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VAMOS FALAR SOBRE GÊNERO?

IMG-20150915-WA0013Por: Brenda Oliveira*

Existem muitas características que nos tornam diferentes um dos outros ao passo que somos muito parecidos em outros aspectos. Dependendo da localidade onde nascemos e nos desenvolvemos adquirimos características bem diferentes em relação a uma região bem próxima da nossa. A escolaridade, a religião e a cultura nos fazem tão diversos.

Desde criança somos ensinados se comportar de maneira a corresponder às expectativas que foram colocadas no momento da nossa concepção. Se nascermos com uma vagina nossos pais nos ensinam tudo o que uma menina deve fazer e nós devemos seguir a risca esse padrão, ou contrário, seremos confundida com outro gênero, e isso é inaceitável.  

Crescemos dentro de uma perspectiva, que meninos jogam bola e meninas brincam de boneca, e nenhum pode entrar na brincadeira do outro. É como se em duas caixas fossem colocados os papéis de menina e os papéis de meninos. Cada um só pode usar as características das caixas que correspondem ao seu gênero imposto no momento do nascimento. Se alguém ousar sair da regra pode sofrer várias consequências.

Observamos isso de forma muita clara na sociedade, onde os papéis de gênero são construídos socialmente. Ser mulher é uma construção social, assim com o ser homem também é uma construção e isso nada tem a ver com o genital.

Para a biologia, o sexo é definido pelo tamanho das suas células reprodutivas (pequenas: espermatozoides, logo, macho; grandes: óvulos, logo, fêmea), e só. Mas isso não define um comportamento feminino ou masculino a forma como vou me colocar no mundo, a forma como meu gênero será imposto e como será minha expressão de gênero.  Isso varia conforme nossa cultura.

O conceito de ser homem e ser mulher é diferente em cada cultura, assim o que é considerado papel de mulher na Islândia pode ser considerado papel de homem no Brasil. Ser masculino no Japão é bem diferente de ser masculino no Brasil, por exemplo.

O gênero é social, e isso nada tem a ver com seus cromossomos ou o formato da sua genitália, tem a ver com o autoconceito, sua autopercepção. O papel de gênero que vamos adotar ou não independe de nossos genitais, está mais ligado à expressão social.

Se observarmos o tempo e a história, em algum momento passamos por mudanças e inversão de papel. Comportamos-nos como é imposto ao gênero oposto, seja em uma brincadeira de criança, ou seja, em caso de sobrevivência como foi para Maria Quitéria que se vestiu de homem para lutar na guerra da independência.

Dentro dessas nuances que é o ser humano, nasce a transexualidade. Atualmente o DSM V aponta a transexualidade como Disforia de Gênero, patologizante. Só que a transexualidade não é uma doença, não é contagiosa e muito menos uma perversão sexual. É uma questão de identidade de gênero. Vamos deixar claro aqui que nada tem a ver com a orientação sexual. A orientação sexual está no campo da afetividade, por quem ou por qual eu direciono minha libido, meu desejo sexual ou não. Transexualidade está no campo do autoconceito, da forma como me vejo e me coloco no mundo. Logo uma pessoa transexual pode ser hétero, bissexual, homossexual, pansexual ou assexuada.  

A transexualidade não é um capricho, podemos inclusive observar ao longo da historia. Para ser bem claro, mulher transexual é qualquer pessoa que reinvidica o reconhecimento como mulher. E homem transexual é qualquer pessoa que reinvidica o reconhecimento como homem, como bem definiu Jaqueline Gomes de Jesus.

O reconhecimento da identidade trans* ocorre ainda na infância para algumas pessoas, mas para outros ocorre ao longo da vida, principalmente na adolescência. Em sua maioria, tardam esse reconhecimento por diversos motivos, os principais são o preconceito (aqui vamos usar o termo transfobia, que é o termo usado dentro da comunidade T para se referir a discriminação de pessoas travestis e transexuais), repressão e a falta de conhecimento sobre o assunto.

Muitas mulheres trans* no inicio de sua identificação são lidas e se leem como homens gays afeminados e com os homens trans* a mesma coisa, no inicio são lidos como mulheres lésbicas masculinizadas.

Depois que chegam ao entendimento sobre sua identidade essas pessoas passa pela transição, ou seja, a adequação do corpo ao gênero com o qual se identifica. E graças aos avanços da medicina homens e mulheres trans* podem se hormonizar e alcançar um corpo igual ao de homens e mulheres biológicos, ou seja, cisgêneros. Isso claro, se a pessoa tiver dinheiro para custear todo o tratamento.

Do contrário o que o senso comum diz a cirurgia de adequação genital não muda o gênero. Como sempre diz Daniela Andrade, mulher transexual e ativista do movimento T no Brasil, “ninguém deita em uma mesa de cirurgia homem e levanta de lá mulher, assim como ninguém deita mulher e levanta homem” existe todo um trabalho que antecede essa cirurgia, incluindo uma equipe multidisciplinar de pessoas cisgêneras que vai “julgar” se você pode ou não ir para uma fila de espera (aproximadamente 10 anos). Existe um protocolo transexualizador, além de uma hormonização compulsória que as pessoas transexuais passam para poder ter o aval da equipe multidisciplinar.

Assim cada pessoa adota uma expressão de gênero correspondente ao que se identificam, mulheres transexuais reivindicam o direito de serem tratadas como qualquer outra mulher, com os deveres e direitos que lhe são reservados, assim como os homens transexuais também adotam uma expressão de gênero masculino e reivindicam nome e tratamento conforme sua identidade de gênero.

Para essas pessoas, a necessidade de viver de forma completa como se sentem interiormente é prioritária. Por isso a necessidade de um novo nome, usar o banheiro adequado ao gênero, trabalho, aceitação social e a cirurgia de transgenitalização. Algumas pessoas optam por não fazer essa cirurgia.  

Outra nuance do ser humano é a travestilidade. Como bem definiu Jaqueline Gomes de Jesus, “entende-se, nesta perspectiva, que são travestis as pessoas que vivenciam papéis de gênero feminino, mas não se reconhecem como homens ou como mulheres, mas como membros de um terceiro gênero ou de um não-gênero.”

Para esse grupo, é imprescindível o tratamento no feminino. É considerado um insulto tratar uma travesti no masculino. Não se trata de homens travestidos, mas sim de uma figura feminina, que não é homem e nem mulher. Por isso enfrentam tanta dificuldade de adentrar no mercado de trabalho, muitas empresas são discriminatórias, preferem não associar sua imagem a esse ser, inusitado, uma incógnita, um terceiro sexo.

Dada a situação social de uma travesti, visto que muitas saem cedo da escola sem terminar os estudos por conta de sua condição, o abandono da família e dos amigos, muitas recorrem a prostituição como única fonte de sustento. Isso não quer dizer que toda travesti é uma profissional do sexo.

A grande dificuldade do homem é entender que a transexualidade e a travestilidade é mais uma forma de ser e de se manifestar do ser humano. Por isso ele marginaliza e o trata de forma tão excluída pessoas que pertençam a esse grupo. Para deixar o preconceito de lado é preciso humanizar-se.

*Brenda Oliveira estudante do curso de Psicologia e pesquisadora sobre sexualidade e transgêneros. 

RIO DE JANEIRO REALIZA LESBFEST

Como preparativo para a Parada Gay do Rio de Janeiro (01/11), organizada pelo projeto Laços e Acasos e Núcleo de Lésbicas e Mulheres Bissexuais e Trans do Grupo Arco-Íris de Cidadania LGBT, ocorre neste sábado o LesbFest, em sua primeira edição.

Trazendo eventos com a temática da diversidade, e apresentado apenas por mulheres, você que estiver pela cidade maravilhosa neste sabadaço poderá curtir circo, dança, música, fotografia, cinema, concurso de Drag Queens, programas de perguntas e respostas, como o L Quizz, exposição de artigos eróticos, bem como outros eventos. Você pode ainda apresentar uma produção artística, desde que ela carregue afectos e perceptos em aliança com a expressão estética lésbica.

ONDE? COMO? QUANDO?

Atualize-se e se joga!

1o LESBFEST

31 de outubro de 2009, sábado, a partir das 15 horas.

Café Cultural Casa de Jorge: Rua do Resende, 26, Lapa.

Tocos: 1,99 reais.

Grupo Arco-Íris: (21) 2222-7286

!!!!! O MUNDO É GAY !!!!!

SÃO AS PARADAS GAYS PARANDO O BRASIL!!!

