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TESTAMENTO DE JUDAS 2018
Published sábado, 31 março, 2018 Afin , Afro-Afin , Amazonas , Brasil , Corrupção , Democracia , Educação , Eleições , Governo Federal , Justiça , Política , Testamento , Testamento de Judas Leave a CommentTags:Afin, Amazonas, Brasil, Cidade, Corrupção, Cultura, Debate, Economia, Educação, Eleições, Governo Federal, Justiça, Manaus, Mídia, Não-Cidade..., Religião, Teatro
CRIANÇAS PIAM JUDAS DESLOCADO EM TEMER
Published segunda-feira, 17 abril, 2017 Afin , Amazonas , Brasil , Corrupção , Democracia , Eleições , Governo Federal , Justiça , Notícia , Política , Religião , Testamento , Testamento de Judas Leave a CommentVejam as imagens criadas pelo artista da luz, Alci Madureira.
Judas para às crianças se desdobra na linha livre mais antropológica do que mística judicativa. Para elas Judas surge como possibilidade lúdica de folguedo não vingativo. Como diz o menino Pedro: “Eu nem sei quem é Judas!”. Pedro, para seu contentamento, escapa da ordem condenatória a-histórica que o discursa como traidor. Aquele que traiu Cristo. Nada de real, mas somente tentativa irracional de fortalecer o dogma calculista.
As crianças querem brincar a tradição antropológica-cultural que escapa da ordem-aguilhão: condenar sem saber por que. A onda é saber que o boneco transfigurado em Judas, que se deslocou em Temer, traz em si muitos bombons e algumas moedas que elas esperam encontrar no alegre momento em que o boneco, criado pelo educador, ator, fotógrafo, Alci Madureira, é piado por elas no sábado de Aleluia. O sábado da alegria festeira.
Nada de vingança, nada de castigo, nada de condenação, mas só festa. Foi assim que as crianças do Bairro Nova Cidade, da Rua 44,piaram o Judas deslocado em Temer com direito a testamento do Iscariotes que deixou boas lembranças à elas. Além do famoso bolo Luiz Felipe, pipocas, bombons, refrigerantes, chocolates e, como não poderia faltar, a famosa foto junto ao personagem do momento. Sem esquecer que antes da piaçam elas conversaram com ele.
O TESTAMENTO DE JUDAS, 2017, COM A PARTICIPAÇÃO ESPECIALÍSSIMA DE JESUS CRISTO
Published sábado, 15 abril, 2017 Brasil , Corrupção , Democracia , Educação , Eleições , Governo Federal , Justiça , Política , Religião , Rua , Testamento , Testamento de Judas 2 CommentsTags:Afin, Amazonas, Brasil, Cidade, Corrupção, Cultura, Debate, Economia, Educação, Eleições, Filosofia, Governo Federal, Justiça, Manaus, Não-Cidade..., Notícia, Política, Projetos Sociais, Psicologia, Religião
A notícia correu célere: Judas Iscariotes e Jesus Cristo iriam se reunir em frente ao Palácio do Planalto para enunciarem, em repente, o intempestivo Testamento de Judas aos homens de boas e más consciências.
Como sempre ocorre quando a mensagem tem como conteúdo e expressão esses dois sublimes personagens transhistóricos, Brasília foi tomada pela maior e melhor multidão de toda sua história fazendo inveja aos filósofos Machiavel e Toni Negri, dois amigos que mais tratam da Multitudo como Potência da Multidão.
A multidão-política não somente queria sentir de perto os dois inigualáveis sacro-personagens e lhes conferir reverências, como também saber suas opiniões sobre o mal que se alojou no Brasil depois que homens e mulheres degenerados (os que sofrerem alterações teratogênicas em suas constituições genéticas impossibilitando-os da produção humana de sensibilidade, cognição e ética democrática) depuseram a presidenta Dilma Vana Rousseff, eleita com mais de 54 milhões de votos, através de um golpe idealizado, elaborado e executado por parte do Judiciário, parlamentares, mídias capitalizadas, e empresários vorazes, além de alienados-paranoicos de todos os matizes.
