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MANAUS: “QUE MORRA”, DISSE EX-PREFEITO AMAZONINO PARA UMA PARAENSE DESABRIGADA PELA CHUVA. COM TUCANO ARTHUR NETO, DESEJO DE AMAZONINO PERMANECE ATUAL

Várias vias ficaram alagadas  (Foto: Divulgação/Manaustrans)

O prefeito tucano de Manaus, Arthur Neto, aquele que ameaçou surrar o presidente Luís Inácio Lula da Silva, das listas de propinas e das campanhas eleitorais milionárias tem o descomando da cidade pela terceira vez.

Nos dois últimos mandatos do prefeito não observamos nenhuma melhoria na infraestrutura  da cidade para beneficiar o povo.

As ruas da cidade se transformaram em grandes buracos; não se construiram creches e nem escolas prometidas em campanha eleitoral.

A insegurança, a violência, o desemprego, rebeliões em penitenciárias e decapitações marcam a vida de familiares e de todos os que não admitem esse fatos como normais.

Por trás de tudo isso há responsabilidades políticas. Os governadores e todos os agentes políticos amazonenses são responsáveis por tudo que os habitantes de Manaus sofrem.

A cada chuva torrencial que cai sobre a cidade a população entra em pânico porque o fenômeno natural provoca deslizamentos e alagações em vários bairros da cidade com famílias de trabalhadores perdendo carros, geladeiras, fogões, colchões, eletrodomésticos fruto de trabalho árduo para perda repentina devido a irresponsabilidade do poder público, neste caso, do prefeito da cidade, que durante a campanha de reeleição se encontrava hospedado num luxuoso hotel desta cidade.

Outro grave problema enfrentado pela população é o péssimo sistema de transporte coletivo da cidade. Não há no Brasil uma cidade que mais tenha convivido com greves no sistema de transporte coletivo do que Manaus. Na última greve os rodoviários desafiaram o Tribunal do Trabalho e a própria prefeitura que pediram para que  greve não fosse deflagrada.

A prefeitura de Manaus é a responsável pelo sistema, mas quem manda é o SINETRAN. Nestes últimos cinco anos da administração do tucano Artur Neto nada foi feito para melhorar o serviço. Não se renovou a frota. Aproveitou as paradas do antigo expresso da administração de Alfredo Nascimento para implantar a linha azul que deu a maior confusão durante a última campanha eleitoral.

O sistema de transporte é subsidiado pelo Governo do Estado e pela prefeitura Manaus. Nestes últimos três anos reajustes  foram concedidos, mas derrubados por decisão judicial. E quanto a justiça impedia esses reajustes, economicamente o Brasil e a população tinha trabalho e salário. Hoje há desemprego e falta de salário. Como se vai pagar uma passagem mais cara se não há dinheiro em poder do povo?

O titular, o tucano Artur Neto neste momento em viagem para a Colômbia onde foi ver o sistema de transporte coletivo de Bogotá que é semelhante ao de Curitiba não está na cidade tratando do reajuste que será concedido por solicitação dos empresários. A população até este momento,  não sabe qual será o valor. Isso tudo, demonstra a fragilidade de uma administração pública comandada por um tucano, cujo partido tem pretensões, sonhos, delírios de dirigir o país. Nessa inconsequente situação o que está combinado com os empresários é que a meia passagem dos estudantes permanecerá R$ 1,50 fato negociado com o prefeito em exercício do PMDB, Marcos Rota.

A viagem do tucano à Colômbia não tem nenhum significado. O único significado é a gastança de dinheiro que uma viagem dessa exige. Passagens, diárias tudo pago com dinheiro do contribuinte.

Como falamos, o sistema de transporte de Bogotá tem semelhanças com o de Curitiba. Os prefeitos anteriores plagiaram Curitiba mas o projeto não deu certo e nunca dará. As ruas de Curitiba tiveram como alargar para que os tubos e as vias comportassem os ônibus. Aqui, executar esse serviço sairá oneroso para o poder público e para a população. Nesse sentido, a vigem do prefeito e de seus convidados é só um jogo de cena, de gastança. Enquanto isso, a cidade vive com as constantes ameaças de paralisações dos rodoviários do sistema de transporte coletivo.

Manaus e seu povo não merecem sofrer. É uma cidade com alta concentração de riqueza que investida em benefício das pessoas não as fariam passar vexames e incertezas.

AMAZONINO FAZ MARKENTING COM OBRAS DO GOVERNO FEDERAL E ESTADUAL

Estamos a menos de um ano das eleições para prefeito das capitais e cidades do Brasil. Ontem, dia 27 de janeiro de 2012 dentro de um coletivo uma usuária reclamava do prefeito de Manaus que durante esses três anos não “mostrou pra que veio” , dizia, e  completava: o pior é que ele ainda pode ser eleito. Pois bem, licenciado para ir à São Paulo, depois Brasília, Manaus foi comandada por três vereadores que nada fizeram a não ser terem aumentado seus proventos no final do mês.

Essa ausência do prefeito foi bastante criticada e pra desanuviar o desgaste, convocou a imprensa, dia, 27/01/2012, para expor o que fará nesse restante de mandato. Como sempre, políticos do tipo de Amazonino gostam muito de cifras. Sapecou. R$ 732 milhões para ser aplicado em projetos de melhoria da cidade, porque “você merece uma cidade melhor”. Esta cidade não é melhor,  por isso o slogan, porque se ela fosse melhor, não mereceríamos uma cidade melhor. Dessa forma justifica-se para nós da AFIN, caracterizá-la como não cidade.   