Gente, este fim de semana tá bombando! São paradas da diversidade em praticamente todas as regiões do país. Da bela Marabá, no querido Pará, até Porto Alegre, POA, para os íntimos. É muita alegria, festa, diversão, porque o engajamento político LGBT não carrega a sisudez e a seriedade-serialidade dos movimentos que não entenderam a turbulência revolucionária. Nada de sambódromo ou confinamento! Parada é para isso mesmo que ela diz: parar. O trânsito, o ir-e-vir, a rotina, o cotidiano obnubilado de uma moralidade apassivadora e castradora. É para parar o preconceito, a homofobia, a discriminação, a exploração das minorias produtoras de riqueza por um capitalismo cuja função é sugar a vitalidade do trabalho, seja ele qual for. Portanto, maninh@s, parem! Parem de ficar paradas aí e vão cair na balada engajada e consciente das paradas gays por todo o país. Se podemos mobilizar capitais e cidades Brasil afora num final de semana, sem prévia combinação, apenas pela potência ativa desejante de mudanças e de uma existência mais prazeirosa, então porque não se mobilizar todos os dias para construir os direitos e o respeito que a gente quer?

Então, moçadinha, é arregaçar as mangas e suar muito na pista, mas não só na pista de dança, mas em todas as pistas do existir. Suar pra gozar uma existência mais alegre e produtiva. Escolham aí embaixo, tá? Detalhe: ainda tem as paradas de Marabá (PA) e Maricá (RJ), que não disponibilizaram o cartaz.

6a Parada Gay de Montes Claros – MG

8a Parada Gay de Salvador – BA

13a Parada Livre LGBT – Porto Alegre (RS)

9a Parada Gay de Madureira (RJ)

6a Parada Gay de Itaúna (MG)

3a Parada Gay de Ipatinga (MG)

4a Parada Gay de Arapiraca (AL)

4a Parada Gay de Caruaru (PE)

Muáh!!! pra vocês! Se joguem nas news!

Φ CALENDÁRIO COM IMAGENS SACRAS EM ESTILO GAY ‘CAUSA’ NA ESPANHA. Associações espanholas de defesa dos direitos LGBT lançaram esta semana um calendário, com o objetivo de promover uma discussão sobre os feriados santos. De acordo com o entendimento das associações, sendo a Espanha um estado laico, não deveriam existir feriados por razões de igreja. Eles propõem, por exemplo, que o Natal deixe de ser comemorado como o nascimento de Cristo para ser considerado o Dia da Democracia. Mas o que ‘causou’ mesmo em todo o babado foram as fotos do calendário: reproduções de imagens sacras, com um viés LGBT. Santas em versões drag queen, ornamentos pouco ortodoxos, como preservativos e vibradores, tudo o que choca a carola comunidade católica, que no entanto, não se assusta com a violentação do corpo de seus sacerdotes em nome de uma dogmática castradora. Para o Cogam (Coletivo de Gays, Lésbicas, Transsexuais e Bissexuais de Madri), trata-se de mostrar um outro ponto de vista, o das pessoas que não se identificam com a doutrina católica, e que se incomodam com a sua intrusão no estado laico. “Mas também não é uma provocação a onipresença da igreja e a negação da homossexualidade por parte do clero, fazendo uso dos seus ícones? A arte está para isso: para romper os esquemas”, afirmou Miguel Angel González, do Cogam. Representantes da igreja que se sentiram ofendidos devem apelar para leis de proteção da crença – coisa que os homoeróticos não têm – e processar o grupo. Pode não ser arte, nem ter rompido os esquemas, mas que evidenciou a homofobia institucional enrustida na relação promíscua entre estado e igreja, isso fez. Ui! Sentiu a brisa, Neném?

Φ NO BRASIL, IGREJA ENTRA NA LUTA CONTRA A AIDS. Enquanto na Espanha igreja e entidades LGBT se degladiam, no Brasil há pelo menos um laivo de atuação por parte da igreja católica. É que a CNBB, Confederação Nacional dos Bispos do Brasil, vai disponibilizar toda a sua estrutura para divulgar informações sobre a AIDS e incentivar seus fiéis a realizar o exame e fazer o acompanhamento na rede pública de saúde. “As pessoas que não estiverem infectadas serão orientadas para continuar com o cuidado. Quem tiver o exame com resultado afirmativo será encaminhado para o acompanhamento”, afirmou o assessor nacional da Pastoral de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST/Aids) da CNBB, frei Luiz Carlos Lunardi. E adivinhem só! Manaus será pioneira nessa iniciativa, juntamente com Fortaleza, João Pessoa, Curitiba e Porto Alegre. Em Manaus, o trabalho começa a partir desse final de semana. Quem sabe esta abertura para um diálogo seja o início de uma modificação nas relações entre a igreja e as minorias. Se considerarmos que a América do Sul foi o berço da Teologia da Libertação, que aproximou a igreja do Cristo de Maria, um outro mundo é possível, e o espírito de deus poderá finalmente se mover sobre a face das águas… Sentiu a brisa, Neném?

Φ CASAMENTO GAY EM PRISÃO ESPANHOLA.Numa terça-feira saimos para levar o lixo e olhamos um para o outro, e rimos sem parar ou desviar o olhar”. Assim começou a história de amor entre René Gerônimo, mexicano, 25 anos, e Nicholas Casado, espanhol, 30. O detalhe é que este encontro aconteceu na prisão de Mansilla, na cidade de León (Espanha), onde ambos cumprem pena. Para o casamento, foram convidados os parentes dos noivos, e como eles estão em regime semiaberto, foram agraciados com seis dias de lua de mel. Bela e prenhe de potência ativa foi a observação feita pelo representante da Fundação Triângulo, de Valladolid, José Luiz López, que trabalha com direitos humanos: “Acho ótimo que as crianças vejam este casamento e, desde pequenas, entendam que a homossexualidade é normal”. A homossexualidade, não o casamento. Hihihi… Sentiu a brisa, Neném?

Φ IGREJA DA SUÉCIA APROVA CASAMENTO HOMOERÓTICO. Em primeiro de maio, a lei sueca já havia liberado. Agora, a partir de primeiro de novembro, a igreja luterana da Suécia irá realizar casamentos gays. Desde 2000, naquele país, a igreja é separada do Estado. No entanto, no sínodo deste ano, cerca de 70% dos participantes votou que a igreja deve seguir a lei. Se considerarmos que 73% da população dos vikings loiros pertence à esta agremiação religiosa, temos aí grande parcela da população que é a favor dos direitos LGBT. O único senão – irrelevante, cremos (Ui!) – é que os sacerdotes, individualmente, podem se negar a realizar a cerimônia. No entanto, isso não deve ser problema. Se ele não quiser, tem quem queira… Sentiu a brisa, Neném?

Φ SAMPA QUE SE SEGURE! DIVA GAY PARAENSE CHEGANDO PARA ARRASAR. Para despeito do ressentimento de inferioridade de parte da população amazonense, ressentimento esse fruto da inapetência dos governos em produzir as condições necessárias para o florescimento de uma cidade pulsante e viva, o Pará, Grão-Pará, não está nem aí pro preconceito xenófobo e fascista que rola pelas bandas daqui. Ao contrário, eles adoram os amazonenses que aportam na belíssima e borbulhante Belém. Por isso, daquela terra fértil puderam nascer tantos talentos, como Fafá, Wanderley Andrade, Sócrates & Raí, craques, Calypso, o pato no tucupi, a maniçoba, o açaí sem mistura, Mestre Verequete, Mestre Lucindo, e por aí vai. E não é que tinha uma banda lá pras bandas de Salvador se dizendo os criadores do tecnobrega? Ora, claro que sabemos que não há criador, senão num plano de pluralidade. Mas que estas linhas foram tocadas na terra de Mestre Come Barro, não tem dúvida. Daí, a diva do tecnobrega, e rainha do movimento LGBT do Pará – atuantíssimo, viu, manoniquins? – Gabi Amarantos, está com uma campanha na internet para divulgar midiaticamente o som. E de mudança para Sampa, onde deve começar a batalhar espaço televisivo. Como leso é quem não sabe do seu valor e cai no ressentimento e má consciência, Gabi sabe que, diante da programação anódina e estupidificada da tevê, ela tem muito mais a oferecer, então entende que eles precisam mais dela que ela deles. Daí, tal como a sua amiga Joelma, devem bombar em breve nos programas nacionais. Segura nas cadeiras e te prepara, maninha! Quem tiver ódio xenófobo que prepare o Captopril e o Pondera, porque vai ter Pará na área fazendo SUUUUCE-SSOOOO! Em todo o país! Ui!. Sentiu a brisa, Neném?

o o O Surtos Poetizantes O o o

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O Limpador de Chaminés”

Um pontinho preto no meio da neve
Grita “Dor! Dor! Limpador!”, não soa leve.
“Onde estão os teus pais?”, alguém troveja.
“Ambos foram rezar, estão na Igreja!