A multidão-política, diante dos dois magnânimos personagens, pediu que eles explicassem como o país poderia se soerguer depois de toda força predadora desencadeada pelos golpistas que afetou terrivelmente os direitos dos trabalhadores, a economia, a Previdência social, as ciências, as artes, as politicas sociais, todas as produções realizadas pelos governos populares de Lula e Dilma.
Jesus Cristo e Judas Iscariotes, em função de suas inteligências e militâncias, responderam que sabiam de tudo que estava ocorrendo de mal no Brasil, e que se encontravam dispostos a, juntos com os brasileiros de boa fé e razão, examinar o quadro maléfico e tentar procurar soluções. Mas avisaram que a democracia, citando o filósofo Spinoza, é uma contínua produção política saída da composição das potências de todos que se constitui em Bem Comum ou Estatuto do Público do Estado. Daí que todos os brasileiros deveriam produzir a democracia em todo momento. Só assim o Brasil estaria protegido contra qualquer golpe que pudesse lhe tirar o poder de criar o seu próprio destino e proteger sua soberania. E que deveriam ouvir o filósofo Marx quando ele afirma que viver é se encontrar sempre em movimento real. O movimento que descontrói a aparência criada pelo capitalismo. A máscara maior da burguesia.
Depois dessas considerações coletivas, os dois tiraram as violas dos sacos, observaram as afinações, fizeram alguns improvisos, alguns exercícios sonoros e começaram a enunciar o testamento de 2017. Quando o dueto transcendental, impulsionado pelo seu plano de imanência, soltou seus primeiros acordes, a galera foi ao delírio aplaudindo e bradando “Viva à Democracia! O regime político de Cristo e Judas que nenhum golpista vai acabar!”
JUDAS (Sorridente agradecendo ao povão, iniciou sua enunciação) –
Meu amigo Jesus Cristo
Pra começar esse repente
Explique pra todos nós
Como é que você sente
O Brasil sendo humilhado
Por essa gente demente.
CRISTO (Contagiado de contentamento acenando para o povão)-
Amigo Judas Iscariotes
Sinto como uma desgraça
Um povo trabalhador
Sendo ofendido em sua raça
Mas é coisa de momento
Logo resgata sua graça.
Judas – Mas companheiro J.C.
Isso é muito sofrimento
Esse povo não merece
Passar por esse tormento
Obra própria de tarado
Que não tem bom sentimento.
Cristo – Companheiro J.I.
Você tem toda razão
O homem não está no mundo
Para passar por privação
Mas não esqueça que existe
Gente mal, aberração.
(Público – E quanta aberração!)
Judas – Tenho aqui no meu juízo
Uma ideia e não me gabo
Para mim esses golpistas
Tiveram ajuda do Diabo
Porque não têm inteligência
Pra levar um golpe a cabo.
(Público – É verdade Judas!)
Cristo – Não aceito essa ideia
O Diabo é inteligente
Não mistura sua moral
Com esse tipo de gente
Que você já afirmou
Ser uma “gente demente”.
Judas – Eu fui mal, amigo Cristo,
Ao Diabo acusar
Ele faz suas traquinagens
Mas não iria prejudicar
Esse povo brasileiro
Que já demonstrou amar.
(Público – Eu, hein!)
Cristo – Todo golpe é praticado
Por figuras desse planeta
Não é coisa de extraterrestre
Tramando uma mutreta
Para no final das contas
Conseguir sua chupeta.
(Público – Eu sei que chupeta quer golpista!)
Judas – Para você, amigo Cristo,
Qual deles é o pior golpista
Já que têm muitos desfilando
Na famosa imensa lista
Nomes de todos os credos
Falsos político e jornalista.
(Público – Tem também gente judiciarista.)
Cristo – É verdade, Iscariotes,
Mas todo golpista é igual
Não é possível escolher
Quem é menos anormal
Por isso o testamento
Vai bombar geral.
(Público – Esse Cristo é mesmo Cristo, meu!)
Judas – Eu vou logo agraciando
O dublê de presidente
Deixando-lhe como lembrança
O Manual do Indigente.