E como não cidade, Amazonino acha que pode em poucos meses fazer o que não fez em quatro anos. Vai resolver o problema habitacional. Através da Secretaria Municipal de Habitação e Assuntos Fundiários em parceria com o governo federal que já vem colocando em prática “Minha Casa Minha Vida” na cidade de Manaus e dinheiro de investidores internacionais. O que é incrível é que Amazonino não resolveu esse problema quando foi governador, senador e prefeito. O déficit habitacional na cidade de Manaus é gritante. Aqui temos vários Pinheirinhos. Teve um secretário seu pra área habitacional e fundiária quando era governador na época, cuja maior preocupação foi construir pousadas/motel dentre as quais uma sobre um igarapé, afluente do rio goiabinha, no Núcleo 16, no bairro Cidade Nova IV, próximo à Escola Estadual Engenheiro Artur Soares Amorim (provavelmente não constará no seu nome).

O atual secretário da SEHAF, Valtair Cruz, da cota do PT My Darlyg, ligado ao presidente da sigla municipal Waldemir Santana, projeta soluções na área habitacional, transitividade (ciclovias) com prazo de 15 anos. O que vemos é a transferência de problemas de um prefeito para outro.
E por estarmos no período  pré-eleitoral, o prefeito anunciou o PROURBIS e  “ação conjunta”. Manaus será um brinco. Cinco mil trabalhadores do governo do Estado e da prefeitura recuperarão as vias públicas, taparão rachaduras no asfalto e buraco nenhum ficará para sapo contar estórias.
Criará o Amazonarium. Já temos o bairro Amazonino Mendes também chamado de Mutirão. Apareceu o Amazon Bus. Mas, Amazonarium não estava escrito como proposta de sua campanha para prefeito. No porto das Lajes construirá um grande aquário onde constará de um lado o Rio Negro e do outro o Solimões. Num será representado como o caboclo lida com o meio e no outro receberá várias espécies de répteis. Amazonino quer ser a maior invenção já criada pelo homem: Deus.

Como o manauense merece uma cidade melhor, implantará o BRT. Deu certo no México, Curitiba, Bogotá, Londres, cidades chinesas… O BRT não vai prosperar porque seu mandato tem menos de um ano de duração e nesse ano de duração não conseguirão aprontar nem o edital. Se uma coisa que nessa cidade nunca deu certo foi projetos: de casas, projetos de transporte coletivo. O metrô de superfície do Alfredo Nascimento e do Amazonino não deu certo, nunca saiu da simulação tele-imagética  assim como o Expresso que consumiu mais de 120 milhões do BNDES.

A não cidade de Manaus está instransitável. Há muitos carros  e todos os utilizam para irem a seus trabalhos. Como não há transporte coletivo suficiente a cidade vira um caos. E não adianta construírem viadutos e elevados. Desafoga numa área e congestiona noutra. O Manaustran já deve ir projetando rodízio de veículos para a área comercial da cidade (porto), porque do jeito que está a  cidade a cada dia fica “imexível”. Mas para isso, deverá a prefeitura oferecer um sistema de transporte coletivo, com horário, segurança, e conforto para que o usuário possa utilizá-lo, contribuindo assim para criar-se uma cidade melhor.

E uma cidade melhor não é produzida faltando nove meses para o término de um mandato. Uma cidade melhor é construída a partir do primeiro dia de mandato. Com secretários inteligentes numa comunhão com o povo, ouvindo o povo. Uma cidade não é construída a partir de gabinete, de conchavos, corrupção, fraudes em concursos. Uma cidade melhor é aquela onde as pessoas se sentem bem, contente e felizes. Mas infelizmente, não é isso que vemos na Manaós de Ajuricaba. E como naquela época já demonstrava o que seria hoje, ele resolveu desaparecer, resolveu “pular o muro”. Manaus, um dia será melhor. E nosso slogan será. Manaus: esta, é a melhor cidade. Vai demorar muito, porque, temos que derrotar pessoas e ideologias, mas estamos construindo o caminho. Valeu,  mano.

A EMERGÊNCIA QUE O GOVERNO BRAGA NÃO VIU

A palavra ‘emergência’ carrega no seu sentido etimológico uma aproximação com a palavra acontecimento. No plano filosófico, emergência significa a irrupção, a visibilidade de elementos que estavam atuando, e no entanto ainda não se faziam visíveis. Eles se fazem assim quando as composições afetivas-afetantes se combinam num estado de coisas que literalmente emergem (emergência) no plano da existência.

No social, uma emergência surge como vetor resultante das diversas recorrências que perpassam o plano social em uma época. Algo emerge como figura, e que antes não se dissociava do fundo. Mas já estava lá como possível ou como recorrência: o devir histórico (Foucault).

Daí, politicamente, só se constituir verdadeira emergência um acontecimento que surja das atuações das pessoas em coletividade, corpos afecções sociais, democráticos e que aparecem numa visibilidade pública como produto da razão e do diálogo. Daí, por exemplo, a alcunhada crise não ser, para a esquerda, uma verdadeir crise. Não houve recorrências, não houve correlação de forças nem modificação no estado de coisas.

O mesmo vale para o estado de emergência decretado pelo governo Braga em todo o Amazonas, por conta da cheia. Não há emergência alguma no plano social, já que a ação do governo Braga, bem como de seus antecessores, já carregava, em sua imobilidade, como existente, esta cheia. Apenas a natureza, que nada tem com isso, posto que não é da alçada do humano, demasiado humano, fez a sua parte, com o aumento do nível de precipitação atmosférica. Mas as condições para que este aumento se transforme em catástrofe social não são naturais, são produto da relação do homem com o chamado ambiente. E, principalmente, destes governos, que não souberam fazer a leitura das recorrências, que desaguaram na miséria social, na falta de moradia, de saneamento, de desenvolvimento econômico com distribuição de renda. As verdadeiras emergências das quais a cheia não é senão uma consequência.

AS CHUVAS E OS GOVERNOS ZELADORES DE MANAUS

Quando os trovões anunciam a chuva que vai cair, os habitantes manoniquins fecham a janela, e muitos começam a rezar: sabem que a ajuda, se vier, só virá de lá. Dos governos, os atuais e os anteriores, são responsáveis, bem mais que São Pedro, pelo medo que toma conta das inúmeras áreas de alagamento da cidade quando o tempo anuncia chuva.