“Porque eu era alegre sem ter sorte
E sorria em meio a flocos de neve,
Vestiram-me com as vestes da morte
E me ensinaram um canto nada leve.

E porque um dia eu cantei e dancei,
Pensam que eu vivo bem nessa féria.
Foram louvar Deus, o Padre e o Rei,
Que constroem um Céu com nossa miséria.”

(William Blake, Canções da Experiência1794 –

Trad. Sidnei Schneider, 1999)

Beijucas, até a próxima, e lembrem-se, menin@s:

FAÇA O MUNDO GAY!

!!!!! O MUNDO É GAY !!!!!

Oscar Wilde, para quem acredita, está apenas um degrau abaixo de Shakespeare, na literatura inglesa. Lúcido em uma sociedade vitoriana, ele soube fazer visível “o amor que não se deixa dizer o nome”. E viveu tão intensamente quanto as personagens de sua obra. Wilde, nascido a 16 de outubro, 155 anos atrás, ainda corre por aí, com a sua brisa libertadora. Leia.

O HOMOERÓTICO É UMA MINORIA

Calma, menin@s! Não é o que alguns poderiam entender. Minoria não é uma quantificação cognitivamente comparável, tampouco trata-se de uma dissidência identificatória, derivada de um “padrão” social, como entendem alguns ramos da psicologia e da sociologia. Minoria não é “menos”.

É certo que alguns grupos se comportam exatamente como grupelhos. A psicanálise chama a isso identificação com o agressor. Paulo Freire chama hospedar o opressor. Em nosso entendimento, a questão é mais complexa. Trata-se de estar emaranhado a um modo de subjetivação, no qual todos os signos de expressão coletiva estão amarrados semioticamente ao modo de produção do capitalismo. Daí uma improdutividade, uma ressonância, um voz esvaziada. Mais ou menos o mesmo que acontece com os grupos humorísticos de humores biliares: apenas repetem automaticamente os mesmos resíduos da sociedade do consumo, segregando e demarcando os estereótipos e reforçando a relação de identidade/dependência destes grupos que redundam na órbita do Significante Despótico.

É nessa pendência semiótica, nessa armadilha do modo de existir é que se encontra, em nosso entendimento, a questão da dificuldade em combater a homofobia, em todas as suas manifestações.

Por isso, é revelador o texto do jornalista Leandro Fortes, da revista Carta Capital, em seu blog, “Brasília, Eu Vi”, quando ele mostra que a discriminação contra o homoerótico é socialmente mais aceita do que a discriminação contra os negros. Fortes, a partir do que testemunhou no Maracanã, na semana passada, no jogo entre Flamengo e São Paulo, desenhou um panorama das relações de segregação na sociedade brasileira. Vale a pena ler.

Mas vale a pena mais ainda ler o que o texto diz, sem o dizer. Quando Fortes afirma que os homoeróticos são os novos negros, não significa dizer que lhe tomaram o lugar, simplesmente. A história, ou melhor, o momento histórico, é outro. Há que se compreender, por exemplo, que a segregação, no capitalismo de mercado, não se dá por simples exclusão, mas por uma inclusão esterilizante: “nós o queremos, mas apenas como consumidor”. Daí, por exemplo, a propaganda de produtos cosméticos ser voltada para a afirmação da identidade-mulher. Mas qual identidade? A mesma pergunta pode ser feita ao mercado gay friendly: para quem ele é feito?

A miséria social, a pobreza, a exclusão às benesses da sociedade de consumo, no entanto, são universalizantes: não discrimina e abraça a todos. A segregação na sociedade de consumo é muito mais sutil, e por isso muito mais perigosa. Se contra os negros, àquela época, usava-se o chicote, a teologia romana-paulina, a ciência e o senso comum para justificar o uso da mão-de-obra na modalidade de escravidão, hoje a subjetivação se dá de outros modos, não menos eficientes. Crenças, idéias, “verdades”, modos de expressão, de visibilidade, de status social e de estar no mundo são grilhões tão eficientes quanto o ferro. O quão agrilhoado está um homoerótico que deseja ardorosamente casar sob as bênçãos de um padre ou pastor? Submeter-se a uma ordem disciplinar que o considera fora dos parâmetros da normalidade? A uma ordem social que não garante (ao contrário) uma convivência livre e produtiva com o parceiro?

Da mesma maneira, combater a homofobia é trabalho para todos os campos do saber e do fazer. Mas principalmente no campo da produção intensiva de novos códigos sociais. Mudar a cultura, e não (somente) a lei. E para isso, é preciso se compreender as próprias demandas. Entender que o que oprime o homoerótico não se reduz à um cerceamento das produções estéticas/sexuais do corpo, mas envolve toda uma subjetividade, e que toca também ao negro, à mulher, à criança

Tudo o que é minoria, mas como produção distoante. Aquilo que produz numa disformância com o gabarito social. Que soa estranho e diferente. Outros prazeres, outros saberes, outros dizeres. Tornar-se mais leve, mais livre, mais efetivo e eficiente. Não alimentar a dor social, nem em si e nem no outro.

Aí sim, estaremos fazendo com que a expressão homoerótica (bem como a de todas as minorias) possam compor no plano da coletividade, como condições de existência dentro de uma sociedade plural e comunitária. Vamos nessa!

Muáh!!! pra vocês! Se joguem nas news!

Φ SEGUEM OS PROTESTOS NA ITÁLIA. Nas últimas semanas, a Itália tem convulsionado socialmente, em manifestações pró-direitos civis LGBT. Depois de uma série de atentados a boites e locais de concentração LGBT, os movimentos sociais têm continuamente ido às ruas para exigir igualdade no tratamento e na efetivação dos direitos. Só no último dia 10, foram mais de 50 mil pessoas nas ruas de Roma. Lindo de se ver. Infelizmente, parece a nós que o movimento gay italiano não consegue enxergar que a homofobia, bem como as manifestações racistas e xenófobas na Itália (e não somente lá) têm uma relação visceral com as políticas dos governos de direita que assolam a Europa há anos. Na manifestação, por exemplo, foi lida uma carta de apoio da ministra da igualdade e oportunidade, Mara Carfagna, ex-apresentadora de tevê, e uma das belas ministras de Berlusconi. Ele que, aliás, já teria afirmado que para ganhar mais votos, colocaria como ministros apenas belas mulheres. Tudo o que alimenta a estupidez, a repressão, a violência. Daí o movimento LGBT italiano, quando não pressiona pela saída do premiere, não trabalha a favor do movimento LGBT. É preciso mais, bambinos… Sentiu a brisa, Neném?

Φ URUGUAI APROVA DIREITO À IDENTIDADE DE GÊNERO.Toda persona tiene derecho al libre desarollo de su personalidad conforme a la propia identidad de género, com independencia de cuál sea su sexo biológico, genético, anatómico, morfológico, hormonal, de asignación u otro”. Esse é o texto da nova lei de Identidade de Gênero, aprovada pelo legislativo uruguaio. A nova lei permite que, aos 18 anos, quem queira mudar de gênero, pode apresentar comprovações e requerê-lo, em processo simples. A pessoa não perderá nenhum direito adquirido, e o estado deverá reconhecer, em todas as suas instâncias, o novo gênero do cidadão. O Uruguai é um dos países do mundo onde os direitos LGBT são mais efetivamente reconhecidos, através de lei, pelo seu governo. Anos luz à frente, por exemplo, da própria Argentina, que se autointitula país gay friendly da América do Sul. A nova lei entra em vigor assim que for sancionada pelo poder executivo. Sentiu a brisa, Neném?