Cristo – Para o dublê de presidente
Inimigo da democracia
Deixo-lhe sua cassação
Como fim da fantasia
Judas – Ao guloso Aécio-Mineirinho
Da Lava Jato freguês
Deixo-lhe como lembrança
O conforto cativante do xadrez.
(Público – Também o cheiro da creolina.)
Cristo – Ao vaidoso Fernando Henrique
Que pousava de vestal
Deixo-lhe como lembrança
O escárnio da moral.
Judas – Ao senador Homero Jucá
O amante da suruba
Deixo-lhe como lembrança
A lei com sua curuba.
Cristo – Ao senador Renan Calheiros
Que do golpe cantou loas
Deixo-lhe como lembrança
Sua derrota em Alagoas.
Judas – Ao senador Aloísio Nunes
Que da esquerda fingiu ser dela
Deixo-lhe como lembrança
O fantasma do Marighella.
Cristo – Ao governador Geraldo Alckmin
Conhecido como ‘Santo’
Deixo-lhe reservado
No STF seu canto.
Judas – Ao senador José Sarney
O patrono do reacionarismo
Deixo-lhe como lembrança
A impotência do coronelismo.
Cristo – Ao senador Eduardo Braga
Que se dizia moderno
Deixo-lhe como lembrança
Da corrupção o seu terno.
Judas – Ao senador Omar Aziz
Que se dizia comunista
Deixo como lembrança
O martelo e a foice na lista.
Cristo – Ao deputado Alfredo Nascimento
Que ao Amazonino levava tucumã
Deixo como lembrança
A justiça do amanhã.
Judas – Aos deputados do Amazonas
Analfabetos políticos do mal
Deixo-lhes em 2018
A barca do balatal.
Cristo – Para o senador José Serra
Um soberbo entreguista
Deixo-lhe toda a inveja
Ao ver o Brasil progressista.
Judas – A Rede Globo golpista
Que odeia a democracia
Deixo como lembrança
O fim de sua aliança com a CIA.
Cristo – Ainda para a Rede Globo
Que vive de simulação
Deixo-lhe o depoimento da Odebrecht
Que lhe envolve na corrupção.
Judas – Aos ‘justiceiros’ de Curitiba
Que perseguem Lula como um troféu
Deixo-lhes como lembrança
A ilusão que chegarão ao céu.
(Público – O céu é para os justos!)
Cristo – Para estes ‘justiceiros’
Que usam o nome de Deus em vão
Deixo-lhes o anseio do paraíso
Como uma grande frustração.
Judas – Para os amigos da blogosfera
Que não recuam jamais
Mesmo com todas as porradas
Dos grupos irracionais
Deixo-lhes a boa máxima
Lutar é que nos vivos faz.
Cristo – Para minha amiga Dilma
Primeira presidenta do Brasil
Como minha mãe Maria é honrada e guerreira,
Diferente do golpista vil
Deixo como lembrança
O eterno respeito desse povo varonil!
(Público – Valeu minha eterna presidenta!)
Judas – Perseguida desde a adolescência
Por lutar pela liberdade
Essa mulher não se curvou
Como faz todo covarde
Por isso deixo-lhe no coração
A chama que sempre arde.
Cristo – Para meu amigo Lula
Que pelas aberrações é invejado
Porque não são seres políticos
Como ele é formado
Deixo-lhe a certeza
Que não será aprisionado.
Judas – Como líder do povo brasileiro
Só Lula poderá salvar essa nação
Depois da catástrofe dos golpistas
Onde prevaleceu a destruição
Deixo-lhe a certeza
Que em 2018 terá tripla eleição!
(Público cantando – “Olê! Olê! Olê, Olê, Olá, Lula, Lula, lá!”)
Os Dois – Assim, povo brasileiro
Terminamos o testamento
Pode ser que muita gente
Não foi lembrada no momento
Mas quem produz democracia
Sabe que vive em nosso pensamento!
(Público – Eu vivo!).
