ministra.

VIOLÊNCIA CONTRA A MULHER É PRODUTO DA CULTURA MACHISTA

Na comemoração dos quatro anos da existência da Lei Maria da Penha, especialistas falam e opinam sobre o tema, e também a própria mulher de onde saiu o nome da Lei, Maria da Penha Maia Fernandes, comentaram sobre a Lei e seus efeitos reais na sociedade brasileira.

A Lei se “popularizou” criando “feito prático e simbólico”, mas sua grande importância foi criar “visibilidade” à violência do gênero, analisou a professora da Universidade de Brasília (UnB) e subsecretária de Planejamento e Gestão Interna da Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM), socióloga Lurdes Maria Bandeira.

Ainda segundo a socióloga, mesmo com todos os avanços, algumas mulheres “não tem autonomia social e afetiva” sofrendo com o predomínio de uma “matriz moral tradicional” que fomenta uma divisão de trabalho injusta com o sexo feminino. Para ela, o trabalho fora de casa e mais as tarefas domésticas as sobrecarregam. “Não há gestão de igualdade no espaço doméstico”. Há uma relação “de poder e posse” dos homens sobre as mulheres. Um exemplo é o caso que envolve o goleiro do Flamengo, Bruno, que, segundo a Polícia, mandou matar a namorada, Eliza. Um caso próprio de misoginia, o desprezo dos homens pelas mulheres.

Para a assessora parlamentar do Centro Feminista de Estudos e Assessoria (Cfêmea), Myllena Calasans de Matos, o caso Bruno é a comprovação da violência contra a mulher institucionalizada. “Ela acionou o Poder Público no momento certo, mas infelizmente os representantes do Estado interpretaram erroneamente o caso dela. Possivelmente, se tivessem dado alguma proteção, o desfecho seria outro”. Eliza acionou a Justiça, mas o juiz não viu no caso sinais de aplicação da Lei Maria da Penha.

Para Myllena Calasans, “isso mostra a percepção que o Judiciário tem das mulheres. Nós temos diversas sentenças, diversos acórdãos em que a mulher não foi julgada em função da violência que sofreu. O passado delas era julgado e os agressores eram absolvidos”.

Para a biofarmacêutica Maria da Penha Maia Fernandes, que estará sendo entrevista no dia 11 no Programa 3 a 1 do Canal Brasil, a violência contra as mulheres que aparece no comportamento do Judiciário é decorrente da cultura machista.

Os magistrados de hoje são, em grande parte, oriundos daquela cultura machista que existia no passado. A gente tem que colaborar chamando atenção da sociedade, mostrando essas aberrações de pessoas que estão ali para proteger as mulheres e ninguém protege. A cultura machista deve ser desconstruída”, afirmou Maria da Penha.

ASSISTENTES SOCIAIS REIVINDICAM MELHORAS TRABALHISTAS

Participantes do 13º Congresso Brasileiro de Assistentes Sociais, que se realiza em Brasília, realizaram hoje, dia 3, uma marcha reivindicatória com apoio de algumas entidades e movimentos sociais como de defesa das mulheres negras e homossexuais, saindo da frente da Catedral Metropolitana até chegar em frente à Esplanada dos Ministérios, para exigirem do Senado que seja aprovada a Lei nº 154/2008, que reduz a cargo horária de trabalho da categoria para 30 horas.

Além das reivindicações próprias da categoria, expressadas por mais 1,2 mil participantes entre assistentes sociais e estudantes do curso, que manifestam a inclusão de assistentes sociais e psicólogos nas escolas de educação básica, os reivindicadores exigiram, também, das autoridades ações mais concretas quanto às políticas para outras instâncias da sociedade.

A gente luta por igualdade, então viemos lutar também por qualidade no ensino público, reforma agrária e contra a homofobia”, afirmou Ouripson Dalvan, estudante da Universidade Federal do Pará.

A presidente do Conselho Regional de Serviço Social do Distrito Federal, Fernanda Fernandes da Silva, falando sobre a participação dos profissionais da categoria no ato, considerou: “Vamos lutar juntos por seguridade social, pelos nossos direitos e por melhores condições de trabalho. A nossa luta é nas ruas.”