Φ NOVO PLC 122/06 AMPLIA PROTEÇÃO DE DIREITOS. Na última quarta-feira, a senadora Fátima Cleide (PT/RO), através do seu twitter, informou que o novo e esperado substitutivo à redação anterior do PLC 122/06 está pronto. A comissão de assuntos sociais aprovou o novo texto, que deve ir a plenário em breve. De acordo com a assessoria da senadora, as principais mudanças foram a ampliação do leque de categorias incluídas na proteção legal. Agora, o texto não se reduz mais à homofobia, mas fala também em discriminação ao idoso e ao portador de necessidades especiais. Outro aspecto mudado, e muito criticado anteriormente, foi o das penas. No projeto anterior, as punições para a homofobia eram maiores que as punições contidas na lei do racismo. O novo texto corrige e as nivela. O novo texto é comemorado porque retirou pontos que eram criticados pelas alas direitistas do congresso e do senado, sem no entanto retirar nenhuma vírgula daquilo que defendiam os movimenots LGBT. O projeto deve ser votado já no início da próxima legislatura (2011). para ler o parecer e como ficou o projeto, você pode clicar aqui. Sentiu a brisa, Neném?

Φ AOS OITO ANOS, MENINA ESCOLHE O SEU PRÓPRIO GÊNERO NOS EUA. Josie era Joey. Porque nasceu anatomicamente homem. Filha de um engenheiro das forças armadas estadunidenses, quando era Joey, já se sabia Josie. Preferia sempre os vestidos e os brinquedos ditos femininos. Sempre que perguntando, afirmava: “sou menina”. Depois de muito sofrimento, os pais entenderam, e resolveram ajudar. Há cerca de um ano, os documentos foram modificados, e Joey passou a se chamar Josie Romero. Recebe tratamento psicológico e médico. Os remédios impedem o desenvolvimento dos sinais masculinos da puberdade. Aos 12 anos, ela começará a tomar hormônios para desenvolver o corpo de fêmea. Aos 18, submeter-se-á à cirurgia de redesignação sexual. A história de Josie, uma exceção entre a luta que os transgêneros têm que empreender para serem reconhecidos, virou documentário. Sex, Lies and Gender, exibido na tevê, conta esta história. Imperdível para quem puder assistir, é claro. Sentiu a brisa, Neném?

Φ PREMIAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS TEM CATEGORIA LGBT. A Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República lançou edital de inscrições para a 15a edição do Prêmio Direitos Humanos. A novidade é o item 10 da premiação: Garantia dos Direitos da População LGBT, compreendendo a atuação na promoção e na defesa da cidadania e dos Direitos Humanos de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (LGBT). Instituições e pessoas físicas podem concorrer. A premiação já teve como contemplados o sociólogo Betinho, Dom Paulo Evaristo Arns, o padre Júlio Lancelotti, o geógrafo e filósofo Milton Santos, dentre outros. Este ano, ao invés de indicados, as pessoas poderão se inscrever, para que a comissão julgadora possa analisar o material apresentado. Quem estiver interessado, pode obter mais informações aqui. Sentiu a brisa, Neném?

E não se perca na balada, querida! Para entender o que as bees estão falando, confere aí embaixo as principais gírias do mundo LGBT! Aloka! Hihihi…

VOCABULÁRIO LGBT

– LETRAS “U, V, X E Z” –

Urso: Homem peludo, também associado a homem de aspecto másculo ou gordinho.

Uruca: mal-olhado ou fase ruim.

– (do bajubá) algo ou alguém ruim, feio, desagradável, desprezível, errado, equivocado.

Under: diminutivo de underground.

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Venenosa: pessoa que faz veneno, que fala mal de alguém.

Vitaminada: robusta, bonita.

Versátil: Homossexual que gosta de ter tanto o papel de ativo como de passivo.

Virar: passar da condição de heterossexual para homossexual ou vice-versa.

Vuduzar: torcer para que algo dê errado.

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Xana: sinônimo de vagina. Muitas lésbicas usam a forma carinhosa, Xaninha.

Xepa: resto da noite, pessoa feia. Fazer a xepa: aquele diz que você não ficou com ninguém na festa ou clube, mas o mesmo já evaziou e só sobrou o resto e você insiste.

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Zalene: algo duro ou que esteja em processo de endurecimento… se é que me entende.

Zoraide: bicha metida a clarividente; esotérica.

Beijucas, até a próxima, e lembrem-se, menin@s:

FAÇA O MUNDO GAY!

!!!!! O MUNDO É GAY !!!!!

11 DE OUTUBRO: DIA DE SAIR DO ARMÁRIO

Nota da coluna: o texto de hoje é relativo à uma campanha do grupo brasiliense Estruturação, engajadíssimo e um dos principais movimentos organizados LGBT do país. Eles estão promovendo o Dia de Sair do Armário 2009. Boa idéia, principalmente levando-se em conta que, de um grupo engajado como o Estruturação, entende-se o sair do armário não apenas como um ato político de denominar-se homoerótico (o mesmo ato pode ser reacionário, a depender do contexto, como já discutimos aqui), no sentido de tornar visível uma demanda social – que não é apenas a dos LGBT, mas a da potência coletiva das chamadas minorias (“Nós somos os pobres!”), aquela que efetivamente produz através do trabalho a riqueza que o sistema capitalista consome, parasitariamente. Daí a importância da campanha, que se estende do plano político para o social, psicológico, antropológico, econômico e transborda em todas as áreas da ação humana. Se você conhece algum amigo que ainda não deu o primeiro passo na pista, neném, dê um empurrãozinho, bata um papo. Nada mais libertador do que enfraquecer o olhar judicativo da moral social e fazer-se protagonista da própria existência. Divulgue e divirta-se. O dia é hoje. O dia é todos os dias. Curtam!

Todo dia é dia se se viver como somos, mas 11 de outubro no Brasil passará a ser um dia especial quando o assunto for viver longe da mentira e da omissão no que diz respeito à homossexualidade, à bissexualidade e à identidade de gênero. O Estruturação – Grupo LGBT de Brasília, a partir deste ano, passará a comemorar o 11 de outubro, Dia de Sair do Armário.

O objetivo é envolver lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais, transgêneros e heterossexuais na construção de uma realidade em que a diversidade de orientação sexual e a identidade de gênero possam ser vividas de forma livre e respeitosa. Algo que passa, necessariamente, pelo bem-estar individual de se colocar na sociedade como LGBT sendo-se verdadeiramente quem se é. Não acreditamos em um conceito de integridade psicológica, base para uma vida plena como cidadão/ã e ser humano, no qual uma pessoa precise mentir, omitir ou dissimular sua orientação sexual e sua identidade de gênero para poder estar em sociedade.

A iniciativa é feita para trazer ao Brasil o movimento sobre o tema que é feito desde 1988, quando, nos EUA, começou-se a celebrar o National Coming Out Day, em 11 de outubro. A proposta não é determinar um dia para se sair do armário, mas sim levantar o debate sobre a importância de se assumir e se ser publicamente quem se é internamente.

A campanha, inédita no Brasil, tem várias ações:

– Concurso nacional de fotografias relativas ao tema sair do armário com distribuição de prêmios;

– Orientações sobre como sair do armário, enfim, assumir-se como LGBT;

– Explicação sobre o termo a origem do termo sair do armário;

– Divulgação de como pessoas LGBT influentes e conhecidas enfrentaram o desafio de não mentir ou omitir a própria orientação sexual e/ou identidade de gênero.

Saiamos, quebremos, destruamos todos os tipos de armários contra nossa liberdade. Venham para aqui fora, onde podemos ter a felicidade não do vizinho, da mãe, do pai, do colega, das outras pessoas, mas sim a nossa própria felicidade. Até porque quem nos ama verdadeiramente também se alegra quando ficamos felizes. E é isso o que conta na vida!


O QUE É “SAIR DO ARMÁRIO”?

A expressão “sair do armário” teve origem no início do século 20 a partir de uma analogia que relaciona a introdução dos homossexuais no universo gay a uma festa de debutante: a comemoração de uma adolescente por se transformar numa mulher e ter sua representação formal na sociedade por alcançar a fase adulta ou estar apta para se casar.

O professor de História da Universidade de Yale, George Chauncey, diz, no seu livro “Nova Yorque gay: gênero, cultura urbana e o mundo do homem gay”, que: “Pessoas gays nos anos anteriores à 1ª Guerra Mundial não falavam de “sair para fora (coming out)” do que nós chamamos atualmente “armário”, mas sair para o que eles chamavam sociedade homossexual ou o mundo gay”. Então a saída era, na verdade, uma entrada na cultura gay, com seus bares, locais de confraternização, boates etc.

Pelo apresentado, usar o termo sair do armário para a época dos anos 20 e 30 é errado. O usual mesmo era apenas o sair, o “ir para fora”, uma expressão que chegou ao meio científico nos anos 50 ainda sem o “armário”.