O TESTAMENTO DE JUDAS 2016 SEGUNDO JESUS CRISTO
Published sábado, 26 março, 2016 Amazonas , Brasil , Democracia , Governo Federal , Justiça , Liberdade , Manifestos , Notícia , Política , Religião , Testamento de Judas Leave a CommentHá anos, todos os sábados de Aleluia, este Blog Afinsophia publica o Testamento de Judas. Neste sábado, por motivo excepcional, Judas Escariotes não publicará seu testamento. Porém, o testamento será publicado sem qualquer vazamento seletivo e privilégio de mídia. Será divulgado a todos os brasileiros de forma democrática.
Depois de visitar várias cidades do Brasil conhecendo seus habitantes, seus costumes, tradições, expressões, anseios, dúvidas, certezas e expectativas, o homem chegou a um bairro na periferia da última cidade visitada por ele, entrou em uma taverna e pediu um copo com vinho. O proprietário da taverna, um senhor de meia idade, gordinho e sorridente, disse que seu estabelecimento, por ser simples, não vendia vinho, mas só cachaça.
O homem balançou a cabeça aquiescente e pediu a cachaça. O taverneiro pegou a garrafa no balcão e colocou uma dose. O homem lhe perguntou:
– Qual é essa medida?
– Uma dose. – respondeu o taverneiro.
– Coloque, então, mais duas doses. – pediu o homem.
O taverneiro encheu o copo do homem e, sorrindo, disse:
– Acabou. Era a última garrafa. Dizem que é a melhor cachaça do pedaço. Vem do Nordeste.
Nesse momento entrou um trabalhador, alegre e falante.
– Solta uma dose da ‘santa’!
– A ‘santa’ acabou. O parceiro aí comprou a última dose. – respondeu o taverneiro.
– Não pode ser! Logo hoje, dia santo falta a ‘santa’?
O homem sorriu e pediu ao comerciante para pegar outro copo. O comerciante entregou o copo, o homem dividiu a cachaça nos dois copos e deu um ao trabalhador.
– Valeu, companheiro!- pegou o copo e sorveu uma talagada e em seguida comentou: – Essa é pureza, pura. É quente.
– Quente como a vida. “Quem está perto de mim, está perto do fogo. Quem se distancia de mim, se distancia da vida”. – disse o homem.
– Grande filosofia da cachaça. Por isso que eu digo: a cachaça boa é como o rock. Como disse o roqueiro Neel Young: “nunca vai morrer”.
Entrou uma mulher e pediu uma dose de cana. O taverneiro respondeu que as últimas doses os dois fregueses estavam tomando. A mulher ficou triste, mas homem propôs um acordo: os dois dariam um pouco da cachaça para ela. O taverneiro trouxe outro copo e fizeram a divisão. O homem afirmou:
– Onde bebe um bebe três ou, talvez, mil.
– Assim já é o milagre do pão em forma de cachaça. – disse a mulher muito alegre.
O trabalhador olhou firmemente o homem e disse:
– Eu acho que te conheço.
– Pode ser. Um homem é ele, a sociedade e o mundo. Respondeu o homem.
– Tu és um filósofo! – afirmou o trabalhador.
Começaram a contar histórias, opinar sobre os acontecimentos no Brasil e cantar samba. A mulher, que tinha uma voz semelhante à de Jovelina Pérola Negra, cantou Sorriso Aberto, o taverneiro pegou um atabaque, o trabalhador tirou um som na garrafa seca e sambou. O homem sorria enquanto tentava alguns passos miudinhos.
Nesse momento, passando na frente da taverna uma menina de uns cinco anos se soltou da mão da mãe e olhando para dentro do estabelecimento, bradou:
– É Jesus Cristo!
– Tu tá doida menina! Que Jesus Cristo! – a mãe repreendendo a criança, puxou-a pelo braço.
A menina se soltou e continuou bradando na frente da taverna:
– É Jesus Cristo! É Jesus Cristo! Eu sei que é ele. – Bradava convicta a criança.
– Não é Jesus Cristo! Jesus só vai voltar a terra no Juízo Final, para julgar os vivos e os mortos elevar os bons para o paraíso – replicou a mãe.
– Ele é Jesus Cristo! E esse Juízo Final é mentira. Jesus Cristo está ali!
– Como que tu tem certeza que esse homem é Jesus Cristo? – perguntou a mãe.