Na última quarta-feira (13), moradores das zonas Leste, Centro-Oeste e Norte de Manaus sofreram com a chuva mais intensa do ano até agora. Várias famílias perderam suas casas. Outras, com as casas na iminência de cair, também tiveram que ir para abrigos improvisados em quadras de escolas públicas e outros locais. Os bairros mais afetados foram o Nova Esperança e Alvorada (Centro-Oeste), Bairro da União (Norte) e Zumbi dos Palmares (Leste). Situação que parece déjà vu, lembrando o temporal de 09 de abril de 2007, quando os estragos foram superiores.

Mais que coincidências, os temporais de 2007 e 2008 vêm colocar à mostra a ausência de um política habitacional e de uma organização social na construção dos espaços urbanos, que estão presentes nas atuais administrações públicas municipal e estadual, mas que são práticas comuns dos governantes de Manaus há décadas.

AS CASAS-FANTASMA DA PREFEITURA

Em 2007, o prefeito Serafim tentou se aproveitar da superstição popular, atribuindo as chuvas (e os estragos) à São Pedro. A população, no entanto, não estava disposta a aceitar a justificativa religiosa. Reivindicou os direitos, e embora nem todas as famílias tenham sido beneficiadas, a prefeitura colocou pouco mais de 150 famílias em um programa emergencial, onde receberiam uma bolsa-aluguel, no valor de R$ 250,00, além de acompanhamento social durante quatro meses.

O detalhe com relação a este atendimento foi que havia um número muito maior de famílias desabrigadas após os temporais do início de abril. A tática da prefeitura à época, segundo fontes intempestivas, era “cansar” os desabrigados, incentivando-os a procurar moradia com parentes. Dentre os que resistiram heroicamente quase o mês inteiro nas quadras das escolas e abrigos improvisados. Um alento: receberam um colchão, uma geladeira, um fogão, uma botija de gás e a inclusão no recebimento do benefício emergencial.

O contrato inicial do bolsa-aluguel, ou benefício emergencial (o programa não tem nome oficial), era de quatro meses, a contar de maio de 2007. Com a visita do Ministro das Cidades e a liberação de verbas federais para cobrir os estragos materiais, tudo indicava um rápido desfecho para o caso. No entanto, um ano depois, os beneficiários continuam no aluguel. A primeira tentativa de solução incluiu casas do conjunto habitacional Parque dos Buritis, que estava previsto para ser inaugurado agora em abril, mas que não encontrou no primeiro edital lançado nenhuma empreiteira que se interessasse pela obra, fazendo com que as previsões mais otimistas esperem o residencial pronto para dezembro, segundo informações apuradas por este Bloguinho.

Diante da impossibilidade de manter por mais tempo as mais de 150 famílias no aluguel, a solução adotada pela prefeitura foi incluir as famílias no projeto de reposição de casas que está retirando moradores das margens do igarapé do Mindú. No entanto, as famílias têm encontrado dificuldades em encontrar casas dentro dos critérios da Caixa Econômica Federal, que financia a compra através de carta de crédito, e ainda não sabem qual alternativa terão caso não encontrem moradia no prazo estipulado pela prefeitura.

Existirão ainda em Manaus casas devidamente documentadas (com título definitivo de propriedade) no valor da carta de crédito da CEF, que é de 21 mil Reais? Ou, como as casas do Parque dos Buritis, que ainda não existem, estas também são casas-fantasmas?

O PROGRAMA MARKETÍSTICO-HABITACIONAL DO GOVERNO DO ESTADO

Cerca de duas semanas atrás, quando um temporal causou estragos no Sovaco da Cobra, área localizada no bairro da União, zona Norte de Manaus, o governador Eduardo ‘Guerreiro de Sempre’ Braga aproveitou para anunciar que o PROSAMIM iria entrar imediatamente no local, minimizando os danos causados pela chuva. Aproveitou e fez campanha para seu candidato prefeiturável, Omar Aziz. Duas semanas depois, outra chuva, e os moradores do Bairro da União continuam esperando o maquinário do PROSAMIM chegar.

Este Bloguinho já falou sobre o PROSAMIM, mostrando que o programa é apenas mais um elemento marketístico do governo Braga, pois não criou elementos corporais e incorporais necessários ao saneamento básico das áreas atingidas, que continuam poluídas. Também já noticiou que o condomínio Parque Residencial Manaus, entregue aos moradores retirados das margens dos igarapés, já sentiu a potência de Poseidon, além de apresentar outros problemas.

No ano passado, o governo Estadual, já em clima de campanha eleitoral, durante o período de calamidade pública pelas chuvas de abril, ofereceu a várias famílias desabrigadas um auxílio para reconstrução das casas no valor de R$ 500,00, em parcela única. Além de incentivar o retorno às áreas de risco com a medida, o governo ainda tentou lucrar com as imagens dos servidores da prefeitura que ajudavam na distribuição de material. Como os servidores não usavam uniformes e não carregavam nenhum tipo de identificação, as imagens foram para a propaganda governamental como se fossem servidores estaduais, o que causou atrito entre iguais: prefeitura e estado. Houve ainda vários episódios de conflitos envolvendo famílias que não receberam o benefício do governo (os 500 Reais) e foram reclamar às portas da SEAS (Secretaria Estadual de Assistência Social). Não foram atendidos.

PREFEITURA E GOVERNO DO ESTADO: BONS ZELADORES

No entanto, acreditar que apenas as administrações de Serafim e de Braga foram responsáveis pela situação que vivem a maior parte dos moradores de Manaus quando chove é desconhecer que eles são bons zeladores da situação que encontraram quando assumiram.

Manaus passa há décadas por um processo de inchaço social, resultante do lucro obtido pela chamada indústria das invasões – que Serafim tentou coibir, com algum sucesso -, pela ausência de preocupação com questões urbanas e pela inapetência de todos os governantes anteriores, incluindo Amazonino, Arthur, Gilberto Mestrinho e iguais.

É preciso abrir o olho nestas eleições. O período de chuvas está no fim. Mas ano que vem tem mais.