Ainda de acordo com Chauncey, uma mudança iria ocorrer tempos depois. O foco antes dos anos 50 era a respeito da entrada nesse “novo mundo de esperança e solidariedade”, mas os tumultos em Stonewall implicaram na expansão daquele conceito. Ao “sair” acoplou-se o “de onde” e, aí, veio o armário.

Essa mudança no foco sugere que “sair do armário” é uma metáfora mista, uma evolução de “o esqueleto no armário” especificamente se referindo a viver uma vida de negação e sigilo por ocultar a orientação homossexual ou bissexual. Ter esqueletos no armário é uma expressão que fala de segredos bem profundos, algo muito bem guardado.

Portanto, registre mais essa: a expressão sair do armário veio de um misto de festa de debutante com a movimentação política ocasionada pela Rebelião de Stonewall, feita em 1969 em Nova York e que marcou o ativismo LGBT moderno e deu origem às paradas do orgulho.

Fonte: Wikipedia.org
Tradução: Márcio Barrios (tradutor voluntário do Estruturação)

Esse texto faz parte da comemoração do Dia de Sair do Armário 2009, celebrado em 11 de outubro, feita pelo Estruturação – Grupo LGBT de Brasília.

Muáh!!! pra vocês! Se joguem nas news!

Φ DISSERTAÇÃO MOSTRA LUTA DO MOVIMENTO LGBT BRASILEIRO CONTRA A AIDS. O trabalho de dissertação realizado pelo historiador Gabriel Vitiello, do Programa de Pós-Graduação em História das Ciências e da Saúde da Casa de Oswaldo Cruz é importantíssimo para quem quer entender os movimentos do segmento LGBT e sua atuação política no Brasil. Ele procura analisar o papel dos homossexuais na luta contra a AIDS, desde o início da epidemia, até o ano de 1992. Gabriel usa como fontes o histórico (hihihi…) periódico O Lampião da Esquina, uma das primeiras publicações para o público Gay no Brasil. Fala ainda sobre a cobertura irresponsável da imprensa, sobretudo nos anos oitenta, quando a pecha de “peste gay” cobria as manchetes de jornais e auxiliava a estabelecer uma subjetividade dura, estigmatizante e perigosa para a população LGBT. Mas Gabriel destaca mesmo á potência ativa do movimento LGBT, movimento entendido aqui não só como entidades legalmente organizadas, mas envolvendo todas as pessoas que, de uma forma ou de outra, forçaram a barra para que se ouvisse e visse – num plano de visibilidade social – o problema da AIDS para além do preconceito. “Tais atitudes levaram a sociedade brasileira a um salto significativo nas discussões e debates sobre assuntos ligados à sexualidade na década de 1980”. (…) Se antes o tema sobre relacionamento sexual era um grande tabu, com o debate sobre a Aids as discussões sobre prevenção sexual passaram a ser tratadas não só nas escolas como também em comerciais de televisão e no ambiente familiar”. Grande sacada do companheiro Gabriel. De quebra, ele deu dois toques importantíssimos. Primeiro, estudar profunda e criticamente o movimento LGBT no Brasil ajudará a compreender melhor em que pé estamos e para onde queremos ir. E segundo, transformou o inócuo, inodoro e insípido ambiente acadêmico, com suas teses traçofílicas, em algo social e comunitariamente desejante. Adoramos! Para encontrar a dissertação, pedir uma cópia ou até contactar Gabriel, você pode entrar em contato com a COC/Fiocruz. Sentiu a brisa, Neném?

Φ QUE TAL IR À 9a PARADA LGBT DE MACEIÓ, MANINH@? Sem sambódromo e sem confinamento domesticado, a nona edição da Parada Gay de Maceió, capital da belíssima Alagoas, acontece nesse domingaço, na alucinante praia de Pajuçara! Ai essa colunéeeeesima lá! O mote da parada este ano é um trecho de uma canção de Caetano Veloso, para delírio da Melissinh@: “Cada um sabe a dor e o delírio de ser o que é”. Claro, ninguém é, mas Caê não sabe disso, e os gays, mesmo não sabendo, sabem. Vai ter divulgação de programas de combate à AIDS e quem quiser fazer o teste rápido, também poderá. Mil DJ’s, festa e alegria engajadas. Não esqueça o filtro solar, maninha! É hoje, a partir do meio-dia, na praia de Pajuçara, com realização do Grupo GGAL. Sentiu a brisa, Neném?

Φ 5a CONFERÊNCIA DA ILGA-LAC OCORRE EM JANEIRO, NO BRASIL. A ILGA – Associação Internacional de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Pessoas Trans e Intersex, federação internacional que congrega grupos locais e nacionais que trabalham na promoção dos direitos LGBT em todo o mundo – vai realizar a sua conferência regional para a América Latina e Caribe em Curitiba, Paraná, entre os dias 27 e 30 de janeiro de 2010. O objetivo dos trabalhos nesta confê será a definição de estratégias de promoção dos direitos humanos, da cidadania, da saúde e da cultura da população LGBT da região da AL e Caribe, para o biênio 2010/2012, além da eleição de representações regionais. Para saber mais, incluindo como participar, você pode acessar o site do grupo Dignidade, aqui. Sentiu a brisa, Neném?

Φ NOVO PRESIDENTE DA ASSEMBLÉIA DA ONU É CONTRA DIREITOS LGBT. E falando em ILGA, a entidade demonstrou preocupação e rejeitou as declarações do novo presidente da Assembléia Geral da ONU, o líbio Ali Treki. Ele afirmou ser contrário à universalização dos direitos civis LGBT. Para ele, os países devem ter autonomia para determinar esta questão. É preciso compreender aqui que a Líbia é um país onde tradicionalmente os direitos LGBT não são reconhecidos, e que não se poderia esperar outro comportamento de um de seus representantes. Não se chega a um alto cargo no plano da política nacional e internacional sem “incorporar” os valores da nação, ainda que valores considerados negativos. Já são 66 os países que ratificaram a declaração universal que pede a descriminalização do homoerotismo no mundo. Sentiu a brisa, Neném?

Φ DEPUTADO AMAZONENSE QUER FATURAR EM CIMA DA DEMANDA LGBT. O deputado estadual Josué Neto (Sem Partido), corregedor e vice-líder do governo Braga na ALE/AM, propôs a criação de um disk-homofobia, sistema 0800 em funcionamento 24 horas, para receber denúncias de homofobia e violência contra a população LGBT no estado. Boa idéia? Nem tanto, se considerarmos que o Centro de Direitos Humanos Adamor Guedes já possui um telefone para denúncias, que embora não seja gratuito nem funcione em regime integral, é um esforço daquela moçada que trabalha ali e que, sempre que possível, auxilia na resolução de problemas que chegam àquela instância. O caso seria apenas de alocar recursos para que o telefone do centro recebesse o ‘upgrade’ para o 0800, sem estardalhaço. A medida do deputado assemelha-se ao oportunismo de outros parlamentares, que à custa de alocação de recursos para eventos anódinos como a parada Parada Gay de Manaus, exaltação à domesticidade, transformam-se em baluartes da causa. Coisa que o pessoal do babado sabe bem ser tapeação pra domesticado comprar e acreditar. Josué, da “nova” geração (nova de cronologia, porque de código, tem séculos de idade) de políticos da tradicional direita manaquara, apenas se aproveita do nicho eleitoral, e embarca na prática corriqueira dos parlamentos Brasil afora. Criar, que é bom, nada. Em tempo: quem quiser entrar em contato com o CRDH ‘Adamor Guedes’, pode fazê-lo pelo emeio crch@sejus.am.gov.br, ou pelo telefone (92) 3215-2736. O centro funciona na Secretaria Estadual de Justiça, no antigo prédio da Assembléia Legislativa do Estado, na Av. Sete de Setembro, próximo ao IAPETEC e à praça Dom Pedro, também conhecida como praça das trabalhadoras. Sentiu a brisa, Neném?

E não se perca na balada, querida! Para entender o que as bees estão falando, confere aí embaixo as principais gírias do mundo LGBT! Aloka! Hihihi…

VOCABULÁRIO LGBT

– LETRAS “T” –

Tá boa: quando você não acreditar em alguma história, é só dizer: Tá boa?!

Tá meu bem: interjeição de espanto popularizada pela drag Dimmy Kieer.

Tata: sabe aquela amiga que vive com o amigo gay? Então…

Tia, tiona: bicha velha.

Tô Lôca!: expressão utilizada para expressar mau humor acompanhado de álcool ou drogas.