A PRAXIS FILOSÓFICA ALÉM DA DISCIPLINA

Segundo o filósofo Michel Foucault, uma disciplina é constituída “por um domínio de objetos, um conjunto de métodos, um corpus de proposições consideradas verdadeiras, um jogo de regras e de definições, de técnicas e de instrumentos”. Como disciplina carrega elementos de um discurso ou de vários, que atuam diretamente ou indiretamente sobre os sujeitos que se tornam seus porta-vozes, muitas vezes anonimamente.

Na escola, uma disciplina é um corpus atuante da imagem do pensamento do estado colocada em prática por um agente-professor graduado e reconhecido por este estado como autoridade capaz de difundir e preservar esse pensamento através de sua semiótica discursiva jurídica-pedagógica-escolar. A prática dos conteúdos programáticos. Daí que muitos professores sejam meros passadores destes conteúdos discursivos.

Com a obrigatoriedade do ensino da disciplina filosofia nas escolas do grau médio, duas proposições se mostram para serem examinadas na compreensão do que sejam escola e filosofia.

I – PROPOSIÇÃO

Para alguns a escola é a instituição do estado aparelho ideológico —, onde o educando busca informação-formação por via das disciplinas que lhe possibilitarão ler e interpretar os códigos sócio-culturais de sua realidade, para que, munido destes conhecimentos-instrumentos, possa produzir elementos necessários à sua existência em sociedade. Nesta proposição, a escola é um território com estados de coisas bem definidos por suas funções e suas metas, e o professor atua como agente ensignador (aquele que não examinou a ordem dos signos e métodos que o graduaram) do discurso do estado, o organismo a ser preservado. Como ensignador, o professor não suspeita que é apenas a ressonância do corpus-significante dominante e jamais um educador, o que produz novas formas de percepções, afectos e cognições juntamente com o educando. A fundação ontológica do educar. Para este ensignador, o ensino de filosofia será tratado como qualquer disciplina escolar que sustenta um discurso distante da criatividade e atuação comunitária. Nada do filosofar. Apenas ilustrações de História da Filosofia com suas doutrinas e sistemas. Na verdade uma teologia com suas definições de essência, substância, Uno, primeiras causas, coisa em si, fim último, transcendência… Nada de tomar com Marx que “os filósofos não brotam da terra como cogumelos. Eles são frutos da sua época, do seu povo”. Muito pelo contrário. Para si, os filósofos são entes vegetativos.

II – PROPOSIÇÃO

Já para outros a escola é um território que, embora com estados de coisas definidos, é o espaço-virtual de bons encontros capazes de aumentar a potência de agir do educando. Uma espécie de topos-grego democrático, sociedade dos amigos, onde se movimentam uma imanência especulativa, a amizade dos plurais e o diálogo criador. Aí o professor-educador tece, amigavelmente com os educandos, a cartografia dos desejos, os processuais fundadores de novas formas de existências. Micros-percepções poiéticas. Entra na órbita produtora de novos conceitos; outros perceptos: novas formas de ver e ouvir; e outros afectos: novas formas de sentir, como afirmam os filósofos Deleuze/Guattari. Isto tudo na condição de que educação e filosofia são inseparáveis na experiência do pensar como potência do ver e falar. “A condição de que o olho não permaneça nas coisas e se eleve até as ‘visibilidades’, e de que a linguagem não fique nas palavras ou frases e se eleve até os enunciados”, de acordo com o enunciado filosófico, Foucault/Deleuze. Este, o jogo filosofante. Tomar-se como princípio, e não insuportável conseqüência. Na linguagem esportiva, habitante do buraco negro, mero cumpridor de tabela existencial da pálida refração do que lhe foi dado a ouvir e ver. O suporte da ilusão de possuir vontade e desejos próprios.

EDUCASÓFICA

Escapar da doxa-rígida dos enunciados dos sistemas e doutrinas filosóficas que se fazem memória-arquivo-representativo, servindo apenas para citações de salão do tipo erudição inútil. Para professores carreiristas, argamassa fundamental ao alpinismo profissional. Para algumas escolas e alguns pais, arrebatamentos purpurínicos: “Nossa escola é séria, também oferece ensino de filosofia”. “Que bárbaro, meu filhinho está estudando filosofia!”. Bizarrice da inteligência burguesa. A filosofia não é séria, é uma festa. O bárbaro da filosofia são seus devires, seus sopros, suas trepidações, e não suspiros glaciais.