PREFEITURA: MARKETING EM DETRIMENTO DA URBANIDADE

O prefeito Serafim afirmou em entrevista que 145 ônibus novos entraram em circulação em Manaus, em 2007. Outros 40 estariam por chegar, totalizando em 31 de março os 500 propalados nos vidros traseiros dos coletivos manoniquins. A propaganda oficial, feita em outdoor, diz que serão 500 novos coletivos, com mais de 200 já rodando. O prefeito Serafim é economista.

Mais que uma distorção dos valores, a tentativa do marketing prefeitural só consegue, como diz o jornalista Mino Carta, produzir “furos n’água”. Dos entendimentos que podem ser extraídos do episódio, este Bloguinho Intempestivo destaca dois:

1) A ausência de um pensamento urbanístico para a cidade de Manaus. Situação que vem de praticamente todos os governos e prefeituras anteriores, e que continua na atual gestão municipal. A malha viária urbana de Manaus foi feita sem critério algum, sem um projeto de cidade que pensasse a distribuição das vias em termos do crescimento econômico e social. Manaus, como se diz no senso comum, sem um entendimento real da dimensão do problema, é um enorme inchaço. E não se percebe na atual administração a possibilidade intelectiva e a disposição existencial para fazê-lo.

2) A confirmação de que a linha administrativa da prefeitura tem uma preocupação maior com o marketing do que com as ações. O marketing, como já colocado aqui pelo Bloguinho, é um discurso sobre o vazio, um significante descolado de seu significado. Portanto, não tem força de ação senão numa subjetividade que permita a esses códigos suplantarem o real (ilustração: a moral das igrejas apocalípticas, os valores “nobres” da classe média, tentando em vão imitar as medíocres autoproclamadas elites). Para o povão, que pega ônibus todos os dias, que abre as janelas e encara o projeto Posseidon na sua rua, que vê a propaganda dos dutos que vão acabar com a falta de água mas que continuam pagando por vento nas torneiras, dentre outras manifestações do real que anulam a peça marketista, a propaganda não pega.

MANAUS: UM PASSEIO PELA NÃO-CIDADE

METROPOLIZANDO O ANIVERSÁRIO DE MANAUS

Manaus

Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira!…

O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!…

(Fernando Pessoa, Aniversário, 1929)

Quando os encontros proporcionam o aumento da potência de agir, não há a necessidade de se configurar um dia especial para que se festeje, ainda que seja o aniversário. Como o chapeleiro louco das fantasias esquizo de Alice, todo dia é festa, um desaniversário. Que não foi capturado pela temporalidade cronológica e cria novas linhas de existências a partir das experiências (sempre únicas) que vão sendo engendradas pelo movimento do acaso. E se for uma cidade-aniversariante, as linhas são criadas pelos desdobramentos das atividades que preservam sua existência física e afetiva. Toda ação realizada na cidade é pública, toda cidade só prospera na liberdade, pois sua efetividade é sua coletividade, como dizem Hannah Arendt e Maquiavel.

Uma cidade que nunca nasceu como fluxo intensivo de criação, na ação livre e coletiva de seus habitantes é uma não-cidade. Uma pontuação burocrática deslocada da comunalidade que compõe relações entre as pessoas e seus espaços.

Amazonas

SOBRE A RMM

A Região Metropolitana de Manaus foi criada por decreto estadual no dia 30 de maio de 2007, e aglutina os municípios de Manaus, Iranduba, Novo Airão, Careiro da Várzea, Rio Preto da Eva, Itacoatiara e Presidente Figueiredo. O entendimento geosocial sobre uma região metropolitana envolve áreas urbanas adjacentes, que podem ou não ser conurbadas (cidade-núcleo e cidades adjacentes). O mais importante para se definir quando uma região pode ser submetida ao mesmo regime de gestão pública – o objetivo principal de se definir uma aglomeração urbana como RM – é o grau de interação social e econômica entre estas áreas. Qual a relação econômica que existe entre os municípios que formam a RMM? No Estado do Amazonas a produção econômica e a distribuição da riqueza sempre foi concentrada. Tanto na cidade de Manaus (a quarta mais rica, segundo o último levantamento do IBGE), quando na relação entre os municípios, a concentração da renda e da produção econômica são acentuados, de forma que as cidades adjacentes a Manaus acabam nem por depender desta e nem desenvolver pólos econômicos que permitam o enfraquecimento das estruturas de força que mantém a miséria social que existe nestes municípios. De forma que a RMM (Região Metropolitana de Manaus) é mais uma ilustração da administração marketista do governo do Estado, e da subalternidade dos prefeitos da capital e do interior.

Vista aérea de Manaus

HUMOR TRANSBORDANTE RMMIANO

?!RMM!? – O FAST Clube, time fundado em 1930, antigo tricolor do Boulevard, que já venceu o Fluminense (RJ) e empatou sem gols com o Cosmos, sem Pelé, se antecipou e em 2001 mudou-se para a cidade de Itacoatiara em busca de patrocínio. Agora, com a RMM, como ficam os torcedores fastianos? E o nome, é FAST de Itacoatiara, ou FAST da RMM? A coluna ‘Chagão!’ deste bloguinho alcunhou carinhosamente o tricolor de FAST RMMiano.

?!RMM!? – De passagem por Manaus, um cacique da tribo dos Maués levantou a seguinte dúvida: “se agora não tem mais Manaus, e sim RMM, como fica a questão do feriado? Os outros municípios não têm direito? É pauta para se reinvidicar na Assembléia Legislativa!”.