Tô Passada: expressão de espanto.

Tô bege: equivale a “não acredito, tô pasma, boba, plissada, passada, colocada….”.

Tombado: caído, sem graça. Ex.: aquele bar tá tombado. Tá uó.

Tombar: falar mal de algo ou alguém.

Transformista: o mesmo que Travesti. O termo “Travesti” costuma ser utilizado mais para prostituição, um Transformista apenas se veste com roupas do gênero oposto para espectáculos.

Transsexual: uma pessoa que pensa ou se comporta de forma séria como se tivesse o corpo com o género errado. Muitas vezes (mas nem sempre) sujeita-se a uma operação de mudança de sexo. Os termos pré-operatório e pós- operatório distinguem os Transsexuais que fizeram a cirurgia de mudança de sexo dos que ainda não a realizaram. Um Transsexual Não-operatório é um que, por qualquer razão, não pode ou escolheu não ser operado.

Trava: travesti.

Travar: tornar-se travesti.

Travesti: (em inglês: transvestites) homem que se veste e maquilha ocasionalmente de forma a parecer uma mulher, note-se que ao contrário dos transsexuais um travesti (tb conhecidos por Crossdressers) não se consideram mulheres nem pretendem sê-lo. Muitos transsexuais são heterossexuais, e nunca fazem operações de mudança de sexo.

Tricha: gay que já é mais que bicha, que dá muita pinta.

Truque: mentira, enganação. Trucosa ou truqueiro: que dá truque. Trucón: o truque em si.

Tudo: quando algo for muito bom. Ex. Meu modelo tá bom? E o amigo responde: Tá tudo bi!

Beijucas, até a próxima, e lembrem-se, menin@s:

FAÇA O MUNDO GAY!

A PARADA PARADA GAY DE MANAUS

O Movimento é a produção existências alegres

O Movimento é a produção de existências alegres.

A “Parada Gay”, como é do conhecimento internacional, não é um movimento com um único sentido de lutar pelos direitos eróticos/sexuais, visto que práxis sexuais, sejam homo ou hétero, são sempre realizadas, sem que ninguém possa impedi-las. A “Parada Gay” é essencialmente um ato político/social semelhante a outros movimentos de entidades que também tentam produzir suas próprias singularidades, como os negros, os índios, as mulheres, entre outras chamadas minorias.

Entendido desta forma – como reflexão de uma condição representada -, o ato político/social da “Parada” também não se restringe apenas às atuações dos adesivados de Gay. É também um processual coletivo que envolve todos que democraticamente tentam produzir uma sociedade em que cada um possa com sua singularidade ser agente histórico desta sociedade como liberdade de todos.

Daí as pessoas engajadas no ato político/social da “Parada” se recusarem à participar do confinamento imposto pelos governantes ao movimento – aceito candidamente pelos seus organizadores – excluindo-o das ruas, palco onde a história é produzida, aprisionando-o no interior de uma zona cinza, onde a alegria é substituída pela formalidade oficial, como qualquer evento empresariado com objetivo massificante definido. Mercadoria à ser consumida como objeto de entretenimento.Tudo que o Sambódromo proporciona como território de imobilização. Armadilha que parou o movimento gay que vinha de um crescente político/social nos desejos da população manauara. Quando se fazia visível no “Espaço da Aparência”, na fluidez contínua das ruas sob os olhos reveladores que não ocultam “o amor que não diz seu nome”.

De uma festa singular, metamorfoseou-se em um caricata alegoria desbotada cujos brilhos, os tons, os sons da alegria de uma mundo criativo, foram substituídos pela palidez da subserviência alienada. Nada de sonho, psicodelismo e realidade vivificante. Só temor, preocupação, deboche e violência. Nada que reflete o “Mundo Gay” que todos constituímos com sua turbulência e exuberância ativa.

Ao contrário do “Grito dos Excluídos”, que não se exclui das ruas (embora por uma vez tenha se excluído), a “Parada Gay”, ao se confinar não só agiu contra si mesma, mas também contra todos que sabem que a liberdade se produz nos territórios abertos dos diálogos políticos: as ruas. Territórios onde os preconceitos e os medos não podem se esconder para agirem ocultamente protegidos pela invisibilidade impulsionados por suas patologias.

Nisso, fica ecoando o brado de grande parte dos agentes/atuantes: “Lugar da “Parada Gay” é na rua! É na rua que a voz se faz e ecoa!”

!!!!! O MUNDO É GAY !!!!!


Estação de metrô Beaudry, no bairro gay Le Village, na cidade canadense de Montreal. Tá pra ti, Baby! (Daqui).

DOIS TEXTOS PARA ABRIR A SUA SEMANA

Esta colunéeeeesima, como espaço virtual-atualizante de utilidade pública, procura sempre trazer aos leitores intempestivos, informações necessárias à construção de saberes auxiliantes na produção de modos de existência mais livres.

Daí, hoje, abrimos espaço para duas textualizações que entendemos prenhes (aloka!) de informações e entendimentos que todos precisamos cultivar. São dois, tá. E nada de cansar os olhinhos.

ENTREVISTA: “O CONGRESSO É MUITO HOMOFÓBICO”.

—-> Ui!: Nessa entrevista, realizada pelo jornalismo de “O Dia”, periódico carioca, a senadora Fátima Cleide (PT/RO), uma das principais aliadas do segmento LGBT no parlamento nacional, e principal articuladora dos projetos de lei favoráveis aos nossos direitos (como o PLC 122/06), traça um breve panorama do congresso, e nos atualiza sobre as lutas ali empreendidas. A entrevista saiu domingo passado, mas quem ainda não leu, confere aqui (a entrevista foi dada ao repórter Mahomed Saigg):

Rio – Vítimas da intolerância sexual, lésbicas, gays, bissexuais e transgêneros são caçados diariamente nas comunidades do Rio. Conforme O DIA mostrou em série de reportagens esta semana, os homossexuais que moram nas favelas cariocas são alvo do preconceito e da ira de milicianos e traficantes. Muitos acabam assassinados por causa de sua orientação sexual.

O aumento dessa violência, que já invadiu até as salas de aula, chamou a atenção da senadora Fátima Cleide (PT-RO). Relatora do projeto de lei que criminaliza a homofobia, ela afirma que o Congresso Nacional é homofóbico. Inconformada com a dificuldade para aprovar a medida, na sexta-feira a senadora foi à tribuna mostrar as reportagens e cobrar atitude dos demais parlamentares.

O DIA: O que falta para a aprovação do projeto de lei que criminaliza a homofobia no Brasil?

Fátima: Relatei o projeto de lei em março de 2008. Mas até agora ele não pôde ser votado sequer na Comissão de Assuntos Sociais por causa de pedidos de vista e votos em separado feitos por alguns senadores. A verdade é que esta proposta tem enfrentado grande rejeição por parte de parlamentares que compõem a Frente Evangélica no Congresso, que são contra sua aprovação.

E o que esses políticos dizem sobre a violência gerada pela homofobia?

O Congresso Nacional é reflexo da sociedade. Como boa parte dos brasileiros tem preconceito, muitos têm receio político de se posicionar na defesa dos direitos humanos, sobretudo de homossexuais. O Congresso é muito homofóbico.

Por quê?

Por causa das próprias atitudes dos parlamentares. Aqui mesmo no Congresso é comum a gente ouvir piadas sobre a orientação sexual de deputados e senadores.

Quais as principais consequências da demora na aprovação desta lei?
Como não existe punição para quem age de maneira homofóbica no Brasil, o preconceito não para de aumentar. E está ficando cada vez mais violento. Uma das principais consequências dessa falta de punição é o isolamento de lésbicas, gays e travestis, que estão ficando cada vez mais limitados a guetos na sociedade.

Como a senhora vê a homofobia nas salas de aula?
Esse problema é gravíssimo porque aumenta a violência nas escolas e a evasão escolar. Hoje em dia, para um homossexual sobreviver na escola, é preciso que tenha muita determinação e força de vontade, porque o preconceito é muito grande. Mas nem sempre isso é suficiente. Se um aluno homossexual é perseguido no colégio, a tendência é que ele não volte nunca mais. Por isso é importante que os professores estejam preparados para lidar com situações como essa.

Muitos homossexuais dizem que não conseguem ingressar no mercado de trabalho. A senhora acredita que esta dificuldade está atrelada à homofobia?