– Eu sei que é ele porque ele tem esse cabelo, usa essa roupa e calça essa sandália.
– Então aquele teu tio cachaceiro é Jesus Cristo, porque ele parece com esse homem. – debochou a mãe.
– O titio não é Jesus Cristo, mas é filho dele. –respondeu a menina.
O taverneiro, o trabalhador e a mulher olharam intrigados para o homem. A mulher de forma suave, falou:
– Essa criança não está mentindo. – ficou em silêncio e perguntou: – Tu és mesmo Jesus Cristo? O filho de Maria?
O homem sorriu para os três, foi até a criança na rua e disse:
– Vinde a mim as criancinhas!
A menina alegre, cheia de contentamento, se jogou nos braços do homem, e disse:
– Eu sabia que tu eras Jesus Cristo. Eu sabia que tu eras Jesus Cisto, porque tu és diferente dos Jesus que os pais, professores e pastores falam. O Jesus que eles falam é triste, sofredor, causa pena, castiga, julga, cobra para ser amado. Um Deus que quer ser amado não é Deus. Isso não pode ser uma pessoa que ama. O amor não é triste. O amor não cobra amor. Quando eu te vi eu tive certeza, Tu és alegre.
A menina foi interrompida com a mãe chamando:
– Vamos embora encontrar teu pai na feirinha.
– Não precisa ir. Ele já estar em casa, – disse o homem.
A mulher, desconfiada, pegou o celular, ligou ao marido, ele atendeu e disse que já estava em casa. A mulher tremeu. Puxou a menina com força e disse:
– Vamos já embora, esse homem é o diabo!
– A senhora não acredita em sua filha. Não é uma boa mãe. Como não é uma boa mãe, por que vai ter outro filho? – perguntou o homem.
– Meu Deus! – gritou a mulher que antes havia recebido informação de sua médica que estava grávida.
– Eu vou ter um irmãozinho? – perguntou a menina abraçando o homem.
Como a conversa estava ocorrendo na frente da taverna logo outras pessoas foram chegando para saber o que estava ocorrendo. Um homem em uma cadeira de rodas se aproximou, o homem foi até ele e perguntou o motivo dele se encontrar naquele estado.
– Eu sofri um acidente, e o médico disse que eu estava paralítico e agora minha vida é essa cadeira. – respondeu.
O homem foi até ele, pegou em suas pernas, examinou músculos, ossos, nervos, apertou-os, e o cadeirante deu um breve gemido. O homem pediu que ele levantasse e andasse. Com receio foi levantando, até que ficou em pé e começou a andar e gritou:
– É milagre! Estou curado! É milagre!
– Não, não é milagre! O seu médico é inimigo de Hipócrates. O seu médico é um charlatão. O seu problema era apenas uns nervos de suas pernas que estavam sobre outros. Por isso que quando o senhor movimentava as pernas elas doíam e o senhor não andava.
– Agora eu vou tocar fogo nessa cadeira miserável. – disse o ex-paralítico.
– Não! O senhor deve doar a quem verdadeiramente necessite. – aconselhou o homem.
Nesse momento chegou perto do homem um rapaz com o braço direito em forma de foice pedindo que ele lhe ajudasse, porque ele não suportava mais ser apelidado de braço de remo. O homem pediu que ele imaginasse um acontecimento de lhe enchesse de forte alegria e em seguida pulasse com o braço socando para cima. O rapaz fechou os olhos se concentrou e gritou:
– Goooooool! – parou, viu o braço no estado normal, gritou que era milagre e se ajoelhou diante do homem.
– Levanta-te! Não é milagre. O teu medo te impedia de esticar o braço, por isso essa forma de foice.
Aproximou-se um homem de paletó, a gravata bem apertada pedindo que o homem currasse uma dor de cabeça insuportável que só ocorria quando ele ia trabalhar como porteiro de um clube. O homem pediu que ele afrouxasse o laço da gravata. Ele afrouxou e a dor desapareceu. O homem explicou que a dor de cabeça é causada pelo forte laço da gravata que impedia a irrigação do sangue.