Desta maneira, a disciplina filosofia na escola atuará como produtora de novos saberes e novos dizeres, deslocando-se como devir e não como memória-representativa, recognição dos conceitos e das funções escolares como modelos de clichês ensignantes. O que só ressona, não cria, não declina o ângulo do conhecimento para outras experiências. Mas interdita a Vontade de Saber, a potência que ultrapassa os discursos já postos, anêmicos e anemizantes. O que é supérfluo à educação/filosófica.

No mais, Platão pode, mas na condição de não se imobilizar em subidas e descidas maníacas/depressivas que constituem o Idealismo, com todas suas faces, como a patologia da Filosofia (Deleuze).

O “FUNDAMENTAL” DO RESSENTIDO GIANOTTI

O filósofo da “zona de imoralidade da política”, José Arthur Gianotti, ouvido pela imprensa na cerimônia de promulgação da lei que institui o ensino de Filosofia e Sociologia, afirmou que a iniciativa é uma “triste bobagem”. Para ele, os alunos não sabem sequer português, não compreendem o que lêem nos jornais, como então aprenderão Filosofia? Aponta outro suposto gargalo: a falta de profissionais habilitados nas áreas de Filosofia e Sociologia fará com que outros, de áreas diversas, assumam ad eternum os postos de trabalho, “engessando o ensino filosófico no país”.

A “ZONA DE AMORALIDADE” DO AMIGO FHC

Gianotti, amigo de FHC, quando de um raro ataque da imprensa à política subserviente e enfraquecedora do Estado brasileiro por parte do príncipe dos sociólogos, atacou a imprensa, afirmando em artigo que “os riscos morais inerentes à política são um problema dos políticos – nunca da imprensa…”. Gianotti criou a “zona de amoralidade”, que defendia FHC de qualquer crítica ao desmonte da já precária estrutura do Estado brasileiro e da venda do patrimônio nacional aos interesses do mercado que entregaram um país duplamente falido a Lula.

Quando no combate ao governo do Sapo Barbudo, a tal “zona de amoralidade” desapareceu, e os “riscos morais inerentes à política” deixaram de ser um problema dos políticos e passaram a ser considerados chagas de uma prática política irresponsável, apoiadas por uma população alienada de sua própria condição.

OS ERROS E OS INTERESSES DE GIANOTTI

Gianotti confunde a Filosofia com a História da Filosofia. Primeiro erro. A filosofia para Marx não é um corpo inerte, um conjunto de negatividades que são condição material para a produção social humana. A História da Filosofia, como matéria morta, não serve à educação. Somente a Filosofia que “ativa o Pensamento” e “afirma a Vida” interessa a uma práxis revolucionária. Gianotti afirma que mais importante que estudar Filosofia é apreender as coordenadas semióticas das outras disciplinas escolares (português, matemática, história). É justamente retirando o elemento filosofante destes saberes, através da academicização (ou a especialização do conhecimento, que Marx viu), que o Estado hierarquiza e esvazia do seu elemento de potência ativa esses saberes. Quando já não há mais qualquer possibilidade de que esse conhecimento se territorialize na existência cotidiana das pessoas é que serve aos interesses do Estado (e do Mercado).

Por isso Gianotti participou ativamente do lobby contrário à inclusão da Filosofia e Sociologia no Ensino Médio, no governo do seu amigo sociólogo. Os interesses das escolas-empresas privadas pesaram mais que o seu marxismo anêmico.

Para o filósofo Espinosa, o filosofar é apenas para quem pode: quem constrói em si mesmo o filosofar como condição afirmativa da Vida, não como instância hierárquica dos saberes institucionalizados, para os falsos joguetes do vazio do poder e o academicismo lamê. O que faz com que, então, um analfabeto (que não domina os signos visuais, a sintaxe da língua e a organização numérica tal como organizados no saber do ensino de Estado) passe um troco, frite um peixe, tempere uma comida, prepare uma massa de cimento, levante um muro e faça uma leitura de mundo muito mais lúcida e real do que muitos doutores e pHDeuses que têm por aí? “O espírito que constrói os sistemas filosóficos no cérebro dos filósofos é o mesmo que constrói os caminhos de ferro com as mãos dos trabalhadores”, diria um Marx que não passou pelo Cebrap. Se a filosofia está em todos os lugares onde o filosofante passa, porque não estaria no Ensino Médio? Se há uma Filosofia que é desnecessária aos alunos, é justamente aquela que está atrelada à tradição da História da Filosofia, com seus “Platão foi…”, “Sócrates disse…”, “Descartes determinou…”, cultuada pelas hostes academicistas das quais Gianotti é partícipe e incentivador. Esta “filosofia”, ele tem razão, não é necessária.