?!RMM!? – Comenta-se que, se a política marketista dos governos estadual e municipal é que seus governos se pretendem definitivos, e suas obras, marcos iniciais da história manauense, o feriado de 24 de Outubro, considerado aniversário de Manaus desde os tempos em que a data foi instituída pelo atual senador ‘Nosso Orgulho’ Arthur Neto, quando era prefeito, não existe mais. A partir de 2007, o aniversário da RMM deve ser comemorado todo dia 30 de Maio. Essa o ‘guerreiro de sempre’ deixou passar…

?!RMM!? – E o prefeito Serafim, que queria trocar o feriado do dia 24 para sexta-feira, a fim de melhor explorar o mercadológico-eleitoral ‘Boi Manaus’, não sacou a hilariedade das contradições RMMianas, não conseguiu e, sem argumentos e nem humor, teve que antecipar a festa. Essa o braço direito do prefeito deixou passar.

MANAUS: UM PASSEIO PELA NÃO-CIDADE

DO TRANSPORTE COLETIVO COMO NEGAÇÃO

DO MOVIMENTO E DA COLETIVIDADE

Ontem a prefeitura de Manaus, em caráter oficial, declarou vencedora da licitação de exploração dos serviços de transporte coletivo a empresa TransManaus Sociedade de Propósito Específico LTDA. A empresa foi criada, como o próprio nome diz, especificamente para disputar a licitação, e é formada majoritariamente por empresas que já atuam no atual sistema. Será, a partir de agora, responsável pelas 230 linhas de ônibus existentes em Manaus.

A coluna Manaus: um passeio pela não-cidade foi fazer o que a prefeitura, por desconhecer que uma democracia só se engendra através do aumento das potências de agir de seus habitantes, não fez e continua a não fazer: ouvir as pessoas envolvidas na questão do transporte coletivo, os trabalhadores.

SOBRE A LÓGICA INERCIAL DO LUCRO

Com a administração atual, surgiram os ônibus que inverteram a lógica inercial do corpo físico-social que transita no transporte público de Manaus. Acostumados a se dirigir para a frente do coletivo na hora de descer, os manauenses tiveram que se deparar com ônibus que inverteram a entrada-saída de passageiros. Ato politicamente banal? Vejamos o que dizem os trabalhadores do transporte:

Eles vão mexendo devagarinho, colocando a catraca pra frente, tirando emprego dos cobradores, e eu não acho legal a catraca na frente, acontece muito acidente, o pessoal vai se empurrando, que desce lá atrás, ainda mais quando tem aquele espelho. Aquele espelho você olha aqui, depois vê lá atrás. A maioria dos carros não tem mais, o pessoal quebra, tira, o passageiro mesmo vira pra se olhar. Aí você tem que ficar olhando esse espelho externo aqui, quando descer o último, você dá um tempo, aí não vê ninguém e fecha a porta pra poder arrancar. Você não vê nada e é melhor você fechar a porta pra poder sair, é melhor imprensar ele do que ele cair. Ninguém gritou, ninguém falou nada, a gente sai.”

É muito perigoso, principalmente para crianças e idosos. Aumentou muito o número de acidentes por aí, e a culpa sempre cai em cima da gente.”

Esta situação, aparentemente banal – qual a diferença entre um e outro, poderiam perguntar os responsáveis pela fiscalização dos coletivos na cidade – demonstra que os administradores da cidade, quando não levam em conta a opinião das pessoas envolvidas nas questões sociais, recaem fatalmente no erro de criar mais uma série de problemas que os moradores da cidade terão de enfrentar.

INCURSÕES POLITICO E JURÍDICOGASTROS

Sobre os últimos acontecimentos na cidade acerca da luta dos trabalhadores do transporte coletivo, e que desembocaram na natimorta CPI dos transportes, os trabalhadores, através de seu depoimento, mostraram fazer uma leitura consciente das tramas que se querem passar por política em Manaus:

Isso aí, colega, é tudo uma cachorrada só! Tudo mundo come, menos a gente. Quem são prejudicados somos nós e o passageiro, porque o funcionário trabalha bem quando é bem remunerado. Se ele não é bem remunerado ele não vai trabalhar com vontade, ele falta, ele trata mal o passageiro, mesmo que ele não queira, porque ele tem problema em casa, tem dívida pra pagar. Aí ele não sendo bem remunerado ele não tem como trabalhar bem. O único Estado que não teve aumento pra categoria foi o nosso. No resto do país todo teve aumento. Só aqui que não teve reajuste salarial. Todo mundo pode fazer greve, pode reivindicar aumento salarial. Nós não podemos. Se a gente vai fazer greve, o Juiz, em 24 horas, faz uma liminar, dizendo que a gente não pode fazer greve. Proibiram a gente de fazer greve. E aí a gente já entrou na justiça, já faz seis meses que o nosso protesto está aí engavetado e a justiça não dá parecer nenhum”.

Todo mundo come, né? Os empresários tem dinheiro, os empresários tão aí, tão montados com barriga no dinheiro. Esse ano que vem tem eleição, não tem como mexer com eles. Não tem jeito de ser bom não. Entrou lá, vai morder. Tudo começou praticamente de baixo e não vai querer mexer com empresários. Por mais seguro que o cara seja, rola dinheiro. Tá aqui a minha parte, tá aqui a tua”.

Eu ouvi um colega falando que eles fizeram tipo um consórcio, uma cooperativa, como se fossem novas empresas, mas não é nada disso. São as mesmas empresas, os mesmos empresários que se juntaram e fizeram uma cooperativa, foi isso que eu ouvi falar. É tudo jogada. Aí nós falamos em greve, em não sair da garagem, que aí ninguém sairia das suas casas e ninguém seria prejudicado. Aí um juiz expediu outra liminar, dizendo que a gente também não podia fazer deste jeito, pois iria dar prejuízo ao empresário”.

CADA UM POR SI E DEUS CONTRA TODOS

Sem nenhum tipo de apoio, os trabalhadores do transporte coletivo ainda são obrigados a “fiscalizar” a população, não tendo para isto nenhum respaldo. Pela lógica do lucro, vale colocar trabalhador contra usuário:

Não! Não tem nada disso não. Nem no sindicato tem isso. Quando adoece vai pro SUS e aí dá seu jeito pra lá. Estas empresas não dão nem assistência social. Eles podem até ter assistência social lá na empresa, mas pro funcionário não tem não. Pra ti ter uma idéia, o funcionário que ‘encosta’, eles pegam o passe livre dele e limitam em duas passagens por dia. O cara precisa de mais, precisa se locomover, vai pro médico, vai fazer exame, aí limita o cara em duas passagens, justamente pra não gastar mais passagem no ônibus. O sindicato não vale de nada. Quando entra na justiça é pra beneficiar o patrão”.