De repente a rua foi tomada por milhares de pessoas que queriam ver Jesus Cristo e pedir cura. Um idoso se aproximou do homem e disse:
– Eu não quero nada para mim, senhor. O que eu quero é para todos. Eu quero que o senhor ajude a vida do pobre melhorar.
O homem sorriu e disse:
– É por isso que estou aqui no Brasil. Mas a vida do pobre já começou a melhorar. Lula e Dilma já começaram o trabalho tirando mais de 40 milhões de brasileiros da faixa da extrema pobreza. O meu trabalho é apenas de auxiliá-los.
– “Não vai ter golpe! Não vai ter golpe!”. – os milhares bradaram.
Uma senhora se aproximou e disse que o problema dela era problema de toda a comunidade: falta de água. Nesse momento um caminhão passou com força sobre um buraco e quebrou um grosso cano de conduzia água. As pessoas ficaram eufóricas e passaram a tomar banho e beber água. O homem então falou:
Não é melhor consertar o cano, colocar uma torneira e transformar em água coletiva?
Todos aplaudiram e uns operários se encarregaram de fazer o serviço hidráulico.
A dois quilômetros de distância do local, uma mulher muito enferma, desenganada, esperando a morte, ouviu o brado coletivo. Com esforço se levantou, foi ao banheiro, tomou um bom banho, vestiu seu melhor vestido vermelho, azul e branco, se maquiou, meteu seu salto alto, e foi ao encontro de Jesus Cristo. Enquanto caminha pelas ruas dizia:
– Morrer sem conhecer Jesus Cristo é não ter nascido. – e todos que a ouviam seguiam-na.
Diante da multidão o homem disse que naquele sábado de Aleluia ele tinha uma missão a realizar. Divulgar o testamento de seu amigo Judas.
– Judas não teu amigo! Ele te traiu! – bradou um homem colérico.
– Não, Judas não me traiu. Vocês acreditam em uma inverdade propagada pelo império romano e por Paulo para mudar minha história. Judas era um militante que queria a liberdade do povo. Eu também perseguia esse ideal, mas diferente de Judas. Para mim, para que um povo seja livre é preciso primeiro que cada um tenha sua alma libertada, primeiro. Judas queria logo a liberdade da alma coletiva.
– Judas lhe traiu por 30 moedas e tu morrestes para nos salvar – bradou outro homem.
– Não. A história dessas moedas é falsa. Você sabe quanto está custando o dólar? – perguntou o homem.
– Não. – respondeu o homem das 30 moedas.
– Pois é, se você não entende da moeda atual como entender da moeda de há dois mil anos. Quanto a eu ter morrido por vocês, ninguém morre por ninguém. Cada um morre em si sem sequer saber que morreu. Como diz meu amigo filósofo Epicuro: “quando estamos vivos a morte não existe, e quando morremos somos nós que não existimos”. Quer dizer nós não sabemos o que é morrer. – respondeu ao homem e continuou. – Judas não pôde vir aqui apresentar seu testamento e em seu lugar vim eu. Espero que vocês gostem 0000000000de meu testamento de Judas.
Judas me falou que o brasileiro
É um povo inteligente e maravilhoso
Mas também me alertou
Sobre um número mal e horroroso.
Que não sabe conviver na democracia
Com quem tem espírito grandioso.
TESTAMENTO DE JUDAS SEGUNDO JESUS CRISTO
Minha corajosa amiga Dilma
Mulher do coração guerreiro
Acredite que não vai haver golpe
Porque Deus é brasileiro.
Continue governando seu povo
Com, ética, sentimento e razão
Pois não vai ser a estupidez
Que vai abalar essa nação.
A democracia é o regime
Em que a potência-política se alinha
E ela não será destruída
Pela inveja e ódio de coxinha.
Eles fingem ser honestos
Mas não enganam ninguém
O povo já entendeu
Que eles só querem se dar bem.
Quanto ao meu amigo Lula
Preso coercitivamente
No ano de 2018
Será outra vez presidente.
Seu nome é uma potência
Que deixa as direitas enlouquecidas
Quanto mais elas lhe atacam
Mais elas ficam perdidas.