Gianotti prega a falência do ensino de Filosofia. Afirma que é preocupante a qualidade dos cursos de Filosofia. Mais: somente agora o país estaria formando filósofos. Ele, que defendeu às custas da sua coerência intelectual os arroubos entreguistas do governo de FHC, assume, conscientemente ou não, dois enunciados: 1) que os oito anos de governo FHC foram desastrosos para a educação superior do Brasil, e; 2) que a recuperação está vindo somente agora no governo Lula.

AS NOÇÕES COMUNS E O RESSENTIMENTO DE GIANOTTI

O filosofante Espinosa (1632 – 1677) afirma em sua filosofia da Vida que um corpo é tão mais próximo da perfeição (Beatitude) quanto é capaz de ser causa de si mesmo. Quando os afetos produzidos nos encontros aumentam a sua potência de agir. Longe dos encontros maus, que imobilizam, o corpo se aproxima do estado em que sua produção afetiva-comunitária é máxima: a linha intensiva democrática. A democracia de Espinosa é aquela onde todos podem contribuir produtivamente na construção de um organismo-cidade vivo, em movimento e produtor de afetos alegres.

Mas, para produzir afetos bons, que contribuam com a democracia, é preciso que os corpos tenham com o corpo-democracia aquilo que o filosofante luso-holandês chamou de noções comuns. Elementos que permitam o encontro e a interação dos corpos, a fim de aumentar as potências. Um querer a Democracia, uma vontade de potência (Nietzsche).

Gianotti não tem noções comuns com o corpo-Democracia, com a Educação, com a Filosofia. O que ele aponta como fundamental, portanto, não parte de uma análise da Razão sobre a condição social do ensino das disciplinas, mas de um erro de quem confunde efeitos com causas, tomando a atual condição da Filosofia e Sociologia – efeito da laminação dos saberes pela institucionalização promovida pelas universidades – como justificativa para que estes saberes não transitem – ainda que institucionalmente – pelo ensino dito médio. Se assim o fosse, qual seria a função do próprio Gianotti como catedrático, doutor PhD?

Impossibilitado de compor com um corpo no sentido de aumentar a potência de agir e a potência democrática, só lhe resta o ressentimento. Até nisto foi fiel a seu amigo, FHC. Um alento. Ou não.

Leia aqui na íntegra, as declarações de Gianotti ao Terra Magazine.

FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO: AGORA É LEI

Presidente da República em exercício, José de Alencar, sancionou às 16h de hoje no Palácio do Planalto a lei que torna obrigatório o ensino de Filosofia e Sociologia no ensino médio nas escolas públicas e particulares. É o retorno das disciplinas, que faziam parte do currículo do ensino médio até 1971, quando foram retiradas pelo regime militar e substituídas pela enquadrante Educação Moral e Cívica.

Segundo José de Alencar, a sanção da lei (que teve relutância de donos de escolas particulares e mesmo governadores ditos democráticos, tudo para não aumentar o quadro de funcionários) vai servir como uma ligação entre os ensinos médio e superior e o desenvolvimento sistemático das questões humanistas. O Ministro da Educação, Fernando Haddad, que homologou em 2006 o parecer do Conselho nacional de Educação – CNE, se referiu à lei, dizendo que será fundamental “para que os jovens possam se apossar do país e tornar-se donos do seu futuro”.

Portanto, seguindo a linha dos dizeres do ministro, nada de aulas anemizantes: a mãe de Sócrates… Os Dois Mundos de Platão… Aristóteles foi… Durkheim estudou… As aulas de Filosofia e Sociologia não podem parar como disciplinas, devem servir para a análise das questões sociais e políticas e a construção de vivências filosóficas com a vida, ativando o pensamento e o pensamento afirmando a vida (Nietzsche).

AGORA VAI: FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NAS ESCOLAS

O senado aprovou a obrigatoriedade do ensino das disciplinas Filosofia e Sociologia nas três série do Ensino Médio. Agora falta o Lula aprovar. Do que o povo conhece de Lula quanto aos saberes, já está aprovado. Apesar da oposição de grande parte dos proprietários de escolas particulares, que não pretendem ter mais gastos com professores.