Não há dúvidas de que sim. Se pessoas com alta preparação têm dificuldade para conseguir um emprego, imagina um homossexual que não consegue concluir sequer o Ensino Fundamental! Esse é o caso de muitos gays e lésbicas que abandonam a escola antes de concluir os estudos por causa da perseguição que sofrem.

A senhora acha que a homofobia é mais grave nas favelas e subúrbios?

O preconceito está em todo lugar. Mas nas favelas e periferias, a homofobia é ainda maior. É onde ela se apresenta da forma mais violenta. É também onde ela é mais consentida pela população, que finge não ver o que está acontecendo.

O que fazer para conseguir reverter este quadro?

A homofobia é uma questão cultural, que só será superada com educação. A escola tem um papel fundamental no processo de superação dessa questão. Mas nós já atingimos um patamar tão grande de violência que só a educação não resolve. Por isso insistimos na criminalização da homofobia.

O QUE A CONFERÊNCIA DE COMUNICAÇÃO TEM A VER CONOSCO?

—-> Ui!: Aqui, a ABGLT mostra que está antenada (hihihi…) com a questão das mídias e seu uso indiscriminado a favor do cerceamento da liberdade e da subjetivação pela sociedade do consumo. Assim como a AFIN, Associação Filosofia Itinerante, lançou a Campanha Pela Democratização das Concessões Públicas de TV e Rádio, a ABGLT lança também seu manifesto, através do nosso presidente, Toni Reis, convocando as lideranças e o movimento LGBT como um todo, para participar da Conferência Nacional Pró- Conferência de Comunicação. O assunto interessa à toda a sociedade que se quer democrática, e que deve começar pelo bom uso da informação e das teletecnologias. Confira:

O que a Conferência de Comunicação tem a ver conosco, LGBT?

Quando assistimos televisão ou ouvimos o rádio não sabemos que qualquer canal só pode veicular determinado conteúdo porque tem uma concessão pública. Mas o que significa ser uma concessão pública? Significa que os canais de televisão e rádio pertencem ao povo brasileiro e que para que uma empresa queira explorá-lo comercialmente precisa de autorização do estado, que é quem toma conta dos bens coletivos do povo.

Em outras concessões públicas, como transporte coletivo, por exemplo, todo o serviço prestado é voltado ao interesse do cidadão e quando ele não funciona todo mundo pode reclamar para que o serviço mude! No caso das TVs comerciais, como Globo, SBT, Record, Band e Rede TV , que de acordo com a lei deveriam veicular principalmente conteúdos educativos, culturais, artísticos e informativos, isso simplesmente não acontece! Eles fazem o que querem com a programação televisiva e o cidadão não tem a chance nem de avaliar, nem de reclamar para que as coisas mudem. Além disso, há uma śerie de irregularidades cometidas por esses canais, que muitas vezes violam direitos humanos e a própria lei que regulamenta seu funcionamento.

A Conferência traz a chance da sociedade dizer como devem funcionar essas concessões públicas. A ABGLT  está  participando  da  construção vide http://proconferencia.org.br/quem-somos/

Outra questão importante: você tem internet em casa? Na escola? No Telecentro? Num mundo em que cada dia mais a informação é parte fundamental da vida, a internet torna-se um recurso de primeira necessidade. Ter acesso à informação e se comunicar são direitos do cidadão. É dever do Estado garantir que todo mundo possa acessar e produzir conteúdos para se informar e se comunicar.

Como garantir esse acesso? Como garantir condições para que os cidadãos possam distribuir os conteúdos que produzem? Esses também são debates que passam pela Conferência.

O futuro também já chegou. É celular que toca música, é computador que passa filme, é televisão que vai virar computador. Nesse encontro de tecnologias, que chamamos de convergência, ninguém sabe ao certo de que forma podemos utilizar todas essas inovações a serviço do cidadão, garantindo o acesso universal ao conhecimento, e à produção de conteúdo. Como organizar todo o caminho que vai da produção de conteúdo, passando pela forma como ele será distribuído e recebido é outro tema sobre o qual os participantes da I Conferência Nacional de Comunicação.

Portanto, a I Conferência Nacional de Comunicação é um momento em que toda a sociedade se reúne para definir as diretrizes e ações que o poder público (prefeitos, vereadores, deputados estaduais, deputados federais, ministros, presidente, juízes, promotores, etc) deve ter como prioridade no setor de Comunicação. É um momento muito especial de participação popular na definição das políticas públicas. Por isso é fundamental se inteirar e participar de todas as atividades relacionadas à Conferência na sua cidade. Procure a Comissão Estadual de onde você mora e participe!

http://proconferencia.org.br/comissoes-estaduais/ veja  quem  está no seu  estado.

Comunique-nos do seu interesse em participar.

ABGLT está nesta mobilização.

Um abraço.

Toni”.

Muáh!!! pra vocês! Se joguem nas news!

Φ ‘HOMOPÉDIA’, A ENCICLOPÉDIA GAY, É CRIADA. Um compêndio que verse, como diriam os advogados, sobre os signos componentes da chamada cultura gay. É a Enciclopédia Gay, o Homopédia, com 300 páginas, e lançado na Argentina por Ignacio D`Amore e Mariano Lopes. Os verbetes são sempre mostrados em sua relação com a cultura LGBT. Michael Jackson, Shakira, Madonna, dentre outros, distribuídos em categorias como Pop, Rock, Televisão, Filosofia, mostram o que de certa maneira já sabíamos: se o mundo é gay, todas as enciclopédias o são. Mesmo assim, é porretíssima a iniciativa dos hermanitos. Se alguém por aí habla español, favor adquira o mimo e traduza pra gente, que tal? Sentiu a brisa, Neném?

Φ LIVRO EXPLORA RELAÇÃO HOMOERÓTICA DE GARCIA LORCA. Federico Garcia Lorca, o mais surrealista dos surrealistas, amigo de Dalí e Buñuel, homoerótico, poeta, escritor. A homossexualidade de Lorca ficou em evidência na Espanha com o lançamento do livro “Lorca y El Mundo Gay”, do historiador irlandês Ian Gibson. Gibson afirma que o livro, bem como estudos sobre a vida de Lorca que tratem da homossexualidade só puderam vir à tona agora, quando morreram seus irmãos. Em família, o assunto era considerado tabu. Embora tenha vivido o fervor do início do século XX, Lorca não pôde, de acordo com o autor, vivenciar sua homossexualidade na plenitude. E relata algumas relações que o poeta teve, e tenta estabelecer uma linha entre a homossexualidade e a poesia de Lorca. Livro imperdível para os amantes da poesia, e quem não conhece o poeta do “verde que te quero verde”. Sentiu a brisa, Neném?

Φ CURITIBA REALIZA MARATONA GAY. Hoje está rolando em Curitiba um evento esportivo nas cores do arco-íris! É a maratona da diversidade, que terá competições esportivas, como voleibol, e outras, alternativas, criadas especialmente para o evento, como a Corrida de Revezamento de Camisinha, para divulgar o uso do preservativo, Corrida de Salto Alto (Ui!) e a concorridíssima prova do Arremesso de Bolsas, onde as drags prometem arrasar! Durante o evento, campanhas como a “Fique Sabendo” e a do testa rápido do HIV estarão acontecendo, já que a iniciativa é do Departamento Nacional DST/AIDS e Ministério da Saúde. O Mácssimo, menina! Fique por dentro da programação aqui! Sentiu a brisa, Neném?

Φ SEMINÁRIO COMEMORA 20 ANOS DA DECLARAÇÃO DOS DIREITOS LGBT. Mona, mona, moninha, moninha (juntando mona com maninha, pra quem não entendeu, tá? Aloka!!). Se você não conhece Herbert Daniel, meu bem, tá mais por fora do que barriga obscena! Ele foi um dos pioneiros na luta pelos direitos LGBT no Brasil e no mundo, e também um lutador conta a epidemia da AIDS. Ele foi um dos primeiros a entender que o pior sintoma do HIV é o preconceito e a discriminação, e entendeu que a doença é mais social que propriamente biológica. As loucas da AFIN, inclusive, tem uma textualização a teatralizar, sobre texto de Herbert, o “Anotações à Margem do Viver com AIDS”, que deveria ser leitura obrigatória para todas as pessoas que se envolvessem nessa luta, profissional ou amadoristicamente. Ele também criou a Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da AIDS. Coisa de quem faz passar o fluxo da Vida, e não se submete à subjetivação tanática da sociedade de consumo. Herbert era vida, por isso gritava “Viva a Vida!” bem antes do aguado roque nacional incorporar o brado, já sem vida. É pela fogueira de Vida que foi/é Herbert Daniel, que a moçada do SOMOS/RS, GAPA/RS e ABIA/RJ vão realizar, de 24 a 26 deste mês em POA, conhecida carinhosamente como Porto Alegre, um seminário, que envolverá cerca de 80 ativistas do Brasil inteiro, e se discutirá a questão da AIDS, a discriminação (a “morte civil”) e o protagonismo da classe LGBT, que revolucionou o mundo ao vencer a epidemia num país onde a saúde está anos-luz longe do ideal. Quem puder comparecer, pode obter informações no bloguinho da SOMOS, aqui. E quem quiser conferir a programação, é só clicar aqui. Sentiu a brisa, Neném?