As direitas não têm em seu meio
Nenhum nome para a presidência
Por isso para Lula vai ser sopa
Ganhar dessa indigência.
Aos movimentos sociais
Que lutam pelos direitos dos brasileiros
Deixo-lhes coragem, vontade,
Além de muito dinheiro.
Para todos os movimentos que agora
Defendem a democracia
Deixo-lhes a certeza inconteste
Os traidores não destruirão a soberania.
Aos que defendem o Estado de Direito
Uma lição é importante não esquecer:
Lutar, é verdade, é preciso,
Mas sempre visando vencer.
Ao meu amigo Chico Buarque
Que não compõe com nazifascista
Deixo-lhe mais inspirações
Para que sua obra resista.
Para minha amiga blogosfera
Imprensa livre e inteligente
Deixo a certeza inconteste
Do fim da mídia que mente.
Aos candidatos das esquerdas
Que vão disputar eleição
Trabalhem e não desesperam
O povo vai estourar a boca do balão.
Às direitas farisaicas
Que posam de imaculadas
Deixo a sabedoria do povo
Que mostra como são taradas.
Para burguesia-ignara
Ímpar na moral depravada
Deixo material de limpeza
Pra fossa, esgoto e privada.
Para o telespectador cordeiro
Que ainda acredita na Globo
Deixo o brio e a coragem
Do nobre e inteligente lobo.
À família Marinho
Que nega ser dona da Paraty Mansão
Deixo o Movimento Sem Terra
Com título de apropriação.
Para TV Globo golpista
Que 2018 termina a concessão
Deixo Lula eleito
Para acabar com a esculhambação.
Ao honesto Fernando Henrique
Que na hipocrisia se oculta
Deixo os documentos
Da namorada Miriam Dutra.
Ainda para o ‘príncipe’ sem trono
Que comprou sua reeleição
Deixo documentos de Pedro Correa
Que mostra como sua corrupção.
Ao ‘honesto’ Eduardo Cunha
Que do impeachment quer aceleração
Deixo o ministro Teori
Pedindo sua prisão.
Ao deputado Eduardo Cunha
Pelo STF investigado
Deixo-lhe a cadeia
A corrente, a chave e o cadeado.
Aos parlamentares corruptos
Que querem Dilma cassar
Deixo delação premiada
Para cada um consolar.
Ao ressentido Aécio Neves
De delação o hexacampeão
Deixo-lhe uma calculadora
Para saber seus anos de detenção.
Ao senador Aécio Neves
Que perdeu para Dilma nas urnas
Deixo-lhe mais uma derrota
Dessa vez no processo de Furnas.
Ao rei da bolinha José Serra
Entreguista da riqueza da nação
Deixo-lhe o livro otimista
“O Futuro de Um Vilão”.
Aos golpistas do PSDB e PMDB
Que querem assaltar o Brasil
Deixo-lhes a coleção completa
“Os Homens de Um Estado Vil”.
Ao governador Geraldo Alckmin
Desviante da merenda escolar
Deixo-lhe pão e água
Para bem se alimentar.
Ao ministro do TCU Augusto Nardes
Que pediu o impeachment da presidenta
Deixo a delação de Pedro Correa
Que mostra a moral que não se sustenta.
Ao prefeito Arthur Neto
Que na lista ganha quinhetão
Deixo ao povo de Manaus
A alegria de sua não reeleição.
Ao governador José Melo
Cassado por mau uso de capital
Deixo-o ao lado de Arthur
Na canoa do balatal.
Portanto, amiga Dilma
Não tema da besta o galope
Porque onde há povo livre
Não há qualquer tipo de golpe
A valentia das direitas
Não passa de um xarope.
Trabalhe como vem trabalhando
Para isso o povo lhe elegeu
E quando se unem o povo e Deus
Não vence nenhum fariseu
A voz do povo é a voz de Deus
E a democracia é a Comunalidade-Eu.
Agora peço licença
Porque vou me retirar
Vou seguir pra outro rumo
Encontrar outro lugar
Em que o povo seja feliz
Como esse que viu “a estrela brilhar”.