Alvíssaras! Sim, alvíssaras! Todavia, agora está nas mãos dos graduados nas duas disciplinas em realizarem a práxis social que exige a sociedade. Principalmente o exercício filosófico, que é sempre confundido com história da filosofia na maioria dos cursos de filosofia. O que passa a ser mais um catecismo teológico.

Se for apenas para traçar uma figuração ilustrativa da história da filosofia, onde se vai contar apenas a parte inerte dos sistemas filosóficos, de nada vai adiantar a aprovação da lei. A práxis filosófica nas escolas não pode ser transformada em desérticas aulas como outras desérticas apresentações de outras disciplinas escolares.

A práxis filosófica é para quem está comprometido com a vida. Para quem quer compor novas formas de saberes e dizeres que estejam livres das mitificações e mistificações responsáveis pelos preconceito, discriminações, exaltações do irracional. A filosofia é um movimento de liberdade. Daí porque os tiranos a temem.

Ensinar os sistemas e as doutrinas filosóficas é necessário, mas não é filosofar. Não é a fundação de um estado democrático. Tudo que a maior parte das escolas particulares não desejam.

Quanto ao ensino de sociologia, nada de se tomar como uma deidade sociológica que ao ter nas mão dados do já ocorrido em sociedade, faz prognóstico sobre uma realidade que nem se sabe se se atualizará. Posição que nega o devir social do homem construtor de novas relações sociais.

Se as duas disciplinas não se tornarem práxis constitutivas do novo, confirmam os tiranos: são desnecessárias.

PLANO DE CURSO DE SOCIOLOGIA ATIVA – EDUCAÇÃO BÁSICA

Este Plano de Curso de Sociologia Ativa para Educação Básica carrega em seus Corpos-Socius (Companheiro de Sociedade) elementos/individuações possíveis de novas produções sociais capazes de escapar dos conceitos tradicionais da teoria sociológica de seu fundador, Auguste Comte (século XIX), para quem esta ciência social (Física Social), ainda presa nos enunciados da Filosofia da História, seu signo social epistemológico, trata das relações sociais, organização das sociedades, transformações, regras e leis que regem o complexo social. Além de fixar o conceito de indivíduo em um Estar Social. Evidenciando mais a enunciação do sujeito-passivo (rastros do evolucionismo darwiniano), e menos o sujeito-ativo, corpos-socius de produção da enunciação coletiva. Mais modelado pelo Espaço Estriado com seus territórios demarcados pelos planos de organização e desenvolvimento calcados na pontuação de suas leis, do que no Espaço Liso de onde emanam as individuações criadoras de novas formas de relações sociais capazes de tecer uma cartografia social de desejos necessários a construção  de uma sociedade/movente, ao contrário de uma sociedade cujas necessidades produzidas e estratificadas em uma ordem imobilizadora, mantém suas classes sociais em constante antagonismo. O círculo deletério a produtividade, a saúde e o amor dos homens e mulheres.

“Cada sociedade tem seu regime de verdade, sua ‘política geral’ de verdade; isto é, os tipos de discurso que ela acolhe e faz funcionar, como verdadeiros; os mecanismos e as instâncias que permitem distinguir os enunciados verdadeiros dos falsos, a maneira como se sanciona uns e outros; as técnicas e os procedimentos que são valorizados para a obtenção da verdade; o estatuto daqueles que têm o encargo de dizer o que funciona como verdadeiro”.

Foucault

 

I  – UNIDADE

CORPOS-SOCIUS — MÁQUINAS PONTUADORAS

 Movimentos maquínicos: bárbaros, hordas e bandos.

 Natureza, territórios, nomos e discursos.

 Relações de produção e enunciados-leis.

 Redes sociais e políticas.

 Máquina Imperial.

 Nobreza e enunciação teológica.

II  –  UNIDADE

CORPUS-SOCIUS — AGENCIAMENTOS CULTURAIS

 Fluxos corporais.

 Experiências, pensamento e conhecimento.

 Cultura: Cultura Primitiva, Alma e Mercadoria.

 Signos, língua, linguagem e fala.

 A família e suas enunciações.

 Fluxos plásticos, visuais-auditivos: dança, música, desenho,pintura.

 Fluxos gráficos.

 Fluxos religiosos.

III  –  UNIDADE

CORPOS-SOCIUS —   ESTADOS E REGIMES SOCIAIS

O Estado Egípcio e a aliança-social planetária.