As empresas não dão nenhum apoio pra gente. Você, o motorista, tem obrigação de fiscalizar. Mas e aí? O povo vem com ignorância com a gente. O que o encarregado diz? Fica na tua, porque se tu for discutir tu tá é ferrado pro resto da tua vida. Ninguém pede. Se a cobradora pede pra olhar a foto da carteirinha de estudante pra ver se é ele mesmo, ela tá é lascada. Não tem nenhum respaldo, se uma cobradora toma a carteirinha de um universitário vem televisão, vem tudo. No outro dia bota um outro no lugar dela”.

Infelizmente, em mais um dos aspectos necessários a criação de comunalidades em uma cidade, aquele que carrega os movimentos afetivos, econômicos, políticos, sociais, que é o transporte coletivo, a prefeitura mantém a estratégia do marketing, ao invés do diálogo com os agentes sociais envolvidos.

Colabore com a coluna Manaus: um passeio pela não-cidade, e enfraqueça os blocos de afetos e percepções clichezadas que impedem o engendramento das comunalidades. Mande sua sugestão de tema para afinsophiaitin@yahoo.com.br.

MANAUS: UM PASSEIO PELA NÃO-CIDADE

PROSAMIM – DO MARKETING COMO NEGAÇÃO DA VIDA

Uma potência está tanto maior quanto está mais próxima da Vida. Quando esta potência-corpo é resultado de encontros que produziram afetos que aumentam sua força vital, então pode-se dizer que esta potência se aproximou da Vida. No entanto, ainda que próximo da Vida (ou como diz Spinoza, da Beatitude), o homem não pode alcançá-la. A partir do momento em que entra na ordem do Desejo o homem nega a Vida, e por isso precisa criar para si modos de existir, que podem ser esteticamente produtivos (quando novamente se aproxima do fogo da Vida), ou negadores da Vida, mais próximos da degeneração, causa da dor que se transforma em objeto de adoração.

As cidades são potências. Mesmo as não-cidades são potências, ainda que potências enfraquecidas, com pouca força de ação em razão dos encontros que realizou, das comunalidades que não conseguiram se realizar, dos governantes que não souberam engendrar a política como festa afetante animadora da democracia.

Em Manaus, as gestões dos últimos 30 anos têm, no âmbito estadual e municipal, carregado uma mesmo processo de enfraquecimento gradual das potências-comunalidades que compõem a política de uma cidade em favor de uma gestão de marketing, interessada muito mais no mostrar/ocultar do que favorecer na cidade manifestações autônomas de atuação política.

E como no marketing vale muito mais enfraquecer as palavras, enfatizar o significante para que o texto toque não na razão-afetividade, mas no sentimento cristalizado das pessoas, então fica valendo tudo. Até falar em REVITALIZAÇÃO.

Orgulho do governo, grande peça publicitária da eleição passada, o PROSAMIM (Programa Social e Ambiental dos Igarapés de Manaus) vende a idéia da melhoria da qualidade de vida através da melhoria da saúde e do entorno urbano. Ganha, diz a propaganda, o ribeirinho (sic) e os habitantes da cidade, com a melhoria das condições ambientais sanitárias e urbanísticas. Recentemente, o governo do Estado, em mais uma investida marketológica na TV, mostrou imagens aéreas do igarapé do Educandos, na parte hoje conhecida como praça do PROSAMIM. Um lindo igarapé, despoluído e reluzente. Mas a coluna Manaus: um passeio pela não-cidade, já sabendo o engodo que é toda peça marketista, foi mais perto – sem helicóptero – e traz as imagens que o Marketing desprezou:

HUMOR PROSAMÍNICO

As alternativas de reassentamento são Bônus Moradia, que consiste numa carta de crédito no valor de R$21mil para aquisição de um outro imóvel em qualquer parte da cidade, desde que este esteja localizado em bairro urbanizado e disponha dos serviços públicos básicos como água encanada, luz elétrica regular e asfalto”. – Sem um bairro sequer que possua rede de esgotos, com mais da metade da cidade com abastecimento precário de água, e com o projeto Poseidon em pleno andamento, terão os moradores beneficiados pelo PROSAMIM que ir morar em Belém?

Ao todo o projeto é de 1956 unidades habitacionais com 54m2 de área construída com sala, dois quartos, cozinha, banheiro e entrada independente”. As casas estilo barroco-globolálico, construídas nos igarapés de Manaus, Mestre Chico e também no de Educandos já foram carinhosamente apelidadas pela população, que não perde a piada, de “casinhas LEGO”.

ANEDOTA ELEITORAL PROSAMÍNICA

Em visita a Manaus ano passado, o presidente Lula foi levado para conhecer a nova praça do Prosamim. Em palanque montado em frente à praça de Santa Luzia, esconderam de Lula as toneladas de lixo retiradas do igarapé horas antes do encontro. Também não mostraram a rede que foi atada próximo à entrada do igarapé para que o lixo recém jogado não passasse bem na hora em que o presidente estivesse discursando. Eduardo guerreiro de sempre Braga chegou a se emocionar, quando lembrou os tempos em que corria as pontes do igarapé com crianças doentes, mães e pais de família com as pernas quebradas de quedas das pontes. Mas nada conseguiu abafar o mau cheiro proveniente das águas poluídas quando o vento bateu. Acostumados, os moradores não ligaram. Mas os assessores estaduais ficaram em polvorosa…

DIZERES POPULARES SOBRE O PROSAMIM

DIZEM que à época em que o governador guerreiro de sempre andava nas obras do PROSAMIM, era comum que assessores tivessem que se virar em cumprir as promessas feitas: casas a mais, empréstimos, telha, madeira, cesta básica, tudo fora do orçamento do projeto, mas dentro das práticas eleitorais manauaras.