Parto levando saudade
Na mente e no coração
Pois jamais esquecerei
Desse povo meu irmão
Que luta contra os golpistas
Para não cair na escravidão!
A todos os brasileiros e brasileiras
Beijos no coração!
CRIANÇAS AFINADAS MALHAM OS JUDAS
Published terça-feira, 22 abril, 2014 Afin , Amazonas , Comunidade , Cultura , Devir-Criança , Judas , Kinemasófico , Política , Testamento de Judas Leave a CommentDois Judas, um referente ao Judas real e outro referente ao Judas imaginário. O primeiro é reflexo histórico constituído pelas experiências de mundo do próprio personagem que antes de ser incluído no discurso paulino bíblico, foi protagonista de suas ideias políticas e sociais. O segundo é reflexo da transfiguração do real em personagem mistificado pelo discurso paulino bíblico que fez uso da propaganda para transfigurá-lo em personagem traidor de Cristo, que o vendeu por 30 denários e o dedurou com beijo. O imaginário beijo de Judas.
O segundo tem sua representação maior nos anseios de Paulo que precisava de alguém para justificar a permanência de Cristo crucificado que morreu para nos salvar, e aí, então, instituir a culpa, a dívida, o ressentimento, a má consciência que abolidas com o perdão. Um perdão que se conquista através do autoconhecimento como pecador. Nada do que Cristo pregou. Cristo só amou. Não um amor banal, individualista, de classe, de grupo, mas um amor coletivo que não funciona como compensação como pretendem os tiranos exploradores da fé verdadeiramente cristã.
ENTÃO, AS CRIANÇAS FESTEJARAM Nesse ano houve na festa do Judas uma inovação. O testamento do colega Judas não foi escrito antecipadamente para ser lido no momento da festa. Dessa vez, as próprias crianças criaram, versejaram e rimaram as estrofes. Quer dizer: criaram as estrofes de forma coletiva. Exemplo: pergunta-se qual a criança que quer receber uma lembrança de Judas. Uma criança, em questão, Eduardo, que quer receber. Então, começa a estrofe: “Ao meu amigo Eduardo”. Pergunta-se ao Eduardo de que ele gosta, ele responde: “Gosto de feijão”. Aí, pergunta-se (alguém que coordena a construção da estrofe), às crianças: “O que Judas deixa como lembrança ao Eduardo que, no fim do verso, rima com feijão? Uma criança (responde de sua criação), responde (respondeu na festa): ”Arroz, farinha e macarrão”. E a estrofe lembrança de Judas fica:
“Ao meu amigo Eduardo Que gosta de feijão Deixo como lembrança Arroz, farinha e macarrão”. E a festa continua rimada até enquanto crianças queiram ganhar lembranças de Judas. Nessa festa de Judas de 2014, foram realizadas outras brincadeiras com elementos teatrais todos referentes à Páscoa e Judas. Mas sempre ocorrem dois grandes momentos nessa festa: tirar foto abraçado com o bom Judas, e a hora da malhação. Antes era só malhar. Extravasar energias, e muitas vezes ressonâncias a-históricas: “O Judas é mal, traiu Jesus”! Agora, a malhação mudou: as crianças malham o Judas para encontrar presentes dentro deles, principalmente bombons..
Como criança é devir humano que necessita de nutrientes para colocar sempre em práxis suas faculdades intelectiva, sensorial, imaginativa, memorial, biológica, tem sempre que haver o mata broca, além do tradicional ovo de Páscoa caseiro. Nada de ovo industrial. Cristo sempre se considerou um Homem-Natural. Carregava elementos da filosofia estoica e epicurista que cultivavam amorosamente a Natureza. Daí o nome da habitação do filósofo Epicuro ser chamada Jardim de Epicuro.
No mais, é só bradar: Valeu, criançada! Valeu, Judas!
O TESTAMENTO DE JUDAS ANO 2014
Published sábado, 19 abril, 2014 Brasil , Cultura , Debate , Democracia , Humor , Judas , Liberdade , Política , Religião , Testamento , Testamento de Judas 1 CommentTags:Afin, Cultura, Judas, Política, Testamento de Judas
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