 O Estado Teológico Hebraico.

O Estado Grego e a Democracia: Sociedade dos amigos.

 O Estado Romano e a Ordem Imperial.

IV  –  UNIDADE

CORPOS SOCIUS — DESTERRITORIALIZAÇÃO DA TERRA

A sociedade cristã-paulínea.

 A sociedade medieval: a terra é o centro do universo.

 Uma sociedade em transição ao outro mundo.

 Terra, nobre e vassalos teo-geo-irmanados.

V  –  UNIDADE

CORPUS-SOCIUS — RETERRITORIALIZAÇÃO DA TERRA

 Gallileu coloca a terra em seu lugar.

 Solidificação da sociedade capitalista.

 A emergência do espírito burguês.

 O romantismo social: “O homem nasce livre, mas em todo canto está acorrentado”.

 As ciências, as artes e as letras tidas clássicas.

 O capitalismo e suas sociedades religiosas.

 A potência social da multidão.

 A sociedade disciplinar e o assentamento social da multidão.

VI  –  UNIDADE

CORPOS-SOCIUS — SOCIEDADE TERRITORIALIZADA

 Estruturação da sociedade.

 As pontuações do liberalismo econômico.

 A democracia representativa.

 Segregações da sociedade industrial: Patrões e Operários.

 Estratificação social: Elite, Média, Pobre e Lupemproletariado.

 O valor, o lucro e a mais-valia.

 Capitalismo e marxismo.

 Aumento e diversidade demográfica.

 Instrumentos de análise social: sociologia, psicologia, psicanálise, antropologia.

As artes como novas formas de percepções sociais: o romance, a fotografia e o cinema.

 Transfigurações da sociedade: as guerras.

 O império fundamentalista e o império neoliberal: economia de mercado.

VII  –  UNIDADE

CORPOS-SOCIUS — ENUNCIAÇÕES BRASILEIRAS

 A subjetividade primeira: povos das florestas.

 A subjetividade européia sobrecodificadora: interdição lingüística, índio.

 A construção de uma sociedade escravocrata.

 A sociedade colonial.

 Movimentos sociais étnicos.

 Sociedade brasileira moderna.

 As alternações políticas: breves democracias, e longas ditaduras.

 A sociedade brasileira contemporânea.

 O governo Lula.

 Mudanças de status do povo brasileiro.

 A sociedade de consumo.

 As enunciações afro-brasileiras: quilombolas, capoeira, candomblé, macumba, etc.

 Enunciações artísticas: teatro, cinema, dança, samba, bumba-meu-boi, hip-hop, etc.

_______________________________________

BIBLIOGRAFIA BREVE

O Anti-Édipo – Gilles Deleuze e Félix Guattari.

Mil Platôs Volume V -___________________

Micropolítica – Cartografias do Desejo – Félix Guattari e Suely Rolnik.

Microfísica do Poder – Michel Foucault.

Vigiar e Punir -____________________

A Ordem do Discurso-______________

Em Defesa da Sociedade-____________

Arqueologia do Saber-______________

Ensaios de Sociologia- Marcel Mauss.

Manual de Etnografia -____________

A Sagrada Família ou Crítica da Crítica Crítica –   Kar Marx.

Contribuição à Crítica da Economia Política – ___________

A Ideologia Alemã -________________________________

O Manifesto do Partido Comunista – Marx e Engels.

A Origem da Família, da Sociedade Privada e do Estado- Friedrich Engels.

O Contrato Social – Rousseau.

O Príncipe – Maquiavel.

Leviatã –  Hobbes.

A Crise da Social-Democracia – Rosa Luxemburg.

As Regras do Método Sociológico – Émile Durkheim.

O Suicídio – _________________________________

Escritos Políticos Volume II – Antonio Gramsci.

Caráter e Estrutura Social – Hans Gerth Wright Mills.

O Destino das Elites – Suzzane Keller.

Razões Práticas – A Teoria da Ação – Pierre Bourdieu.

Comunidade da Diferença – Miroslav Milovic.

Uma Teoria Científica da Cultura –  Bronislaw Malinowski.

Os Nuer – E. E. Evans-Pritchard.

O Pensamento Selvagem – C. Lévi-Strauss.

Tristes Trópicos _ ____________________

O Rumor da Língua – Roland Barthes.

Linguagem e Conhecimento – Adam Schaff.