DIZEM que muita gente recebeu o valor máximo de indenização por casas que não valiam tanto, e outras, o valor mínimo. Dizem ainda que tudo era uma questão de escolher bem o corretor

DIZEM que o grande investidor do PROSAMIM, o BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento – responsável por 70% dos 200 milhões de dólares, investimento total do projeto – entrou no PROSAMIM já pensando na sua fatia do bolo da internacionalização da Amazônia. Como se ela já não fosse há muito tempo internacionalizada…

DIZEM que, assim como o Zona Franca Verde é clone do 3º Ciclo, o PROSAMIM seria clone do natimorto Nova Veneza (1997). Tudo de pai para filho.

Colabore com a coluna Manaus: um passeio pela não-cidade, e enfraqueça os blocos de afetos e percepções clichezadas que impedem o engendramento das comunalidades. Mande sua sugestão de tema para afinsophiaitin@yahoo.com.br

 

QUE VENHA A PREFEITURA, PROJETO OCEÂNICO POSEIDON…

Depois de abaixo-assinados entregues pessoalmente na SEMOSB, depois de constatar que os telefones de lá, os quais fazem até uma tal “ordem de serviço”, são apenas simulação, depois da troca de Secretário, quando Porfírio Lemos saiu atacando o prefeito Serafim e seu filho, Marcelo Serafim, depois de verem caravanas de técnicos dessa Secretaria, pertencente à Prefeitura de Manaus, fotografarem, medirem, marcarem datas para o início das obras, remarcarem, re-remarcarem, etc, os moradores da rua Rio Jaú, no Novo Aleixo, continuam de bom humor. Passou um caminhão na rua e foi lama pra todo lado, e eles dizendo que agora estão todos milionários, porque jorrou petróleo na rua. Quanto às vegetações que estão tomando de conta da rua, dizem eles que é pelo fato de a Prefeitura está tão preocupada com as questões de meio ambiente, que não vai destruir a flora e a fauna ali presentes, existindo talvez até alguma espécie rara, surgida na/da atual gestão. As crianças, impossibilitadas de brincar de bola na rua, já que não dá condições nem para as pessoas andarem uma ao lado da outra, inventaram um novo jogo: esqui no lodo.

O que atrapalha um pouco o humor de todos é o mal-cheiro e a percepção através da razão de que a rua, nestas condições, é um propício causador de todo tipo de doença. Isso lhes deu a idéia de, em vez de telefonarem para a ineficiente SEMOSBH, tentarem a SEMSA a partir de hoje. Incansáveis, já que os vereadores “acordões” da Câmara Municipal irão amanhã ao Jorge Teixeira, juntos com secretários da Prefeitura, também farão uma faixa com uma pequena frase: ANO QUE VEM TEM ELEIÇÃO!

A INCRÍVEL TEIMOSIA DA PONTE QUE CAIU

Desde o início de abril que a ponte da rua José Romão, que liga os bairros Tancredo Neves e Novo Aleixo, conhecida como Ponte do 7, já não existe, quando cedeu durante uma alagação. Depois a Prefeitura de Manaus foi lá e terminou de derrubá-la por oferecer perigo aos transeuntes que se arriscavam passar, é o que conta a este blog a senhora Yane, moradora e proprietária de uma panificadora à cabeceira da ponte. Ela nos fala do empenho dela, do marido e dos outros moradores em pressionar a Prefeitura e em construir passagens de madeira.

Já veio até o prefeito aqui; há mais ou menos um mês atrás ele veio aqui. Fez mil promessas, que promessa ele sabe fazer bastante. Já presidente do bairro eu nem sei se tem aqui, dizem que tem um cara aí, a gente foi atrás dele, mas a gente nunca encontra esse tal presidente do bairro. Mas se não fossem os moradores se reunir: fizeram a primeira ponte; deu outra chuva, caiu a primeira, que era ali onde está aquela de ferro. Depois que caiu essa, meu marido se reuniu com o pessoal, dois de um, dois de outro, 1 Real de um, pra comprar madeira de novo, e novamente fizeram outra. Caiu de novo. Essa já é a terceira ponte construída. Os mototaxistas se reuniram com o pessoal e fizeram novamente a ponte. Fora a encanação, que vem do lado de lá pra cá, a população também está tendo de ajeitar, porque quando a água vem, não só a ponte, mas também a encanação vai por água abaixo. No comércio, tem atrapalhado bastante, principalmente na parte de mercadoria; não mexe tanto com o pão, porque o pão, por ser mais barato, às vezes é café, merenda, almoço e janta de muitas pessoas. Três pessoas daqui já fizeram abaixo assinado. O pessoal que veio lá da outra ponte, fazendo abaixo assinado também nada conseguiram. De vez em quando aparece um e chama: “vamos tentar mais uma vez”… Já falaram com o pessoal da televisão, Conceição já veio aqui, até a filha do Garcia já veio aqui. Só fazem filmar, bater foto, e a gente não vê nem falar na televisão.

Se ao poder público compete as disposições a respeito das coisas públicas, percebe-se aí que a população está tendo que se unir para realizar aquilo que ao governo compete e não está sendo realizado. Xxxxxxxx, outro morador, acrescentou alguns problemas enfrentados pelas comunidades dos dois bairros com a queda da Ponte do 7 e do esforço de seu pai, José Batista Carneiro, um dos envolvidos nas construções das pontes de madeira pelos comunitários.

Depois que a ponte caiu, o ônibus 072 não passa mais por aqui. Ele vem ali pelo Novo Aleixo e retorna. Às vezes o pessoal, quando estão mais avexados, andam até a Grande Circular. Não tem outra rota não. Quando ele passava aqui na feira, era beleza. Meu pai é que se ajunta com o pessoal, o pessoal da panificadora, o Manuelzinho, os peixeiros; arrecadam dinheiro pra comprar talba, pediam 1 Real de cada motoqueiro que passava, e assim construíram essa outra aí.