Φ AUDIÊNCIA PÚBLICA NACIONAL SOBRE HOMOFOBIA NAS ESCOLAS. A Frente Parlamentar LGBT promove no próximo dia 22 de outubro, na Câmara dos Deputados, uma audiência pública sob a temática “Homofobia nas Escolas”. A homofobia é um dos principais fatores que levam estudantes LGBT à desistência escolar, e tem crescido de forma assustadora no país, como você já acompanhou aqui. Como palestrantes, teremos, dentre outros, o responsável pelas políticas de diversidade na escola, do Ministério da Educação, André Lázzaro, Beto de Jesus, da ABGLT, representantes do Conselho Nacional de Educação e do Conselho Federal de Psicologia. O nosso presidente, Toni Reis, convida a todos os que puderem participar, e colaborar no tratamento desta questão grave, e que envolve não somente as escolas, mas a sociedade como produtora de subjetividade e modos de existir muitas vezes nocivos e antidemocráticos. Sentiu a brisa, Neném?

E não se perca na balada, querida! Para entender o que as bees estão falando, confere aí embaixo as principais gírias do mundo LGBT! Aloka! Hihihi…

VOCABULÁRIO LGBT

– LETRAS “M, N e O” –

Mafiosa: quem faz máfia, que mente e cria situações em proveito próprio.

Mágoa de Cabloca: pessoas que já foram famosas um dia, ou os que tentam, mas nunca conseguem.

Mala: volume na calça, pênis. No Rio, também significa pessoa chata.

Mancha: é o gay super feminino, exagerado, que já passou da “pinta”.

Mati: algo pequeno. Ex: neca mati (pênis pequeno).

Matusalém: pessoa velha.

Mayumi: gay amiga.

Me Deixa!: grito de guerra usado pela popular drag paulistana Alma Smith.

Meda: Feminino de Medo. Usado como interjeição para algo que não é agradável.

Me erra!: me larga.

Melhorada: alguém que era uó e melhorou a personalidade. Alguém feio que deu um truque na feiúra.

Meu Cu!: não estou nem aí.

Meia-Bomba: pênis que não conseguiu enrijecer completamente; o mesmo que frapê.

Michê: garoto de programa.

Michely: garoto de programa afeminado.

Miguxo: pessoa uó que quer fazer a íntima.

Milho: ferveção, fechação, bichisse.

Modelão: roupa bonita ou ato de montar-se.

Mona: mulher ou alguém muito afeminado.

Monaocó: junção de mona com ocó (homem hétero), é o gay bem masculino, que não dá pinta.

Mônica: derivado de mona, para designar amigos íntimos.

Montação: o processo exagerar nas roupas, para se jogar na noite.

Montada: travestida, produzida.

Mundinho: maneira como clubbers denominam seu universo de pessoas.

.

Naja: fofoqueira, intrigueira.

Não estou achando: não estou entendendo ou suportando (alguém ou alguma situação).

Não estou podendo: não quero, não estou a fim.

Não ser obrigado/a: ter algo melhor para fazer.

Neca: sinônimo de pênis.

.

Ocó: homem com jeito de homem.

Olá Querida!: noitada onde você só faz social e não se atém a conversar com ninguém. Também usado como interjeição ao encontrar alguém que você não tem muito a dizer.

Operada: Transexual (homem para mulher).

Odara: algo grande… imagine…

Otim: bebida alcóolica, drink.

Oxanã (ou Xanã): cigarro.

Beijucas, até a próxima, e lembrem-se, menin@s:

FAÇA O MUNDO GAY!


USAR O CONTROLE REMOTO É UM ATO DEMOCRÁTICO!

EXPERIMENTE CONTRA A TV GLOBO! Você sabe que um canal de televisão não é uma empresa privada. É uma concessão pública concedida pelo governo federal com tempo determinado de uso. Como meio de comunicação, em uma democracia, tem como compromisso estimular a educação, as artes e o entretenimento como seu conteúdo. O que o torna socialmente um serviço público e eticamente uma disciplina cívica. Sendo assim, é um forte instrumento de realização continua da democracia. Mas nem todo canal de televisão tem esse sentido democrático da comunicação. A TV Globo (TVG), por exemplo. Ela, além de manter um monopólio midiático no Brasil, e abocanhar a maior fatia da publicidade oficial, conspira perigosamente contra a democracia, principalmente, tentando atingir maleficamente os governos populares. Notadamente em seu JN. Isso tudo, amparada por uma grade de programação que é um verdadeiro atentado as faculdades sensorial e cognitiva dos telespectadores. Para quem duvida, basta apenas observar a sua maldição dos três Fs dominical: Futebol, Faustão e Fantástico. Um escravagismo-televisivo- depressivo que só é tratado com o controle remoto transfigurador. Se você conhece essa proposição-comunicacional desdobre-a com outros. Porque mudanças só ocorrem como potência coletiva, como disse o filósofo Spinoza.

Acesse esquizofia.wordpress.com

esquizofia.wordpress.com

CAMPANHA AFINADA CONTRA O

VIRTUALIZAÇÕES DESEJANTES DA AFIN

Este é um espaço virtual (virtus=potência) criado pela Associação Filosofia Itinerante, que atua desde 2001 na cidade de Manaus-Am, e, a partir da Inteligência Coletiva das pessoas e dos dizeres de filósofos como Epicuro, Lucrécio, Spinoza, Marx, Nietzsche, Bergson, Félix Guattari, Gilles Deleuze, Clément Rosset, Michael Hardt, Antônio Negri..., agencia trabalhos filosóficos-políticos- estéticos na tentativa de uma construção prática de cidadania e da realização da potência ativa dos corpos no mundo. Agora, com este blog, lança uma alternativa de encontro para discussões sociais, éticas, educacionais e outros temas que dizem respeito à comunidade de Manaus e outros espaços por onde passa em movimento intensivo o cometa errante da AFIN.

"Um filósofo: é um homem que experimenta, vê, ouve, suspeita, espera e sonha constantemente coisas extraordinárias; que é atingido pelos próprios pensamentos como se eles viessem de fora, de cima e de baixo, como por uma espécie de acontecimentos e de faíscas de que só ele pode ser alvo; que é talvez, ele próprio, uma trovoada prenhe de relâmpagos novos; um homem fatal, em torno do qual sempre ribomba e rola e rebenta e se passam coisas inquietantes” (Friedrich Nietzsche).

Daí que um filósofo não é necessariamente alguém que cursou uma faculdade de filosofia. Pode até ser. Mas um filósofo é alguém que em seus percursos carrega devires alegres que aumentam a potência democrática de agir.

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DEGUST GULA (Avenida Bispo Pedro Massa, Cidade Nova, núcleo 5, na Rua ao lado do DB CIdade Nova.Todos os dias).

O Almoço em Família.
BAR DA NAZA OU CASA DA VAL (Comendador Clementino, próximo à Japurá, de Segunda a Sábado).

Num Passo de Mágica: transforme seu sapato velho em um lindo sapato novo!
SAPATEIRO CÂNDIDO (Calçada da Comendador Clementino, próximo ao Grupo Escolar Ribeiro da Cunha).

A Confluência das Torcidas!
CHURRASQUINHO DO LUÍS TUCUNARÉ (Japurá, entre a Silva Ramos e a Comendador Clementino).

Só o Peixe Sabe se é Novo e do Rio que Saiu. Confira esta voz na...
BARRACA DO LEGUELÉ (na Feira móvel da Prefeitura)

Preocupado com o desempenho, a memória e a inteligência? Tu és? Toma o guaraná que não é lenda. O natural de Maués!
LIGA PRA MADALENA!!! (0 XX 92 3542-1482)

Decepcionado com seus desenganos? Ponha fé nos seus planos! Fale com:
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Belém tá no teu plano? Então liga pro Germano!
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