Tudo Que é Sólido Desmancha no Ar – A Aventura da Modernidade- Marshall Berman.

O Povo Brasileiro – Darcy Ribeiro.

A “Teoria do Autoritarismo” – Florestan Fernandes.

A Condição de Sociólogo – ____________________

Circuito Fechado –   _________________________

Escravidão e Racismo – Octavio Ianni.

Signagem da Televisão – Décio Pignatari.

FILOSOFIA E SOCIOLOGIA NO ENSINO MÉDIO

Segundo o site do MEC, terminou ontem o prazo para que as secretarias estaduais de educação elaborassem plano para inserção das disciplinas Filosofia e Sociologia no Ensino Médio. César Callegari, conselheiro do CNE, informou que o prazo é para que as secretarias informem a partir de quando e como serão efetivadas as disciplinas no curriculo do ensino médio. Com isso, deve-se aumentar o número de vagas para licenciados nas duas disciplinas, tanto na rede pública quanto na rede privada.

Atenção licenciados em Filosofia e Sociologia, não houve nenhuma informação ou divulgação do assunto ou do andamento deste plano no Amazonas por parte do secretário estadual de educação, Gedeão Timóteo (licenciado em Filosofia, assim como seu colega municipal, Cyrino). Fiquem de olho!


USAR O CONTROLE REMOTO É UM ATO DEMOCRÁTICO!

EXPERIMENTE CONTRA A TV GLOBO! Você sabe que um canal de televisão não é uma empresa privada. É uma concessão pública concedida pelo governo federal com tempo determinado de uso. Como meio de comunicação, em uma democracia, tem como compromisso estimular a educação, as artes e o entretenimento como seu conteúdo. O que o torna socialmente um serviço público e eticamente uma disciplina cívica. Sendo assim, é um forte instrumento de realização continua da democracia. Mas nem todo canal de televisão tem esse sentido democrático da comunicação. A TV Globo (TVG), por exemplo. Ela, além de manter um monopólio midiático no Brasil, e abocanhar a maior fatia da publicidade oficial, conspira perigosamente contra a democracia, principalmente, tentando atingir maleficamente os governos populares. Notadamente em seu JN. Isso tudo, amparada por uma grade de programação que é um verdadeiro atentado as faculdades sensorial e cognitiva dos telespectadores. Para quem duvida, basta apenas observar a sua maldição dos três Fs dominical: Futebol, Faustão e Fantástico. Um escravagismo-televisivo- depressivo que só é tratado com o controle remoto transfigurador. Se você conhece essa proposição-comunicacional desdobre-a com outros. Porque mudanças só ocorrem como potência coletiva, como disse o filósofo Spinoza.

Acesse esquizofia.wordpress.com

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CAMPANHA AFINADA CONTRA O

VIRTUALIZAÇÕES DESEJANTES DA AFIN

Este é um espaço virtual (virtus=potência) criado pela Associação Filosofia Itinerante, que atua desde 2001 na cidade de Manaus-Am, e, a partir da Inteligência Coletiva das pessoas e dos dizeres de filósofos como Epicuro, Lucrécio, Spinoza, Marx, Nietzsche, Bergson, Félix Guattari, Gilles Deleuze, Clément Rosset, Michael Hardt, Antônio Negri..., agencia trabalhos filosóficos-políticos- estéticos na tentativa de uma construção prática de cidadania e da realização da potência ativa dos corpos no mundo. Agora, com este blog, lança uma alternativa de encontro para discussões sociais, éticas, educacionais e outros temas que dizem respeito à comunidade de Manaus e outros espaços por onde passa em movimento intensivo o cometa errante da AFIN.

"Um filósofo: é um homem que experimenta, vê, ouve, suspeita, espera e sonha constantemente coisas extraordinárias; que é atingido pelos próprios pensamentos como se eles viessem de fora, de cima e de baixo, como por uma espécie de acontecimentos e de faíscas de que só ele pode ser alvo; que é talvez, ele próprio, uma trovoada prenhe de relâmpagos novos; um homem fatal, em torno do qual sempre ribomba e rola e rebenta e se passam coisas inquietantes” (Friedrich Nietzsche).

Daí que um filósofo não é necessariamente alguém que cursou uma faculdade de filosofia. Pode até ser. Mas um filósofo é alguém que em seus percursos carrega devires alegres que aumentam a potência democrática de agir.

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