Pela fala do mototaxista Márcio, percebe-se a desconfiança em relação a alguma medida advinda da Prefeitura a fim de solucionar o problema da ponte caída, ele ridiculariza a ponte de ferro colocada por ela e afirma que a única possibilidade é a reflexão crítica do voto nas próximas eleições.

Só promessas. Os políticos vem aí, vem a televisão. Filmam, tiram foto, inclusive, no mês passado, o prefeito esteve aqui. Ele prometeu que no final do mês passado a ponte seria construída. Até agora, nada. Depois que ela caiu, a erosão está corroendo tudo por aqui, olhe que está tudo partido. E eles não fazem nada. A gente é que se uniu aqui com o pessoal e fizemos essa ponte aí de madeira, para passar moto. Antes, passou várias semanas sem ponte. É essencial isso aí, é o que liga os dois bairros; mas o prefeito não liga, as autoridades não ligam. Quando ele veio, veio com um monte, veio o secretário de obras. Não resolvam nada. E está ficando cada vez pior, o buraco está ficando maior. Depois de a gente reclamar, pedir, eles fizeram aquela pontezinha ali. Segundo o pessoal comentou, essa ponte foi avaliada em 7 mil Reais. O movimento da gente caiu. Não é só pra gente, mototáxi; caiu pra todo mundo. Antes aqui tinha um movimento na rua, na feira. O rapaz aí até fechou a banca de peixe dele porque não tem pra quem vender. Ninguém vem mais por aqui. O rapaz que estava construindo a ponte disse pra mim que tem oito pontes que caíram pra serem reconstruídas, mas aí a Prefeitura joga pra cima do Governo, que o governador não liberou dinheiro pra Prefeitura. O povo tem que entender que a gente tem de se vingar deles no voto: quando chegar a eleição, a gente pega eles, os partidos que estão aliados com eles e ‘fode’ eles. A gente paga nossos impostos, a gente tem de exigir. Agora vá ver a fortuna que não vai sair uma ponte dessas. A empresa que trabalhava aqui derrubando a ponte ainda disse que ia parar a obra, porque a Prefeitura não pagava. Essa ponte aí foi feita pela gente, e aquele senhor na cadeira de rodas lá, ele, nós e as outras pessoas necessitam…

A PONTE DO 7 À ESPERA DO BOI VOAR

Quando o holandês Maurício de Nassau, em 1633, construiu a primeira grande ponte das Américas, em Recife, quando a construção da ponte emperrou, ele mesmo se pôs à frente da empresa. Para a inauguração, consta que João Maurício faria um boi voar sobre a ponte, e fez, usando roldanas em um boi de couro. Parece que na política manoniquim, os políticos querem fazer seu boi de canga voar, mas sem a ponte. A população diz que o boi dos políticos não alçará longo vôo e acabará afogado no Igarapé do 40.


USAR O CONTROLE REMOTO É UM ATO DEMOCRÁTICO!

EXPERIMENTE CONTRA A TV GLOBO! Você sabe que um canal de televisão não é uma empresa privada. É uma concessão pública concedida pelo governo federal com tempo determinado de uso. Como meio de comunicação, em uma democracia, tem como compromisso estimular a educação, as artes e o entretenimento como seu conteúdo. O que o torna socialmente um serviço público e eticamente uma disciplina cívica. Sendo assim, é um forte instrumento de realização continua da democracia. Mas nem todo canal de televisão tem esse sentido democrático da comunicação. A TV Globo (TVG), por exemplo. Ela, além de manter um monopólio midiático no Brasil, e abocanhar a maior fatia da publicidade oficial, conspira perigosamente contra a democracia, principalmente, tentando atingir maleficamente os governos populares. Notadamente em seu JN. Isso tudo, amparada por uma grade de programação que é um verdadeiro atentado as faculdades sensorial e cognitiva dos telespectadores. Para quem duvida, basta apenas observar a sua maldição dos três Fs dominical: Futebol, Faustão e Fantástico. Um escravagismo-televisivo- depressivo que só é tratado com o controle remoto transfigurador. Se você conhece essa proposição-comunicacional desdobre-a com outros. Porque mudanças só ocorrem como potência coletiva, como disse o filósofo Spinoza.

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CAMPANHA AFINADA CONTRA O

VIRTUALIZAÇÕES DESEJANTES DA AFIN

Este é um espaço virtual (virtus=potência) criado pela Associação Filosofia Itinerante, que atua desde 2001 na cidade de Manaus-Am, e, a partir da Inteligência Coletiva das pessoas e dos dizeres de filósofos como Epicuro, Lucrécio, Spinoza, Marx, Nietzsche, Bergson, Félix Guattari, Gilles Deleuze, Clément Rosset, Michael Hardt, Antônio Negri..., agencia trabalhos filosóficos-políticos- estéticos na tentativa de uma construção prática de cidadania e da realização da potência ativa dos corpos no mundo. Agora, com este blog, lança uma alternativa de encontro para discussões sociais, éticas, educacionais e outros temas que dizem respeito à comunidade de Manaus e outros espaços por onde passa em movimento intensivo o cometa errante da AFIN.

"Um filósofo: é um homem que experimenta, vê, ouve, suspeita, espera e sonha constantemente coisas extraordinárias; que é atingido pelos próprios pensamentos como se eles viessem de fora, de cima e de baixo, como por uma espécie de acontecimentos e de faíscas de que só ele pode ser alvo; que é talvez, ele próprio, uma trovoada prenhe de relâmpagos novos; um homem fatal, em torno do qual sempre ribomba e rola e rebenta e se passam coisas inquietantes” (Friedrich Nietzsche).

Daí que um filósofo não é necessariamente alguém que cursou uma faculdade de filosofia. Pode até ser. Mas um filósofo é alguém que em seus percursos carrega devires alegres que aumentam a potência democrática de agir.

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